Título no Brasil: Joga a Mamãe do Trem
Título Original: Throw Momma from the Train
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Danny DeVito
Roteiro: Stu Silver
Elenco: Danny DeVito, Billy Crystal, Rob Reiner, Anne Ramsey, Oprah Winfrey, Branford Marsalis, Kim Greist
Sinopse:
Um homem divorciado não aguenta mais a ex-esposa. Um homem que nunca se casou e ainda mora com a mãe, não suporta mais a megera que vive lhe humilhando. Por que eles não decidem resolver o problema um do outro? Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante (Anne Ramsey).
Comentários:
Essa fórmula foi muito usada no passado em livros de Agatha Christie e em filmes de Alfred Hitchcock. A coisa pode se resumir na seguinte frase: "Você mata quem eu quero matar e eu mato quem você quer matar". Com a troca de álibis, todo mundo consegue escapar da cadeia. Cruel demais? Não nesse filme onde tudo é levado no humor, na base da comédia. O elenco está ótimo, em uma sincronia incrível. O projeto foi bem pessoal por parte de Danny DeVito, que dirigiu o filme com enorme prazer. Billy Cristal surge em seu tipo habitual, aquele cara comum que se vê em uma enrascada daquelas. Porém o grande nome desse elenco é a atriz Anne Ramsey. Ela foi inclusive indicada ao Oscar por essa atuação, algo bem raro de acontecer em se tratando de comédias. Ela está excelente como a mãe megera do personagem de Danny DeVito. Ele não aguenta mais a mãe rabugenta e quer encontrar um jeito de se livrar dela. As tentativas de matar a senhora ficaram muito engraçadas. Esse aliás era o tipo de personagem mais comum na carreira de Anne Ramsey. Infelizmente esse seria um de seus últimos filmes pois ela morreria um ano depois do lançamento do filme. Enfim, deixc aqui a dica dessa comédia realmente divertida e muito engraçada dos anos 80.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 4 de junho de 2020
A Hora Final
Título no Brasil: A Hora Final
Título Original: On The Beach
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Stanley Kramer
Roteiro: John Paxton, Nevil Shute
Elenco: Gregory Peck, Ava Gardner, Anthony Perkins, Fred Astaire, Donna Anderson, Harp McGuire
Sinopse:
Após uma guerra nuclear global, os residentes da Austrália devem aceitar o fato de que toda a vida será destruída em questão de meses. Nesse pouco tempo que resta um capitão da marinha dos Estados Unidos tenta reconstruir seus relacionamentos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor som e melhor trilha sonora incidental.
Comentários:
Esse filme tem uma proposta bem diferente, eu diria até mesmo estranha. Imagine o mundo após uma guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética. A guerra que era fria se torna absolutamente devastadora. O comandante de submarino, o capitão Dwight Lionel Towers (Gregory Peck) sobrevive por estar em alto-mar. Ele então faz com que o submarino que comanda seja direcionado para a Austrália, um dos poucos lugares do mundo que conseguiu se manter intacto, porém por poucos meses, pois a radiação no planeta se tornou mortal para todos os seres vivos. Pois é, o roteiro foge completamente do padrão. Apenas um estúdio como a United Artists bancaria um projeto cinematográfico como esse. Afinal a companhia havia sido fundada por artistas que queriam justamente fugir do controle dos grandes estúdios de cinema de Hollywood. O resultado dessa ousadia assinada pelo cineasta Stanley Kramer ficou excepcionalmente interessante. A história do filme vai se desenrolando aos poucos, fazendo com que o espectador pense que está vendo um filme normal, até ser completamente surpreendido em seus momentos finais. Uma apoteose digna das grandes reviravoltas da história do cinema.
Pablo Aluísio.
Título Original: On The Beach
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Stanley Kramer
Roteiro: John Paxton, Nevil Shute
Elenco: Gregory Peck, Ava Gardner, Anthony Perkins, Fred Astaire, Donna Anderson, Harp McGuire
Sinopse:
Após uma guerra nuclear global, os residentes da Austrália devem aceitar o fato de que toda a vida será destruída em questão de meses. Nesse pouco tempo que resta um capitão da marinha dos Estados Unidos tenta reconstruir seus relacionamentos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor som e melhor trilha sonora incidental.
Comentários:
Esse filme tem uma proposta bem diferente, eu diria até mesmo estranha. Imagine o mundo após uma guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética. A guerra que era fria se torna absolutamente devastadora. O comandante de submarino, o capitão Dwight Lionel Towers (Gregory Peck) sobrevive por estar em alto-mar. Ele então faz com que o submarino que comanda seja direcionado para a Austrália, um dos poucos lugares do mundo que conseguiu se manter intacto, porém por poucos meses, pois a radiação no planeta se tornou mortal para todos os seres vivos. Pois é, o roteiro foge completamente do padrão. Apenas um estúdio como a United Artists bancaria um projeto cinematográfico como esse. Afinal a companhia havia sido fundada por artistas que queriam justamente fugir do controle dos grandes estúdios de cinema de Hollywood. O resultado dessa ousadia assinada pelo cineasta Stanley Kramer ficou excepcionalmente interessante. A história do filme vai se desenrolando aos poucos, fazendo com que o espectador pense que está vendo um filme normal, até ser completamente surpreendido em seus momentos finais. Uma apoteose digna das grandes reviravoltas da história do cinema.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 3 de junho de 2020
Animais Americanos
Esse filme é baseado em fatos reais. Em 2004 quatro amigos que estudavam na universidade do Kentucky nos Estados Unidos decidiram formar uma quadrilha para cometer um roubo. Só que o alvo não era um banco, nem uma casa de um milionário. O alvo estava dentro da biblioteca da própria universidade onde eles estudavam. Havia um setor dentro da biblioteca apenas com edições raras de livros que valiam uma verdadeira fotruna. Um deles, trazendo gravuras e pinturas de aves, feitas antes da independência dos Estados Unidos, valia algo em torno de 12 milhões de dólares no mercado negro.
Acontece que essas edições raras e milionárias ficavam em um setor da biblioteca da universidade sem grande segurança. Havia uma senhora que cuidava dos livros e organizava as visitas para os interessados nas obras e nada muito além disso. Era muito fácil, pensavam os criminosos, entrar ali e roubar os livros. Mesmo que o assalto fosse de dia, não haveria maiores complicações. Claro, que uma vez colocado o plano em ação as coisas não iriam sair tão facilmente como eles tinham planejado. Até porque nenhum deles era criminoso profissional. Pelo contrário, eram jovens comuns, brancos, de classe média, alguém que estaria acima de qualquer suspeita.
E penso que esse foi o grande choque dentro da comunidade. Saber que os assaltantes eram jovens brancos, bem situados dentro da comunidade, universitários, isso não fazia qualquer sentido para os moradores da cidade. De qualquer maneira, por serem tão amadores, a casa caiu cedo para todos eles. E o pior é que conforme vemos no filme o crime foi realizado de forma completamente desastrada, na base do improviso, algo muito sem noção realmente. O filme é bom, inclusive contando com depoimentos dos próprios rapazes que tentaram cometer o crime. Todos eles verdadeiros animais em busca de uma redenção na vida, como muito bem revela o título original.
Animais Americanos (American Animals, Estados Unidos, Inglaterra, 2018) Direção: Bart Layton / Roteiro: Bart Layton, Claudia Zie / Elenco: Barry Keoghan, Evan Peters, Blake Jenner, Jared Abrahamson, Ann Dowd, Ann Dowd / Sinopse: Quatro jovens universitários de uma cidade do Kentucky decidem roubar uma coleção de livros raros, que valem milhões, da biblioteca da própria universidade onde estudam. Filme premiado no British Independent Film Awards.
Pablo Aluísio.
Acontece que essas edições raras e milionárias ficavam em um setor da biblioteca da universidade sem grande segurança. Havia uma senhora que cuidava dos livros e organizava as visitas para os interessados nas obras e nada muito além disso. Era muito fácil, pensavam os criminosos, entrar ali e roubar os livros. Mesmo que o assalto fosse de dia, não haveria maiores complicações. Claro, que uma vez colocado o plano em ação as coisas não iriam sair tão facilmente como eles tinham planejado. Até porque nenhum deles era criminoso profissional. Pelo contrário, eram jovens comuns, brancos, de classe média, alguém que estaria acima de qualquer suspeita.
E penso que esse foi o grande choque dentro da comunidade. Saber que os assaltantes eram jovens brancos, bem situados dentro da comunidade, universitários, isso não fazia qualquer sentido para os moradores da cidade. De qualquer maneira, por serem tão amadores, a casa caiu cedo para todos eles. E o pior é que conforme vemos no filme o crime foi realizado de forma completamente desastrada, na base do improviso, algo muito sem noção realmente. O filme é bom, inclusive contando com depoimentos dos próprios rapazes que tentaram cometer o crime. Todos eles verdadeiros animais em busca de uma redenção na vida, como muito bem revela o título original.
Animais Americanos (American Animals, Estados Unidos, Inglaterra, 2018) Direção: Bart Layton / Roteiro: Bart Layton, Claudia Zie / Elenco: Barry Keoghan, Evan Peters, Blake Jenner, Jared Abrahamson, Ann Dowd, Ann Dowd / Sinopse: Quatro jovens universitários de uma cidade do Kentucky decidem roubar uma coleção de livros raros, que valem milhões, da biblioteca da própria universidade onde estudam. Filme premiado no British Independent Film Awards.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 2 de junho de 2020
Cypher
Título no Brasil: Cypher
Título Original: Cypher
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Pandora Cinema
Direção: Vincenzo Natali
Roteiro: Brian King
Elenco: Jeremy Northam, Lucy Liu, Nigel Bennett, Kari Matchett, Joseph Scoren, Arnold Pinnock
Sinopse:
Um homem inocente e desencantado com a sua vida se vê trabalhando como espião no mundo perigoso e de alto risco da espionagem corporativa. Rapidamente ficando louco, ele se une a uma misteriosa femme fatale para dar um novo rumo em sua existência infeliz.
Comentários:
Quem assistiu a esse filme? Praticamente ninguém! Essa é uma produção do circuito independente do cinema americano. Parece uma ficção, mas na realidade apresenta um roteiro mais convencional, sobre espionagem corporativa, ou seja, espionagem que é feita entre empresas que concorrem no mercado. Não espere por maiores inovações desse roteiro. Ele é apenas bem mediano, sem muita originalidade. O resultado final trouxe um visual muito bem feito, apesar do orçamento pequeno (o filme custou meros 17 milhões de dólares, muito pouco em se tratando do cinema produzido nos Estados Unidos). Não há nenhum grande astro ou estrela no elenco. O nome mais conhecido é o da atriz Lucy Liu, aqui mais uma vez impassível. Sempre achei ela bem inexpressiva para falar a verdade.
Pablo Aluísio.
Título Original: Cypher
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Pandora Cinema
Direção: Vincenzo Natali
Roteiro: Brian King
Elenco: Jeremy Northam, Lucy Liu, Nigel Bennett, Kari Matchett, Joseph Scoren, Arnold Pinnock
Sinopse:
Um homem inocente e desencantado com a sua vida se vê trabalhando como espião no mundo perigoso e de alto risco da espionagem corporativa. Rapidamente ficando louco, ele se une a uma misteriosa femme fatale para dar um novo rumo em sua existência infeliz.
Comentários:
Quem assistiu a esse filme? Praticamente ninguém! Essa é uma produção do circuito independente do cinema americano. Parece uma ficção, mas na realidade apresenta um roteiro mais convencional, sobre espionagem corporativa, ou seja, espionagem que é feita entre empresas que concorrem no mercado. Não espere por maiores inovações desse roteiro. Ele é apenas bem mediano, sem muita originalidade. O resultado final trouxe um visual muito bem feito, apesar do orçamento pequeno (o filme custou meros 17 milhões de dólares, muito pouco em se tratando do cinema produzido nos Estados Unidos). Não há nenhum grande astro ou estrela no elenco. O nome mais conhecido é o da atriz Lucy Liu, aqui mais uma vez impassível. Sempre achei ela bem inexpressiva para falar a verdade.
Pablo Aluísio.
Bandidas
Um faroeste feminino, vamos colocar nesses termos. As mulheres sempre tiveram seu espaço nos filmes de western, mas geralmente interpretando jovens donzelas em perigo, esposas de militares que serviam em fortes distantes no velho oeste ou então mulheres que trabalhavam em saloons, geralmente aliviando a vida dura dos cowboys e pistoleiros que viviam naquelas terras selvagens. Com esse "Bandidas" os produtores resolveram fazer um pouco diferente, investindo no empoderamento feminino, mostrando duas garotas que encaram os piores vilões sem medo, frente a frente. Uma mudança que vem de encontro com os novos tempos em que vivemos. Com roteiro e produção do cineasta Luc Besson, o filme “Bandidas” almeja ser um western diferente, a começar dos personagens principais. Saem os homens e entram duas garotas, Maria Alvarez (Penélope Cruz) e Sara Sandoval (Salma Hayek), que resolvem se unir contra as injustiças que acontecem em sua cidade natal. A maior delas é a nova ferrovia que começa a ser construída ligando o México aos Estados Unidos. Como passa por várias faixas de terras pertencentes a pequenos fazendeiros, o conflito se torna inevitável. Assim quem não decide vender as terras para a grande companhia ferroviária acaba sendo eliminado pelo capanga e assassino Tyler Jackson (Dwight Yoakam).
Para combater esses crimes as garotas decidem roubar bancos que também pertencem à mesma companhia que promove os crimes contra os pequenos proprietários rurais. Em pouco tempo suas façanhas começam a ficar conhecidas entre a pobre população mexicana e elas ganham o título de "Bandidas", sendo perseguidas, com suas cabeças colocadas à prêmio. O povo porém as adora pois elas, ao melhor estilo Robin Hood, dividem o dinheiro dos roubos entre a população mexicana mais pobre. Roubam dos ricos para dar aos pobres. A intenção de Luc Besson foi realizar um western moderno, levemente bem humorado, brincando com os clichês do gênero. Assim temos em cena roubos a bancos ousados, perseguições, tiroteios, tudo embalado pela presença das carismáticas atrizes Penélope Cruz e Salma Hayek. Mesmo assim o resultado é fraco. As garotas são bonitas e simpáticas, mas não conseguem convencer como temidas assaltantes a bancos do velho oeste. O clima de humor, acentuado pela presença do bom comediante Steve Zahn, mais atrapalha do que ajuda. Ficamos com a incômoda sensação de estar assistindo algo que nunca se leva a sério. Agindo assim o filme perde a direção, o público também deixa de se importar com o filme em si. Enfim, "Bandidas" não é memorável e nem um marco no gênero, pois no fundo não passa de uma despretensiosa "Sessão da Tarde".
Bandidas (Bandidas, Estados Unidos, 2005) Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg / Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen / Elenco: Penélope Cruz, Salma Hayek, Steve Zahn, Dwight Yoakam, Denis Arndt / Sinopse: Duas jovens mexicanas resolvem se unir para formar uma dupla especializada em roubos a bancos. Elas querem acima de tudo se vingarem de uma companhia ferroviária americana, responsável pela morte de seus pais.
Pablo Aluísio.
Para combater esses crimes as garotas decidem roubar bancos que também pertencem à mesma companhia que promove os crimes contra os pequenos proprietários rurais. Em pouco tempo suas façanhas começam a ficar conhecidas entre a pobre população mexicana e elas ganham o título de "Bandidas", sendo perseguidas, com suas cabeças colocadas à prêmio. O povo porém as adora pois elas, ao melhor estilo Robin Hood, dividem o dinheiro dos roubos entre a população mexicana mais pobre. Roubam dos ricos para dar aos pobres. A intenção de Luc Besson foi realizar um western moderno, levemente bem humorado, brincando com os clichês do gênero. Assim temos em cena roubos a bancos ousados, perseguições, tiroteios, tudo embalado pela presença das carismáticas atrizes Penélope Cruz e Salma Hayek. Mesmo assim o resultado é fraco. As garotas são bonitas e simpáticas, mas não conseguem convencer como temidas assaltantes a bancos do velho oeste. O clima de humor, acentuado pela presença do bom comediante Steve Zahn, mais atrapalha do que ajuda. Ficamos com a incômoda sensação de estar assistindo algo que nunca se leva a sério. Agindo assim o filme perde a direção, o público também deixa de se importar com o filme em si. Enfim, "Bandidas" não é memorável e nem um marco no gênero, pois no fundo não passa de uma despretensiosa "Sessão da Tarde".
Bandidas (Bandidas, Estados Unidos, 2005) Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg / Roteiro: Luc Besson, Robert Mark Kamen / Elenco: Penélope Cruz, Salma Hayek, Steve Zahn, Dwight Yoakam, Denis Arndt / Sinopse: Duas jovens mexicanas resolvem se unir para formar uma dupla especializada em roubos a bancos. Elas querem acima de tudo se vingarem de uma companhia ferroviária americana, responsável pela morte de seus pais.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 1 de junho de 2020
Crepúsculo dos Deuses
Denominar “Crepúsculo dos Deuses” como uma das maiores obras cinematográficas de todos os tempos é desnecessário. Poucas vezes foi realizado um filme tão humano, tão cruelmente verdadeiro como esse. Ao mostrar uma diva envelhecida, uma antiga estrela do passado, há muito esquecida do grande público, o filme na realidade cria um estudo da alma humana poucas vezes vista nas telas. Em termos de melancolia e nostalgia, essa é uma obra insuperável. A personagem Norma Desmond (Gloria Swanson) não é apenas uma atriz que perdeu sua estrela e sua fama, mas também uma pessoa psicologicamente em ruínas que tenta de todas as formas se agarrar em um passado glorioso para suportar viver no presente. Embora muitas pessoas não parem para pensar sobre isso, a trama de “Crepúsculo dos Deuses” é mais comum na vida real do que se imagina. Não são poucos os artistas que presenciam o fim de suas carreiras, muitas vezes prematuramente. Astros e estrelas que brilharam por momentos fugazes e após o sucesso inicial simplesmente deixam de atrair o público e somem dos holofotes, sendo descartados pelos grandes estúdios. Poucos são os grandes mitos que resistem ao passar do tempo. Norma é de certa forma um retrato em microscópio da realidade de centenas e centenas de artistas que não conseguem superar a terrível passagem do tempo. Vivendo de suas imagens joviais e trabalhando em um meio que valoriza acima de tudo a beleza e a juventude, muitos são simplesmente descartados após atingirem uma certa idade.
Assim não serão poucos os artistas que irão se identificar com Norma, uma mulher que vive do passado, das fotos amareladas pelos anos e das recordações do tempo em que era de fato um mito em celulóide. Pensando em delírio que ainda é uma estrela, ignora o fato que o tempo passou e não há mais retorno possível aos seus anos de glória, das ribaldas, da aclamação dos seus fãs que lotavam os cinemas para assistir seus filmes. O brilho, a fama, o sucesso e a riqueza ficaram em um passado distante. O filme é realmente magistral. Há uma narração em off do personagem de William Holden que é um dos textos mais bem escritos da história do cinema americano. Misturando ironia com melancolia latente, ele nos apresenta sua história, contando em detalhes como acabou conhecendo Norma e seu estranho mundo enclausurado. Vivendo em uma mansão decadente, literalmente caindo aos pedaços, ao lado do mordomo fiel Max (interpretado pelo cineasta Erich von Stroheim com raro brilhantismo), ela ainda pensa que é uma estrela no mundo fútil das celebridades de Hollywood. O fato porém é que a passagem do cinema mudo para o cinema sonoro simplesmente acabou com sua carreira.
Suas opiniões sobre a irrelevância do cinema sonoro inclusive me lembraram do próprio Chaplin, que também em inúmeras vezes atacou a nova tecnologia. A atriz Gloria Swanson interpretando Norma é uma força da natureza. Impressionante a carga emocional que ela traz para seu papel. O curioso é que ela própria foi uma diva do cinema mudo, tal como sua personagem. Possessa e imersa completamente em sua interpretação, ficamos não menos do que impressionados pela força de seu talento. William Holden não fica atrás. Levemente cínico e incomodado com sua situação pessoal, ele esbanja aquele tipo de ironia que nasce da decepção consigo mesmo. Para o fã de cinema, o filme “Crepúsculo dos Deuses” traz ainda um verdadeiro presente. Em cena vemos o grande Cecil B. DeMille interpretando a si mesmo dentro dos estúdios da Paramount. DeMille foi um dos maiores nomes da indústria e vê-lo ali representando a si próprio é um deleite para qualquer amante da história da sétima arte. Outra presença marcante é a do ícone do humor Buster Keaton em uma participação particularmente melancólica. Sério e com olhar aterrorizado, ele participa de um estranho jogo de cartas com a diva em sua mansão, a mesma que foi usada como cenário de outro grande clássico, “Juventude Transviada” com James Dean.
Em conclusão, “Crepúsculo dos Deuses” merece toda o status cult que possui, todo o prestígio de grande clássico do cinema. É a obra prima definitiva do genial diretor e roteirista Billy Wilder, um mestre da era de ouro de Hollywood. É um desses filmes atemporais, que não envelhecem nunca e continuam tão maravilhosos como em seu lançamento. Delírios, traições, insanidade, compaixão e melancolia em um roteiro muito bem escrito, primoroso mesmo. Esse quadro completo compõe esse que é seguramente uma das maiores obras primas do cinema americano de todos os tempos. Simplesmente essencial.
Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, Estados Unidos, 1950) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Charles Brackett, Billy Wilder, DM Marshman Jr. / Elenco: William Holden, Gloria Swanson, Erich von Stroheim, Nancy Olson, Cecil B. DeMille, Hedda Hopper, Buster Keaton / Sinopse: Norma Desmond (Gloria Swanson) é uma diva da era do cinema mudo que mora em uma grande mansão na Sunset Boulevard cercada apenas de seu mordomo fiel Max (Erich Von Stroheim). Por um acaso do destino, o roteirista desempregado Joe Gillis (William Holden) acaba indo parar na mansão de Norma após tentar fugir de credores do banco onde fez um empréstimo. Lá conhece a velha estrela e seu estranho mundo particular construído sobre velhas lembranças de um passado glorioso que não existe. Ela ainda pensa ser uma superstar no céu de Hollywood. Doce ilusão. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Roteiro, Trilha Sonora e Direção de Arte. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Diretor (Billy Wilder), Atriz (Gloria Swanson) e Trilha Sonora.
Pablo Aluísio.
Assim não serão poucos os artistas que irão se identificar com Norma, uma mulher que vive do passado, das fotos amareladas pelos anos e das recordações do tempo em que era de fato um mito em celulóide. Pensando em delírio que ainda é uma estrela, ignora o fato que o tempo passou e não há mais retorno possível aos seus anos de glória, das ribaldas, da aclamação dos seus fãs que lotavam os cinemas para assistir seus filmes. O brilho, a fama, o sucesso e a riqueza ficaram em um passado distante. O filme é realmente magistral. Há uma narração em off do personagem de William Holden que é um dos textos mais bem escritos da história do cinema americano. Misturando ironia com melancolia latente, ele nos apresenta sua história, contando em detalhes como acabou conhecendo Norma e seu estranho mundo enclausurado. Vivendo em uma mansão decadente, literalmente caindo aos pedaços, ao lado do mordomo fiel Max (interpretado pelo cineasta Erich von Stroheim com raro brilhantismo), ela ainda pensa que é uma estrela no mundo fútil das celebridades de Hollywood. O fato porém é que a passagem do cinema mudo para o cinema sonoro simplesmente acabou com sua carreira.
Suas opiniões sobre a irrelevância do cinema sonoro inclusive me lembraram do próprio Chaplin, que também em inúmeras vezes atacou a nova tecnologia. A atriz Gloria Swanson interpretando Norma é uma força da natureza. Impressionante a carga emocional que ela traz para seu papel. O curioso é que ela própria foi uma diva do cinema mudo, tal como sua personagem. Possessa e imersa completamente em sua interpretação, ficamos não menos do que impressionados pela força de seu talento. William Holden não fica atrás. Levemente cínico e incomodado com sua situação pessoal, ele esbanja aquele tipo de ironia que nasce da decepção consigo mesmo. Para o fã de cinema, o filme “Crepúsculo dos Deuses” traz ainda um verdadeiro presente. Em cena vemos o grande Cecil B. DeMille interpretando a si mesmo dentro dos estúdios da Paramount. DeMille foi um dos maiores nomes da indústria e vê-lo ali representando a si próprio é um deleite para qualquer amante da história da sétima arte. Outra presença marcante é a do ícone do humor Buster Keaton em uma participação particularmente melancólica. Sério e com olhar aterrorizado, ele participa de um estranho jogo de cartas com a diva em sua mansão, a mesma que foi usada como cenário de outro grande clássico, “Juventude Transviada” com James Dean.
Em conclusão, “Crepúsculo dos Deuses” merece toda o status cult que possui, todo o prestígio de grande clássico do cinema. É a obra prima definitiva do genial diretor e roteirista Billy Wilder, um mestre da era de ouro de Hollywood. É um desses filmes atemporais, que não envelhecem nunca e continuam tão maravilhosos como em seu lançamento. Delírios, traições, insanidade, compaixão e melancolia em um roteiro muito bem escrito, primoroso mesmo. Esse quadro completo compõe esse que é seguramente uma das maiores obras primas do cinema americano de todos os tempos. Simplesmente essencial.
Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, Estados Unidos, 1950) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Charles Brackett, Billy Wilder, DM Marshman Jr. / Elenco: William Holden, Gloria Swanson, Erich von Stroheim, Nancy Olson, Cecil B. DeMille, Hedda Hopper, Buster Keaton / Sinopse: Norma Desmond (Gloria Swanson) é uma diva da era do cinema mudo que mora em uma grande mansão na Sunset Boulevard cercada apenas de seu mordomo fiel Max (Erich Von Stroheim). Por um acaso do destino, o roteirista desempregado Joe Gillis (William Holden) acaba indo parar na mansão de Norma após tentar fugir de credores do banco onde fez um empréstimo. Lá conhece a velha estrela e seu estranho mundo particular construído sobre velhas lembranças de um passado glorioso que não existe. Ela ainda pensa ser uma superstar no céu de Hollywood. Doce ilusão. Vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Roteiro, Trilha Sonora e Direção de Arte. Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Diretor (Billy Wilder), Atriz (Gloria Swanson) e Trilha Sonora.
Pablo Aluísio.
domingo, 31 de maio de 2020
Casablanca
Casablanca é certamente o filme clássico mais cultuado da história do cinema. Casablanca é uma cidade situada no Marrocos. Também foi um local vital para os refugiados europeus que fugiam do regime nazista. De Casablanca era possível pegar um avião rumo a Lisboa e de lá fugir para os Estados Unidos. E é nesse local que vive Rick Blaine (Humphrey Bogart), um americano cínico, sempre com uma ironia na ponta de língua. Se dizendo “neutro” em relação a tudo que acontece na Europa, ainda que nas vésperas da entrada dos Estados Unidos no conflito, ele angaria simpatia de todos os lados, dos membros do regime entreguista francês aos integrantes da famosa resistência francesa. Dono de um bar muito procurado na região, que acaba funcionando como ponto de encontro de refugiados em busca de uma saída dos horrores da guerra na Europa, o lugar vira uma espécie de ponto de partida rumo à liberdade. Os problemas para Rick começam a surgir quando um conhecido lhe pede que fique de posse de dois salvo-conduto, documentos que garantem a quem os possuir livre passagem rumo à Lisboa. Para completar o intrigado jogo de xadrez, ele ainda tem que lidar com a volta de Ilsa (Ingrid Bergman) uma antiga paixão dos tempos em que morava em Paris.
“Casablanca” assim tece a teia de sua trama que envolve romance, espionagem, política e amores impossíveis de se concretizarem. O filme virou símbolo de toda uma era. Ao longo dos anos ganhou uma áurea e um status que o coloca lado a lado a outros grandes filmes como “E o Vento Levou”, "Lawrence da Arábia" e “Cidadão Kane”. O curioso é que não foi recebido com todo essa consagração em sua época. Embora tenha sido o grande vencedor do Oscar em seu ano de estreia, o filme era visto apenas como uma produção um pouco acima da média, com produção do conhecido Hal B. Wallis. Não era considerada uma obra prima e nem um marco da história do cinema americano em seu tempo. De fato “Casablanca” só adquiriu todo essa importância nos anos seguintes. Mas afinal o que tornou esse filme o cult que conhecemos hoje em dia? E por que foi elevado à posição de produção símbolo da época de ouro de Hollywood? Responder a essas perguntas não é nada fácil. O que parece ter acontecido é que “Casablanca” por ter vários elementos cruciais do cinema clássico tal como o entendemos na atualidade, acabou ganhando a posição de símbolo daqueles anos, daquela era dourada do cinema americano.
Temos que reconhecer que o filme em si ainda é muito bem realizado, muito bem roteirizado e tem os elementos certos bem encaixados. A Academia reconheceu esse aspecto e premiou "Casablanca" com o Oscar nas principais categorias, entre elas a de melhor direção (Michael Curtiz), filme e roteiro. A trilha sonora, sempre lembrada, leva o espectador de forma imediata ao conturbado mundo político da II Guerra. Não há batalhas e nem combates em cena, pois é um filme de bastidores do que acontecia na guerra, que mostra a luta de quem apenas desejava acima de tudo sobreviver. O personagem interpretado por Bogart também era um sobrevivente. Sob uma postura de cinismo e frieza a tudo o que acontece ao redor, existia ali também um idealista que lutou contra o regime ditatorial na Espanha. Além disso embaixo da fachada de fria indiferença com as mulheres surgia também um homem apaixonado e magoado por ter sido abandonado pela mulher que amava. Nem é necessário elogiar a grande interpretação de Bogart. Com eterno cigarro na boca, rosto de tédio e expressão cool, o ator arrasou em sua caracterização. De fato o personagem reuniu tudo o que faria de Bogart um mito eterno do cinema. Foi a cristalização de sua imagem no cinema, definindo toda a sua carreira.
A atriz sueca Ingrid Bergman impressionava pela beleza, pelos olhos sempre cheios de lágrimas e pela sensualidade á flor da pele. O curioso é que sua personagem nem deveria despertar tanto carisma assim no espectador, uma vez que era uma mulher casada que se envolvia com um outro homem em Paris. O público porém ignorou tal fato e ela surgiu suprema em cena, despertando suspiros em cada momento que aparecia. Assim temos em “Casablanca” um filme nostálgico que conseguia trazer em seu roteiro conspirações, conchavos e romance, tudo na medida certa. Além disso os personagens eram modelos de uma época do cinema americano que já não existe mais. Muito provavelmente por isso o filme seja tão cultuado. É uma símbolo do que se produzia em sua época. Por todas essas razões é até desnecessário falar mais sobre o filme. “Casablanca” é um clássico para se rever sempre, de tempos em tempos. Um filme realmente atemporal e eterno. Item essencial na sua coleção de filmes.
Casablanca (Casablanca, Estados Unidos, 1942) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein, Howard Koch, Murray Burnett, Joan Alison / Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid, Claude Rains, Conrad Veidt, Sydney Greenstreet, Peter Lorre, S. Z. Sakall, Madeleine Lebeau / Sinopse: Após ser perseguido pelos nazistas um atravessador entrega a Rick Blaine (Bogart), dono de um bar cassino em Casablanca, dois documentos que garantem passe livre a quem os possuir. Ao mesmo tempo Rick reencontra Ilsa Lund (Bergman), uma antiga paixão dos tempos em que morava em Paris. Após ser abandonado sem razão, ela agora está de volta e pretende fugir com o marido rumo aos Estados Unidos, para fugir dos nazistas. Apenas Rick possui a chance de lhe dar os salvo-condutos. Será que fará isso pelo amor de sua vida?
Pablo Aluísio.
“Casablanca” assim tece a teia de sua trama que envolve romance, espionagem, política e amores impossíveis de se concretizarem. O filme virou símbolo de toda uma era. Ao longo dos anos ganhou uma áurea e um status que o coloca lado a lado a outros grandes filmes como “E o Vento Levou”, "Lawrence da Arábia" e “Cidadão Kane”. O curioso é que não foi recebido com todo essa consagração em sua época. Embora tenha sido o grande vencedor do Oscar em seu ano de estreia, o filme era visto apenas como uma produção um pouco acima da média, com produção do conhecido Hal B. Wallis. Não era considerada uma obra prima e nem um marco da história do cinema americano em seu tempo. De fato “Casablanca” só adquiriu todo essa importância nos anos seguintes. Mas afinal o que tornou esse filme o cult que conhecemos hoje em dia? E por que foi elevado à posição de produção símbolo da época de ouro de Hollywood? Responder a essas perguntas não é nada fácil. O que parece ter acontecido é que “Casablanca” por ter vários elementos cruciais do cinema clássico tal como o entendemos na atualidade, acabou ganhando a posição de símbolo daqueles anos, daquela era dourada do cinema americano.
Temos que reconhecer que o filme em si ainda é muito bem realizado, muito bem roteirizado e tem os elementos certos bem encaixados. A Academia reconheceu esse aspecto e premiou "Casablanca" com o Oscar nas principais categorias, entre elas a de melhor direção (Michael Curtiz), filme e roteiro. A trilha sonora, sempre lembrada, leva o espectador de forma imediata ao conturbado mundo político da II Guerra. Não há batalhas e nem combates em cena, pois é um filme de bastidores do que acontecia na guerra, que mostra a luta de quem apenas desejava acima de tudo sobreviver. O personagem interpretado por Bogart também era um sobrevivente. Sob uma postura de cinismo e frieza a tudo o que acontece ao redor, existia ali também um idealista que lutou contra o regime ditatorial na Espanha. Além disso embaixo da fachada de fria indiferença com as mulheres surgia também um homem apaixonado e magoado por ter sido abandonado pela mulher que amava. Nem é necessário elogiar a grande interpretação de Bogart. Com eterno cigarro na boca, rosto de tédio e expressão cool, o ator arrasou em sua caracterização. De fato o personagem reuniu tudo o que faria de Bogart um mito eterno do cinema. Foi a cristalização de sua imagem no cinema, definindo toda a sua carreira.
A atriz sueca Ingrid Bergman impressionava pela beleza, pelos olhos sempre cheios de lágrimas e pela sensualidade á flor da pele. O curioso é que sua personagem nem deveria despertar tanto carisma assim no espectador, uma vez que era uma mulher casada que se envolvia com um outro homem em Paris. O público porém ignorou tal fato e ela surgiu suprema em cena, despertando suspiros em cada momento que aparecia. Assim temos em “Casablanca” um filme nostálgico que conseguia trazer em seu roteiro conspirações, conchavos e romance, tudo na medida certa. Além disso os personagens eram modelos de uma época do cinema americano que já não existe mais. Muito provavelmente por isso o filme seja tão cultuado. É uma símbolo do que se produzia em sua época. Por todas essas razões é até desnecessário falar mais sobre o filme. “Casablanca” é um clássico para se rever sempre, de tempos em tempos. Um filme realmente atemporal e eterno. Item essencial na sua coleção de filmes.
Casablanca (Casablanca, Estados Unidos, 1942) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein, Howard Koch, Murray Burnett, Joan Alison / Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid, Claude Rains, Conrad Veidt, Sydney Greenstreet, Peter Lorre, S. Z. Sakall, Madeleine Lebeau / Sinopse: Após ser perseguido pelos nazistas um atravessador entrega a Rick Blaine (Bogart), dono de um bar cassino em Casablanca, dois documentos que garantem passe livre a quem os possuir. Ao mesmo tempo Rick reencontra Ilsa Lund (Bergman), uma antiga paixão dos tempos em que morava em Paris. Após ser abandonado sem razão, ela agora está de volta e pretende fugir com o marido rumo aos Estados Unidos, para fugir dos nazistas. Apenas Rick possui a chance de lhe dar os salvo-condutos. Será que fará isso pelo amor de sua vida?
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 29 de maio de 2020
A Era do Rádio
Título no Brasil: A Era do Rádio
Título Original: Radio Days
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Mia Farrow, Dianne Wiest, Mike Starr, Paul Herman, Michael Tucker, Josh Mostel
Sinopse:
Um olhar nostálgico da idade de ouro do rádio, concentrando-se em uma família comum de Nova Iorque e nos vários artistas do meio radiofônico que atuavam na época. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor roteiro original (Woody Allen) e melhor direção de arte (Santo Loquasto, Carol Joffe). Filme premiado no BAFTA Awards na categoria de melhor atriz (Dianne Wiest).
Comentários:
Esse filme de Woody Allen é bem diferenciado. Desde a década de 1970 ele vinha apostando em uma certa fórmula para seus filmes. Geralmente o próprio Allen interpretava a si mesmo, como um intelectual judeu em Nova Iorque, com uma visão mordaz e irônica sobre sua própria vida. Em todo filme lá estava ele mesmo, como seu principal personagem. Os roteiros e seus enredos mais pareciam apenas como "bengalas narrativas" para que Allen colocasse na tela seus pensamentos, sua forma de ver o mundo ao seu redor. Com esse "A Era do Rádio" o diretor mudou de foco. Aqui temos um filme mais convencional, buscando retratar memórias afetivas do diretor na época de sua infância. Seu modo de pensar ainda está na tela, em todas as cenas e em todos momentos, mas tudo mesclado com um doce sentimento de nostalgia de seu passado. Aquele era um tempo em que não haiva televisão nos lares, apenas o rádio. E Allen criança viajava na imaginação ouvindo aquelas radionovelas, aventuras de matinê, etc. E para homenagear esse tempo e a arte que era desenvolvida nas estações de rádio de Nova Iorque ele resolveu filmar essa história. Acabou se tornando um dos melhores filmes de sua rica filmografia. Um excelente momento de Woody Allen no cinema.
Pablo Aluísio.
Título Original: Radio Days
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Mia Farrow, Dianne Wiest, Mike Starr, Paul Herman, Michael Tucker, Josh Mostel
Sinopse:
Um olhar nostálgico da idade de ouro do rádio, concentrando-se em uma família comum de Nova Iorque e nos vários artistas do meio radiofônico que atuavam na época. Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor roteiro original (Woody Allen) e melhor direção de arte (Santo Loquasto, Carol Joffe). Filme premiado no BAFTA Awards na categoria de melhor atriz (Dianne Wiest).
Comentários:
Esse filme de Woody Allen é bem diferenciado. Desde a década de 1970 ele vinha apostando em uma certa fórmula para seus filmes. Geralmente o próprio Allen interpretava a si mesmo, como um intelectual judeu em Nova Iorque, com uma visão mordaz e irônica sobre sua própria vida. Em todo filme lá estava ele mesmo, como seu principal personagem. Os roteiros e seus enredos mais pareciam apenas como "bengalas narrativas" para que Allen colocasse na tela seus pensamentos, sua forma de ver o mundo ao seu redor. Com esse "A Era do Rádio" o diretor mudou de foco. Aqui temos um filme mais convencional, buscando retratar memórias afetivas do diretor na época de sua infância. Seu modo de pensar ainda está na tela, em todas as cenas e em todos momentos, mas tudo mesclado com um doce sentimento de nostalgia de seu passado. Aquele era um tempo em que não haiva televisão nos lares, apenas o rádio. E Allen criança viajava na imaginação ouvindo aquelas radionovelas, aventuras de matinê, etc. E para homenagear esse tempo e a arte que era desenvolvida nas estações de rádio de Nova Iorque ele resolveu filmar essa história. Acabou se tornando um dos melhores filmes de sua rica filmografia. Um excelente momento de Woody Allen no cinema.
Pablo Aluísio.
Oeste Selvagem
Título no Brasil: Oeste Selvagem
Título Original: Buffalo Bill and the Indians
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino De Laurentiis Company
Direção: Robert Altman
Roteiro: Arthur Kopit, Alan Rudolph
Elenco: Paul Newman, Burt Lancaster, Harvey Keitel, Joel Grey, Kevin McCarthy, Frank Kaquitts
Sinopse:
William Cody (Paul Newman), um empresário de circo, que usa o nome artístico de Buffalo Bill, decide contratar uma nova atração para suas apresentações, nada mais do que o verdadeiro Touro Sentado, chefe tribal que lutou contra a sétima cavalaria no passado. Filme premiado no Berlin International Film Festival.
Comentários:
O verdadeiro Buffalo Bill era um contador de lorotas. Um artista que criava histórias fantasiosas de sua vida para vender seu show itinerante. Esse era composto por atores e atrizes, artistas de circo e outros tipos que interpretavam personagens do velho oeste como cowboys, soldados da cavalaria e índios selvagens. Com o passar do tempo ele resolveu investir mais alto em seu elenco, chegando ao ponto de contratar o verdadeiro Touro Sentado para aparecer nas apresentações. O velho chefe tribal, coitado, estava arruinado. Ele havia sido derrotado pelo exército americano e sucumbia à fome e a miséria junto ao seu povo em reservas controladas pelo governo. Ao entrar para o circo de Buffalo Bill ele estava mais preocupado em sobreviver, em não morrer de fome, do que qualquer outra coisa. Além disso queria ajudar o seu povo que sofria cada vez mais. Então o que acabou acontecendo foi o encontro entre o falso homem do velho oeste, personificado por Buffalo Bill e o verdadeiro protagonista da mitologia do western, na presença de Touro Sentado. Esse filme do diretor Robert Altman recriou essa interessante história. E Paul Newman está ótimo como o bufão Buffalo Bill, um canstrão, falastrão, bufão, um homem que mentia tanto que acabava acreditando nas próprias mentiras inventadas por ele mesmo. Um personagem realmente saboroso para um grande ator esbanjar talento em cena.
Pablo Aluísio.
Título Original: Buffalo Bill and the Indians
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: Dino De Laurentiis Company
Direção: Robert Altman
Roteiro: Arthur Kopit, Alan Rudolph
Elenco: Paul Newman, Burt Lancaster, Harvey Keitel, Joel Grey, Kevin McCarthy, Frank Kaquitts
Sinopse:
William Cody (Paul Newman), um empresário de circo, que usa o nome artístico de Buffalo Bill, decide contratar uma nova atração para suas apresentações, nada mais do que o verdadeiro Touro Sentado, chefe tribal que lutou contra a sétima cavalaria no passado. Filme premiado no Berlin International Film Festival.
Comentários:
O verdadeiro Buffalo Bill era um contador de lorotas. Um artista que criava histórias fantasiosas de sua vida para vender seu show itinerante. Esse era composto por atores e atrizes, artistas de circo e outros tipos que interpretavam personagens do velho oeste como cowboys, soldados da cavalaria e índios selvagens. Com o passar do tempo ele resolveu investir mais alto em seu elenco, chegando ao ponto de contratar o verdadeiro Touro Sentado para aparecer nas apresentações. O velho chefe tribal, coitado, estava arruinado. Ele havia sido derrotado pelo exército americano e sucumbia à fome e a miséria junto ao seu povo em reservas controladas pelo governo. Ao entrar para o circo de Buffalo Bill ele estava mais preocupado em sobreviver, em não morrer de fome, do que qualquer outra coisa. Além disso queria ajudar o seu povo que sofria cada vez mais. Então o que acabou acontecendo foi o encontro entre o falso homem do velho oeste, personificado por Buffalo Bill e o verdadeiro protagonista da mitologia do western, na presença de Touro Sentado. Esse filme do diretor Robert Altman recriou essa interessante história. E Paul Newman está ótimo como o bufão Buffalo Bill, um canstrão, falastrão, bufão, um homem que mentia tanto que acabava acreditando nas próprias mentiras inventadas por ele mesmo. Um personagem realmente saboroso para um grande ator esbanjar talento em cena.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 28 de maio de 2020
Um Grito de Liberdade
Título no Brasil: Um Grito de Liberdade
Título Original: Cry Freedom
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Richard Attenborough
Roteiro: John Briley
Elenco: Denzel Washington, Kevin Kline, John Matshikiza, Josette Simon, Penelope Wilton, Kate Hardie
Sinopse:
Filme baseado em fatos históricos reais. O jornalista sul-africano Donald Woods (Kevin Kline) é forçado a fugir do país, depois de tentar investigar a morte sob custódia de seu amigo, o ativista negro Steve Biko (Denzel Washington). Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Denzel Washington), melhor música original e melhor trilha sonora incidental.
Comentários:
Esse filme foi baseado no livro escrito por John Briley. Em suas páginas o autor relembrou parte do crime que foi cometido pelo Estado da África do Sul em relação ao ativista negro Steve Biko e a luta de um jornalista branco em revelar toda a verdade sobre sua morte. Ele foi um nome importante na luta contra o regime racista da África do Sul durante as décadas de 1970 e 1980. Nesse período histórico existiu um regime de Estado que não escondia seu racismo contra pessoas negras, dentro de um país africano! Foi algo realmente impressionante pois a máquina estatal foi conduzida para massacrar os direitos dos negros (que formavam a maioria da população) em favor da parte branca da população (uma pequena parte do país). O resultado, como não poderia deixar de ser, foi o sistemático sistema de violação de direitos humanos e civis, além do cometimento de crimes por parte do aparato estatal. Esse filme é muito bom, muito importante em denunciar tudo o que aconteceu. A consagração veio na indicação de três categorias do Oscar, entre elas a de melhor ator para Denzel Washington. No Globo de Ouro o filme foi ainda indicado ao prêmio de melhor filme do ano no gênero Drama. Poderia ter vencido tranquilamente. É sem dúvida uma obra cinematográfica importante, que inclusive deveria ser exibida em escolas e universidades com mais regularidade. É o cinema em favor das boas causas, denunciando regimes criminosos ao redor do mundo.
Pablo Aluísio.
Título Original: Cry Freedom
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Richard Attenborough
Roteiro: John Briley
Elenco: Denzel Washington, Kevin Kline, John Matshikiza, Josette Simon, Penelope Wilton, Kate Hardie
Sinopse:
Filme baseado em fatos históricos reais. O jornalista sul-africano Donald Woods (Kevin Kline) é forçado a fugir do país, depois de tentar investigar a morte sob custódia de seu amigo, o ativista negro Steve Biko (Denzel Washington). Filme indicado ao Oscar nas categorias de melhor ator (Denzel Washington), melhor música original e melhor trilha sonora incidental.
Comentários:
Esse filme foi baseado no livro escrito por John Briley. Em suas páginas o autor relembrou parte do crime que foi cometido pelo Estado da África do Sul em relação ao ativista negro Steve Biko e a luta de um jornalista branco em revelar toda a verdade sobre sua morte. Ele foi um nome importante na luta contra o regime racista da África do Sul durante as décadas de 1970 e 1980. Nesse período histórico existiu um regime de Estado que não escondia seu racismo contra pessoas negras, dentro de um país africano! Foi algo realmente impressionante pois a máquina estatal foi conduzida para massacrar os direitos dos negros (que formavam a maioria da população) em favor da parte branca da população (uma pequena parte do país). O resultado, como não poderia deixar de ser, foi o sistemático sistema de violação de direitos humanos e civis, além do cometimento de crimes por parte do aparato estatal. Esse filme é muito bom, muito importante em denunciar tudo o que aconteceu. A consagração veio na indicação de três categorias do Oscar, entre elas a de melhor ator para Denzel Washington. No Globo de Ouro o filme foi ainda indicado ao prêmio de melhor filme do ano no gênero Drama. Poderia ter vencido tranquilamente. É sem dúvida uma obra cinematográfica importante, que inclusive deveria ser exibida em escolas e universidades com mais regularidade. É o cinema em favor das boas causas, denunciando regimes criminosos ao redor do mundo.
Pablo Aluísio.
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