segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Truque de Mestre

Quatro mágicos ilusionistas se encontram ao responderem a uma misteriosa convocação. Eles não sabem quem exatamente deseja entrar em contato com eles ou o que seu misterioso anfitrião pretende. Um ano depois o quarteto já se autodenomina Os Quatro Cavaleiros e estrelam um show de grande sucesso em Las Vegas. Numa noite em especial decidem realizar algo ousado e fora do comum. Eles prometem ao seu público que irão literalmente roubar um banco em Paris, mesmo sem saírem em nenhum momento do palco em Vegas. Impossível? Não para esses talentosos mestres da arte da magia (ou seria do truque?). Começa assim esse "Truque de Mestre", mais uma produção recente que explora o universo dos grandes mágicos nos EUA. No filme eles são representados por J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), um especialista em cartas e ilusões, não necessariamente nessa ordem; Henley Reeves (Isla Fisher), ex-assistente de palco de Atlas; Merritt McKinney (Woody Harrelson) um "mentalista" que afirma ler o pensamento das pessoas e finalmente Jack Wilder (Dave Franco), um misto de mágico de rua e trombadinha.

Para desmascarar o grupo surge o ex-mágico Thaddeus Bradley (Morgan Freeman) que agora ganha a vida revelando ao público os grandes truques dos mágicos mais famosos dos EUA. No começo ele fica realmente intrigado com os Quatro Cavaleiros mas aos poucos vai descobrindo todos os seus mais secretos truques. Como as "mágicas" da trupe sempre envolvem dinheiro, bancos e roubos, eles logo caem na mira da polícia, onde o investigador Dylan Rhodes (Mark Ruffalo) tenta de todas as formas colocar as mãos nesses verdadeiros "artistas" da arte em desviar verdadeiras fortunas da noite para o dia. "Truque de Mestre" começa muito interessante. O roteiro aposta o tempo todo em uma trama inteligente, cheia de reviravoltas e surpresas para o espectador. O problema é que assim que os golpes vão sendo revelados a qualidade também decai. Acontece que as explicações são muito bobas, inverossímeis e sem nenhuma veracidade. O que parecia ser algo realmente inspirado vai aos poucos se revelando nada crível, forçado ao extremo. Certamente a produção tem bons momentos mas isso se dilui muito rapidamente. No elenco o destaque vai mais uma vez para Morgan Freeman. Basta sua presença para o espectador se esforçar mais em compreender tudo o que acontece. Pena que tanto estilo não esconda os inúmeros fios soltos que se sobressaem no desfecho do filme. Poderia ser muito melhor.

Truque de Mestre (Now You See Me, Estados Unidos, 2013) Direção: Louis Leterrier / Roteiro: Ed Solomon, Boaz Yakin / Elenco: Jesse Eisenberg, Mark Ruffalo,  Morgan Freeman, Michael Caine, Woody Harrelson, Isla Fisher, Dave Franco, Common / Sinopse: Quatro mágicos se unem e começam a aplicar grandes golpes em espetaculares shows em Las Vegas e Nova Iorque. A ousadia do grupo logo chama a atenção da polícia, do FBI e da Interpol.

Pablo Aluísio.

Sexta-Feira 13

No começo da década de 80 surgiu nos cinemas um filme que marcaria época nos anos seguintes, dando origem a uma das mais longas e produtivas franquias da história do cinema americano. Era "Sexta-Feira 13", o primeiro do que seria uma fila sem fim de produções usando como personagem principal o psicopata imortal Jason (uma miscelânea de vários serial killers da vida real com seus problemas emocionais, afetivos tudo desembocando para uma explosão de violência insana e sem sentido). Como não poderia deixar de ser tudo começa numa sexta-feira 13 de 1958. Em um acampamento de verão localizado na bonita região de Crystal Lake um casal de namorados é morto de forma misteriosa. Assim que a notícia se espalha o local ganha fama de amaldiçoado pelos moradores da região. Vinte anos depois um sujeito sem noção tem a péssima ideia de reabrir o local, dando reinicio a muitas mortes em série. É curioso perceber que um filme como "Sexta-Feira 13" não teria espaço em um grande estúdio de Hollywood se fosse lançado algumas décadas antes. Sua proposta era a de mostrar violência explícita, algo que seria inaceitável nos anos 60, por exemplo.

A partir do começo dos anos 70 as coisas começaram a mudar. Várias fitas apelavam para a violência mais crua e selvagem. "O Massacre das Serra Elétrica", por exemplo, não poupava mais o espectador. Era violento além dos limites. Isso acabou dando origem a um novo filão de filmes de terror denominados pela crítica da época de "slasher". Embora violentos as produções dessa época ainda estavam longe do banho de sangue que vemos atualmente em filmes como "Jogos Mortais" mas já eram considerados extremamente fortes na época de seus lançamentos. O diferencial sobre "Sexta-Feira 13" sobre tantos outros filmes semelhantes da época era que havia um grande estúdio por trás, a Paramount, que apostava no filme como um novo "Psicose", afinal o tema sobre psicopatas sangrentos não saía da mídia e sempre despertava o interesse do grande público. Tentando capitalizar essa audiência o estúdio investiu pesado em propaganda e divulgação e o resultado comercial não decepcionou. O lucro foi espetacular pois o filme custou meros 500 mil dólares (principalmente por ter um elenco de desconhecidos e produção barata) e faturou apenas em seu ano de estreia a bagatela de quase 40 milhões de dólares - um êxito espetacular para uma película de terror nesse estilo. O diretor e roteirista Sean S. Cunningham que vinha de uma sucessão de filmes inexpressivos tirou a sorte grande. Ao criar junto de seu roteiristas o personagem Jason Voorhees mal sabia ele que estava dando vida a um dos psicopatas mais famosos da cultura pop! Imortal é pouco em se tratando de Jason.

Sexta-Feira 13 (Friday the 13th, Estados Unidos, 1980) Direção: Sean S. Cunningham / Roteiro: Sean S. Cunningham, Victor Miller / Elenco: Betsy Palmer, Adrienne King, Jeannine Taylor, Kevin Bacon / Sinopse: Em um isolado e distante acampamento de verão uma série de mortes começam a confirmar a maldição que ronda o lugar.

Pablo Aluísio.

domingo, 25 de agosto de 2013

O Detonador

Sonni Griffith (Wesley Snipes) é um agente da CIA com uma nova missão: assegurar em segurança a ida para os EUA da testemunha Nadia Kaminski (Silvia Colloca) que está na mira de uma perigosa rede de traficantes internacionais. Sua localização porém logo chega aos ouvidos dos criminosos que fazem de tudo para eliminar Sonni e sua protegida. O vazamento logo demonstra que a informação muito provavelmente partiu da própria agência de inteligência dos Estados Unidos. Lutando contra tudo e todos o jogo da sobrevivência se torna muito mais perigoso para ele. "O Detonador" é mais um fita de ação estrelado pelo ator Wesley Snipes. A produção, bem modesta e simplória, não conseguiu abrir espaço dentro do mercado americano, não chegando a ser exibida nos cinemas, indo parar diretamente no mercado de venda direta ao consumidor.

Não é de se admirar que isso tenha acontecido. Embora tenha protagonizado muitos filmes populares principalmente na década anterior o fato é que a carreira de Wesley Snipes foi decaindo cada vez mais nos últimos anos, até o ponto em que ele estrelou filmes desse tipo, sem qualquer repercussão maior, nem entre os admiradores do gênero. Os problemas legais que enfrentou também não ajudaram em nada numa pretensa retomada rumo ao sucesso perdido. Devendo uma verdadeira fortuna ao fisco americano o ator acabou tendo que dividir seu tempo entre os sets de filmagens e os tribunais. Na ânsia de ganhar dinheiro rápido, em pouco tempo ele acabou se sujeitando a entrar em projetos como esse, que no fundo não tem qualquer interesse. Mesmo assim se você curte o trabalho de Snipes então dê uma chance. Certamente não encontrará nada de muito relevante mas pelo menos não deixará passar mais essa fitinha em sua carreira. Afinal fã que é fã encara não apenas os bons momentos mas os maus também...

O Detonador (The Detonator, Estados Unidos, 2006) / Direção: Po-Chih Leong / Roteiro:  Martin Wheeler / Elenco: Wesley Snipes, Silvia Colloca, Tim Dutton, William Hope, Matthew Leitch, Bogdan Uritescu  / Sinopse: Agente da CIA (Snipes) tenta manter viva uma importante informante e testemunha que será peça chave na prisão de um poderoso grupo internacional de tráfico de drogas.

Pablo Aluísio.

A Morte do Demônio

Cinco jovens acabam chegando numa cabana abandonada no meio da floresta. O lugar parece estar vazio há muitos anos mas algo chama a atenção de alguns deles. Um velho gravador e um livro chamado "Livro dos Mortos" acabam virando o foco da conversa. Ao ligar o velho gravador eles começam a ouvir uma narração em uma língua estranha que desconhecem. Em pouco tempo entenderão que acabaram de libertar poderosas forças do mal. Pouco a pouco cada um dos jovens começa a ser possuído, exceto Nash, que terá que lutar com as armas que possui contra todas essas manifestações sobrenaturais. Começa assim "Evil Dead" um dos maiores clássicos do terror americano. Filme rodado com produção mais do que modesta que acabou agradando em cheio ao público por causa de sua crueza temática e fortes imagens de possessão e delírio. Claro que por ter sido tão imitado por tantos anos o primeiro filme "A Morte do Demônio" pode ser considerado ultrapassado e datado nos dias de hoje mas isso depende do ponto de vista de cada um.

O curioso é que não apenas os atores eram jovens mas o diretor também. Sam Raimi tinha apenas 22 anos quando começou a filmar "Evil Dead" com apenas 600 mil dólares, uma quantia irrisória para os padrões de Hollywood. Com custo mínimo e contando com a ajuda dos atores - que eram todos seus amigos - ele acabou revolucionando o gênero que andava sem criatividade e ideias inovadoras desde "O Exorcista". Raimi usou ousadas tomadas de cena e levou até as últimas consequências a chamada visão subjetiva, que colocava o espectador praticamente dentro do enredo. O filme causou polêmica em seu lançamento chegando a ser proibido em alguns países europeus, entre eles a Inglaterra, mas ganhou status de cult quando finalmente chegou no mercado de vídeo. Revisto hoje em dia mantém o impacto, tanto que chegou a dar origem a duas sequências e a um remake, mas todos eles empalidecem diante desse "Evil Dead" original que sem dúvida é um grande filme de terror.

A Morte do Demônio (Evil Dead, Estados Unidos, 1981) Direção: Sam Raimi / Roteiro: Sam Raimi / Elenco: Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Richard DeManincor / Sinopse: Cinco jovens acabam libertando terríveis forças do mal em uma cabana isolada no meio da floresta.

Pablo Aluísio.

Sem Dor, Sem Ganho

Daniel Lugo (Mark Wahlberg) é um personal Trainer em Miami. Apesar de trabalhar em uma das melhores academias da cidade ele se sente frustrado pois percebe que jamais conseguirá ter fama e dinheiro naquele emprego. Em sua visão distorcida ele é um vencedor e merece muito mais do que aquilo que possui. Para tornar o sonho americano uma realidade ele começa a criar uma ideia mirabolante na cabeça. Um de seus clientes costuma lhe contar a vida de luxos e riquezas em que vive e isso desperta a cobiça de Lugo. Assim Danny resolve se unir a um ex-presidiário convertido ao cristianismo, Paul Doyle (Dwayne Johnson), e a um outro amigo fisiculturista, Adrian Doorbal (Anthony Mackie), para dar início a um plano criminoso. Eles planejam sequestrar o empresário para forçar ele a passar todo o seu dinheiro e patrimônio para o grupo. O problema é que o trio além de não ter noção sobre nada ainda consegue cometer todos os erros possíveis e imagináveis na execução do sequestro. Depois, sedentos por mais dinheiro, cometem um erro grosseiro contra o chamado Rei do Pornô da cidade e sua esposa. Algo que sai completamente errado. A partir daí acabam virando alvo do departamento de polícia de Miami que junto a um experiente detetive (interpretado por Ed Harris) pretende colocar o grupo criminoso atrás das grades. 

Duas coisas chamam a atenção nesse filme "Sem Dor, Sem Ganho". A primeira é a de que a história é baseada em fatos reais. Esse grupo de fisiculturistas de Miami cometeu todos os tipos de chantagens, extorsões e homicídios possíveis, mesmo sem ter qualquer noção de como isso seria feito. A cada erro cometido eles tinham que dar um jeito na base do improviso, levando a outros crimes e mais a outros, numa montanha russa sem fim. O curioso de tudo isso é perceber que a Polícia de Miami levou muito tempo para se interessar pelo caso. Enquanto isso eles começaram a levar uma vida de luxos e excessos na parte rica da cidade. Olhando sob um ponto de vista crítico o trio nada mais queria do que levar uma vida de ricaços, mesmo que isso significasse cometer todos os tipos de crimes. A segunda coisa que chama muito a atenção é o fato do filme ter sido dirigido por Michael Bay. Nada de Transformers ou monstros destruindo cidades. Aqui Bay ousou sair de sua linha tradicional, se contentando em lidar com uma história real, sem nenhum traço de efeitos digitais em excesso. Infelizmente também comete seus exageros ao mostrar tudo de forma histérica, alucinada, em certos momentos. O que salva o filme no final das contas é a diversão pois Bay resolve injetar uma dose extra de humor negro no desenvolvimento do que mostra na tela. O resultado é sem dúvida seu melhor trabalho no cinema até o momento, quem diria...

Sem Dor, Sem Ganho (Pain & Gain, Estados Unidos, 2013) Direção: Michael Bay / Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely / Elenco: Mark Wahlberg, Dwayne Johnson, Anthony Mackie, Ed Harris / Sinopse: Um grupo de fisiculturistas de Miami resolve subir na vida a todo custo. Após sequestrar um empresário bem sucedido eles começam a cometer uma série de crimes sem fim. Apenas um detetive obstinado poderá deter a gangue de criminosos.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de agosto de 2013

O Fugitivo

O Dr. Richard Kimble (Harrison Ford) é um respeitado cirurgião que se vê envolvido numa trama diabólica. Ele é acusado injustamente de ter assassinado a própria esposa. Para piorar várias evidências apontam para sua participação no crime. Como ninguém acredita em sua versão não resta outra alternativa para o médico senão escapar da prisão, se tornando assim um fugitivo que ao mesmo tempo em que tenta fugir das garras da lei procura pelo verdadeiro autor da morte de sua mulher. Temos aqui uma adaptação de uma famosa série americana que bateu todos os recordes de audiência em sua exibição original na TV CBS naquele país. Nos episódios televisivos o personagem do Dr. Kimble era interpretado pelo ator David Janssen que fez fama e fortuna com o papel. Exibida em quatro temporadas, que durou de 1963 a 1967, "O Fugitivo" parou os Estados Unidos em seu episódio final quando finalmente os telespectadores ficaram finalmente conhecendo a identidade do verdadeiro criminoso.

Já essa adaptação para o cinema da antiga série cumpre seus objetivos. Embora fosse extremamente complicado adaptar uma estória que durou tantos episódios na TV o resultado final se mostrou bem satisfatório. O diretor do filme, Andrew Davis, optou por valorizar mais a ação do que propriamente os dramas pessoais dos personagens (que era o forte da série). O resultado é um filme ágil, movimentado e bem articulado. Outro ponto alto é o trabalho de Tommy Lee Jones, fazendo o tipo durão e obstinado, estilo de interpretação que iria sedimentar seu caminho para o sucesso anos depois. Já Harrison Ford segue em frente em uma das melhores fases de sua carreira quando conseguiu emplacar vários sucessos de bilheteria em sequência. Enfim, não resta dúvida que "O Fugitivo" é um ótimo entretenimento, com o melhor do cinema de ação do cinema americano da década de 90.

O Fugitivo (The Fugitive, Estados Unidos, 1993) Direção: Andrew Davis / Roteiro: Jeb Stuart, David Twohy / Elenco: Harrison Ford, Tommy Lee Jones, Sela Ward, Julianne Moore / Sinopse: Adaptação para o cinema da famosa série de TV da década de 60, "O Fugitivo". Aqui Harrison Ford interpreta o personagem Dr. Richard Kimble (Harrison Ford), um respeitado cirurgião que é acusado injustamente de matar sua própria esposa.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Brigada 49

Depois de 11 de setembro de 2001 os bombeiros americanos, que já tinham status de salvadores e guardiões da sociedade, ganharam ainda mais credibilidade junto ao público em geral se tornando verdadeiros heróis. De fato os atos de bravura e heroísmo que todo o mundo presenciou naquela manhã no WTC consolidaram ainda mais na mente das pessoas essa imagem. Não tardaria para o cinema explorar esse filão. Um dos mais interessantes filmes feitos sobre os bombeiros americanos foi esse "Brigada 49". O foco do roteiro não se concentrava apenas nas cenas de ação, salvamentos e incêndios mas também na vida pessoal desses profissionais. Assim o argumento acaba girando em torno de dois personagens principais, o veterano capitão Mike Kennedy (John Travolta) e o bombeiro Jack Morrison (Joaquin Phoenix, como sempre atuando bem).

Como não poderia deixar de ser vários bombeiros reais se uniram aos atores para dar maior veracidade nas cenas de fogo. Uma delas causou até mesmo transtorno na cidade de Baltimore. Acontece que um dos incêndios do filme foi tão bem recriado e encenado que moradores locais chegaram ao ponto de chamar os bombeiros de verdade da cidade, que foram prontamente acionados, chegando no set de filmagens pensando tratar-se de um evento real. Travolta está como sempre em seu modo habitual. Meio sem levar muita coisa à sério, mas sem prejudicar o filme. Ele chegou a improvisar diversas cenas, criando e  usando muitos cacos, como na sequência em que bebe em um bar da cidade. Em termos de elenco o destaque vai mesmo para Joaquin Phoenix que se preparou para seu papel, passando mais de um mês fazendo treinamento de fogo com os bombeiros da décima brigada de Baltimore. Enfim, temos aqui um bom entretenimento. Para finalizar quero deixar a dica da série "Chicago Fire" que atualmente está em exibição nos EUA e no Brasil pelos canais a cabo. O mesmo universo dos bombeiros é explorado tal como vemos nesse filme. Dessa forma se o assunto lhe chama a atenção então não deixe de conferir também o seriado do canal ABC.

Brigada 49 (Ladder 49, Estados Unidos, 2004) Direção: Jay Russell / Roteiro: Lewis Colick / Elenco: John Travolta, Joaquin Phoenix, Morris Chestnut, Robert Patrick, Balthazar Getty, Jay Hernandez / Sinopse: A vida e o cotidiano de dois bombeiros da Brigada 49. Suas lutas profissionais e pessoais são mostradas nesse filme realizado em homenagem a esses profissionais que arriscam todos os dias suas vidas em benefício da sociedade.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O Último Grande Herói

Arnold Schwarzenegger foi um dos mais populares atores de filmes de ação da década de 80. Rivalizando com Stallone ele colecionou uma série de grandes sucessos de bilheteria. Tudo caminhava muito bem até que Arnold resolveu que queria suavizar um pouco sua imagem de herói de ação durão e violento. Primeiro ele realizou a divertida comédia "Irmãos Gêmeos" e outras pequenas fitas centradas em muito bom humor. O que Schwarzenegger não dizia publicamente era que tinha pretensões políticas e por isso procurava cada vez mais trocar as atuações truculentas por personagens divertidos, bem humorados, com charutão acesso e largo sorriso no rosto. Sua aposta mais ousada nessa direção foi esse "O Último Grande Herói". Um filme diferente, com uma idéia peculiar, que procurava satirizar os próprios filmes de ação que fizeram a fama do ator austríaco.

O problema é que "O Último Grande Herói" exigia uma cumplicidade muito grande do público. E os espectadores que sempre foram fãs das fitas de Arnold Schwarzenegger não compraram a idéia de ver um filme em tom de sátira descarada onde o antigo herói de ação tentava tirar onda em cima do mesmo filão que o tornou um astro. Assim o estúdio ficou com uma dinamite nas mãos. Uma produção de quase 100 milhões de dólares, com campanha de marketing agressiva (até ônibus espaciais da Nasa foram alugados para divulgar o filme) que simplesmente foi rejeitado pelo público de forma veemente. O fracasso foi enorme e "Last Action Hero" afundou de forma estrondosa. O prejuízo obviamente respingou feio na credibilidade de Arnold Schwarzenegger, que deixou de ser infalível (e imbatível) nas bilheterias. Já o diretor John McTiernan pagou caro pelo péssimo retorno comercial. Aclamado como um dos melhores cineastas de ação viu sua carreira afundar junto com o filme. Ficou a lição: nunca cuspa no prato que um dia comeu!

O Último Grande Herói (Last Action Hero, Estados Unidos, 1993) Direção: John McTiernan / Roteiro:  Zak Penn, Adam Leff / Elenco: Arnold Schwarzenegger, F. Murray Abraham,  Anthony Quinn / Sinopse: Um jovem fã de filmes de ação acaba entrando em um mundo paralelo onde passa a viver grandes aventuras ao lado de seu grande ídolo.

Pablo Aluísio.

A Noite dos Arrepios

Na década de 80 surgiram alguns filmes deliciosamente trashs que tentavam, pelo menos em intenção, recriar o clima de antigos filmes de terror sci-fi dos anos 50. Um dos maiores exemplos desse tipo de produção foi esse "A Noite dos Arrepios", um terror com claro sabor da década de 50 que conseguiu ganhar certa notoriedade entre os fãs de terror - chegando inclusive a ser lançado nos cinemas brasileiros na época! A cena de abertura já mostrava bem a intenção do filme. Um casal de namorados numa noite qualquer de 1959 acaba ficando surpresa com uma forte luz vinda do espaço. Procurando investigar do que se trata o jovem acaba desencadeando uma série de eventos que colocará toda a humanidade em perigo! Vinte sete anos depois dois estudantes acabam encontrando em um laboratório o corpo do jovem namorado da década de 50. Ele havia sido exposto a um processo de congelamento após uma série de estudos para entender o que teria acontecido. Não precisa ser vidente para descobrir que algo muito sinistro se encontra naquele corpo há muito armazenado.

Os monstros espaciais aqui não se parecem nada com os Aliens da famosa série de Sigourney Weaver. Para falar a verdade mais parecem pequenos vermes, sanguessugas, do que qualquer outra coisa. O diretor de "A Noite dos Arrepios" foi Fred Dekker, nome bem conhecido de quem acompanhou os filmes de terror da época. Ele dirigiria entre outros alguns episódios do ótimo "Contos da Cripta" e em 1993 assumiria a franquia Robocop ao dirigir o terceiro filme da série. Assim fica a dica desse divertido e saudosista "A Noite dos Arrepios", um filme dos anos 80 com as nuances dos antigos filmes de monstros vindos do espaço da década de 50. Mais nostalgia impossível.

A Noite dos Arrepios
(Night of the Creeps, Estados Unidos, 1986) Direção: Fred Dekker / Roteiro: Fred Dekker / Elenco: Jason Lively, Tom Atkins, Steve Marshall / Sinopse: Estranhas criaturas vindo do espaço começam a dominar uma pequena cidade americana. Garotas, seus namorados chegaram, só que eles estão mortos!

Pablo Aluísio.

Bem-vindo aos 40

Pete (Paul Rudd) está vivendo a semana que antecede seu aniversário de 40 anos. Casado, com duas filhas, uma menor e uma adolescente, ele passa por várias crises. A primeira é emocional. A paixão pela esposa parece ter desaparecido. As brigas são cada vez mais comuns e pouco sobrou do antigo relacionamento. Agora tudo é rotina (e das mais chatas). Para manter a chama sexual acessa apela para o uso frequente de Viagra, o que piora ainda mais para o seu lado já que ela se sente ofendida com isso. A outra crise é financeira. Desempregado, ele resolveu abrir uma gravadora especializada em veteranos do rock, um selo retrô. O problema é que com a Internet praticamente mais ninguém paga por música e assim ele vai percebendo que sua empresa em breve irá abrir falência. Para piorar ele e sua esposa não conseguem abrir uma boa linha de diálogo com sua filha adolescente revoltada que passa os dias no computador assistindo a série "Lost". Como se tudo isso não fosse complicado o suficiente sua mulher (que também tem mais de 40 anos mas nega a idade) acaba descobrindo que está grávida! Confusão pouca é bobagem.

Apesar da sinopse cheia de drama e problemas esse "Bem-vindo aos 40" investe mesmo é no humor. Muitas vezes aquele tipo de hilariedade que nasce da desgraça alheia, é verdade, mas mesmo assim humor, bem divertido aliás. Como convém aos filmes assinados por Judd Apatow, esse aqui também apela em certos momentos (Piadas sobre flatulência? Confere! Escatologia? Confere!) mas no geral todos esses pecados são cometidos em nome da diversão. O personagem Pete, interpretado pelo ator Paul Rudd, já deu as caras no cinema antes, no filme "Ligeiramente Grávidos". Só que lá o casal era mero coadjuvante do enredo principal e aqui eles ganham muito mais destaque, afinal de contas o filme é todo centralizado neles, nas pequenas tragédias cotidianas e na chatice de um casamento que já deu o que tinha que dar. Por falar em coadjuvantes dois nomes do elenco de apoio no filme ajudam a manter o interesse. O primeiro é John Lithgow como um pai ausente por anos que mal conhece sua filha. Cirurgião rico e famoso ele não leva o menor jeito para relacionamentos familiares. Outro destaque vai para Megan Fox. Ela interpreta uma funcionária de uma lojinha de roupas gostosona (pra variar) que acaba confessando para a patroa que também é garota de programa (mas segundo suas próprias palavras isso não seria prostituição pois ela só faz "no máximo" uns 30 ou 40 programas por ano!). Bem engraçado. Depois de assistir um filme assim você vai entender porque o número de divórcios não pára de crescer lá nos EUA e aqui no Brasil. Como diria o ditado ser casado é como matar um leão todos os dias. Haja paciência!

Bem-vindo aos 40 (This Is 40, Estados Unidos, 2012) Direção: Judd Apatow / Roteiro: Judd Apatow / Elenco: Paul Rudd, Leslie Mann, Megan Fox, John Lithgow, Maude Apatow / Sinopse: Homem chega aos 40 anos cheio de problemas financeiros, familiares e emocionais. Tentando sobreviver a maré ruim ele resolve dar uma festa para si mesmo em seu aniversário.

Pablo Aluísio.