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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Vidas em Alerta

Esse filme traz mais um daqueles roteiros em mosaico. Várias histórias paralelas são mostradas, sem nenhuma ligação aparente entre si. Tudo passado em um futuro próximo. O fio condutor do roteiro é a história do astronauta que fica vagando no espaço após uma tempestade elétrica no espaço. Ele estava consertando um satélite quando é atingido em cheio. Em volta dessa situação limites todos os demais personagens são apresentados. Uma das mais interessantes é uma jovem mulher que usa um aparelho e um aplicativo chamado "Deus". Todos os dias pela manhã ela precisa que "Deus" lhe traga alguma frase motivacional, de auto ajuda. Sem isso ela não consegue ter nem ânimo para sair da cama. Tudo vai bem até o dia que o aparelho quebra. E agora, como ela ficará sem "Deus"? Em outra história interessante um vendedor de robôs usados fica sem saber o que fazer com um velho modelo. Um robô com boa conversação, humor negro, mas algo antigo que ninguém se interessa mais. Provavelmente ele será enviado para o ferro velho.

O filme é uma ficção que se passa em 2028. O curioso é que foi o primeiro filme que assisti que faz referência ao Covid-19. Durante uma viagem de carro um dos personagens liga o rádio, onde está passando as notícias. E uma delas diz que a OMS já está tomando todas as providências para um novo surto de "Covid-28". Sinceramente falando dá um certo arrepio nesse momento já que é uma história ficcional sim, mas com toda a pinta de futuro plausível. Por fim só achei fraco mesmo o final do filme. Me soou sem novidades, apelativo e sem muito sentido. Algo que já foi usado recentemente, de maneira mais talentosa, em filmes como "Não Olhe Para Cima". Com isso o final que deveria ter maior impacto pareceu ser apenas mais do mesmo. Bola fora, realmente.

Vidas em Alerta (Warning, Estados Unidos, 2021) Direção: Agata Alexander / Roteiro: Agata Alexander, Jason Kaye / Elenco: Thomas Jane, Rupert Everett, Alice Eve, James D'Arcy, Patrick Schwarzenegger / Sinopse: Um astronauta fica perdido no espaço enquanto vidas humanas seguem em seu curso natural em um planeta Terra prestes a chegar ao seu final definitivo.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

De Volta à Itália

Liam Neeson interpreta um pintor de quadros que mora em Londres. Após anos, ele é finalmente procurado por seu filho. O rapaz quer que uma velha casa que seu pai possui na Toscana seja vendida. Ele quer comprar a galeria de arte de sua esposa, agora que o casamento está afundando. Precisa de dinheiro urgentemente. Inicialmente o pai concorda com o pedido do filho, afinal a casa é dele e está abandonada. Assim ambos viajam até a Itália. Encontram a velha casa caindo aos pedaços, precisando de reformas. Do jeito que se encontra, não há como vender. Então eles começam a reformar o lugar. E nesse processo velhas lembranças vão surgindo. O personagem interpretado por Neeson é viúvo, sua esposa morreu em um acidente de carro anos atrás e ali naquela casa ele teve momentos felizes ao seu lado. Conforme vão pintando e arrumando a casa, ela recomeça a brilhar e dúvidas surgem se vale mesmo a pena vender aquela parte de seu próprio passado.

Filme bom. O Liam Neeson deu um tempo em seus filmes de ação para protagonizar esse drama. Não é complicado de entender. Assim como seu personagem no filme ele também perdeu sua esposa. E em sua vida real também procurou se curar pintando, naquela chamada terapia da pintura. Assim a identificação foi completa. O filme, apesar do tema recorrente sobre perdas e mortes, até que surge bem leve na tela. A natureza da Toscana nunca decepciona, sempre valorizando a fotografia de qualquer filme que é rodado por lá. No mais o ator está muito bem em cena, inclusive nas cenas mais dramáticas. Gostei bastante de seu desempenho emocional e contido nas doses certas.

De Volta à Itália (Made in Italy, Inglaterra, Itália, 2020) Direção: James D'Arcy / Roteiro: James D'Arcy / Elenco: Liam Neeson, Gian Marco Tavani, Yolanda Kettle, Valeria Bilello / Sinopse: Filho pede ao seu pai que venda uma velha casa na Toscana, na Itália, que está há anos abandonada. Ao viajarem para lá reencontra a antiga casa do passado e suas memórias envolvendo a esposa que faleceu de um acidente de carro. Os anos felizes do passado ressurgem em sua mente e em seu coração.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Those Who Kill / Outsiders

Those Who Kill 1.03 -  Rocking the Boat Estou no comecinho dessa série. Ainda estou me familiarizando com os personagens. Recapitulando os episódios anteriores: uma garota é brutalmente assassinada em um beco sujo, com fortes pancadas ao lado de um depósito de lixo. Inicialmente as investigações levam a um jovem, criado em um lar adotivo, cheio de problemas pessoais mas ele é encontrado morto debaixo de uma ponte. Provável suicídio. Nesse episódio as coisas ficam mais claras. Entra em cena uma suspeita, uma garota muito perturbada que tem acessos de fúria. A personagem principal dessa série é a policial do departamento de homicídios Catherine Jensen (Chloë Sevigny). Confesso que ela me lembrou de outra personagem de tira feminino, a investigadora Sonya Cross de "The Bridge" (ainda falarei sobre essa boa série também em breve). Assim como a outra detetive essa também tem problemas emocionais, não consegue firmar relacionamentos sérios e duradouros e resolve o problema da falta de uma vida sexual de forma bem pragmática! Só vendo para crer. Ainda é cedo para dizer se "Those Who Kill" terá vida longa  ou se vai sobreviver dentro do competitivo mercado televisivo americano, o que posso antecipar é que pelo menos por enquanto os episódios estão bem interessantes. /  Those Who Kill 1.03 -  Rocking the Boa (EUA, 2014) Direção: Phil Abraham / Roteiro: Glen Morgan, Elsebeth Egholm / Elenco: Chloë Sevigny, James D'Arcy, James Morrison

Those Who Kill 1.06 - Always After
Cada dia vai ficando melhor. Como se sabe a personagem principal é a policial Catherine Jensen (Chloë Sevigny). Ela carrega muitos traumas da infância porque foi abusada por seu próprio pai. Assim quando surge um novo caso envolvendo um histórico semelhante, ela fica fora de si. Uma família é encontrada morta e todas as pistas levam a crer que foram assassinados pelo próprio pai, um sujeito também abusivo e insano. Conforme as investigações vão ocorrendo algo novo surge no ar, provando que Catherine precisa cada vez mais tentar separar sua vida profissional da pessoal. Essa última aliás é um desastre completo, já que ela não consegue manter um relacionamento sólido com nenhum homem, se dando no máximo a oportunidade de uma transa casual, quando lhe convém, mas sempre sem envolvimento nenhum, tudo realizado com uma carga enorme de distância emocional. Chamo atenção para o trabalho da atriz Chloë Sevigny. Ela tem aquele tipo de rosto bem marcante, que usa para expressar toda o conflito interno de sua alma. Uma série que se continuar sendo tão bem trabalhada como tem mostrado os últimos episódios poderá certamente surpreender e muito ao público. / Those Who Kill - Always After (EUA, 2014) Direção: Stefan Schwartz / Roteiro: Glen Morgan, Elsebeth Egholm / Elenco: Chloë Sevigny, James D'Arcy, James Morrison.

Those Who Kill 1.07 - A Safe Place
Esse episódio foi um dos melhores que assisti da série até hoje! Para quem ainda não conhece "Those Who Kill" é um drama policial centrado na figura da detetive Catherine Jensen (Chloë Sevigny) do Departamento de Polícia de  Pittsburgh, na Pennsylvania. Ela tem um passado terrível para lidar porque seu padrasto era abusivo em relação a ela durante sua infância. Juiz rico e poderoso, se escondia atrás de seu status para que ninguém ficasse sabendo da verdade, pois era na realidade um pedófilo contumaz. Para piorar ainda mais o quadro, tudo indica que ele foi o responsável pela morte de seu jovem irmão, quando era apenas um garoto. Enquanto não consegue juntar todas as provas para condená-lo, ela segue seu trabalho como investigadora. Agora tem um crime assustador para resolver. No episódio anterior toda uma família foi encontrada assassinada. Inicialmente pensou-se que o pai teria sido o responsável, porém pistas levaram a outro caminho. Na cena do crime foram encontrados traços de Alumina, um componente bastante usado em reformas de casas. Na residência ao lado estava havendo uma reforma, o que faz com que Jensen passe a investigar os trabalhadores daquela obra. Uma decisão bastante acertada. Em pouco tempo ela chega na pessoa de Rodney Bosch (Rodney Rowland), um sujeito com graves problemas mentais. Ele inclusive foi demitido por estar "espionando" a esposa do dono da casa que estava sendo reformada. Maior suspeito certamente não haveria de existir. Seguindo as pistas Jensen descobre mais: ele teria sido responsável pela falência da empresa de construção civil que herdara do pai. Depois disso, em um surto psicótico acabou matando sua própria família. Não precisa ser muito perspicaz para entender que o sujeito era mesmo forte candidato a ser o assassino. O clímax desse episódio é excelente, com Jensen tentando salvar a vida de uma outra família que cai nas garras do psicopata. Enquanto ela tenta entrar em sua mente um atirador de elite se posiciona do lado de fora da casa! Suspense e tensão em doses exatas. Então é isso, "Those Who Kill" tem se revelado cada vez mais como uma ótima pedida para que gosta de séries policiais mais dramáticas, que explorem psicologicamente melhor seus personagens, trazendo com isso mais conteúdo nos roteiros. / Those Who Kill 1.07 - A Safe Place (EUA, 2014) Direção: Sam Miller / Roteiro: Glen Morgan, Elsebeth Egholm / Elenco: Chloë Sevigny, James D'Arcy, James Morrison, Bruce Davison.

Those Who Kill 1.08 - Insomnia
Uma nova droga está nas ruas. Uma variação agressiva do Ecstasy. Após um jovem literalmente pular pela janela de um prédio durante uma rave, logo após ingerir algumas doses dessa substância, a detetive Catherine Jensen (Chloë Sevigny) é designada para resolver o caso. Não vai ser fácil, até porque sua própria vida pessoal está completamente caótica. Jensen não consegue manter um relacionamento sério e duradouro com os homens em geral (fruto do fato de ter sofrido e presenciado abusos sexuais cometidos por seu padrasto pedófilo  contra seu irmão mais jovem durante sua conturbada infância). Traumas desse tipo são levados para o resto da vida. Para piorar Jensen resolve confrontar sua mãe sobre tudo o que aconteceu no passado, mas antes dessa conversa acontecer ela acaba sofrendo um AVC. Some-se a isso o fato de um serial killer insano e torturador estar à solta e você entenderá porque "Those Who Kill" pode ser considerada uma das melhores séries policiais da atualidade. O mundo cão nunca teve tintas tão ousadas. / Those Who Kill 1.08 - Insomnia (EUA, 2014) Direção: John David Coles / Roteiro: Glen Morgan, Elsebeth Egholm / Elenco: Chloë Sevigny, James D'Arcy, James Morrison.

Outsiders 1.01 - Farrell Wine
Conferi o episódio piloto dessa nova série chamada "Outsiders". Nos estados sulistas americanos há um tipo de caipira mais isolado, que vive nas montanhas, tendo pouco ou nenhum contato com as cidades, ou como queiram, a civilização. Em cima disso criou-se o enredo dessa série. Os caipiras aqui não são apenas esquisitos, diferentes, mas extremamente incivilizados. Eles rejeitam o uso de dinheiro e quando descem na cidade só o fazem para roubar bens e alimentos. Quase selvagens completos. Curiosamente os roteiristas deixaram várias insinuações no meio do caminho, que não sei se serão levadas em frente, como a de que todos eles seriam também lobisomens! Imagine você, que coisa... Mesmo assim o primeiro episódio não é ruim. Há um tira de cidade pequena que evita ter que lidar com a caipirada violenta, mas que mais cedo ou mais tarde terá que enfrentá-los pois uma ordem de despejo foi emitida pela justiça do condado. A montanha em que vivem tem uma grande reserva de carvão e pertence a uma rica companhia que os querem tirar de lá, o mais rapidamente possível. O elenco é formado quase que exclusivamente por desconhecidos, com exceção do ator David Morse. Outro aspecto digno de nota é que a matutada usa carros e veículos envenenados, como se fossem uma versão caipira das montanhas de "Mad Max"! Por ser tão diferente vale a pena acompanhar a série para ver no que tudo isso vai dar. Pelo menos tentaram sair um pouco do convencional. / Outsiders 1.01 - Farrell Wine (EUA, 2016) Direção: Adam Bernstein / Roteiro: Peter Mattei / Elenco: David Morse, Joe Anderson, Gillian Alexy.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Dunkirk

Historicamente a retirada de Dunquerque foi um dos momentos mais cruciais da II Guerra Mundial. Os britânicos e franceses se viram cercados por forças nazistas e tiveram que abandonar às pressas uma região importante em termos de estratégia. O Primeiro Ministro Churchill preferiu a retirada ao invés de perder seus batalhões. Um passo atrás para no futuro continuar a avançar rumo à vitória. Esse evento já virou filme antes, bons filmes aliás, como "Tobruk" e "A Retirada de Dunquerque", dois clássicos do cinema de guerra. Agora o cineasta Christopher Nolan (da excelente trilogia do Batman) resolveu voltar para aquelas praias cercadas pelo inimigo.

O roteiro é direto ao ponto. Quando o filme começa vemos um jovem soldado inglês escapando por pouco dos tiros dos alemães. Eles parecem estar em todos os lugares (mas curiosamente nunca surgem na tela). Após quase morrer, o soldado finalmente consegue ir para a sua linha de combate. Assim como ele, milhares de outros soldados esperam a chegada dos navios da armada inglesa para irem embora de Dunquerque, afinal a ordem de retirada já foi dada e eles não possuem mais nada a fazer ali, a não ser sobreviver. Os navios porém não parecem chegar nunca. A força aérea da Alemanha nazista (a temida Luftwaffe) faz dos indefesos soldados estacionados naquela praia alvos fáceis. 

Três caças ingleses então são enviados, mas a jornada até as praias de Dunquerque se torna complicada. O roteiro também abre espaço para o esforço de guerra do homem comum. Na história vemos ingleses, cidadãos normais, usando seus barcos particulares para resgatarem o maior número possível de soldados. Um momento realmente impactante de heroísmo das pessoas simples, que tentam ajudar de alguma forma no front de batalha. Nolan assim usa três linhas narrativas para contar a história de seu filme. A do jovem soldado que espera ser resgatado nas praias de Dunquerque, a dos pilotos que lutam nos céus contra os inimigos para salvar os homens do exército e finalmente a das pessoas comuns, civis, que usam seus próprios barcos para ajudar de alguma forma na retirada. Tudo muito bem conduzido, com ótimas cenas de batalha, em especial com os caças da linha Spitfire, símbolos máximos da eficiência da RAF (A força aérea real inglesa) na guerra. Nolan também acerta em realizar um filme enxuto, que conta sua história de forma honesta, eficiente, sem encher a paciência do espectador com coisas desnecessárias. Desde "O Resgate do Soldado Ryan" não tinha assistido a um filme da II Guerra Mundial tão bem realizado. Está mais do que recomendado. 

Dunkirk (Dunkirk, Estados Unidos, Inglaterra, França, Holanda, 2017) Direção: Christopher Nolan / Roteiro: Christopher Nolan / Elenco: Tom Hardy, Kenneth Branagh, James D'Arcy, Cillian Murphy, Fionn Whitehead, Barry Keoghan, Mark Rylance / Sinopse: O filme mostra a retirada nas praias de Dunquerque das forças inglesas e francesas sob o ponto de vista de três personagens principais: um jovem soldado inglês, um piloto de caça da RAF e um homem mais velho, veterano, que usa seu pequeno barco para resgatar o maior número possível de soldados daquele cerco armado pelas forças nazistas. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Direção (Christopher Nolan) e Melhor Trilha Sonora (Hans Zimmer).

Pablo Aluísio. 

sábado, 26 de abril de 2014

O Exorcista - O Início

Título no Brasil: Exorcista - O Início
Título Original: Exorcist - The Beginning
Ano de Produção: 2004
País: Estados Unidos
Estúdio: Morgan Creek Productions, Dominion Productions
Direção: Renny Harlin
Roteiro: William Wisher Jr, baseado na obra de William Peter Blatty
Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D'Arcy

Sinopse:
Uma igreja católica é encontrada nas areias do deserto de uma região inóspita e desconhecida da África. A construção datada do século V intriga os pesquisadores. O Vaticano então envia o jovem Padre Francis para a região e lá ele acaba encontrando Merrin, um outro sacerdote católico que passa por uma profunda crise de fé e que agora se dedica a pesquisas arqueológicas. O que inicialmente parece ser um templo dedicado ao anjo Gabriel acaba se revelando algo mais, um lugar misterioso, de passado tenebroso, que parece esconder sua verdadeira origem diabólica.

Comentários:
Alguns filmes merecem uma segunda chance. Esse "Exorcista - O Início" foi tão malhado! Não merecia, pois acho um grande filme, sim, isso mesmo, filmaço! Além de contar os primórdios do diabo de "O Exorcista" o filme ainda conta uma bela história de perda e recuperação da fé em Deus. O padre Merrin perdeu sua fé em Deus por causa de um massacre promovido por nazistas no qual ele foi colocado na péssima posição de escolher quem iria morrer e quem iria viver entre aquelas pessoas inocentes. A crueldade, tão típica do regime nazista, deixa perplexo o religioso que clama pela presença de Deus ali. O oficial nazista então lhe diz uma frase marcante que irá abalar sua fé: "Padre, Deus não está aqui!". Depois disso Merrin vagou pelo mundo em busca de algum sentido para sua vida. Os anos passam. A arqueologia lhe trouxe algumas respostas pois era algo concreto. Então ele acaba aceitando a oferta de ir até um lugar distante na África onde uma Igreja católica de 1.500 anos foi encontrada. Dedicada ao Anjo Gabriel o lugar é completamente sinistro, sem altar, com apenas quatro estátuas enormes de anjos que parecem apontar suas lanças para um lugar central logo abaixo do tomo. É lá que Merrin irá encontrar respostas não apenas para o real significado da construção daquele local, mas também sobre a crise de fé pelo qual passa.

Achei ótimo o uso da lenda dos anjos decaídos (Lúcifer e seus comparsas) nesse roteiro. Foi um fio da meada perspicaz que acabou ligando tudo. A amostragem do passado, com cavaleiros cruzados em grandes massacres também foi muito bem inserida no roteiro. Os dois padres representam os dois lados opostos do sacerdócio, colocando em relevo a figura de um padre jovem e idealista, enviado pelo Vaticano, e a de um veterano, o próprio Merrin que está em uma crise de fé tão profunda que sequer quer mais ser chamado de padre! O filme perde um pouquinho o charme quando Sarah é finalmente possuída pelo demo mas temos que dar um desconto pois como esse foi uma produção comercial era necessário manter o interesse do público jovem. Mesmo assim as cenas do exorcismo propriamente ditas são boas e o final, com o Padre Merrin com a sua fé renovada, se dirigindo aos portões do Vaticano é muito simbólica. Fechou com chave de ouro um filme que merece ser assistido novamente. Já os críticos profissionais, aqueles mesmos que esculhambaram o filme, ora o que eles sabem? São uns bobocas com camisas pretas de bandas de rock capengas. São apenas uns bobocas pop petulantes. Ignore toda essa corja e vá assistir esse "Exorcist: The Beginning" com a mente aberta, sem preconceitos. Garanto que você vai gostar.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de janeiro de 2012

W.E: O Romance do Século

Esse filme foi tão massacrado pela mídia desde seu lançamento que estava esperando por uma verdadeira bomba! Bobagem. A verdade é que toda essa onda de críticas negativas foram mais dirigidas à pessoa de Madonna (que assinou roteiro e direção do filme) do que qualquer outra coisa. Só isso explica a má vontade com que a produção foi recebida. Na verdade se trata sim de um bom filme, elegante, com boa direção de arte, bons atores e um roteiro que me envolveu. A ideia de unir duas linhas narrativas (uma no presente e outra no passado) me agradou bastante. Muito mais adequada do que se tivessem simplesmente contando a história de Edward e Wallis de forma convencional, burocrática. Ponto para Madonna nesse aspecto. Outra coisa que me agradou no roteiro foram as delicadas cenas em que personagens do passado e do presente interagem. O curioso do argumento é que ele consegue identificar em um mesmo nível problemas inerentes a duas mulheres de tempos diferentes que passam por situações extremas simplesmente pela posição que ocupam em relação aos seus maridos. A tese é que não importa a época histórica em que vivem, geralmente as mulheres acabam tendo que lidar com os mesmos dilemas, seja em que momento da história for.

Historicamente o filme é, como não poderia deixar de ser, incompleto mas não incorreto. Claro que toda a celeuma causada pela abdicação do futuro rei da Inglaterra em prol de uma união com uma americana de sangue plebeu e ainda por cima divorciada não apenas uma, mas duas vezes, é tratada de forma levemente superficial, mas isso definitivamente não é um problema. De fato não haveria como contar tudo o que significou em sua época algo tão surpreendente como esse. Mesmo assim Madonna conseguiu ser muito sutil ao abordar em essência o que tudo aquilo significou. Na verdade muitas das nuances do roteiro são extremamente eficientes. Por fim ficamos intrigados com essa figura de Edward. Ao longo dos anos já se escreveu muito sobre ele. Uns o acusam de ter sido nazista, outros de ser um fútil imprestável e por fim existem aqueles que afirmam que o casamento foi na verdade uma farsa pois ele seria homossexual e ela lésbica e tudo teria sido feito para encobrir esse aspecto de suas vidas. Não importa, o que importa no final das contas é saber que o filme é bom e nada comparado ao que se andou dizendo dele. Recomendamos sem receio.

W.E. - O Romance do Século (W.E. Estados Unidos, Inglaterra, 2011) Direção de Madonna / Roteiro: Madonna, Alek Keshishian / Elenco: Abbie Cornish, James D'Arcy, Andrea Riseborough / Sinopse: O filme mostra duas linhas narrativas. Na primeira acompanhamos a vida conturbada de Wally Winthrop (Abbie Cornish) uma nova-iorquina que tenta engravidar de seu marido, um médico que a negligencia. Na segunda linha narrativa somos apresentados aos incríveis eventos que culminaram na abdicação do Rei da Inglaterra, Edward VIII (James D'Arcy) que apaixonado por uma divorciada americana chamada Wallis Simpson (Andrea Riseborough) tem que abrir mão da coroa para viver ao lado da pessoa que ama.

Pablo Aluísio.