O filme é extremamente bem feito e roteirizado. Basicamente é um retrato de um homem comum que volta da II Guerra Mundial e tenta criar sua família da melhor forma possível nos anos 1950. Ex-capitão do exército americano, Tom Rath (Gregory Peck), sente na pele os problemas após seu retorno aos Estados Unidos. Passando por dificuldades financeiras, com três filhos e uma esposa insatisfeita e infeliz (interpretada pela atriz Jennifer Jones) ele tenta administrar os problemas familiares e profissionais em meio a uma crise de identidade. O contexto histórico do filme é interessante porque enfoca o pós-guerra, quando milhares de americanos precisou se adaptar aos novos tempos.
Gostei bastante do tom da produção, pois é um filme extremamente sério e realista e não joga panos quentes na situação, principalmente quando se descobre anos depois que o capitão teria tido um filho com uma mulher italiana, na Europa, onde servia o exército. Outro aspecto curioso é a forma como é mostrada uma agência de publicidade naquela época - coisa que acabou sendo justamente o foco do seriado de grande sucesso da AMC, Mad Men. Curiosamente o filme se torna bem atual pois muitos ex-militares americanos ainda encontram dificuldades de se inserirem na vida civil após servirem anos nas forças armadas. Falta de qualificação profissional, desemprego ou subempregos ainda são bastante comum na vida dessas pessoas. Pelo visto mesmo após muitos anos a situação ainda permanece a mesma.
Outro ponto positivo de "O Homem do Terno Cinzento" é seu elenco. Gregory Peck novamente repete seu papel de homem íntegro, embora aqui haja fendas no caráter de seu personagem. Seu estilo de interpretação minimalista até hoje causa impacto. Peck era sutil e conseguia transmitir muito bem as emoções de seus personagens sem recorrer a exageros dramáticos. Já Jennifer Jones derrapa um pouco nas caras e bocas, se tornando um pouco exagerada, mas nada que comprometa o filme como um todo. Eu gosto dessa atriz, recentemente a vi em "A Canção de Bernadette" e ela sempre conseguia mostrar um bom trabalho. Aqui seu trabalho ficou um pouco comprometido. O diretor Nunnally Jonhson era na realidade um roteirista conceituado em Hollywood que ganhou a chance de dirigir alguns filmes (nenhum extremamente marcante). Isso talvez explique o alto nível do roteiro de "O Homem do Terno Cinzento" que procura sempre desenvolver todos os personagens em cena, mostrando seus dramas familiares e pessoais. Enfim, aqui temos um excelente drama dos anos 50. Um ótimo exemplo para se conhecer o que era realizado no gênero pelo cinema americano na época
O Homem do Terno Cinzento (The Man in the Gray Flannel Suit, Estados Unidos, 1956) Direção: Nunnally Johnson / Roteiro: Nunnally Johnson baseado no livro de Sloan Wilson / Elenco: Gregory Peck, Jennifer Jones e Fredric March / Sinopse: Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Tom Rath (Gregory Peck) tenta retomar a vida normal nos Estados Unidos, mas encontra dificuldades, tanto no aspecto profissional, como também na vida familiar pois sua esposa, Betsy Rath (Jennifer Jones) apresenta problemas emocionais. Filme premiado no Cannes Film Festival.
Pablo Aluísio.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2020
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
A Viúva Negra
Título no Brasil: A Viúva Negra
Título Original: Black Widow
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Nunnally Johnson
Roteiro: Nunnally Johnson, Hugh Wheeler
Elenco: Ginger Rogers, Van Heflin, Gene Tierney, Peggy Ann Garner
Sinopse:
Nancy 'Nanny' Ordway (Peggy Ann Garner) é uma garota do interior que decide se mudar para Nova Iorque com o sonho de se tornar escritora de sucesso. Os primeiros meses na grande cidade porém não parecem muito animadores. Sem dinheiro ela acaba aceitando a oferta de se tornar garçonete. Sua ambição porém continua intacta. Durante um jantar ela acaba conhecendo casualmente o produtor de teatro Peter Denver (Van Heflin). O que começa como uma simples amizade para ele acaba se revestindo de tragédia em seu próprio apartamento.
Comentários:
Bom filme que explora o lado mais sórdido e ambicioso de seus personagens. O enredo se desenvolve basicamente em cima da suposta amizade entre um homem mais velho, veterano produtor da Broadway, e uma garota muitos anos mais jovem do que ele que sonha se tornar escritora. Depois de uma aproximação casual ambos se tornam amigos e Peter Denver (Heflin) lhe concede uma gentileza. Ela reclama que mora em um pequeno cafofo sem qualquer luxo, o que de certa forma inibe sua inspiração ao escrever. Como Peter passa o dia todo fora trabalhando ele lhe oferece seu maravilhoso apartamento para que ela possa escrever seus livros durante à tarde, fitando pela janela o arborizado Central Park e toda a beleza da cidade de Nova Iorque. Como sua esposa está em outra cidade, cuidando de sua mãe, Peter não vê maiores problemas sobre isso. O problema é que tragicamente a garota é encontrada enforcada em seu próprio quarto! Depois desse evento sinistro sua vida vira do avesso pois a polícia começa a formar a convicção de que ele estaria envolvido romanticamente com a jovem e que a teria assassinado após sofrer algum tipo de chantagem! Teria Peter alguma coisa mesmo a ver com a tragédia? O roteiro é muito bem armado e aos poucos a solução do caso vai sendo tecendo na tela. Curiosamente apesar de lidar com morte, traição e interesse, os personagens estão sempre impecavelmente bem vestidos, com toda a elegância típica dos moradores da cidade. A estrela Ginger Rogers lidera o elenco, mas seu personagem é coadjuvante, uma atriz veterana que se diverte soltando farpas de maldades para todos os seus convidados. Para apreciadores de moda em geral a produção também chama a atenção por causa dos luxuosos figurinos em cena. Com direção enxuta, eficiente e segura e boa trama de mistério, o filme realmente é uma boa pedida para os fãs de cinema que gostam de desvendar intrigados casos policiais.
Pablo Aluísio.
Título Original: Black Widow
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Nunnally Johnson
Roteiro: Nunnally Johnson, Hugh Wheeler
Elenco: Ginger Rogers, Van Heflin, Gene Tierney, Peggy Ann Garner
Sinopse:
Nancy 'Nanny' Ordway (Peggy Ann Garner) é uma garota do interior que decide se mudar para Nova Iorque com o sonho de se tornar escritora de sucesso. Os primeiros meses na grande cidade porém não parecem muito animadores. Sem dinheiro ela acaba aceitando a oferta de se tornar garçonete. Sua ambição porém continua intacta. Durante um jantar ela acaba conhecendo casualmente o produtor de teatro Peter Denver (Van Heflin). O que começa como uma simples amizade para ele acaba se revestindo de tragédia em seu próprio apartamento.
Comentários:
Bom filme que explora o lado mais sórdido e ambicioso de seus personagens. O enredo se desenvolve basicamente em cima da suposta amizade entre um homem mais velho, veterano produtor da Broadway, e uma garota muitos anos mais jovem do que ele que sonha se tornar escritora. Depois de uma aproximação casual ambos se tornam amigos e Peter Denver (Heflin) lhe concede uma gentileza. Ela reclama que mora em um pequeno cafofo sem qualquer luxo, o que de certa forma inibe sua inspiração ao escrever. Como Peter passa o dia todo fora trabalhando ele lhe oferece seu maravilhoso apartamento para que ela possa escrever seus livros durante à tarde, fitando pela janela o arborizado Central Park e toda a beleza da cidade de Nova Iorque. Como sua esposa está em outra cidade, cuidando de sua mãe, Peter não vê maiores problemas sobre isso. O problema é que tragicamente a garota é encontrada enforcada em seu próprio quarto! Depois desse evento sinistro sua vida vira do avesso pois a polícia começa a formar a convicção de que ele estaria envolvido romanticamente com a jovem e que a teria assassinado após sofrer algum tipo de chantagem! Teria Peter alguma coisa mesmo a ver com a tragédia? O roteiro é muito bem armado e aos poucos a solução do caso vai sendo tecendo na tela. Curiosamente apesar de lidar com morte, traição e interesse, os personagens estão sempre impecavelmente bem vestidos, com toda a elegância típica dos moradores da cidade. A estrela Ginger Rogers lidera o elenco, mas seu personagem é coadjuvante, uma atriz veterana que se diverte soltando farpas de maldades para todos os seus convidados. Para apreciadores de moda em geral a produção também chama a atenção por causa dos luxuosos figurinos em cena. Com direção enxuta, eficiente e segura e boa trama de mistério, o filme realmente é uma boa pedida para os fãs de cinema que gostam de desvendar intrigados casos policiais.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
O Homem do Terno Cinzento
O filme é extremamente bem feito e roteirizado. Basicamente é um retrato de um homem comum que volta da II Guerra Mundial e tenta criar sua família da melhor forma possível nos anos 1950. Ex-capitão do exército americano, Tom Rath (Gregory Peck), sente na pele os problemas após seu retorno aos Estados Unidos. Passando por dificuldades financeiras, com três filhos e uma esposa insatisfeita e infeliz (interpretada pela atriz Jennifer Jones) ele tenta administrar os problemas familiares e profissionais em meio a uma crise de identidade. O contexto histórico do filme é interessante porque enfoca o pós-guerra, quando milhares de americanos precisou se adaptar aos novos tempos.
Gostei bastante do tom da produção, pois é um filme extremamente sério e realista e não joga panos quentes na situação, principalmente quando se descobre anos depois que o capitão teria tido um filho com uma mulher italiana, na Europa, onde servia o exército. Outro aspecto curioso é a forma como é mostrada uma agência de publicidade naquela época - coisa que acabou sendo justamente o foco do seriado de grande sucesso da AMC, Mad Men. Curiosamente o filme se torna bem atual pois muitos ex-militares americanos ainda encontram dificuldades de se inserirem na vida civil após servirem anos nas forças armadas. Falta de qualificação profissional, desemprego ou subempregos ainda são bastante comum na vida dessas pessoas. Pelo visto mesmo após muitos anos a situação ainda permanece a mesma.
Outro ponto positivo de "O Homem do Terno Cinzento" é seu elenco. Gregory Peck novamente repete seu papel de homem íntegro, embora aqui haja fendas no caráter de seu personagem. Seu estilo de interpretação minimalista até hoje causa impacto. Peck era sutil e conseguia transmitir muito bem as emoções de seus personagens sem recorrer a exageros dramáticos. Já Jennifer Jones derrapa um pouco nas caras e bocas, se tornando um pouco exagerada, mas nada que comprometa o filme como um todo. Eu gosto dessa atriz, recentemente a vi em "A Canção de Bernadette" e ela sempre conseguia mostrar um bom trabalho. Aqui seu trabalho ficou um pouco comprometido. O diretor Nunnally Jonhson era na realidade um roteirista conceituado em Hollywood que ganhou a chance de dirigir alguns filmes (nenhum extremamente marcante). Isso talvez explique o alto nível do roteiro de "O Homem do Terno Cinzento" que procura sempre desenvolver todos os personagens em cena, mostrando seus dramas familiares e pessoais. Enfim, aqui temos um excelente drama dos anos 50. Um ótimo exemplo para se conhecer o que era realizado no gênero pelo cinema americano na época
O Homem do Terno Cinzento (The Man in the Gray Flannel Suit, Estados Unidos, 1956) Direção: Nunnally Johnson / Roteiro: Nunnally Johnson baseado no livro de Sloan Wilson / Elenco: Gregory Peck, Jennifer Jones e Fredric March / Sinopse: Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Tom Rath (Gregory Peck) tenta retomar a vida normal nos Estados Unidos, mas encontra dificuldades, tanto no aspecto profissional, como também na vida familiar pois sua esposa, Betsy Rath (Jennifer Jones) apresenta problemas emocionais. Filme premiado no Cannes Film Festival.
Pablo Aluísio.
Gostei bastante do tom da produção, pois é um filme extremamente sério e realista e não joga panos quentes na situação, principalmente quando se descobre anos depois que o capitão teria tido um filho com uma mulher italiana, na Europa, onde servia o exército. Outro aspecto curioso é a forma como é mostrada uma agência de publicidade naquela época - coisa que acabou sendo justamente o foco do seriado de grande sucesso da AMC, Mad Men. Curiosamente o filme se torna bem atual pois muitos ex-militares americanos ainda encontram dificuldades de se inserirem na vida civil após servirem anos nas forças armadas. Falta de qualificação profissional, desemprego ou subempregos ainda são bastante comum na vida dessas pessoas. Pelo visto mesmo após muitos anos a situação ainda permanece a mesma.
Outro ponto positivo de "O Homem do Terno Cinzento" é seu elenco. Gregory Peck novamente repete seu papel de homem íntegro, embora aqui haja fendas no caráter de seu personagem. Seu estilo de interpretação minimalista até hoje causa impacto. Peck era sutil e conseguia transmitir muito bem as emoções de seus personagens sem recorrer a exageros dramáticos. Já Jennifer Jones derrapa um pouco nas caras e bocas, se tornando um pouco exagerada, mas nada que comprometa o filme como um todo. Eu gosto dessa atriz, recentemente a vi em "A Canção de Bernadette" e ela sempre conseguia mostrar um bom trabalho. Aqui seu trabalho ficou um pouco comprometido. O diretor Nunnally Jonhson era na realidade um roteirista conceituado em Hollywood que ganhou a chance de dirigir alguns filmes (nenhum extremamente marcante). Isso talvez explique o alto nível do roteiro de "O Homem do Terno Cinzento" que procura sempre desenvolver todos os personagens em cena, mostrando seus dramas familiares e pessoais. Enfim, aqui temos um excelente drama dos anos 50. Um ótimo exemplo para se conhecer o que era realizado no gênero pelo cinema americano na época
O Homem do Terno Cinzento (The Man in the Gray Flannel Suit, Estados Unidos, 1956) Direção: Nunnally Johnson / Roteiro: Nunnally Johnson baseado no livro de Sloan Wilson / Elenco: Gregory Peck, Jennifer Jones e Fredric March / Sinopse: Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Tom Rath (Gregory Peck) tenta retomar a vida normal nos Estados Unidos, mas encontra dificuldades, tanto no aspecto profissional, como também na vida familiar pois sua esposa, Betsy Rath (Jennifer Jones) apresenta problemas emocionais. Filme premiado no Cannes Film Festival.
Pablo Aluísio.
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