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domingo, 29 de agosto de 2021

Os Subterrâneos da Noite

Leo Percepied (George Peppard) sonha ser escritor, mas as coisas não andam nada bem para ele. Morando com a mãe, que trabalha como enfermeira, ele vê os anos passando e nada acontecendo em sua vida. Está estagnado. Para esfriar um pouco a mente ele passa a frequentar uma turma de jovens artistas. São atrizes, atores, pintores, poetas, todos desempregados e sem grande perspectiva de futuro, tal como ele próprio. Acaba conhecendo a jovem Mardou Fox (Leslie Caron) e se apaixona por ela. Mas o romance fica longe de ser isento de problemas. Ela tem histórico de problemas psicológicos, sofre surtos e começa a pressionar Leo de uma forma que nunca poderia imaginar.

Muito bom esse filme que mostra um grupo de jovens talentosos, mas sem emprego, em uma San Francisco do começo dos anos 60. Há um pequeno texto no começo do filme, como se fosse um aviso contra a vida boêmia desses jovens, que achei bem babaca. Coisa do moralismo da época. Ignore isso e aproveite a boa história que o filme tem a contar, mostrando esses jovens que parecem perdidos na vida, mas que no fundo estão amando (e sendo amados) por outros que se encontram na mesma situação. De certa forma o ator George Peppard tem um personagem muito parecido com o que iria interpretar em "Bonequinha de Luxo", a do jovem escritor procurando por um lugar ao Sol. E nesse espaço de tempo acaba encontrando sua verdadeira essência como ser humano.

Os Subterrâneos da Noite (The Subterraneans, Estados Unidos, 1960) Direção: Ranald MacDougall / Roteiro: Robert Thom, baseado na obra de Jack Kerouac / Elenco: Leslie Caron, George Peppard, Roddy McDowall, Janice Rule / Sinopse: O filme conta a história de um jovem escritor, seus amigos e sua grande paixão, com tudo se passando no ano de 1960, na cidade de San Francisco.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Bonequinha de Luxo

O grande diferencial desse clássico vem do texto escrito por Truman Capote. Jornalista, intelectual, ele durante anos não levou Hollywood muito à sério. Quando finalmente sua obra literária foi adaptada para o cinema o resultado ficou simplesmente irretocável. O grande mérito desse clássico vem da construção dos personagens centrais. Holly (Audrey Hepburn) é uma mulher que deixou um passado banal para trás. Ela poderia facilmente se acomodar numa vidinha simples, morando no interior, casada e com um monte de filhos. Entretanto ela preferiu arriscar, ir para Nova Iorque, tentar uma vida diferente. Uma vida comum é reservada apenas para os medíocres. A vida na cidade grande é complicada e ela ganha seu sustento da maneira que for possível. No fundo é uma garota meio perdida, que vai vivendo um dia de cada vez, sempre procurando por glamour e beleza.

Paul Varjak (George Peppard) é um rapaz bonito, que sonha se tornar escritor. Enquanto isso não é possível ele também vai se virando. Acaba se tornando um amante profissional de uma senhora mais velha, uma madame rica e infeliz com seu próprio casamento. Holly logo entende a situação, mas não julga seu vizinho. No fundo ela também faz seus serviços de acompanhante (sutilmente apenas sugerido no roteiro do filme). E essas duas almas perdidas acabam se encontrando, nascendo daí uma verdadeira paixão. "Bonequinha de Luxo" fugiu dos padrões de moralismo da época. Seus protagonistas não são modelos de bom comportamento, longe disso. Além do roteiro primoroso, o filme ainda apresenta uma das trilhas sonoras mais belas da história do cinema. Basta os primeiros acordes de "Moon River" surgirem na tela para que o cinéfilo se entregue completamente. Um grande filme, apresentando ótimo roteiro, direção e todo o carisma da estrela Audrey Hepburn, aqui desfilando beleza e classe em seu filme mais famoso. Uma obra-prima do cinema. 

Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, Estados Unidos, 1961) Direção: Blake Edwards / Roteiro: Truman Capote, George Axelrod / Elenco: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal, Buddy Ebsen, José Luis de Vilallonga, Mickey Rooney / Sinopse: Holly (Audrey Hepburn) vive em Nova Iorque. Ela acaba conhecendo seu novo vizinho de apartamento, o aspirante a escritor  Paul Varjak (George Peppard). E dessa amizade começa a nascer uma verdadeira paixão entre eles, namorados improváveis. Filme vencedor do Oscar nas categorias de melhor música original ("Moon River" de Henry Mancini) e melhor trilha sonora incidental (Henry Mancini).

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de abril de 2021

Mercenários das Galáxias

Título no Brasil: Mercenários das Galáxias
Título Original: Battle Beyond the Stars
Ano de Produção: 1980
País: Estados Unidos
Estúdio: New World Pictures
Direção: Jimmy T. Murakami, Roger Corman
Roteiro: John Sayles
Elenco: Richard Thomas, George Peppard, John Saxon, Robert Vaughn, Sybil Danning, Darlanne Fluegel

Sinopse:
Um jovem fazendeiro começa a recrutar mercenários para defender seu planeta pacífico, que está sob ameaça de invasão pelo malvado tirano Sador e sua armada de agressores. E o universo, lotado de mercenários, vai dar uma ajuda em sua luta espacial. Filme premiado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films.

Comentários:
Eu cansei de assistir a esse filme em reprises na Sessão da Tarde durante os anos 80. Era um dos "clássicos" das tardes na programação da Rede Globo. E eu confesso que adorava o filme. Claro que hoje em dia sei muito bem que "Mercenários das Galáxias" não passava de uma imitação mal disfarçada de "Guerra nas Estrelas", o grande sucesso comercial daquela época. O diretor e produtor Roger Corman não iria perder mesmo a chance de faturar em cima do mega sucesso de George Lucas. Conhecido como o "Rei dos filmes B" em Hollywood, Roger Corman aqui criou um de suas criações cinematográficas mais lembradas e queridas, principalmente pelo público brasileiro. Os efeitos especiais obviamente envelheceram muito, porém para um adolescente dos anos 80 estavam ótimos! E outro aspecto interessante desse filme é seu elenco coadjuvante. Roger Corman convenceu muitos atores bons a trabalharem nesse filme. O resultado da união de todos esses elementos? Pura nostalgia.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Tobruk

Título no Brasil: Tobruk
Título Original: Tobruk
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Arthur Hiller
Roteiro: Leo Gordon
Elenco: Rock Hudson, George Peppard, Nigel Green, Guy Stockwell, Jack Watson, Norman Rossington
  
Sinopse:
O enredo do filme se passa durante a Segunda Guerra Mundial. Após ser libertado das mãos dos inimigos, o major canadense Donald Craig (Rock Hudson) é levado para o norte da África. Ele deverá participar de uma missão extremamente arriscada. Ao lado de um grupo de judeus alemães disfarçados de soldados nazistas ele é enviado para um comboio que deverá entrar em território ocupado pelas tropas de Hitler com o objetivo de destruir um grande depósito de combustíveis em Tobruk usado pelos tanques do III Reich. A intenção é destruir o poder de combate dessas armas do exército alemão enquanto os aliados se preparam para invadir a região. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais (Howard A. Anderson e Albert Whitlock).

Comentários:
Durante a II Guerra Mundial um dos cenários mais disputados entre nazistas e aliados foi a região de Tobruk, localizada no norte da África, considerada naquela ocasião como um importante ponto estratégico. Foi justamente nesse campo que se destacou a presença do Afrika Korps, um grupo especializado do exército alemão treinado para a luta no deserto. O general Erwin Rommel foi uma das figuras centrais desse campo de batalha. O roteiro desse filme assim mistura fatos de ficção com história real e se sai muito bem em seu resultado final. Os personagens do filme são pura ficção enquanto o cenário mostrado em cena realmente existiu, inclusive os imensos campos de depósito de combustível para os tanques da Alemanha Nazista localizados no porto de Trobuk. O curioso é que o grupo do qual faz parte o personagem do ator Rock Hudson se utiliza de uma artimanha que na época era considerado um grave crime de guerra, punido com execução sumária, ou seja, se disfarçar com roupas e uniformes do inimigo para entrar em seus territórios com o objetivo de se promover atos de sabotagem. Assim o que vemos basicamente é esse grupo de militares ingleses (e de judeus alemães disfarçados de nazistas) entrando dentro das linhas inimigas para mandar tudo pelos ares. 

As cenas finais em que isso acontece inclusive trouxeram a única indicação do filme ao Oscar, já que são extremamente bem realizadas, com intenso uso de efeitos especiais de pirotecnia e explosões. O personagem de Rock Hudson surge menos heroico do que o habitual. Em determinados momentos ele chega inclusive a ser bem cético e mordaz sobre o êxito da missão. Sua presença porém é vital para o sucesso do grupo pois é um dos únicos que conhece bem a região para onde todos vão. De qualquer forma há duas boas cenas com ele, a primeira quando precisa desarmar minas colocadas pelo Afrika Korps nas areias do deserto e a segunda quando, com um lança-chamas em mãos, ataca um bunker de canhões do III Reich na costa de Tobruk. Seu superior na missão é um Coronel inglês propositalmente muito parecido com o general Bernard Montgomery (comandante das forças armadas britânicas durante a II Guerra). Obviamente o roteiro quis fazer uma associação entre o personagem de ficção e o famoso militar da história. Assim o que temos aqui é mais um bom filme de guerra da década de 1960. O enfoque é mais centrado na ação e na tensão do êxito da arriscada missão do que em questões mais dramáticas ou históricas. Sob esse ponto de vista o filme se sai muito bem em seus objetivos. Enfim, é certamente um bom item para se ter em sua coleção de filmes clássicos de guerra.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Tobruk

Nesse fim de semana resolvi assistir a um antigo filme clássico de guerra chamado "Tobruk". Por um desses esquecimentos da vida não conseguia mais recordar se tinha ou não assistido antes essa produção da Universal! A única certeza que tinha era que se tinha visto mesmo foi há muitos anos, a ponto da memória falhar completamente. Assim, na dúvida, resolvi conferir. Além disso o tema sempre me interessou pois gosto bastante de livros históricos sobre a II Guerra Mundial. Pois bem, se você sabe o mínimo sobre essa guerra vai lembrar da figura do general Rommel. Ele foi um dos maiores estrategistas da Alemanha Nazista. Sob o comando da Afrika Korps ele venceu várias batalhas importantes na guerra, mesmo com inúmeros problemas que envolviam as tropas sob seu comando. Sem dúvida era um gênio da estratégia militar.

Pois é justamente no cenário onde Rommel brilhou, localizado no norte da África, que o enredo de "Tobruk" se desenvolve. Aliás o nome Tobruk era referente ao importante porto onde Rommel mantinha uma incrível divisão de tanques do III Reich que estava apenas à espera da chegada das tropas aliadas para destroçar completamente com elas. Como deter o avanço dessa coluna mortal de armas de guerra? Ora, um tanque só funcionaria com combustível, como era óbvio deduzir. Toda essa gasolina estava armazenada em grandes depósitos situados no mesmo porto. Então essa era a missão dos homens, a maioria deles britânicos, em Tobruk: Localizar os depósitos e tocar fogo em todos eles. Pareceu fácil? Nada disso. A região era fortemente guarnecida pelo exército alemão. Como entrar lá então?

A única maneira de entrar além das linhas inimigas era se disfarçar dos próprios inimigos. Assim todos se vestem de nazistas e começam a viajar rumo a Tobruk. Rock Hudson, o eterno galã de Hollywood, interpretou nesse filme um Major canadense especializado na região onde estavam os grandes depósitos do Reich. Apenas ele poderia conduzir todos eles por aqueles desertos sem fim. George Peppard (lembra dele de "Esquadrão Classe A", série popular nos anos 80?) interpretava o Capitão Bergman que tinha que garantir que todos sairiam salvos daquela missão praticamente suicida.

Sob a competente direção do cineasta Arthur Hiller, um veterano diretor com mais de 70 filmes no currículo, que inclusive morreu recentemente no último dia 17 de agosto aos 92 anos de idade, o filme funciona muito bem. Ele criou um filme de guerra ao velho estilo, seguindo os dogmas da antiga escola de Hollywood. Não há muito espaço para dubiedades, pois todos os militares são heróis em potencial, mesmo quando surgem momentos de ironia ou humor. O filme é uma mistura de ficção e fatos históricos reais que satisfaz plenamente as exigências do cinéfilo que aprecia esse tipo de produção. Um dos destaques vem da bem realizada cena final quando Rock e seus companheiros precisam destruir imensos canhões de praia dos nazistas. Uma cena tão tecnicamente bem feita que legou ao filme sua única indicação ao Oscar na categorias de Efeitos Especiais. Até Rommel teria batido palmas se ainda estivesse vivo.

Pablo Aluísio.