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domingo, 27 de março de 2016

47 Ronins

Título no Brasil: 47 Ronins
Título Original: 47 Ronin
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: H2F Entertainment, Mid Atlantic Films
Direção: Carl Rinsch
Roteiro: Chris Morgan, Hossein Amini
Elenco: Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada, Ko Shibasaki
  
Sinopse:
Kai (Keanu Reeves) é um mestiço, filho de um inglês e uma japonesa que por essa razão é abandonado ainda criança em uma floresta. Resgatado por um senhor feudal acaba trabalhando e vivendo para seu mestre praticamente por toda a sua vida. Quando esse sofre um ataque de um rival que tenciona rebaixar todos à meros Ronins (Samurais sem mestres), Kai entende ter chegado a hora de provar sua lealdade a quem lhe ajudou no passado.

Comentários:
Um bom filme de ação e aventura, com bastante fantasia e magia, tudo sob o ponto de vista da cultura oriental. "47 Ronins" tenta mesclar essa dualidade de culturas para criar um filme que no final das contas servirá como bom passatempo. Não é de hoje que os ocidentais possuem essa atração pelos antigos samurais. Obviamente que muita coisa não passa de lenda e por essa razão não há muito rigor do ponto de vista histórico nessa produção (nem era a intenção de seus realizadores fazer algo nesse sentido, para falar a verdade). Assim o que temos é realmente diversão à toda prova, inclusive com um roteiro que se não chega a ser excepcional cumpre seus objetivos. Keanu Reeves continua o mesmo. Ele nunca foi visto como um bom ator, pois na maioria das vezes sua expressividade é quase nula. Como seu papel ajuda nesse modo de "entrar mudo e sair calado" não há muitos problemas decorrentes dessa sua forma de atuar. O filme foi bem criticado, muitos não gostaram, mas se você souber abaixar um pouco as expectativas certamente se divertirá. O segredo é saber o que vai se encontrar pela frente.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Drácula

No século XV um nobre romeno, Vlad Tepes, luta ao lado da Igreja Cristã Romena para expulsar os turcos da região dos Cárpatos. Sua noiva, Elisabetha (Winona Rider), acreditando que Vlad havia morrido nos campos de batalha, não suporta e comete suicídio atirando-se no rio. Porém seu grande amor não estava morto e, ao retornar da guerra, fica sabendo da morte da amada. E pior: ouve do padre Cesare que a alma de Elisabetha estava amaldiçoada por ter cometido suicídio. Neste momento, Vlad, corroído por um ódio gigantesco, renuncia, não só à igreja, mas também a Deus. Depois de romper com a igreja e com Deus, Vlad alia-se ao anti-cristo, atinge a imortalidade, e passa a ser chamado de Conde Drácula (o filho do diabo), passando assim a alimentar-se de sangue, numa prática conhecida como vampirismo. Depois de quatrocentos anos, Drácula descobre que o espírito de Elizabetha reencarnou em Londres com o nome de Wilhelmina Murray (Winona Rider), ou simplesmente, Mina Murray. Jonathan Harker (Keanu Reeves), noivo de Mina, é um jovem negociante que resolve em certa ocasião viajar à Transilvânia até a fúnebre mansão do Conde Drácula a fim de vender para o funesto proprietário dez terrenos na região de Londres. Chegando à mansão, Jonathan começa a desconfiar do estranho anfitrião, mas antes que consiga fugir, é feito prisioneiro do Conde demoníaco. Com Jonathas prisioneiro, o caminho de Drácula fica livre para que ele viaje até Londres em busca de sua amada eterna. Porém o que Drácula não sabe é que o Dr. Van Helsing (Anthony Hopkins) pode estragar todos os seus planos pois o caçará de forma implacável.

Na melhor, e mais fiel, adaptação do livro "Drácula", escrito em 1897 pelo irlandês Abraham Stoker, ou simplesmente Bram Stoker (1847-1912), Coppola realizou de forma magistral um mosaico aterrorizante e perfeito do famoso e demoníaco Conde da Transilvânia: Vlad Tepes (Drácula) - O Empalador. Ou seja, uma criatura sensual, aterrorizante, carismática e depravada. Com pinceladas na fotografia que vão desde um cianótico entristecido, até um vibrante e sensual vermelho, a obra instigante de Coppola encanta e atormenta as mentes mais centradas e ajustadas. O longa - "Drácula de Bram Stoker" (Bram Stoker's Dracula - 1992) marca de forma indelével as atuações da bela e translúcida Winona Ryder e do excelente e performático Gary Oldman. Os dois são o sustentáculo de um roteiro excelente e perturbador que a todo instante nos deixa em dúvida de tudo o que realmente é real ou onírico. A cada cena, os personagens parecem atravessar a estrada lúgubre que desemboca nas esquinas da sensualidade, da luxúria e do horror. Num exame mais profundo da obra, descobrimos que um despudorado e genial Francis Ford Coppola, consegue injetar, de forma lenta e profunda, doses letais de anfetamina nas veias de uma charmosa Inglaterra Vitoriana. Uma obra magnífica!

Drácula de Bram Stoker (Dracula, EUA, 1992) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro:  James V. Hart baseado na obra de Bram Stoker / Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Billy Campbell, Sadie Frost, Tom Waits, Monica Bellucci / Sinopse: Jonathan Harker (Keanu Reeves) vai a um distante e isolado castelo com a missão de vender uma propriedade a um estranho e recluso Conde chamado Drácula (Gary Oldman). Ao ver o retrato de sua amada o monstro fica admirado com a semelhança com sua antiga paixão, uma jovem falecida há muitos séculos. Não tardará para que o Conde vá ao seu encontro.

Telmo Vilela Jr.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Caçadores de Emoção

Outro sucesso de bilheteria da década de 90 foi esse ""Point Break". O roteiro mostrava um grupo de jovens assaltantes de bancos que nas horas vagas curtiam suas vidas como surfistas nas praias ensolaradas de Malibu. Johnny Utah (Keanu Reeves), um agente do FBI, era assim designado pela agência para se infiltrar entre eles com a intenção de colher provas para que todos fossem presos, mas acabava sendo seduzido pelo estilo de vida de todos aqueles supostos criminosos. Praia, sol e garotas de biquíni formavam um mundo de pura sedução. O filme foi dirigido pela cineasta Kathryn Bigelow que na época ainda era casada com James Cameron. Ele inclusive deu vários palpites e conselhos para ela, o que de certa forma se refletiu em um filme ágil, com ótima edição e cenas de ação. O roteiro era bem escrito, muito mais do que se esperaria de um típico filme de ação, além de contar com uma dupla de peso no elenco, dois nomes fortes como chamarizes de bilheteria em seu lançamento, Patrick Swayze e Keanu Reeves.

Swayze interpretava Bodhi, o típico surfista da Califórnia. Um sujeito boa praça e amigo de todos. Reeves era o tira do FBI infiltrado naquela quadrilha de roubo a bancos. Curioso é que os criminosos usavam máscaras de presidentes americanos durante os assaltos. Imagine de repente se deparar com Richard Nixon ou Ronald Reagan com uma arma apontada para você, exigindo que o cofre fosse aberto. Infelizmente esse também acabou sendo um dos poucos filmes da relativamente curta e precoce carreira de Swayze que viria a falecer muito cedo, vítima de um câncer devastador. Já Reeves segue em frente até hoje, com uma filmografia irregular, onde convivem excelentes produções e verdadeiros abacaxis. De tempos em tempos "Point Break" ganha reprises na TV aberta, porém conforme os anos vão passando elas vão também se tornando mais raras. De uma maneira ou outra vale o registro pelo menos.

Caçadores de Emoção (Point Break, Estados Unidos, 1991) Estúdio: Twentieth Century Fox / Direção: Kathryn Bigelow / Roteiro: Rick King, W. Peter Iliff / Elenco: Patrick Swayze, Keanu Reeves, Gary Busey / Sinopse: Um grupo de surfistas começam a colocar em prática uma série de bem elaborados roubos de bancos. O FBI então decide infiltrar um agente dentro da quadrilha.
 
Pablo Aluísio.

sábado, 17 de janeiro de 2015

De Volta ao Jogo

Título no Brasil: De Volta ao Jogo
Título Original: John Wick
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Chad Stahelski, David Leitch
Roteiro: Derek Kolstad
Elenco: Keanu Reeves, Willem Dafoe, Michael Nyqvist, Alfie Allen, Adrianne Palicki, John Leguizamo 
  
Sinopse:
John Wick (Keanu Reeves) ainda está tentando se recuperar da morte de sua querida esposa. Como último desejo ela acaba deixando de presente para ele uma cadelinha, para ajudar em sua recuperação. A dor emocional é imensa, mas ele tenta seguir em frente. Ao parar em um posto de gasolina para reabastecer seu carro ele é imediatamente intimidado por Iosef Tarasov (Alfie Allen), um filhinho mimado de um poderoso chefão da máfia russa. O que Iosef nem desconfia é que Wick também tem um passado sangrento no mundo do crime. Mexer com ele definitivamente não será uma boa ideia.

Comentários:
Pois é meu amigo, tome muito cuidado com quem você deseja provocar ao dar uma de valentão. Possa ser que seja a pessoa errada. Esse é o mote desse filme de ação muito movimentado estrelado por Keanu Reeves. No começo da trama o espectador é levado a crer que seu personagem é uma pessoa comum, tentando sobreviver a uma crise existencial após a morte prematura de sua esposa. Quando vira alvo de um roubo planejado por um filho de um mafioso russo sua verdadeira identidade se revela. John Wick é na verdade um ex-assassino profissional, um dos melhores do ramo, tendo inclusive trabalhado para a mesma máfia russa no passado. Um especialista em chacinas de inimigos. Agora, roubado e espancado por membros da gangue de Iosef Tarasov, um jovem inconsequente, ele se propõe a voltar ao seu velho trabalho, com a diferença que agora a questão é puramente pessoal. Para tentar salvar seu filho da morte certa, pois Wick não costuma errar seus alvos, o chefão Viggo Tarasov (Michael Nyqvist) decide então contratar outro assassino profissional tão mortal quanto o próprio Wick, o Sr. Marcus (Willem Dafoe). A partir desse ponto o espectador não terá mais descanso, já que as cenas de ação vão se suceder numa sequência intermitente de tiroteios, assassinatos e correria em geral. John Wick até parece um personagem saído de algum filme de ação da década de 1980 pela quantidade de pessoas que mata! No geral é uma boa fita de ação, valorizada por bem ensaiadas cenas de luta corporal. O ator Keanu Reeves, que andava meio gordinho e fora de forma, finalmente recuperou a antiga forma física e não se sai mal nesse papel que exigiu muito dele do ponto de vista físico. "De Volta ao Jogo" não traz um grande roteiro, mas diverte, acima de tudo. Vale a diversão.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ligações Perigosas

Título no Brasil: Ligações Perigosas
Título Original: Dangerous Liaisons
Ano de Produção: 1988
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Christopher Hampton
Elenco: Glenn Close, John Malkovich, Michelle Pfeiffer, Keanu Reeves, Uma Thurman

Sinopse:
Baseado no famoso romance "Les Liaisons Dangereuses" do autor Choderlos de Laclos (1741 - 1803), o filme "Ligações Perigosas" narra as intrigas, fofocas e ciladas sociais que se desenvolvem na corte francesa do século XVIII. De um lado o fútil e perigoso Visconde Sébastien de Valmont (John Malkovich), do outro a maquiávelica Marquesa Isabelle de Merteuil (Glenn Close) e no meio de todas as armações sociais a bela e jovem Madame de Tourvel (Michelle Pfeiffer). Um jogo mortal de sedução e poder dentro das relações entre nobres da monarquia francesa da época. Filme vencedor dos Oscars de Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte.

Comentários:
Choderlos de Laclos foi um dos principais generais de Napoleão Bonaparte. Quando não estava nos campos de batalha lutando por seu imperador, escrevia romances. O livro que deu origem a esse filme logo se tornou um dos mais populares de sua carreira como escritor. Ele desvenda o jogo de poder e cobiça que existia dentro da corte francesa. O curioso é que o próprio Napoleão era fruto da revolução francesa, que procurava colocar abaixo a ordem social da monarquia daquela nação, mas tão logo assumiu o poder absoluto deu origem a também uma corte suntuosa e luxuosa, provando que nem sempre as boas intenções resultam em algo positivo. Deixando um pouco de lado esse contexto histórico o fato é que "Ligações Perigosas" tem uma das tramas mais saborosamente perversas da história do cinema americano. Stephen Frears, em grande momento, soube como poucos explorar as vilanices de seus personagens. Aqui, como obviamente podemos notar, o que importa é realmente passear pelas artimanhas e manipulações dos dois personagens centrais, ambos sem quaisquer escrúpulos pessoais ou valores morais, mas mestres na arte da manipulação social. Claro que apenas dois grandes atores poderiam tirar todo o potencial do texto literário para as telas de cinema. Nesse ponto John Malkovich e Glenn Close estão soberbos. Glenn Close em especial tem uma das melhores atuações de sua vida e quem a conhece sabe que isso definitivamente não é pouca coisa. O contraste da podridão de seus interesses e almas com a delicada inocência, juventude e beleza de Michelle Pfeiffer (linda no filme) garantem o alto nível do filme no quesito atuação. Em termos de produção o filme também apresenta um requinte único, com belíssima reconstituição de época, extremamente luxuosa nos mínimos detalhes. Um filme para se ter na coleção, com a finalidade de se rever sempre que possível. Cinema do mais puro e fino bom gosto.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Reação em Cadeia

Título no Brasil: Reação em Cadeia
Título Original: Chain Reaction
Ano de Produção: 1996
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Andrew Davis
Roteiro: Arne Schmidt, Rick Seaman
Elenco: Keanu Reeves, Morgan Freeman, Fred Ward, Rachel Weisz

Sinopse:
Pesquisas acabam descobrindo um excelente combustível, que não polui o meio ambiente e nem desgasta a natureza. Além disso pode ser retirado sem maiores custos e nem danos ambientais. Claro que algo assim logo desperta a atenção de grandes industriais, pois tal invenção pode tornar completamente obsoletos seus negócios milionários. Nesse jogo de interesses dois jovens pesquisadores acabam virando alvo de grupos criminosos.

Comentários:
Nos anos 1990 a tecnologia digital entrou de uma vez no cinema americana. De repente os estúdios entenderam que não havia mais limites para recriar nas telas qualquer tipo de situação ou universo próprio. Antes muitos roteiros eram arquivados por não haver tecnologia suficiente para tornar as situações concretas na tela. Com medo de ficarem ridículos os grandes estúdios simplesmente desistiam desses enredos. Isso porém mudou e muitos scripts foram desenterrados, como esse, que foi escrito ainda na época da guerra fria. Claro que foi necessário uma repaginada e atualização naquela velha estória, mas isso não era problema, o grande empecilho para sua realização era mesmo tornar as cenas verossímeis ao espectador. Assim que isso foi possível o filme foi realizado. Assistindo chegamos na conclusão que era melhor ele ter permanecido na gaveta mesmo. O enredo é quase surreal, meio sem pé e nem cabeça. Curiosamente contou com um bom elenco (O que diabos Morgan Freeman estava fazendo aqui mesmo?). Pena que no fritar dos ovos nada se salva, até porque é um projeto que só existe mesmo para explorar efeitos especiais digitais e nada mais. E nem precisa falar do inexpressivo canastrão Keanu Reeves, afinal de contas ele também está lá, só que não faz a menor diferença. Completamente obtuso.

Pablo Aluísio

domingo, 23 de março de 2014

47 Ronins

Título no Brasil: 47 Ronins
Título Original: 47 Ronin
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Carl Rinsch
Roteiro: Chris Morgan, Hossein Amini
Elenco: Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada, Ko Shibasaki

Sinopse:
Kai (Keanu Reeves) é filho de um marinheiro inglês e por isso é abandonado pela própria mãe em uma floresta remota no Japão em sua era feudal. Segundo a lenda acaba sendo criado por demônios mas depois consegue escapar e vai parar em um feudo dominado por Lord Asano (Min Tanaka). Muitos anos depois ele se torna um servo do feudo e assumirá posição de destaque na luta contra o tirânico Lord Kira (Tadanobu Asano). Kira domina com mão de ferro o feudo onde Kai cresceu e desposa a bela Mika (Ko Shibasaki) que ama o íntegro mestiço. Para piorar rebaixa todos os samurais da região que viram simples Ronins, guerreiros caídos em desgraça, sem honra, sem mestre e abandonados à própria sorte. Ao lado desses valorosos guerreiros ele lutará contra a tirania que agora domina seu antigo lar.

Comentários:
As expectativas não eram das melhores. Um filme com o tema de artes marciais estrelado pelo decadente Keanu Reeves e tudo mais. Porém é aquele tipo de produção que acaba surpreendendo. O fato é que "47 Ronins" é muito bem realizado, tanto do ponto de vista técnico como de roteiro. Sim, o texto pode até não apresentar maiores novidades mas é redondinho, bem conduzido e satisfaz plenamente os que desejam encontrar uma boa película com muita aventura, fantasia e cenas de lutas marciais. A direção de arte e figurinos são primorosos. Os efeitos digitais são excepcionalmente bons e utilizam como matéria prima o próprio folclore oriental. Há dragões, trogloditas, demônios e até mesmo um animal proveniente diretamente das antigas lendas populares japoneses, um monstro de seis olhos que é muito bem realizado. Keanu Reeves continua com sua falta de expressividade mas aqui seu jeito de ser acaba combinando com o personagem, um mestiço que é discriminado por isso e por essa razão adota sempre uma postura de superveniência e subordinação. Por fim é importante salientar que nem todos irão gostar plenamente do final do filme. Credito isso ao fato de que, como somos ocidentais, temos uma outra mentalidade sobre os acontecimentos. Os valores de honra e dignidade no oriente são bem diversas da que temos, por isso haverá certo estranhamento no desfecho de tudo. Isso porém não tira em nada os méritos do filme que, como já deixei claro, realmente surpreenderá positivamente o espectador.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Garotos de Programa

Título no Brasil: Garotos de Programa
Título Original: My Own Private Idaho
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Gus Van Sant
Elenco: River Phoenix, Keanu Reeves, James Russo

Sinopse: 
Dois jovens começam a se prostituir pelas ruas de Portland, no Oregon. Mike Waters (River Phoenix) sempre teve uma vida familiar caótica. Agora, pobre e desempregado, ele sem alternativas vira michê, saindo com homens homossexuais ricos que pagam por seus "serviços" sexuais. Já Scott Favor (Keanu Reeves) entra na prostituição para se vingar de seu pai, um homem rude e violento que sempre o reprimiu. Juntos, sem esperanças, usando drogas, os dois amigos decidem ir para o distante Idaho em busca de novas oportunidades.

Comentários:
" My Own Private Idaho" chocou em seu lançamento. Era um filme cru e realista que não fazia média. O diretor Gus Van Sant quis mostrar o outro lado da América, a dos excluídos, dos marginais, dos prostitutos, daqueles que nascem e vivem sem quaisquer perspectivas, vendendo tudo o que possuem em troca de alguns trocados. O ambiente é o da rua, onde impera a lei da selva e onde apenas os mais fortes sobrevivem. Curiosamente Van Sant conseguiu trazer para seu filme sórdido duas estrelinhas juvenis na época. River Phoenix era ídolo das adolescentes na ocasião. Politicamente correto, defensor da ecologia, ele não saía das revistas jovens. Infelizmente morreu muito jovem, de uma overdose de drogas na saída da boate de Johnny Depp em Hollywood poucos anos depois. Já Keanu Reeves, muitos anos antes de Matrix, se destacava pelo visual exótico e pelas participações em filmes juvenis. Assim essa produção foi certamente a entrada no mundo adulto do cinema para ambos. Talvez procurando por outros caminhos eles entraram de cabeça no projeto, não tendo qualquer receio de encarar seus personagens viscerais e ousados. Há inclusive fortes cenas de homossexualismo e uso de drogas pesadas que chocaram as fãs dos galãs juvenis. As imagens são nervosas, beirando o estilo documentário e o filme em si, mesmo revisto hoje em dia, certamente é uma pequena obra prima moderna. Nunca o mundo cão foi tão bem capturado em película como aqui. Assista se ainda não conhece.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Velocidade Máxima

Certamente um dos mais populares e bem sucedidos filmes de ação da década de 90. "Velocidade Máxima" (ou simplesmente "Speed", seu título original) mostrava que para se realizar um belo filme de adrenalina não se precisava de efeitos especiais de última geração ou produção milionária, bastando apenas ter uma boa ideia por trás. E é justamente isso que o roteiro explora. Na trama um sociopata decide promover um ato de terrorismo diferente. Ao invés de simplesmente detonar alguma bomba em um lugar a esmo como um terrorista qualquer ele decide colocar um artefato explosivo que ligado a um ônibus se torna acionado se o veículo diminuir sua velocidade abaixo dos 80 km/h. Isso seria complicado em qualquer lugar do mundo mas em Los Angeles a situação se torna ainda mais extrema e caótica. Com avenidas e ruas com tráfego intenso se torna quase impossível manter essa velocidade constante, o que torna tudo ainda mais desesperador.

Após a morte do motorista o volante é colocado nas mãos de uma passageira comum, Annie Porter (Sandra Bullock), que ao lado do oficial de polícia Jack Traven (Keanu Reeves) tentará manter todos a salvo. Sandra Bullock e Keanu Reeves contracenam praticamente sozinhos o tempo inteiro, dentro do ônibus, passando por diversas situações estressantes, no limite. O veterano Dennis Hopper também acrescenta bastante com sua presença, ora histérica, ora irascível mas que no final se revela bem divertida. "Speed" logo caiu nas graças do público e assim que estreou nos Estados Unidos se tornou imediatamente um campeão de bilheteria. O diretor holandês Jan de Bont foi aclamado como um gênio dos filmes de ação! Tudo de fato corria muito bem para ele, a ponto de dirigir outra fita bem interessante logo após o sucesso desse filme chamado "Twister" sobre um grupo de caçadores de furacões. Infelizmente o cineasta cometeu um grave erro pois aceitou rodar a continuação de "Velocidade Máxima" que se tornaria um dos maiores fracassos comerciais da década! Mas isso falaremos em um outra oportunidade em breve, até lá!

Velocidade Máxima (Speed, Estados Unidos, 1994) Direção: Jan de Bont / Roteiro: Graham Yost / Elenco: Keanu Reeves, Dennis Hopper, Sandra Bullock, Jeff Daniels / Sinopse: Um terrorista resolve instalar uma bomba em um ônibus na cidade de Los Angeles que explodirá assim que o veículo diminuir sua velocidade. Agora, um policial e uma simples passageira farão de tudo para evitar que a situação se transforme em uma grande tragédia.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de julho de 2013

O Dia Em Que a Terra Parou

Com o sucesso espetacular de “Guerra dos Mundos” de Spielberg Hollywood resolveu reciclar mais alguns clássicos da ficção científica da década de 50. A bola da vez acabou sendo “O Dia Em Que a Terra Parou”, um dos mais cultuados filmes daqueles anos. O filme original era uma mensagem pacifista em uma época em que duas potencias nucleares se enfrentavam numa corrida armamentista sem precedentes. Com um roteiro extremamente inteligente ele evidenciava, através de uma estoria de ficção, a situação em que o mundo vivia. Pois bem, nesse remake a sutileza é deixada de lado para mais uma vez se investir pesadamente em toneladas de efeitos digitais enquanto o conteúdo que tornou o primeiro filme um clássico era ignorado sem maiores cerimônias. E onde foi parar a mensagem marcante do filme original? Em lugar nenhum, o novo “O Dia Em Que a Terra Parou” era puro pixel e nada mais. 

O enredo é praticamente o mesmo, pelo menos em sua premissa principal. No Central Park em Nova Iorque uma grande espaçonave pousa suavemente. Dela saem dois tripulantes, um homem e um grande robô gigante. Eles trazem uma mensagem de paz mas antes que consigam transmitir aquilo que desejam são atacados covardemente por membros das forças armadas americanas no local. O gesto de violência gratuita acaba gerando uma série de eventos que se tornam literalmente catastróficos para os seres humanos. Além dos problemas de roteiro esse remake tem outro sério problema: o ator principal, Keanu Reeves, se mostra completamente apático o filme inteiro, sem qualquer tipo de envolvimento maior. Sua apatia afunda o filme do ponto de vista dramático e a partir daí tudo se resume mesmo a uma série de efeitos digitais sem fim (e sem finalidade nenhuma para deixar bem claro). O resultado comercial foi considerado morno, já que passou muito longe de repetir o sucesso de “Guerra dos Mundos”. Melhor assim, já que de agora em diante os produtores de Hollywood pensarão duas vezes antes de estragar qualquer outro clássico sci-fi dos anos 50.

O Dia Em Que A Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, Estados Unidos, 2008) Direção: Scott Derrickson / Roteiro: David Scarpa, Ryne Douglas Pearson, Stuart Hazeldine, baseados no conto original escrito por Harry Bates / Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Kathy Bates, Jon Hamm, John Cleese, Jaden Smith, Kyle Chandler / Sinopse: Uma nave especial pousa no Central Park em Nova Iorque. Dentro dois tripulantes vem com uma mensagem de paz e advertência para os rumos que a humanidade está tomando mas viram alvos gratuitos das forças armadas americanas.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Drácula de Bram Stoker

Drácula de Bram Stoker (1847 - 1912) é um clássico absoluto da literatura de terror. Publicado originalmente em 1897 o livro é considerado o marco zero na mitologia moderna sobre vampiros. Obviamente que a lenda sobre vampirismo atravessou séculos mas foi Stoker, com raro brilhantismo, que conseguiu unir seus principais elementos em um texto único, extremamente bem trabalhado e rico em detalhes e nuances que anos depois seria usado exaustivamente pela sétima arte. O que fez o genial Stoker foi reunir em um só romance as lendas, os mitos e até as histórias reais (como a da Condessa Isabel Bathory) para criar um personagem singular, um Conde que esconde uma maldição secular em seu castelo sombrio. Foi justamente com a intenção de ser o mais fiel possível a essa obra que Francis Ford Coppola realizou sua versão de Drácula em 1992. Considerado por muitos como a obra definitiva sobre o personagem o filme ainda hoje impressiona por sua brilhante direção de arte, seu clima soturno e o excelente trabalho do roteiro em mostrar um lado até então pouco explorado em todos os filmes sobre Drácula: o aspecto mais romântico da personalidade do Conde. De fato seu maior fardo é a sua dor pela perda de sua amada, dor essa que atravessa os séculos, tornando-se o verdadeiro martírio do monstro. Ao explorar esse aspecto o filme traz uma carga humana muito intensa ao personagem, tornando tudo muito mais real e visceral.

Passados 20 anos de seu lançamento ouso dizer que Drácula foi a última grande obra prima do mestre Coppola. É uma constatação penosa, haja visto que sem dúvida ele foi um dos cineastas mais brilhantes de Hollywood. Seu grande trabalho aqui se revela na escolha do elenco ideal (Gary Oldman personifica as várias faces do vampiro de forma maravilhosa), no uso correto e pontual de ótimos efeitos especiais (todos recriando uma oportuna atmosfera Vitoriana) e na fidelidade ao texto original. O resultado de tanto talento se vê nas telas de forma grandiosa. Ao custo de 40 milhões de dólares o filme demonstra ter todas as peças perfeitamente encaixadas, resultando em um trabalho magnífico, uma obra de arte realmente. O velho Stoker certamente ficaria orgulhoso.

Drácula de Bram Stoker (Dracula, Estados Unidos, 1992) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro:  James V. Hart baseado na obra de Bram Stoker / Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Billy Campbell, Sadie Frost, Tom Waits, Monica Bellucci / Sinopse: Jonathan Harker (Keanu Reeves) vai a um distante e isolado castelo com a missão de vender uma propriedade a um estranho e recluso Conde chamado Drácula (Gary Oldman). Ao ver o retrato de sua amada o monstro fica admirado com a semelhança com sua antiga paixão, uma jovem falecida há muitos séculos. Não tardará para que o Conde vá ao seu encontro.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Constantine

O personagem Constantine dos quadrinhos é muito diferente desse que vemos nessa adaptação para o cinema. Nos gibis Constantine é um verdadeiro anti-herói, um fumante inveterado, loiro, magro e nada atraente. Ele é o protagonista do grande sucesso Hellblazer, que mistura ecos do cinema noir com misticismo e magia. O clima é sombrio, de total desesperança. Como toda criação de Alan Moore, Constantine é um outsider, um sujeito á margem da sociedade, que pouco está ligando para as convenções sociais. Já no cinema Constantine é um sujeito bonitão, interpretado pelo canastrão e galã Keanu Reeves, com jeitão de surfista havaiano, fazendo o estilo mauricinho bem vestido. Seu cabelo é impecável e ele passa o tempo todo fazendo biquinhos. Assim o que temos em essência é uma equivocada releitura Hollywoodiana pouco fiel à obra original. Não adianta, Alan Moore definitivamente não tem sorte no cinema. Ele é um sujeito recluso que não dá entrevistas mas nas poucas e raras vezes que resolveu falar foi justamente para amaldiçoar os produtores de Hollywood e reclamar das bisonhas adaptações que suas obras geralmente ganham no cinema americano. Ele tem toda a razão.

Essa produção é um exemplo claro disso. O clima soturno de Hellblazer desaparece. Constantine na pele de Keanu Reeves vira um herói clássico sempre lutando ao lado do bem contra o mal. Seu cinismo desaparece completamente e o pior é que ele acaba ficando sem personalidade em cena, fruto da canastrice de Reeves que não consegue passar qualquer emoção ou expressão com veracidade. Para piorar o espectador ainda tem que engolir a presença medíocre de Shia LaBeouf, seguramente um dos piores atores já surgidos nos últimos anos. O projeto foi desenvolvido pelo estúdio para ser estrelado por Nicolas Cage, uma escolha bem mais adequada, mas depois por diferenças criativas com o diretor, ele resolveu cair fora. Provavelmente Cage pressentiu a bomba que vinha por aí. Por razões puramente comerciais então foi escalado o Keanu Reeves que com sua atuação obtusa jogou a última pá de cal na esperança dos fãs de quadrinhos. Seguramente uma escolha muito equivocada. O que sobrou de todo esse processo foi apenas um filme sem alma, sem identidade mas com centenas de tomadas de efeitos digitais. Uma produção vazia que não diz a que veio.

Constantine (Constantine, Estados Unidos, 2003) Direção: Francis Lawrence / Roteiro: Frank A. Capello, Kevin Brodbin, Mark Bomback / Elenco: Keanu Reeves, Rachel Weisz, Shia LaBeouf, Max Baker, Tilda Swinton, Gavin Rossdale / Sinopse: Constantine (Keanu Reeves) é um exorcista e ocultista que terá que enfrentar terríveis forças do mal.

Pablo Aluísio. 

sábado, 12 de maio de 2012

Advogado do Diabo

Advogado do Diabo nada mais é do que uma releitura do velho mito de Fausto e Mefistófeles acrescido de partes presentes no novo e velho testamento. É de fato uma miscelânea teológica com ares de filme pop. Na época de seu lançamento muitos críticos torceram o nariz para esse verniz mais comercial mas no fundo isso não passa de uma visão muito restrita e limitada. O filme sim tem seus méritos, alguns bem sutis mas que fazem valer a pena a sessão. Na verdade a produção é muito cativante e não me admira em nada ter caído no gosto popular (no Brasil fez muito sucesso de bilheteria). Não é de hoje que o diabo se revela um grande personagem de dramaturgia. Em termos de teologia poderia ter se ido mais longe. De fato o roteiro apenas passeia pelos temas mais importantes, não indo fundo em nada mas isso se deve mesmo ao que se propõe. Certamente não estamos na presença de um tratado ou estudo sério de teologia mas apenas de uma obra de cinema que visa entreter acima de tudo. Não deixa de ser curioso observar um dos duelos mais desnivelados da história do cinema. De um lado Al Pacino, ator premiado, talento nato e incontroverso. Do outro o Keanu Reeves, ator medíocre que quase leva tudo a perder. Com um abismo separando os dois em termos de atuação é comum torcemos justamente para Milton, o personagem de Pacino. Ele, ao contrário do jovem advogado de Reeves, tem alma, carisma, envolvimento. O problema de Keanu Reeves é que ele falha justamente nos momentos mais decisivos de seu personagem em cena. Sua capacidade facial e interpretativa é muito pequena, quase nula.

Curiosamente mesmo dominando da primeira à última cena Pacino não escapou de ser criticado. Para muitos seu personagem é um exemplo, ao lado de sua atuação em Scarface, em que ele perdeu as rédeas da atuação, se tornando histriônico em excesso. Não concordo. Pacino aqui está muito distante do que vimos em Scarface. Aquela atuação realmente ficou fora de controle mas como Milton não consigo ver excessos por sua parte. Na maior parte do tempo está contido, evitando os velhos maneirismos. Claro que na cena final ele literalmente se descabela mas vamos convir que era necessário já que seu companheiro de cena era nulo. Por fim, para aliviar um pouco a agonia de ver Keanu Reeves falhar nas cenas, somos presenteados pela beleza luminosa de Charlize Theron. Ainda muito jovem, em um papel de certo modo ingrato, a atriz consegue a despeito de tudo isso se sobressair. Ela ainda não tinha o glamour da atualidade, onde surge como uma nova Grace Kelly, mas já demonstrava ser mais do que apenas um rostinho bonito em cena. Enfim é isso. "Advogado do Diabo" não é um primor em termos teológicos e nem foi essa a pretensão de seus realizadores mas diverte e abre as portas para quem quiser conhecer os mitos originais que lhe deram origem e isso certamente poderá ser muito mais instrutivo.

O Advogado do Diabo (The Devil´s Advocate, Estados Unidos, 1997) Direção: Taylor Hackford / Roteiro: Jonathan Lemkin baseado na obra de Andrew Neiderman / Elenco: Keanu Reeves, Al Pacino, Charlize Theron/ Sinopse: Kevin Lomax (Keanu Reeves) é um jovem advogado de interior que acaba sendo contratado por um grande escritório de advocacia de Nova Iorque liderado por John Milton (Al Pacino). O que parece ser o emprego dos sonhos porém logo se revela um grande pesadelo.

Pablo Aluísio.

sábado, 28 de abril de 2012

Alguém Tem Que Ceder

Harry Langer (Jack Nicholson) é um executivo milionário da indústria da música que gosta de se relacionar com garotas bem mais jovens do que ele. Sua namorada Marin (Amanda Peet), que tem idade para ser sua filha, decide então lhe apresentar sua mãe, Erica (Diane Keaton) em sua casa de praia. Durante a visita porém Harry começa a passar mal e sofre uma parada cardíaca. Sob os cuidados de Erica e do médico boa pinta Julian (Keanu Reeves) ele começa a se recuperar. De repente nota que está começando a se interessar romanticamente pela mãe de sua namorada! Erica, por sua vez, também está começando a se interessar por um homem mas não por ele e sim pelo jovem médico bonitão. Sem perceber acaba se formando um triângulo amoroso entre todos eles. "Alguém Tem Que Ceder" é uma comédia romântica com excelente elenco que tenta vender esse gênero para um público mais maduro. Jack Nicholson dá uma pausa em seus personagens mais introspectivos e profundos para surgir em cena na pele do cafajeste Harry, um sujeito bem vazio que gosta mesmo é de um bom rabo de saia juvenil. Ao se deparar com uma mulher mais velha, interessante e atraente, ele acaba repensando sua própria forma de ver as mulheres. Pronto para uma nova experiência ele tenta conquistar a mãe de sua jovem namorada, o problema é que para ser bem sucedido vai ter que vencer a competição com o médico interpretado por Keanu Reeves (novamente disponibilizando ao seu público mais uma atuação ao seu estilo, ou seja, bem medíocre).

Quem segura as pontas do filme mesmo é a dupla Nicholson e Keaton. Ex-musa de Woody Allen aqui Diane Keaton surge bem mais bonita, sofisticada, com belo figurino. Sua química ao lado do velho Jack funciona muito bem e juntos são responsáveis pelos melhores momentos do filme que, apesar de não ser uma maravilha, funciona como bom passatempo descompromissado, especialmente recomendado para mulheres mais maduras que conservam seu romantismo intacto. A diretora e roteirista Nancy Meyers optou por algo bem leve, soft. Evita apelar para o dramalhão e realiza uma boa crônica de costumes, com ênfase nos relacionamentos em que há uma grande diferença de idade entre os envolvidos (geralmente homens bem mais velhos com mulheres jovenzinhas). O saldo final é agradável, além do mais é sempre um prazer renovado rever o grande Jack Nicholson, mesmo que seja em filmes considerados menores de sua rica filmografia.

Alguém Tem Que Ceder (Something's Gotta Give, Estados Unidos, 2003) Direção e Roteiro: Nancy Meyers / Elenco: Jack Nicholson, Diane Keaton, Amanda Peet, Keanu Reeves, Jon Favreau, Michael J. Fox. / Sinopse: Harry Langer (Jack Nicholson) é um homem bem mais velho que namora a jovem Marin (Amanda Peet) mas acaba se apaixonando por sua mãe, a bela e madura Erica (Diane Keaton).

Pablo Aluísio. 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Matrix

Quando "Matrix" surgiu nos cinemas causou grande repercussão. Era uma ficção com um argumento bem mais elaborado do que se estava acostumado a ver. De certa forma nada mais era do que uma visão pop feita em cima de crenças e conceitos bem mais profundos do conhecimento humano em relação à religião, filosofia e teorias de conspiração em geral. Como a juventude via de regra não gosta muito de ler, não indo direto às fontes dessa idéias, Matrix vinha bem a calhar pois tudo o que tinham que fazer era assistir a essa produção. Claro que todos esses conceitos foram tratados no roteiro do filme de forma bem mais superficial, apenas tangendo a verdadeira essência na qual se baseou. Seria uma espécie de cartilha de ABC sobre filosofia para jovens que não conheciam ou não queriam ler os grandes filósofos da cultura ocidental como Platão, Sócrates, etc. Até porque "Matrix" nada mais é do que um chiclete pop feito em cima do mito da caverna.de Platão. Mesmo assim não há como negar que apesar de ser mesmo um produto de cultura pop comercial "Matrix" serviu ao menos para criar o interesse nos jovens nesse tipo de tema. Esse aliás é o seu grande mérito: despertar a curiosidade dos mais jovens sobre esse tipo de questionamento existencial.

O enredo todos já conhecem: Neo (Keanu Reeves) é um jovem programador em um futuro distante que descobre ser a realidade apenas uma mera simulação. O mundo real parece ser um lugar inóspito controlado por computadores que mantém os corpos dos seres humanos em eterno torpor alimentado por ilusões meramente virtuais. Para enfrentar as máquinas no mundo real, Neo resolve se unir a outros rebeldes que pensam como ele, como Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie-Anne Moss). A produção, feita em cima de um avassalador nível técnico (que venceu os Oscars de Melhor Edição, Efeitos Visuais, Som e Efeitos Sonoros) tenta desnortear o espectador enquanto o roteiro procura trilhar um rumo para aquilo tudo que vemos na tela. "Matrix" fez tanto sucesso que virou trilogia mas conforme as sequências foram sendo lançadas fomos descobrindo que os diretores irmãos Wachowski não conseguiram ficar à altura das expectativas, se perdendo pelo meio do caminho. De qualquer modo mesmo "Matrix" se perdendo nas suas sequências não podemos deixar de louvar seus méritos. É cultura pop em essência, cinema chiclete sim, mas que tentou ser mais inteligente do que a média geral do que estava sendo feito. Pena que as continuações não conseguiram desenvolver tudo a contento.

Matrix (Matrix, Estados Unidos, 1999) Direção: Larry Wachowski), Andy Wachowski / Roteiro: Larry Wachowski, Andy Wachowski / Elenco: Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss, Hugo Weaving, Joe Pantoliano, Gloria Foster./ Sinopse: Neo (Keanu Reeves) é um jovem programador em um futuro distante que descobre ser a realidade apenas uma mera simulação. O mundo real parece ser um lugar inóspito controlado por computadores que mantém os corpos dos seres humanos em eterno torpor alimentado por ilusões meramente virtuais. Junto dos rebeldes resolve enfrentar as máquinas que escravizaram a humanidade.

Pablo Aluísio.