quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Os Assassinatos de Amityville

Você já deve ter assistido muitos filmes da franquia cinematográfica Amityville. É uma das mais longas séries de filmes de terror da história. Virou uma espécie de marca registrada. Pois bem, eu também já vi muitos filmes dessa linha, mas esse foi o primeiro que assisti que enfoca na origem de tudo. E tudo começou por causa de um crime terrível. Em novembro de 1974 um rapaz de 23 anos de idade subiu as escadas de sua casa e matou a sangue frio, com um rifle, seus pais, suas duas irmãs adolescente e seus dois irmãos caçulas, na época eles eram apenas garotos. Um crime horroroso que abalou os Estados Unidos e o mundo.

O assassino era Butch DeFeo. Barbudo, viciado em drogas, ele começou a ouvir vozes que diziam que deveria matar toda a sua família. Quando foi preso afirmou que matou por ordem de um demônio. Nos diversos filmes sobre Amityville os roteiros exploravam o fato da casa ser mal-assombrada, algo relatado principalmente pelas famílias que foram morar lá depois do massacre envolvendo o que aconteceu com a família original.

Esse filme aqui não vai por esse caminho. Ele explora justamente os acontecimentos que ocorreram e levaram à morte todas aquelas pessoas. Por isso achei um dos mais interessantes. Não sabia, por exemplo, que o pai DeFeo era um sujeito violento, abusivo, que provavelmente tinha ligações também com criminosos. E o Jovem Ronald DeFeo ganha maiores contornos. Ele provavelmente teve uma crise psicótica por abusar de drogas. Afinal drogas são catalizadoras de doenças mentais. Como ele vivia drogado, não é de se admirar que tenha cometido um crime tão bárbaro.

Só tem um probleminha nesse roteiro. Ele, muitas vezes, abraça a teoria sobrenatural, que havia mesmo um demônio agindo sobre o assassino. Bem, isso é algo impossível de confirmar. Foi apenas o alegado pelo Butch após matar seus familiares. Assim o filme deixa um pouco de lado o retrato real daquelas pessoas para abraçar mais um linha de filmes de terror. Penso que se tivesse tomado outro caminho, abraçando mais o realismo (como sugerem as fotos reais das vítimas na última cena) a coisa teria ficado muito mais relevante. Porém, provavelmente por motivos comerciais, o roteiro abraçou mesmo o sobrenatural. Mesmo assim o filme não se estraga por esse detalhe. Ele vale muito a pena, principalmente para quem curte filmes de terror com o selo Amityville.

Os Assassinatos de Amityville (The Amityville Murders, Estados Unidos, 2018) Direção: Daniel Farrands / Roteiro: Daniel Farrands / Elenco: John Robinson, Chelsea Ricketts, Paul Ben-Victor, Diane Franklin / Sinopse: O filme recria o brutal crime ocorrido em Amityville, interior do Estado de Nova Iorque, quando um jovem com problemas ligados a drogas, matou toda a sua família com um rifle. O caso daria origem a uma série de histórias de terror envolvendo a casa onde tudo aconteceu. Baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

7 comentários:

  1. Os Assassinatos de Amityville
    Nota: 7.8
    Pablo Aluísio.

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  2. Só um detalhe,Amityville II-A Possessão conta essa mesma "história de origem",inclusive com a atriz que faz a mãe nesse novo como a filha mais velha no filme antigo.

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  3. Obrigado pela informação Jobson. Fui traído pela minha memória então. Assisti o II, inclusive deve ter resenha aqui no blog, mas não me lembrava mesmo disso. Abraços.

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  4. Essa casa foi vendida há muitos anos. Mora uma mulher sozinha lá. Uma senhora idosa. Ela chamou um padre e mandou benzer a casa antes de morar por lá. Nada nunca mais aconteceu. Ela inclusive quer vender a casa em breve.

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  5. No meu ponto de vista o problema não é a casa. É a energia que emana de certas pessoas. Essa família DeFeo tinha problemas. O pai era um bruto, um violento, um ignorante. O filho era um drogado, indo para o caminho da esquizofrenia. Assim a casa em si não tem nada a ver com nada. Inclusive Erick eu me lembro bem de uma matéria com essa senhora. Morou lá por 20 25 anos e não aconteceu nada. Viveu em paz.

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  6. Eu peguei um pavor dessa história de americano sair atirando e matando família, colegas de escola e trabalho com as justificativas mais estapafúrdias.
    Eu não chego nem perto desses filmes. Culpar o "demônio" é parecido com o nosso crime passional, ou o antigo " defesa da honra, que quer nos convencer que houve um perda dos sentidos, mas serve mais é pra se livrar de uma condenação mais severa. Coisa nojenta.
    Serge Renine.

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  7. Perfeito. Demônios não puxam o gatilho. Quem puxa o gatilho é o ser humano criminoso. E casas, como objetos que são, não são mal assombradas. As pessoas é que são mal assombradas.

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