Você já deve ter assistido muitos filmes da franquia cinematográfica Amityville. É uma das mais longas séries de filmes de terror da história. Virou uma espécie de marca registrada. Pois bem, eu também já vi muitos filmes dessa linha, mas esse foi o primeiro que assisti que enfoca na origem de tudo. E tudo começou por causa de um crime terrível. Em novembro de 1974 um rapaz de 23 anos de idade subiu as escadas de sua casa e matou a sangue frio, com um rifle, seus pais, suas duas irmãs adolescente e seus dois irmãos caçulas, na época eles eram apenas garotos. Um crime horroroso que abalou os Estados Unidos e o mundo.
O assassino era Butch DeFeo. Barbudo, viciado em drogas, ele começou a ouvir vozes que diziam que deveria matar toda a sua família. Quando foi preso afirmou que matou por ordem de um demônio. Nos diversos filmes sobre Amityville os roteiros exploravam o fato da casa ser mal-assombrada, algo relatado principalmente pelas famílias que foram morar lá depois do massacre envolvendo o que aconteceu com a família original.
Esse filme aqui não vai por esse caminho. Ele explora justamente os acontecimentos que ocorreram e levaram à morte todas aquelas pessoas. Por isso achei um dos mais interessantes. Não sabia, por exemplo, que o pai DeFeo era um sujeito violento, abusivo, que provavelmente tinha ligações também com criminosos. E o Jovem Ronald DeFeo ganha maiores contornos. Ele provavelmente teve uma crise psicótica por abusar de drogas. Afinal drogas são catalizadoras de doenças mentais. Como ele vivia drogado, não é de se admirar que tenha cometido um crime tão bárbaro.
Só tem um probleminha nesse roteiro. Ele, muitas vezes, abraça a teoria sobrenatural, que havia mesmo um demônio agindo sobre o assassino. Bem, isso é algo impossível de confirmar. Foi apenas o alegado pelo Butch após matar seus familiares. Assim o filme deixa um pouco de lado o retrato real daquelas pessoas para abraçar mais um linha de filmes de terror. Penso que se tivesse tomado outro caminho, abraçando mais o realismo (como sugerem as fotos reais das vítimas na última cena) a coisa teria ficado muito mais relevante. Porém, provavelmente por motivos comerciais, o roteiro abraçou mesmo o sobrenatural. Mesmo assim o filme não se estraga por esse detalhe. Ele vale muito a pena, principalmente para quem curte filmes de terror com o selo Amityville.
Os Assassinatos de Amityville (The Amityville Murders, Estados Unidos, 2018) Direção: Daniel Farrands / Roteiro: Daniel Farrands / Elenco: John Robinson, Chelsea Ricketts, Paul Ben-Victor, Diane Franklin / Sinopse: O filme recria o brutal crime ocorrido em Amityville, interior do Estado de Nova Iorque, quando um jovem com problemas ligados a drogas, matou toda a sua família com um rifle. O caso daria origem a uma série de histórias de terror envolvendo a casa onde tudo aconteceu. Baseado em fatos reais.
Pablo Aluísio.
Os Assassinatos de Amityville
ResponderExcluirNota: 7.8
Pablo Aluísio.
Só um detalhe,Amityville II-A Possessão conta essa mesma "história de origem",inclusive com a atriz que faz a mãe nesse novo como a filha mais velha no filme antigo.
ResponderExcluirObrigado pela informação Jobson. Fui traído pela minha memória então. Assisti o II, inclusive deve ter resenha aqui no blog, mas não me lembrava mesmo disso. Abraços.
ResponderExcluirEssa casa foi vendida há muitos anos. Mora uma mulher sozinha lá. Uma senhora idosa. Ela chamou um padre e mandou benzer a casa antes de morar por lá. Nada nunca mais aconteceu. Ela inclusive quer vender a casa em breve.
ResponderExcluirNo meu ponto de vista o problema não é a casa. É a energia que emana de certas pessoas. Essa família DeFeo tinha problemas. O pai era um bruto, um violento, um ignorante. O filho era um drogado, indo para o caminho da esquizofrenia. Assim a casa em si não tem nada a ver com nada. Inclusive Erick eu me lembro bem de uma matéria com essa senhora. Morou lá por 20 25 anos e não aconteceu nada. Viveu em paz.
ResponderExcluirEu peguei um pavor dessa história de americano sair atirando e matando família, colegas de escola e trabalho com as justificativas mais estapafúrdias.
ResponderExcluirEu não chego nem perto desses filmes. Culpar o "demônio" é parecido com o nosso crime passional, ou o antigo " defesa da honra, que quer nos convencer que houve um perda dos sentidos, mas serve mais é pra se livrar de uma condenação mais severa. Coisa nojenta.
Serge Renine.
Perfeito. Demônios não puxam o gatilho. Quem puxa o gatilho é o ser humano criminoso. E casas, como objetos que são, não são mal assombradas. As pessoas é que são mal assombradas.
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