Terceira e última parceria entre os grandes astros do faroeste americano John Wayne e Kirk Douglas. No filme Wayne interpreta Taw Jackson que resolve se unir ao pistoleiro e ladrão Lomax (Kirk Douglas) para colocar em prática um plano mais do que ousado: roubar um carregamento de ouro no valor de 500 mil dólares. O grande desafio deles será, além de enfrentar a forte segurança que acompanha a fortuna, conseguir vencer a própria carroça que transporta o ouro, pois essa é fortemente armada com um potente metralhadora, além de ser blindada, se tornando praticamente inexpugnável. “Gigantes em Luta” é um western de pura ação, com muitas cenas de lutas, batalhas e tiroteios. Durante as filmagens Kirk Douglas teve uma surpresa que o impactou. John Wayne havia perdido o pulmão em uma complicada operação, três anos antes, na sua luta pessoal contra o câncer.
Assim o veterano ator estava bem debilitado fisicamente, precisando recorrer regularmente a uma bolsa de oxigênio para dar conta das complicadas filmagens, que lhe exigiam muito do ponto de vista físico. Mesmo assim ele trabalhou com empenho, sem reclamar. Vendo aquela obstinação do colega, Kirk ficou emocionado, como bem revelou em uma entrevista anos depois. Ele tinha que dar o melhor de si nas filmagens ao mesmo tempo em que se preocupava com John Wayne nas cenas mais exigentes e perigosas.
Além do ótimo elenco o filme também apresentava uma produção muito boa, até acima da média. Uma das “estrelas” do filme era a própria carroça blindada que levava o carregamento de ouro, chamada “War Wagon”. Durante anos ela foi exposta no parque temático da Universal ao lado de vários outros artefatos famosos de filmes clássicos. O curioso é que a “War Wagon” era na realidade feita de madeira pintada para parecer aço e ferro. Um truque de Hollywood. Com o uso de efeitos sonoros para recriar o som característico dos metais, completou-se a ilusão de que se estava na presença de uma carroça realmente blindada. Ninguém na época desconfiou de nada.
O diretor de “Gigantes em Luta” foi Burt Kennedy, que se deu tão bem com o astro John Wayne que esse o trouxe de volta para dirigir “Chacais do Oeste” cinco anos depois. O diferencial é que Kennedy sempre procurava respeitar os limites que a saúde de John Wayne exigia. Assim ele procurava filmar as cenas com o ator de forma concentrada, para evitar deixar John Wayne esperando por longas horas para entrar em cena. Também sempre deixava o ator à vontade, sem aquele clima de tensão no set, algo bem típico de Hollywood. O resultado de tudo é mais um belo western na filmografia de John Wayne, aqui ao lado de outro mito do cinema americano, Kirk Douglas. Simplesmente imperdível para os fãs do gênero.
Gigantes em Luta (The War Wagon, Estados Unidos, 1967) Direção: Burt Kennedy / Roteiro: Clair Huffaker, baseado em sua novela, The War Wagon / Elenco: John Wayne, Kirk Douglas, Howard Keel, Robert Walker Jr, Keenan Wynn / Sinopse: Dois aventureiros se unem no velho oeste para roubar uma carroça blindada que transporta um grande carregamento de ouro no valor de 500 mil dólares. Filme premiado pelo Western Heritage Awards na categoria de Melhor Direção.
Pablo Aluísio.
Western Clássico
ResponderExcluirGigantes em Luta
Pablo Aluísio.
Dom Pablo,
ResponderExcluirJohn Wayne era um inveterado fumante de cigarros da marca Camel. Tanto que chegou a fazer propaganda do produto na TV americana. Morreu desse mesmo problema no pulmão, um câncer ofensivo. Já o Kirk Douglas levava uma vida mais saudável, era um atleta. Está vivo até hoje!
Lord Erick, foi mesmo uma infelicidade na vida do grande John Wayne. Na época não havia tanta informação como hoje, fumar cigarros ainda era uma coisa glamorosa. Só depois, já pelos anos 70, é que a ciência conseguiu ligar o aumento do número de câncer de pulmão com o hábito de fumar. E aí já era tarde para ele. Morreu em 1979, consagrado como um dos grandes nomes da história do cinema dos Estados Unidos.
ResponderExcluirÉ contexto histórico, literalmente. Na série Mad Men os personagens fumam como uma chaminé. Era o status quo daqueles tempos. Eu bem me lembro do meu pai o tempo todo com cigarro na mão fazendo charme. My mother too. Era outro estilo de vida. Agora apareceu na minha mente o Bogart com um cigarro no canto da boca. O cinema fez glamour do ato de fumar. Indiretamente levou milhões para a morte, como o Duke.
ResponderExcluirDe acordo. Ano passado (ou será que foi o ano anterior?) eu estava lendo a biografia da Maria Antonieta. Imagine você, Lord, que o hábito de fumar nos ocidentais nasceu justamente naquela época, em Versalhes. Os nobres aprenderam a fumar tabaco ali. Depois exportaram esse péssimo ato para o mundo todo.
ResponderExcluirReally?! Imagine a Maria Antonieta fumando, depois aquele penteado pouf pegando fogo!!! kkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirAcho que inventaram a piteira justamente para o pouf não pegar fogo... rsrsrs
ResponderExcluirEm Versalhes o luxo e o lixo conviviam lado a lado. Um palácio maravilhoso, sem rede de higiene interna. Aquela nobreza cheia de pó de arroz na cara não tomava banho!
ResponderExcluirO importante era estar bem vestido, com perfumes franceses de última geração. O problema é que o povão não aguentou e aí... cabeças começaram a rolar, literalmente falando...
ResponderExcluirAgora imagine o John Wayne com um pouf!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkk
Não, chega, chega, chega por hoje! :D
Que imaginação Lord Erick... que imaginação!
ResponderExcluirrsrsrs
Paradoxalmente, o cigarro era um sinal de auto afirmação dos homens (sou adulto, sou másculo, sou forte) e das mulheres (tenho vontade propria, não sou uma coitada de uma dona de casa humilhada, afronto os costumes e mando na minha vida.
ResponderExcluirInfelizmente o câncer não tinha ideologia.
Serge Renine.
Exatamente... o cigarro era uma afirmação de atitude, se ter um estilo de vida. Hoje em dia nada disso faz muito sentido porque todos descobriram que o cigarro faz muito mal à saúde.
ResponderExcluirPS: No Youtube existem os comerciais que John Wayne fez para famosas marcas de cigarro dos EUA.
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