quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 19

Marilyn Monroe teve muitos relacionamentos amorosos em sua vida. Vários deles foram intensos, frutos de grandes paixões, mas ao mesmo tempo eram fugazes demais. A personalidade de Marilyn parecia ter essa característica: ela se apaixonava perdidamente, em paixões fulminantes, porém assim que começava a se relacionar com seu novo companheiro ia perdendo gradualmente o interesse por ele. Marilyn tinha tendência a desenvolver paixões platônicas e como todos sabemos essas sempre se transformavam em fumaça quando eram realizadas no mundo real. Essa forma de viver acompanhou Marilyn por toda a sua vida e não era restrita aos seus namorados, mas também aos seus maridos.

Marilyn não foi apaixonada pelo primeiro marido,  James Dougherty. Esse seu primeiro casamento foi arranjado por sua mãe adotiva. Ela não queria mais Marilyn em casa e fez de tudo para que ela se casasse com aquele rapaz simpático da vizinhança. Ele era marinheiro e assim durante uma viagem em 1946 recebeu um telegrama de Marilyn pedindo o divórcio. Ela nunca chegou realmente a gostar dele, em nenhum nível. Em 1954 ela se casou com o jogador de beisebol Joe DiMaggio. Foi outro casamento sem paixão. Joe era muito mais apaixonado por ela do que Marilyn poderia imaginar. Ela, por sua vez, parecia mais interessada na publicidade que aquele casamento iria trazer para sua carreira. Da parte dela houve quase nenhuma paixão ou sentimento verdadeiro. O relacionamento chegou ao fim após Joe agredir Marilyn durante uma discussão acalorada. Com seu jeito italiano, estilo dominador, não conseguia conviver com o sucesso dela, com seu jeito de ser independente. Foi demais para o machão com sangue latino. Ao longo dos anos, mesmo após a separação, Joe DiMaggio iria se comportar como um cachorrinho em busca de atenção de sua antiga dona. Só que Marilyn após o fim do casamento só queria dar ao ex-marido uma amizade até sincera, mas ao mesmo tempo distante.

Uma das grandes paixões platônicas de Marilyn Monroe se deu com o escritor Arthur Miller. Em uma época em que Marilyn lutava desesperadamente para adquirir cultura, lendo livros e estudando, Miller representava um ideal de homem culto e respeitado que ela almejava conquistar. Naquela altura de sua vida Marilyn já tinha se cansado dos galãs apaixonados por si mesmos que lotavam os estúdios de Hollywood. Beleza física já não era tão importante para ela. Assim Monroe mudou seus paradigmas e começou a se interessar por homens intelectuais, que pudessem trazer algo de novo para sua vida. Um deles foi seu próprio professor de música na Fox. Um sujeito elegante, com educação primorosa e cultura erudita. Marilyn ficou loucamente apaixonada por ele, mas não foi correspondida. Ele já era casado naquela altura e não queria jogar tudo fora em prol de uma aventura ao lado da atriz.

Isso devastou Marilyn e ela cultivou uma paixão platônica em relação a ele que durou anos e anos. Pela primeira vez em sua vida Marilyn começou a correr atrás de um homem, que ela considerava perfeito, ao invés de ser cortejada e seduzida. O fato de Marilyn ter que ir atrás dele, de sua paixão, ao invés de ficar esperando o tal sujeito se jogar aos seu pés, fez com que ela ficasse ainda mais apaixonada - loucamente apaixonada. Mesmo com todos os esforços realmente não deu em nada e Marilyn experimentou uma das grandes desilusões amorosas de sua vida.

Já com Arthur Miller as coisas foram diferentes. O escritor acabou se apaixonando por Marilyn, colocando fim em seu casamento, jogando seu juízo pela janela. O caso entre Monroe e Miller porém não acabou bem. Ela inicialmente parecia muito apaixonada por ele, a ponto de colocar um retrato do escritor ao lado de sua cama. Ela amava a cultura do marido e seu estilo intelectual, mas não demorou muito para tudo ruir. Miller, compreensivelmente, tinha hábitos moderados, típicos de um escritor. Isso significava que passava horas em seu escritório, escrevendo seus romances e peças em sua velha máquina de escrever. Assim Marilyn começou a se sentir sozinha. Pior do que isso, começou a achar o marido um chato. Em pouco tempo ela começou a desenvolver uma antipatia nada saudável por ele. O divórcio não demorou e ganhou tintas públicas quando ela começou a tomar atitudes humilhantes para com ele, inclusive nos sets de filmagens. O sonho, a paixão, estava novamente morta na vida de Marilyn Monroe. Para muitos autores e biógrafos, o fato inegável é que uma das maiores divas do cinema, talvez o maior símbolo sexual do século XX, a rainha da beleza de sua época, a mulher que ditava moda, acabou tendo uma vida amorosa bem infeliz. Uma grande ironia do destino.

Pablo Aluísio.

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