domingo, 30 de março de 2008
A Bíblia é uma Mitologia? Paulo era Homossexual?
A Bíblia é uma Mitologia? O Pensamento Mágico e a Religião
A Bíblia é uma Mitologia? O Panteão dos Deuses de Israel
sábado, 29 de março de 2008
O Jesus da História
A Igreja Católica e o Clero Homossexual
sexta-feira, 28 de março de 2008
De Onde Surgiu a Alma e o Espírito?
Religião é mitologia?
quinta-feira, 27 de março de 2008
Desvendando Jack, o Estripador - Russell Edwards
Russell Edwards basicamente dividiu seu livro em três partes. Na primeira ele aproveita para contar sua própria história pessoal. Ele viveu por muitos anos em Whitechapel, na mesma região onde Jack cometeu seus crimes, séculos atrás. Ele conta que ficou admirado mesmo ao saber que aquelas mesmas ruas onde caminhava todos os dias eram as mesmas em que Jack estripou as pobres prostitutas com uma selvageria que chocou o mundo naquela época. E como acontece em muitos lugares de Londres, aquelas ruas estão bem preservadas historicamente, algumas inclusive contando com os mesmos pequenos prédios e cortiços onde Jack atuou. Essa primeira parte do livro, devo dizer, é apenas mais ou menos. Na minha opinião o autor perde muito tempo falando de si mesmo. Quem comprou o livro está certamente focado em Jack e não em Russell.
A segunda parte do livro foi a mais interessante. Aqui toda a história de Jack e seus crimes é contada com riqueza de detalhes. Inicialmente mostrando tudo o que aconteceu nos crimes em si, depois listando uma série de suspeitos. A pergunta sobre quem teria sido Jack, o Estripador, ainda hoje desperta curiosidade. Ele coloca breves históricos sobre cada um dos suspeitos, depois os colocando em dúvida, mostrando evidências da época que os inocentaram. Até um neto da rainha Vitória foi suspeito. E havia advogados, médicos, etc. Qualquer um que apresentasse algum tipo de comportamento estranho, passava a ser suspeito. A polícia da Londres na época recebeu uma enxurrada de denúncias da população. Muita gente foi indicada como o criminoso. No final essa multidão de suspeitos só ajudou a atrapalhar ainda mais a solução do caso. Um fato que eu particularmente desconhecia é de que hoje em dia a Scotland Yard afirma oficialmente que Jack, o Estripador se chamava Aaron Kosminski, um imigrante polonês com problemas mentais que morava em Whitechapel na mesma época em que os crimes aconteceram. Ele chegou a ser detido pelos policiais, porém por falta de provas foi liberado.
Russell Edwards então passa a dissecar tudo o que se descobriu sobre essa estranha figura. Kosminski imigrou para a Inglaterra após a morte do pai. De origem muito pobre, acabou indo para Londres depois que seu irmão se mudou para trabalhar em pequenas fábricas de roupas. Ele teve uma infância muito dura, com muita carência alimentar e falta de apoio familiar. Quando chegou a Londres, ainda bem jovem, muito provavelmente se tornou uma vítima do trabalho infantil que ainda era comum. E sua situação só iria piorar. Aaron Kosminski tinha problemas mentais que se tornariam ainda mais graves com os anos. Quando os crimes de Jack explodiram em Londres, ela já estava ficando completamente insano. Diz o autor desse livro que a comunidade judaica de Londres descobriu que ele era Jack, mas abafou tudo, com medo de uma explosão de violência e preconceito contra imigrantes judeus. Eles providenciaram para que Kosminski fosse internado em um hospício, de onde nunca mais sairia. Morreu ali, vagando entre outros loucos internados como ele. Curiosamente após sua internação, os crimes de Jack cessaram completamente.
Na época os meios forenses de investigação eram bem primitivos. Não havia a ciência que hoje conhecemos para desvendar crimes. Porém o xale, a peça chave de uma das vítimas ainda existia. O autor Russell Edwards decidiu então submeter essa peça de roupa a um criterioso exame de DNA. E eles encontraram mesmo DNA de um homem. Ele então foi atrás de membros atuais da família do suspeito. E após vários exames os cientistas conseguiram descobrir que se tratava mesmo do DNA de Aaron Kosminski. Essa fase de exames de DNA ocupa praticamente toda a terceira e última parte do livro. Claro, é algo importante, a própria razão de existência do livro, porém não posso deixar de comentar que também é um pouco cansativo, por causa do excesso de tecnicismo envolvido. E quem disse que mesmo após todo o esforço do autor desse livro o mistério da verdadeira identidade de Jack chegou ao fim? Parece que um dos charmes dessa história é o fato de que nunca se chegou a uma verdade incontestável. Pelo visto Jack será sempre uma pergunta no ar, mesmo com todas as provas apontando o contrário.
Pablo Aluísio.
Os Romanov (1613 - 1918)
A monarquia Romanov apresentou todos os tipos de corrupções, violência e traições que você possa imaginar. E como toda monarquia que se preza, após alguns séculos no poder, ela também se tornou decadente e abusiva. O abuso de autoridade, as violações de direitos humanos de toda ordem, a morte em massa do povo, todas essas tragédias começam a se repetir com regularidade mórbida para a nação. A Rússia cresceu e se desenvolveu muito com a dinastia Romanov no poder máximo, absolutista, mas também houve inúmeras injustiças, massacres, mortes e perseguições políticas de todo tipo. Em minha opinião foi um preço caro demais para se pagar. E isso foi se repetindo sistematicamente ao longo dos séculos. Basta lembrar de Ivan, O terrível. Esse Czar acumulou tanto poder em suas mãos que simplesmente enlouqueceu. Matou praticamente todos os seus parentes e membros da corte que representassem alguma ameaça para sua mente paranoica. Matou a esposa, matou o filho a pauladas e no final ficou completamente enlouquecido e sozinho em seu castelo. Diziam que queria matar até mesmo sua sombra. Em seus últimos dias apenas a loucura foi sua companheira.
Há também imperadores russos que entraram de forma positiva na história, muito embora nos dias de hoje sejam pouco lembrados. Um que foi injustamente esquecido foi Alexandre I. Poucas pessoas falam nele, mas o fato é que foi esse Czar quem derrotou Napoleão Bonaparte quando ele decidiu invadir a Rússia. Adotando uma estratégia de "terra arrasada", Alexandre conseguiu dar um xeque-mate no imperador francês, que precisou retornar para a França em uma das retiradas mais humilhantes da história. Foi Alexandre I também o primeiro líder estrangeiro a marchar pelas ruas de Paris após a queda de Napoleão. Até um pitoresco encontro dos dois inimigos é relatado em suas páginas. Para surpresa do leitor descobrimos que Napoleão ficou surpreso e admirado com o jovem czar. Chegou ao ponto de tecer elogios a ele. Só que o general mal sabia que o russo seria um de seus algozes. Tudo isso, suas vitórias e detalhes do campo de batalha, estão no livro. Alexandre I morreu até relativamente jovem e foi um dos membros da família Romanov que mais se destacaram em sua jornada, afnal derrotou, ao lado dos ingleses, o grande Napoleão, considerado invencível até então.
Outros dois nomes que me chamaram a atenção foram Pedro, o grande e Catarina II. O primeiro foi um homem de ação, forte, robusto, construtor nato. Ele construiu uma das maiores esquadras navais de seu tempo. Também mandou construir toda uma grande cidade ao melhor estilo europeu ocidental bem no meio do pântano. Fundou São Petersburgo, que se tornaria a segunda maior cidade do império russo, ficando atrás apenas de Moscou. Já Catarina II foi o maior símbolo de uma nova linhagem de monarcas que seriam conhecidos como "déspotas esclarecidos". Ela não abriu mão do poder absolutista que tinha, mas ao mesmo tempo usou esse poder para coisas boas para a sociedade. Universalizou o ensino para todos os cidadãos do império, criou escolas para todas as crianças e jovens, mesmo nos mais distantes lugarejos e fundou as primeiras universidades da Rússia imperial. E o curioso é que ela não era russa de nascimento e precisou tirar o marido do trono, pois ele era um tolo imbecil. Só depois de sua queda é que a Rússia voltou a ter uma grande líder para a nação.
Por fim a história dos últimos imperadores também marca o leitor. Alexandre II foi morto de forma horrível quando um rebelde jogou uma bomba em sua carruagem, bem no momento em que ele desfilava perante seus súditos. Ele perdeu as pernas no atentado, ficou caído no chão e sangrou até morrer. Foi o pior atentado contra um Romanov na história da Rússia. E para terminar o leitor fica também chocado e até emocionado com a morte de Nicolau II, o último czar da Rússia. Um homem que não era apto para se tornar o imperador, mas que tinha uma bela família que acabaria sendo fuzilada covardemente pelos comunistas após a revolução russa de 1917. Foi com Nicolau II que surgiu a bizarra figura de Grigori Rasputin. Ele não era um Romanov, mas sua presença na história dessa dinastia foi tão marcante que ele acabou na capa do livro. Misto de bruxo, guru, charlatão e fanático religioso, Raspudin caiu nas graças da imperatriz após ajudar ao pequeno herdeiro Alexei que sofria de hemofilia. A entrada dele dentro da corte foi um dos inúmeros fatores que levou a dinastia Romanov para sua desgraça final. Em conclusão após ler o livro, digo que essa é uma bela obra de história e literatura. Suas páginas trazem inúmeras histórias de imperadores que detinham todos os poderes reais em suas mãos, sem limitações. E isso tudo serviu para demonstrar que o ser humano não pode ter esse tipo de poder absolutista, pois seguramente vai abusar dele, mais cedo ou mais tarde. Carto estava o Lord John Dalberg-Acton quando escreveu que "O poder tende a corromper o homem e o poder absoluto o corrompe absolutamente". Sábias palavras.
Panlo Aluísio.
quarta-feira, 26 de março de 2008
Agripina
O Google e o Puritanismo americano
terça-feira, 25 de março de 2008
Stálin e a URSS
A propriedade privada foi abolida. Todos os meios de produção passaram a ser do Estado. A iniciativa privada foi descartada. Empresas e companhias passavam a pertencer a União Soviética. Toda a economia seria planejada por burocratas de Moscou. A vida de todas as pessoas passavam a pertencer ao Estado máximo. Os poderes legislativos e o judiciário deixaram de ser independentes. Todos deveriam ficar sob estrito controle do poder executivo forte, representado por um líder supremo. A união de todos os poderes, como bem sabemos, é o que define o surgimento de uma ditadura. Esse ditador com poderes máximos seria também o líder do único partido político existente, o Partido Comunista. Direitos individuais deixaram de existir. Havia controle dos meios de comunicação, dos jornais, da televisão. Todos eram controlados pelo Estado. A censura era política de Estado. As artes igualmente ficavam sob domínio absoluto do governo central. O mesmo era direcionado para livros, revistas e qualquer outro sistema de imprensa. Nenhuma crítica ao líder supremo era tolerada e qualquer desvio nesse aspecto era considerado crime punido com prisão perpétua ou morte.O destino de quem ousava discordar do governo soviético era a fria e distante Sibéria, onde muitos morriam congelados, executados ou de inanição.
Se Lênin foi um arquiteto inicial desse regime de poder, sem qualquer tipo de respeito pela vida humana, seu sucessor, Josef Stálin, conseguiu lhe superar. Ele nasceu em um lugar remoto dentro do vasto Império Russo, em Góri, na Geórgia. O pai era alcoólatra e violento, constantemente batendo na esposa e nos filhos. Desde criança Stálin descobriu que não havia perdão em sua casa paterna, essa era uma palavra inexistente no vocabulário do pai, algo que ele levaria para sua vida política. Sua mãe viu que não haveria esperanças para ele, então o matriculou numa escola religiosa da Igreja Ortodoxa. Talvez lá o jovem Stalin tomasse gosto pela vida sacerdotal.
Não foi isso que ele quis. Sua sorte foi que naquela escola ele acabou tendo uma educação primorosa que o transformou em um jovem intelectual. As imagens de um Stálin rude e iletrado não correspondem à verdade dos fatos. Ele tinha grande conhecimento de literatura marxista, a tal ponto que muitas vezes causou embaraços no próprio Lênin que jamais confiou nele. Quando esse morreu abriu-se a sucessão para saber quem seria o novo líder da União Soviética. O sucessor natural seria Leon Trótsky, considerado um grande pensador e ideólogo do comunismo russo. Escritor, intelectual e versátil, ele era seguramente uma excelente opção. Stálin, que havia subido aos mais altos graus do partido por causa de sua militância socialista, do dia a dia, da prática diária das ruas, via o oposto disso. Achava que Trótsky não tinha a vivência prática para levar aquela nação em frente. Usando do modo de agir de seu pai resolveu a questão na base da pura violência. Seus opositores, aliados de Trótsky, foram mortos e depois o próprio Leon foi caçado e morto a golpes de picareta no México, para onde havia fugido com medo de Stálin.
A partir desse ponto não houve mais limites para seu poder. Ele exterminou todos os inimigos políticos, implantou um regime policial de puro terror e começou a eliminar qualquer foco de oposição. Completamente paranoico Stálin mandou matar altos membros do Partido Comunista, suas famílias e parentes. Dentro do exército eliminou qualquer um que representasse uma ameaça, o que custaria caro depois quando Hitler invadiu a União Soviética na Segunda Guerra Mundial. Seus mais competentes oficiais já tinham sido executados. Mesmo assim o Exército Vermelho superou esses problemas e acabou destruindo a Alemanha Nazista. Quando a Guerra acabou, Stálin estava feliz e glorificado pelo povo russo. Ele criou uma rede de culto à sua própria personalidade que o colocou em uma posição de pai da pátria, maior russo de toda a história! Era maior do que um herói nacional, era quase a personificação de um semi Deus do socialismo. Um homem perfeito, isento de falhas e erros. Sua biografia (completamente manipulada pelos membros do Partido) era ensinada nas escolas e universidades como matéria obrigatória. Ele era o exemplo máximo a seguir. Nas escolas os livros citavam o camarada Stálin em todos os assuntos, mesmo se fossem sobre ciência e assuntos que o próprio Stálin sequer conhecia. Tudo ao redor parecia remeter ao ditador. Em cada esquina havia uma enorme estátua do amado líder ou um enorme cartaz de propaganda com seu rosto. Até hoje o regime Stalinista é estudado por causa da imensa propaganda política que foi criada. O termo Stalinista passou a ser usado como sinônimo de culto à personalidade dentro da ciência política.
Stálin porém queria mais. As mortes continuaram e estima-se que ele foi responsável por milhões de assassinatos políticos. Stálin também implantou uma enorme rede de espionagem dentro da sociedade, onde cada um poderia denunciar seu vizinho por "atitudes anti revolucionárias". Isso criou um clima de terror dentro das cidades, com prisões arbitrárias e sem julgamento. Isolado em seu quartel general o velho ditador ia a cada dia ficando mais paranoico a ponto de confessar a um assessor: "Estou acabado, não confio em mais ninguém, nem em mim mesmo!". Ele terminou seus dias completamente isolado a sozinho, já que havia mandado matar praticamente todos os seus parentes, com medo de conspirações que só existiam em sua mente perturbada. Stalin morreu de um derrame em seu escritório no Kremlin. Ao cair no chão ele ficou sem atendimento por longo tempo porque seus próprios guardas tinham medo de entrar no escritório para saber o que se passava lá dentro. Seus crimes foram denunciados com extrema coragem por Nikita Khrushchov que o sucedeu. Ele expôs em plena reunião do Partido Comunista quem foi realmente Josef Stalin, um verdadeiro assassino de massas, que causou destruição e morte por onde passou. Um verdadeiro louco homicida no poder. E qual é a grande lição que a URSS trouxe para todos? A de que o poder absoluto corrompe o homem. Apenas poderes separados conseguem delimitar o poder político. Fora disso só existe barbárie e morte sistemática promovida por um Estado sem freios. Todas as ditaduras são corrompidas. Apesar de todos os seus problemas, apenas a democracia resguarda a liberdade e o progresso de uma nação.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Revolução Francesa: Do iluminismo ao Terror
Então surgiu um grupo de escritores, filósofos e sociólogos que ousaram fazer a pergunta óbvia: Por que um nobre teria mais direitos do que um homem comum do povo? A linhagem familiar o colocava em um patamar mais superior aos demais. Sangue azul? Balela, o sangue dos príncipes era tão vermelho como o de que qualquer outro plebeu do povo. Não havia razões racionais para essa desigualdade toda. E assim homens como Jean-Jacques Rousseau, Charles-Louis de Seconda (Montesquieu), John Locke, Voltaire, Denis Diderot e outros pensaram em um mundo diferente, onde não haveria tanta desigualdade social.
E assim temos os dois lados da revolução francesa. Um teórico, iluminado, muito inteligente e espirituoso. Uma nova forma de pensar nosso mundo. Do outro lado porém surgiu o lado prático, violento, fincado no ódio puro, no gosto de sangue. Sim, porque nenhum pensador iluminista pensou que membros do povo com grandes facas de cortar peixe invadiriam palácios, fazendo justiça pelas próprias mãos. Eles não pregaram que as cabeças dos nobres deveriam ser expostas em estacas. Nem que fossem mortos na guilhotina. O fato é que a revolução francesa, que havia sido inspirada pelos mais nobres valores, acabou em um banho de sangue, impulsionado pelos mais sórdidos instintos humanos. Literalmente cabeças rolaram nas escadarias palacianas onde vivia a velha nobreza europeia.
Em minha opinião a revolução francesa se tingiu com o vermelho sangue que corria do reino das trevas de ódio. Quando leio sobre as desgraças que se abateram sobre a família real francesa, com as decapitações de Luís XVI e Maria Antonieta, além da morte indigna do jovem filho deles, abandonado à própria sorte em uma cela imunda que o matou, não posso deixar de pensar que tudo foi uma grande barbárie. O pensamento iluminista que deu origem a tudo estava correto. A forma como foi colocado em prática revela o modo bárbaro como tudo foi feito. Por isso as cores da bandeira da França até hoje me lembram do vermelho do sangue derramado, do azui dos nobres assassinados e do branco da paz que nunca valeu naqueles dias terríveis.
Pablo Aluísio.
A Lâmina de guilhotina usada em Maria Antonieta
domingo, 23 de março de 2008
Imperador Romano Heliogábalo
Seu nome real era Vário Avito Bassiano e seu nome imperial de Heliogábalo veio da fixação que tinha por essa divindade oriental. Ele acreditava que Heliogábalo era o único Deus. Diante disso implantou uma violenta persequição religiosa contra cristãos e até mesmo pagãos, seguidores dos deuses romanos tradicionais. Vestindo trajes de pura seda, espalhafatosos e com jeito afeminado de ser, podia ser tão violento como qualquer outro gladiador das arenas romanas. Ele se deliciava ao ver o sofrimento das pessoas. Sua personalidade tinha traços claros de psicopatia. Ao acordar já ia perguntando aos seus auxiliares mais próximos: "Quem vamos matar hoje? Quero me divertir!"
Pedófilo, adorava a parte de sua divindade que exigia sacrifícios humanos de jovens rapazes. Ele violentava esses adolescentes romanos indefesos e depois oferecia suas vidas para o estranho Deus Sírio. Em pouco tempo todos estavam sabendo que o novo imperador era um pederasta violento e atroz.Também chocou a todos quando tomou como amante um escravo forte que havia sido gladiador. O imperador não escondia de ninguém que ele era seu amante. Publicamente trocavam gestos de carinhos e perversão. As famílias romanas ficaram horrorizadas com aquele espetáculo grotesco.
Também era sádico. Mandou matar todo romano que pudesse representar uma ameaça ao seu poder. Com o ímpeto da juventude mandou matar senadores e transformou suas esposas em prostituas. Fazia encenações grotescas, colocando mulheres nuas em desfiles de bigas de cavalos, chocando as famílias romanas mais tradicionais. Promovia orgias, como nos tempos de Calígula e depois de satisfazer suas maiores perversões sexuais mandava que feras selvagens como leões e tigres fossem soltos em cima de seus convidados. Não tinha o menor respeito pela vida humana e promovia massacres em populações que demonstrassem a menor reação contra seu governo.
Começou rapidamente a ser odiado pelo povo. Heliogábalo também tinha problemas ao seu lado. Seu irmão Alexandre Severo era bem mais admirado pelos militares. O jovem imperador assim tentou seguir os passos de Caracala, tentando matar o próprio irmão, mas sem sucesso. Conforme o tempo foi passando e todos perceberam que era um maníaco inútil, conspirações começaram a surgir de todos os lados. Acabou sendo encurralado por soldados no palácio. Sua mãe tentou defendê-lo, mas acabou tendo o mesmo destino do filho. Ambos foram decapitados. Depois seus corpos nus foram arrastados pelas ruas de Roma, com aplausos da plebe. Os patrícios também celebraram a morte daquele louco violento. Depois de serem trucidados pelas ruas, seus restos mortais foram jogados no Rio Tibre.
Com sua morte, Alexandre Severo foi celebrado e finalmente levado ao poder máximo. As estátuas de Heliogábalo foram então derrubadas e destruídas pelo povo. Foi um dos mais odiados imperadores da história de Roma. As pessoas queriam apagar sua memória. Foi considerado o pior imperador da dinastia Severo, que estava com seus dias contados. No total ficou apenas 4 anos no poder. Seu nome foi devidamente jogado na lata de lixo da história pelos romanos.
Pablo Aluísio.
sábado, 22 de março de 2008
A Morte de Júlio César
Discurso de Marco Antônio no Funeral de Júlio César
sexta-feira, 21 de março de 2008
Hitler e o Holocausto
Só mais tarde, quando a insanidade nazista chegou a um ponto absoluto, de não volta, é que finalmente o regime adotou a política de extermínio, chamada de "solução final", ou seja, a eliminação física dos judeus em campos de concentração, a maioria deles localizadas em vastos campos na Polônia ocupada. A solução era tão suja e bárbara que não deveria ser feita, pelo menos opcionalmente, em solo alemão.
O holocausto levou milhões de judeus e outras minorias à morte, em um quadro de assassinato em massa. Mulheres, crianças, idosos, deficientes físicos, todos foram mortos em câmaras de gás, ou por doenças contraídas nos próprios campos de extermínio. O holocausto certamente foi o maior crime já cometido na história da humanidade. E tudo começou pelo fato de Hitler odiar os judeus e todos os povos que não eram considerados arianos, de origem pura dentro da mentalidade distorcida dos nazistas.
Por fim e não menos importante, não se deixe convencer por teorias de revisionismo histórico, como aquelas que negam o holocausto ou que eximem Hitler de ter participado no planejamento e execução desse triste capítulo da história da Alemanha. É fato que embora não tenha sido esse seu plano inicial, logo depois ele concordou plenamente com o extermínio dos judeus, extermínio esse físico, matança em série, generalizada. Hitler foi tão culpado quanto Himmler, o chefe da SS que supervisionou tudo pessoalmente. Ele tinha ciência do crime, concordou com ele e deu suporte do aparato alemão para que tudo fosse feito.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Os Cavaleiros Templários
A ordem surgiu em 1118, com apenas nove cavaleiros franceses liderados por Hugo de Payens. Essa primeira e modesta linha da ordem participou da primeira cruzada. A coragem e a fibra demonstrada por esses primeiros cavaleiros fizeram com que o patriarca de Jerusalém Garmond de Picquigny escrevesse ao Papa para elogiar e reconhecer o mérito desses combatentes. O papa ficou impressionado com os relatos e resolveu dar mais meios e dinheiro para que a ordem crescesse, recrutando novos membros. Em 1129 a Ordem foi reconhecida oficialmente por Roma, se tornando parte central dentro da Igreja Católica. Com a simpatia e o apoio dos papas da época, a ordem rapidamente cresceu em tamanho e poder.
Durante dois séculos os cavaleiros templários defenderam a fé católica no oriente médio e também na Europa, onde fundaram inúmeras igrejas e castelos militares que serviam à própria ordem. No campo de batalha foram extremamente bem sucedidos, a tal ponto que Jerusalém passou a ser controlada por eles, que expulsaram os muçulmanos de seus domínios. Pela primeira vez na história o cristão que desejasse visitar a terra onde viveu Jesus o poderia fazer, de forma segura e protegida. Os islâmicos porém nunca desistiram de reconquistar a cidade santa, o que fez com que a ordem estivesse permanentemente em guerra.
Em 1312 o Papa Clemente V, impressionado com o poder da ordem dos templários, que naquele momento rivalizava até mesmo com o poder papal, resolveu dissolver os templários. Segundo alguns historiadores essa porém não foi a única razão. O rei Felipe IV da França estava endividado com a ordem, e por essa razão resolveu pressionar o Papa para colocar um fim aos templários. A verdade sobre o fim dos templários porém ainda se mantém encoberto sob uma sombra de mistérios.
Fazer parte da Ordem do Templo, dos cavaleiros templários, era uma grande honra para o homem medieval. Eles eram monges católicos que serviam a uma ordem militar de proteção aos cristãos e também de luta contra as hordas muçulmanas que investiam contra os países católicos da Europa. Essa ordem, a dos cavaleiros templários, foi certamente a maior, a mais bem organizada e a mais famosa dos tempos medievais.
Não era fácil ser um cavaleiro templário. A ordem tinha regras rígidas, tanto de comportamento na vida pessoal como também de treinamento e disciplina. Qualquer quebra nessas regras - chamadas de normas da ordem dos cavaleiros templários - traziam para o infrator várias punições. A mais grave delas era a expulsão, muitas vezes seguida da excomungação. Durante muitos séculos historiadores procuraram e pesquisaram em antigos documentos se havia punição de morte dentro da ordem, mas nada até hoje foi encontrado. Com isso a hierarquia e a disciplina dos templários não chegavam ao ponto de dar direito aos superiores de tirarem a vida dos cavaleiros.
Os homens recrutados faziam juramentos quando eram nomeados cavaleiros e a partir dai ficavam sob as ordens dos reis e superiores a quem era submetidos. Isso porém não suplantava as ordens do Papa. O Papa em Roma era o superior hierárquico máximo da ordem, seu comandante em chefe. Assim que entravam na ordem os cavaleiros eram submetidos a um juramento em latim. Desse juramento constava que eles iriam inicialmente servir como monges militares durante cinco anos, defendendo a Igreja e a mensagem de Jesus Cristo, o Senhor, em toda a Terra.
Seus únicos bens pessoais eram suas armas, seu escudo, sua armadura, seu cavalo e a roupa do corpo. Eles deveriam ser preparados para lutar em terras distantes, sob o sol escaldante ou sob frio intenso, nos alpes e montanhas geladas ou nos desertos do Oriente Médio. Para muitos historiadores os templários representaram o que havia de melhor entre guerreiros da Idade Média. Eram disciplinados, bem treinados, extremamente empenhados e com a moral do campo de batalha apoiada em uma fé inabalável. Certamente era o lutador perfeito para uma época especialmente brutal e violenta na história da humanidade.
A Queda dos Templários
A Ordem Católica dos Cavaleiros Templários foi uma das mais poderosas e influentes da Idade Média. Seus membros eram respeitados e admirados por toda a Europa e Oriente Médio. Cabia aos cavaleiros proporcionar segurança e proteção a todos os cristãos que desejassem viajar até a Terra Santa, uma região dominada até então pelos islâmicos. Com o tempo os Templários se tornaram extremamente ricos e poderosos, a ponto de seu poder rivalizar até mesmo com o Papa e a Nobreza da Europa. Isso explica em grande parte porque caíram em desgraça.
Havia um jovem herdeiro ao reino francês chamado Felipe, o Belo. Embora ele fosse o futuro rei de uma das monarquias mais poderosas da Europa Medieval ele tinha um sonho desde que era criança: se tornar ele próprio um cavaleiro templário. Isso era até fácil de entender já que os membros da ordem eram vistos como verdadeiros heróis pelos mais jovens. A chegada de um regimento templário numa cidade era motivo de grande excitação e festa. Além de serem guerreiros eles eram também monges católicos. Poucos naquela época tinham a primazia de aliar a força da espada com a religiosidade cristã. Eram verdadeiros super heróis dos tempos medievais.
Felipe então se empenhou muito por anos para ser aceito na ordem. Ele treinou táticas de guerra e sobrevivência. Se tornou muito hábil no manejo de armas de guerra, ao mesmo tempo em que estudou afinco as escrituras sagradas. No dia de seu teste para entrar na ordem porém tudo deu errado. Os Templários eram extremamente éticos e honestos e o rejeitaram. Não importava que fosse um Rei. Ele simplesmente não passou nos testes e por isso foi reprovado nos testes físicos e de combate. Isso devastou o jovem monarca. Um sentimento de raiva tomou conta de sua alma e ele prometeu se vingar da humilhação que havia passado.
Alguns anos depois o agora Rei Felipe IV encontrou a chance de se vingar. Ele percebeu que o quadro político se mostrava cada vez mais desfavorável aos cavaleiros templários. Eles tinha um código de ética próprio, secreto e isso atiçou Felipe a usar uma intensa campanha contra a Ordem. Ele ficou extremamente irritado quando sua sugestão de que os Templários fossem unidos a outra ordem foi rejeitado pelo grupo. Assim começou uma campanha de difamação e calúnia contra todos os cavaleiros. Espalhou mentiras que afirmavam que os membros da Ordem faziam estranhos rituais, cuspindo na cruz e em objetos sagrados. O depoimento comprado de uma testemunha que havia sido expulsa da Ordem piorou ainda mais o quadro. Felipe espalhou aos quatro cantos do Reino da França que eles eram hereges e amaldiçoados. Aconselhado por seu Grão-Vizir, Felipe via nas acusações a oportunidade de também colocar as mãos na imensa riqueza da Ordem Templária. O Estado francês estava quebrado e ele precisava de dinheiro. Por isso se tornou devedor da ordem. Como não conseguia pagar a melhor solução era destrui-los. Ele já havia promovido uma perseguição brutal contra judeus, ficando com suas fortunas e agora repetia a tática contra os Templários.
Numa Sexta-feira 13 de outubro, Felipe IV mandou prender todos os cavaleiros templários que estivessem em solo francês. Eles foram imediatamente presos, cercados, torturados e mortos. A principal acusação (falsa) era a de bruxaria. Sob torturas alguns confessaram crimes que jamais tinham cometidos. Espancados, foram soltos para fugirem imediatamente. Os que se recusaram a admitir culpa, mesmo sob forte tortura, foram queimados vivos em praça pública sob ordens diretas de Felipe. O Papa Clemente V nada pode fazer. Ele devia favores ao Rei, estava encurralado politicamente e por isso resolveu lavar as mãos para tudo o que estava acontecendo. Em 22 de março de 1312 o Papa declarou oficialmente extinta a Ordem dos Cavaleiros Templários, encerrando um dos capítulos mais interessantes da história da Igreja Católica.
10 Curiosidades Sobre os Cavaleiros Templários:
1.
Os Templários formavam uma ordem de cavalheiros guerreiros sob ordens
diretas do Papa no Vaticano. Sua função inicial foi garantir a segurança
dos peregrinos que desejavam conhecer Jerusalém e a terra santa.
2.
Dentro da hierarquia católica os Templários eram tecnicamente monges e
tinham que fazer voto de pobreza e castidade como os demais membros da
Igreja Católica.
3. Usavam uma túnica branca com cruzes vermelhas em seus escudos.
4. Era uma honra ser aceito dentro da Ordem que gozava de grande prestígio na Europa medieval.
5.
A principal atuação da Ordem dos Templários durante a história ocorreu
durante as cruzadas quando se tornaram peça chave na reconquista de
Jerusalém dos muçulmanos.
6. Criaram as primeiras
organizações bancárias do mundo. Inventaram o chamado de título de
crédito, onde o peregrino depositava um certo valor na sede da Ordem em
Roma e depois o recebia de volta em Jerusalém, poupando-o do risco de
levar grandes quantias de dinheiro durante a longa viagem em direção à
terra santa.
7. Em pouco tempo se tornaram poderosos e
extremamente ricos, emprestando dinheiro para Reis, Rainhas e Nobres
europeus. Criaram um código de ética próprio e começaram a rivalizar em
poder e influência com o próprio Papa.
8. Segundo
alguns historiadores os Templários foram longe em pesquisas históricas e
arqueológicas na Terra Santa sobre o Cristo da história e descobriram
segredos que até hoje nunca foram revelados. Dizia-se que eles tinham encontrado o cálice da santa ceia, além da cruz original de Jesus.
9. A ordem
foi dissolvida em 1307 pelo Papa Clemente V. O Papa temia o imenso poder
que a Ordem havia acumulado com suas atividades. Além disso estava muito pressionado pelo Rei da França.
10.
Muitos de seus antigos membros foram embora para regiões distantes e
inóspitas como a atual Suíça. Lá deram origem ao sistema bancário do
país (considerado um dos mais avançados do mundo). Para vários
pesquisadores a própria bandeira da Suíça é uma alusão à ordem dos
Templários pois é caracterizada por ter uma cruz branca sob um fundo
vermelho, o que é o exato oposto do símbolo templário que era formado
por uma cruz vermelha sob um fundo branco.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 18 de março de 2008
Os Melhores Aviões da Segunda Guerra Mundial
1. Spitfire
Mais do que um caça eficiente, o Spitfire foi um verdadeiro símbolo de resistência da Inglaterra contra os avanços e ataques da Força Aérea do Reich alemão. A Royal Air Force produziu mais de 20 mil unidades durante a guerra, com várias modificações nos sucessivos modelos que foram fabricados. O famoso caça só deixou de ser produzido durante os anos 50, quando se tornou obsoleto em termos tecnológicos.
2. Mustang
Esse foi o principal caça americano durante a II Guerra Mundial. Tinha o apelido de "Cadillac do céu" pois na época o carro mais vendido e desejado pelos americanos era justamente o Cadillac, símbolo de poder e status. Curiosamente muitos especialistas dizem que o Mustang não era assim um avião tão avançado. Em certos aspectos ele era bem inferior do que o Spitfire, porém foi produzido em larga escala (mais de 15 mil unidades) fazendo com que a quantidade falasse mais alto do que a qualidade propriamente dita.
3. Thunderbolt
Outro símbolo americano na guerra o caça P-47 Thunderbolt se notabilizava pelo poder de fogo pois era armado com uma metralhadora de alto poder de destruição. Por essa razão era o caça preferido para ser usado em missões de combate contra aviões inimigos nos céus da Europa. Sua metralhadora Ponto 50 era fatal contra os aviões da Alemanha Nazista. Também se destacava pela grande autonomia de voo. Um avião realmente acima da média.
4. Messerschmitt Bf 109
Esse foi o avião alemão mais produzido durante a guerra. O próprio Hitler gostava bastante do fato dele ser bem eclético, funcionando para diversos usos diferentes. No total foram produzidos mais de 30 mil unidades desde quando surgiu nos céus pela primeira vez, ainda durante a guerra civil espanhola. Com a supremacia dos americanos e ingleses nos ares a Deutsche Luftwaffe (a força aérea da Alemanha) acabou sendo destruída e praticamente nenhum exemplar desse famoso avião sobreviveu à guerra. Hoje em dia encontrar um exemplar original é uma verdadeira raridade.
5. Zero
Também foi um dos caças mais famosos da II Guerra Mundial. O Mitsubishi A6M Zero-Sen foi o caça mais usado pelo Japão imperial durante o conflito, tendo participado intensamente da chamada Guerra do Pacífico. Foi com esse caça que os japoneses fizeram o ataque ao porto americano de Pearl Harbor, fato que fez com que os americanos entrassem definitivamente na Guerra, selando definitivamente o destino do Japão, derrotado alguns anos depois com um ataque nuclear devastador sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Henrique II e Thomas Becket
O curioso é que Becket começou a levar muito à sério seu trabalho como arcebispo e em pouco tempo começou a defender os interesses da igreja e não do Rei Henrique II. Isso obviamente enfureceu o monarca. O ponto de rompimento aconteceu quando um nobre mandou matar um padre. Becket exigiu sua punição como homicida, mas o Rei fraquejou com medo de causar uma revolta entre seus próprios nobres. Assim Becket como arcebispo decidiu excomungar o nobre. O choque entre a nobreza e o clero foi ficando cada vez mais deteriorado.
O Rei Henrique II considerava Thomas Becket seu grande amigo pessoal, por isso sentiu-se muito traído quando o Arcebispo começou a contrariar seus interesses. Dizem que em determinado dia o Rei teria dito aos seus cavalheiros: "Esse Arcebispo Becket me virou as costas. Me traiu. Será que não existe nenhum homem na Inglaterra que me livre desse padre?". O comentário casual foi mal interpretado por seus homens que depois foram até a catedral e mataram o arcebispo Thomas Becket em pleno altar, causando grande comoção na Inglaterra da época.
Historiadores afirmam que Henrique II não mandou matar Thomas Becket diretamente. De qualquer forma o religioso foi assassinado e considerado mártir. Três anos após sua morte o Papa Alexandre III reconheceu a santidade de Thomas Becket e o canonizou. Curiosamente esse santo inglês segue sendo venerado não apenas entre os católicos, mas também entre os anglicanos que o consideram até hoje um homem santo que lutou e morreu por sua fé inabalável. Essa história foi recriada no cinema através do clássico da sétima arte "Becket, o Favorito do Rei" (1964) onde Peter O'Toole interpretava o Rei Henrique II e Richard Burton dava vida ao mártir Thomas Becket. Com ótimo roteiro e uma direção precisa de Peter Glenville o filme ainda trazia em seu maravilhoso elenco o talentoso John Gielgud como o perigoso Rei Luís VII da França. Enfim uma aula de cinema revivendo uma história mais do que marcante.
Pablo Aluísio.
domingo, 16 de março de 2008
O Primeiro Rei da Inglaterra
Assim o título de primeiro Rei da Inglaterra vai para o monarca Anglo-Saxão Etelstano. Por centenas de anos a ilha foi disputada por Anglo-Saxões e Normandos, além de outros grupos bárbaros de menor expressão. De guerra em guerra subiram ao trono Reis anglo-Saxões e Reis normandos. O chamado Rei Etelstano, Anglo-Saxão, foi aquele que expulsou os últimos grupos invasores da Grã-Bretanha, consolidando o seu poder sob uma extensa área territorial que nos dias de hoje é conhecida como Inglaterra.
Além de expulsar os últimos bárbaros de seu Reino, ele também dominou o País de Gales (o que hoje recebe essa denominação), além de invadir a Escócia, consolidando seu poder real de forma absoluta. Esse Rei é considerado o fundador da Dinastia de Wessex que é considerada a primeira casa real da história da Inglaterra. Ele reinou até 939 e morreu sem deixar descendência. O resgate histórico desse Rei inglês é complicado porque ele reinou há mais de mil anos, cujos registros em sua maioria não sobreviveram ao tempo.
Sua dinastia foi breve, durando até 1016. No total foram Sete Reis (Edmundo I, Edredo, Eduíno, Edgar, Eduardo, o Mártir e Etelredo), que conseguiram pelo menos manter a Inglaterra unida sob uma mesma autoridade. Por fim como curiosidade alguns historiadores afirmam que é provável que o Rei Etelstano da Inglaterra tenha sido homossexual. Ao falecer com 44 anos de idade não havia se casado e nem deixado herdeiros diretos. Além disso ainda se discute bastante como teria sido sua morte. Segundo a versão mais conhecida o Rei teria sido morto no campo de batalha. Ao cair de seu cavalo durante o calor do combate um soldado das tropas inimigas teria lhe cravado uma grande espada em suas costas, colocando fim em sua vida e em seu reinado.
Pablo Aluísio.
sábado, 15 de março de 2008
Jack, o Estripador
A mulher identificada como Catherine Eddowes foi brutalizada por Jack, morta a punhaladas e golpes de faca, sendo que depois o assassino, seguindo seu modus operandi ou ritual, retirou seus órgãos internos. Uma pesquisa de DNA no xale conseguiu localizar traços de sêmen do matador. A partir daí vários parentes de suspeitos do crime doaram voluntariamente suas amostras genéticas para comparação. O DNA bateu com familiares de Aaron Kosminski, um velho conhecido da polícia de Londres que inclusive foi detido e ouvido na época dos crimes. Como não havia provas ele foi liberado. Hoje sabe-se que ele foi o real Jack.
Aaron Kosminski tinha um passado de traumas. Imigrante judeu, presenciou cenas chocantes de perseguição, violência e morte contra pessoas de sua família. Essa teve que fugir das perseguições, indo morar em Londres. Aaron não conseguiu ter boa sorte na grande cidade. Miserável, sem emprego e vivendo de bicos, presume-se que tenha contraído sífilis com prostitutas baratas, as mesmas que mataria depois nos crimes violentos e selvagens de Jack, o Estripador. Ao que tudo indica Aaron estava em sua mente se vingando daquelas mulheres que haviam lhe passado uma doença incurável na época. A loucura dos crimes também condiz com esse quadro já que a sífilis acaba destruindo a mente da pessoa infectada, a levando gradualmente à loucura.
Kosminski escapou da polícia, porém não teve um final feliz. Ele foi enlouquecendo com o passar do tempo e virou praticamente um mendigo de rua com problemas mentais. Os últimos registros dão conta que ele foi recolhido pelo departamento de saúde mental da capital inglesa e internado numa instituição para doentes mentais onde veio a falecer com a idade provável de 53 anos. Os crimes de Jack foram cometidos quando ele tinha entre 25 a 30 anos de idade, não se sabe ao certo. A sífilis destruiu sua mente, porém antes disso ele supostamente matou entre 11 a 25 mulheres, prostitutas que viviam pelas ruas. O mais infame serial killer da história morreu livre, porém de uma forma ou outra acabou pagando pelos seus crimes assustadores.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 13 de março de 2008
Urbano II e a Primeira Cruzada
Diante de toda essa situação o Papa Urbano II resolveu agir. Ele pensou que todos os cristãos da Europa precisavam se unir para lutar contra a ameaça militar que vinha do Oriente. A solução em sua opinião era a organização de uma grande cruzada de cristãos para irem em direção à Terra Santa, para libertar Jerusalém das mãos do califado islâmico. Havia uma grande massa de pessoas pobres e sem perspectivas dentro do continente europeu. Muitos deles eram criminosos e tinham desperdiçado sua existência em crime e pecado. Para o Papa a violência entre cristãos deveria acabar definitivamente. A luta deveria ser travada contra o mundo muçulmano que colocava em perigo a existência do cristianismo.
Assim o Papa Urbano II proclamou em discurso: "Ricos e pobres devem igualmente partir, devem parar de se matar uns aos outros e, em vez disso, lutar uma guerra justa, realizando a obra de Deus; Deus os guiará. Quem morrer em combate receberá a absolvição e a remissão dos pecados. Aqui, a vida é miserável e malvada com homens que se entregam até destruir o próprio corpo e a própria alma; aqui, eles são pobres e infelizes, lá, serão felizes, ricos e verdadeiros amigos de Deus."
O Papa pensava que seu pronunciamento iria despertar a honradez de senhores feudais, reis e nobres, mas isso não aconteceu. Apenas as camadas mais populares responderam ao apelo papal. Assim as massas mais pobres das cidades da Europa começaram a se organizar. O problema é que não havia liderança entre eles e em pouco tempo a anarquia tomou conta da Primeira Cruzada que seria conhecida pela história como A Cruzada dos "Mendigos"!
Essa massa de pessoas, sem treinamento militar, sem hierarquia e sem disciplina começou a marchar indo em direção a Jerusalém. Sem recursos muitos começaram a pilhar as cidades por onde passavam. O pânico tomou conta as populações. Havia anarquia e crime entre seus participantes. Nem mesmo a suposta liderança de um homem chamado Pedro, o Eremita, conseguiu evitar o desastre completo. Por três anos esses cruzados - na verdade uma massa de pessoas pobres e desesperadas - destruíram tudo por onde passavam. Para o Papa Urbano II a convicção inicial havia sido esquecida. Os efeitos foram bem piores do que ele pensava e não havia qualquer controle sobre o que acontecia. A igreja assim retirou seu apoio.
Por fim, o que era previsível aconteceu. Ao encontrar o exército turco aqueles pessoas que se diziam cruzados foram facilmente trucidados pelos islâmicos. Os homens foram mortos, as crianças e mulheres se tornaram escravos. Antes de matar todos os cruzados os muçulmanos lhes davam uma ótima chance de viver: eles poderiam se converter ao Islã, caso contrário teriam suas cabeças cortadas! E assim foi com milhares de pessoas. O Papa percebeu que apenas a boa fé não era suficiente. Era necessária a participação dos nobres, dos reis e de seus exércitos profissionais, não uma multidão de pessoas sem qualquer preparo. Em sua forma de pensar a ideia da cruzada não era ruim, mas teria que acontecer com planejamento e disciplina, caso contrário a matança seria inevitável.
Pablo Aluísio.