A Queda do Império Otomano - Com a migração de milhares de refugiados de países em guerra civil como a Síria rumo à Europa a questão envolvendo a velha rivalidade entre o mundo cristão e o mundo muçulmano se reaviva novamente. As diferenças culturais e religiosas são tamanhas que todos ficam em dúvida se uma convivência pacífica é realmente possível. Recentemente uma notícia escabrosa envolvendo assédio e estupro de mulheres alemãs por refugiados islâmicos reacendeu essa pira, essa questão espinhosa. Para muitos seguidores do Islã é completamente inadmissível uma mulher se vestir como as ocidentais, serem independentes e donas de seu próprio nariz. Por isso é muito provável que cada vez mais casos como esses aconteçam em um futuro próximo.
Pois bem, o mais perto que os islâmicos chegaram de conquistar toda a Europa cristã aconteceu há exatos cinco séculos com o crescimento e o avanço do Império Otomano. Coube a essa extraordinária máquina de guerra a primazia de colocar, como nunca antes da história, os países europeus ocidentais contra a parede. Liderados por líderes que se diziam herdeiros diretos do profeta Maomé, lutando com a força de uma fé de conquista não apenas territorial, mas também religiosa (o que aumentava em muito a disposição dos otomanos no campo de batalha) é crível dizer que por um triz do ponto de vista histórico os países europeus não foram dominados.
Na verdade o maior inimigo histórico do Império Otomano foi o próprio Império Otomano. Historicamente esse poder imperial ruiu por dentro, esfacelou-se em suas próprias bases. A grande coluna que sustentava todo o sistema do Império, o exército e as instituições era a religião islâmica. Desde os primórdios o profeta Maomé deixou claro em seus escritos que era necessário expandir a fé do Islã, tornar membros da religião os infiéis e para isso tudo era válido, até mesmo a força da violência. Por isso, impulsionados pelos ensinamentos do profeta, os homens que lutaram na fileiras do exército Otomano não mediam esforços para concretizar essas conquistas.
Em sua máxima extensão o Império Otomano foi tão grandioso como o Império Romano. Ele ia das portas de Bagdá até a distante Argélia, passando por Egito e por diversos povos que faziam parte do antigo Império Romano do Oriente. A conquista de Constantinopla (cujo nome foi mudado para Istambul - Islã em abundância) significou o auge do sucesso Otomano. Muitos historiadores ainda debatem qual foi a principal razão da queda dessa força imperial. A religião islâmica parece trazer muitas respostas. Após a morte do profeta houve uma divisão entre Xiitas e Sunitas. Essa divisão dentro do próprio Islã fez com que a unidade do próprio império fosse quebrada. Exércitos islâmicos começaram a se aliar a exércitos europeus cristãos contra os próprios muçulmanos e o efeito de tudo isso não foi muito complicado de prever.
Em pouco tempo o Império Otomano estava destruído e seu vasto território fatiado entre as potências da Europa que as transformaram em colônias como o Egito, grande parte do norte da África e até mesmo Turquia. No Oriente Médio os países ocidentais criaram nações como Iraque, Irã, Síria, Jordânia e vários outros que dão contorno aos países árabes atuais. O antigo sonho de glória Otomana virou pesadelo e sua destruição até hoje se faz sentir, principalmente quando vemos as inúmeras guerras civis e conflitos que até hoje existem nas terras desse outrora glorioso império islâmico.
Pablo Aluísio.
História e Literatura
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