O Outro Lado de Gandhi
Ele é celebrado pela história como um grande homem que conseguiu libertar seu país, a Índia, do colonialismo britânico e tudo isso sem o uso de guerras ou conflitos. Gandhi pregou a filosofia da não violência para que o mundo ocidental reconhecesse que os indianos tinham direito a uma nação independente, livre das amarras de estrangeiros que determinavam o rumo que sua terra deveria tomar. Pois bem, certamente nada irá nublar essa sua atitude corajosa e muito valorosa na luta pela independência da Índia. Nesse ponto ele foi realmente grandioso.
Gandhi porém era um ser humano e também tinha defeitos. Como foi uma figura histórica que chamou muito a atenção de biógrafos e autores ocidentais. Interessados em sua história eles foram a fundo em pesquisas sobre a vida do líder indiano. E lá, no fundo do baú de arquivos, cartas e textos escritos pelo próprio Gandhi se descobriu um lado pouco nobre de sua personalidade. Não há dúvidas sobre isso, o celebrado homem da paz e da diplomacia era racista! Sua ira foi dirigida contra negros, mais especificamente contra os negros da África do Sul. Gandhi viveu naquele país durante uma parte de sua vida e lá escreveu diversos artigos, cartas e matérias.
Numa delas Gandhi afirma que negros eram encrenqueiros, imundos e viviam praticamente como animais. Em outro momento afiou sua escrita para desacreditar qualquer tipo de liderança política partindo de grupos formados por membros da comunidade negra. Sua aversão a eles continuou depois. Foi completamente contra qualquer política de cotas raciais nas universidades (um sistema parecido com o que é utilizado hoje em nosso país). Chegou inclusive ao ponto de fazer greve de fome contra o projeto de lei que criaria as tais cotas para negros. No final venceu a luta e o parlamento deixou as cotas de lado. Assim fica claro que Gandhi não era perfeito e nem divino, mas apenas um ser humano como qualquer outro - inclusive com opiniões equivocadas e politicamente incorretas sob o ponto de vista do mundo atual.
Pablo Aluísio.
História e Literatura
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