sexta-feira, 10 de setembro de 2021

O Último Jantar

Um grupo de jovens progressistas, universitários, decide que é bom trocar ideias com pessoas que pensam diferente deles. Então começam a promover jantares com pessoas de pensamento de direita, conservadores, etc. Um deles é declaradamente neonazista e aí as coisas fogem do controle. Ele descobre que um dos progressistas é judeu. E decide que vai matá-lo a facadas depois do jantar. Só que esse reage e em legítima defesa mata o apoiador de Hitler. Depois disso os demais amigos progressistas param para pensar e chegam na conclusão de que a morte do neonazista foi algo positivo. O mundo se tornou melhor com sua morte. Que tal matar outros desse tipo?

Filme interessante, de um certo humor negro. que já nos anos 90 explorava esse tema da polarização que hoje em dia domina completamente o meio político, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. O roteiro explora algumas questões importantes. Será que é válido tentar conversar com um radical de extrema direita, com um neonazista? Afinal essas pessoas não são dadas ao debate intelectual porque o que elas desejam mesmo é a eliminação física de seus oponentes. E o que dizer de um debate democrático com uma pessoa que defende o fim da democracia? São questões bem relevantes que esse filme tenta responder, mesmo que seu enredo, em certos momentos, possa parecer mais bobo do que realmente é.

O Último Jantar (The Last Supper, Estados Unidos, 1995) Direção: Stacy Title / Roteiro: Dan Rosen / Elenco: Cameron Diaz, Annabeth Gish, Bill Paxton, Ron Perlman, Charles Durning, Mark Harmon, Ron Eldard / Sinopse: Grupo de jovens progressistas convida pessoas de direita para debater suas ideias com eles. Até que as coisas começam a fugir do controle.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O Pai da Noiva 2

O primeiro filme com Steve Martin, "O Pai da Noiva", nada mais era do que um simpático remake de um filme clássico estrelado por Spencer Tracy. Mostrava as confusões e sentimentos conflitantes que se abatia sobre um pai nas vésperas de casamento de sua única filha. Além dos enormes gastos havia ainda a triste constatação por parte do pai de que sua amada garotinha havia crescido, se casaria com um homem e sairia de casa para sempre. O filme original sempre foi considerado uma das mais cativantes produções da era de ouro de Hollywood. Embora inferior o remake com Steve Martin também era muito bom, acima da média. Tinha uma mistura de ternura e comédia que funcionava muito bem. Como fez grande sucesso o estúdio, obviamente visando lucro fácil, resolveu investir em uma sequência. Péssima decisão...

Esse "O Pai da Noiva 2" é um prato requentado que tenta contar a mesma estória duas vezes. O pior é que não contente em ser oportunista ainda exagera no tom, quebrando uma das coisas que era um dos maiores méritos do filme anterior, a sutileza e a fina elegância. Nessa continuação tudo parece bem fora do convencional, os roteiristas sem rumo a tomar resolveram até mesmo criar uma absurda história em que o sr. George Banks (Martin) se descobriria pai naquela altura de sua vida! Que grande bobagem! Até o personagem Franck Eggelhoffer (Martin Short) que tanto sucesso fez no filme anterior retorna, de forma bem gratuita aliás. O equívoco é tão claro que até mesmo a fina e elegante Diane Keaton se perde no meio de muitas caras e bocas. Em suma, não adiante perder tempo com essa continuação. Se o enredo lhe atrair de alguma forma prefira ver o clássico original com Spencer Tracy ou então o próprio filme com Steve Martin, que ainda pode ser considerado bom, acima de tudo. Esse aqui é obviamente desnecessário e equivocado.

O Pai da Noiva 2 (Father of the Bride Part II, Estados Unidos, 1995) Estúdio: Sony Pictures / Direção: Charles Shyer / Roteiro: Albert Hackett, Frances Goodrich / Elenco: Steve Martin, Diane Keaton, Martin Short / Sinopse: O Pai da noiva do primeiro filme, o Sr. Banks (Martin), descobre para sua grande surpresa que será pai novamente pois sua esposa está grávida! A paternidade tardia certamente virará sua vida de cabeça para baixo!

Pablo Aluísio. 

Crimes de Paixão

Joanna Crane (Kathleen Turner) é uma bela mulher. De dia ela trabalha como estilista de moda, em um ambiente fino e requintado. Muito luxo e glamour. De noite ela se transforma completamente. Usa roupas ousadas, sensuais, uma peruca loira estilizada e trabalha como garota de programa de luxo. Os problemas começam a acontecer quando ela passa a ser ameaçada por dois homens. Um deles um sujeito casado, infeliz com sua esposa. O outro é um homem perturbado mentalmente, com vários traumas e complexos de natureza sexual. Para Joanna o importante a partir de agora é se manter vida diante dos perigos de se envolver com pessoas que não estão bem de saúde mental. De repente o sexo e a insanidade se unem em uma mistura extremamente perigosa.

O filme pode, de forma bem sarcástica, ser definido na seguinte frase: " A linda Kathleen Turner encontra Norman Bates" ou quase isso, uma vez que o roteiro do filme realmente explora esse tipo que ficou bem estigmatizado do ator Anthony Perkins. Para quem não lembra ele foi o dono do pequeno e sinistro Bates Motel em "Psicose" de Alfred Hitchcock. Claro que esse "Crimes de Paixão" não pode ser comparado com aquele clássico do cinema de suspense. Porém também não se pode negar suas qualidades cinematográficas. É sem dúvida um dos bons filmes desse nicho que foram produzidos nos anos 80. O resto é bobagem.

Crimes de Paixão (Crimes of Passion, Estados Unidos, 1984) Direção: Ken Russell / Roteiro: Barry Sandler / Elenco: Kathleen Turner, Anthony Perkins, Bruce Davison, John Laughlin / Sinopse: Bela e sofisticada mulher que tem uma vida dupla precisa lidar com dois homens bem problemáticos que surgem em sua vida. E ela corre risco de vida com eles.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

88 minutos

Título no Brasil: 88 minutos
Título Original: 88 Minutes
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos, Alemanha
Estúdio: Millennium Films, Randall Emmett
Direção: Jon Avnet
Roteiro: Gary Scott Thompson
Elenco: Al Pacino, Alicia Witt, Ben McKenzie

Sinopse:
Jack Gramm (Al Pacino) é um renomado psicanalista de casos forenses envolvendo criminosos infames e serial killers. Trabalhando como consultor do FBI ele consegue desvendar inúmeros casos misteriosos. Sua vida porém começa a correr risco quando ele próprio se torna alvo de ameaças de morte. Esse certamente será o caso da vida de Gramm pois ele terá que descobrir quem seria o autor das ameaças para salvar a sua própria vida.

Comentários:
É a tal coisa, se fosse um filme policial qualquer certamente seria uma boa fita mas pelos nomes envolvidos o gostinho de decepção fica no ar. Até porque não é todo dia que temos produções policiais estreladas pelo grande Al Pacino. Assim logo que um filme como esse é anunciado a tendência natural do cinéfilo é elevar suas expectativas ao máximo. Em pouco tempo vem na mente clássicos como "Serpico" e outros trabalhos geniais do ator.  Agora imagine a decepção ao chegar no cinema e conferir um policial apenas ok, com ares de rotina e enredo lá não muito inspirado. Aliás um dos pontos fracos da produção vem justamente da atuação de seu principal astro (Pasmem, senhoras e senhores!). Isso mesmo, Pacino não está bem. Ele soa cansado, desmotivado, passando uma carga de marasmo incrível ao espectador. Nada empolgado, sua atuação é uma das mais fracas da carreira. Como se isso não fosse ruim o bastante o roteiro muitas vezes cai no lugar comum e o clima de tédio invade a tela. Essa coisa de ter 88 minutos para desvendar a identidade do assassino é muito clichê. Eu não sei o que se passa na cabeça de executivos de estúdio que conseguem contratar esse tipo de ator e não conseguem fazer algo nem ao menos acima da média. Sob esse ponto de vista não há para onde correr, "88 Minutos" é de fato uma enorme decepção.

Pablo Aluísio.

Trazido pelo Mar

Um filme de época muito interessante. A história é bem romanceada, mas se mantém coesa durante todo o filme. O drama começa quando um navio russo naufraga nas águas geladas da costa norte da Inglaterra. Quase toda a tripulação morre, sobrevivendo apenas um marinheiro. Resgatado por moradores na praia, ele consegue sobreviver, quase milagrosamente. Aos poucos vai se recuperando e se apaixona por uma jovem chamada Amy Foster (Rachel Weisz), uma bela mulher. E o romance floresce cada vez mais entre ela e o marujo russo, só que o passado volta para atormentar Yanko Gooral (Vincent Perez).

Eu gosto de filmes assim, como histórias passadas no século XIX, grandes navios de madeira que afundam, amores impossíveis. Esse século em especial, que iria ser conhecido como a era vitoriana, foi muito rico em literatura romântica. E esse filme segue bem por essa caminho. Além da boa produção eu destacaria também um elenco simplesmente excelente. Veja, temos aqui a sempre ótima Rachel Weisz. Hoje posso afirmar, sem medo de errar, que nunca assisti uma interpretação ruim dessa atriz. Ela é excepcional e sabe muito bem escolher os filmes em que vai trabalhar. Outro nome que considero excepcional é o de Ian McKellen. A classe de seu trabalho está acima de críticas. Por fim ainda há a presença de Kathy Bates. Assim, resumindo, temos boa história e bom elenco, além de uma produção muito boa. Precisa de alguma coisa a mais?

Trazido pelo Mar (Swept from the Sea, Inglaterra, Estados Unidos, 1997) Direção: Beeban Kidron / Roteiro: Tim Willocks / Elenco: Rachel Weisz, Vincent Perez, Ian McKellen, Kathy Bates / Sinopse: Baseado no conto " "Amy Foster" de Joseph Conrad conta a história de amor de um marinho russo que sobreviveu ao naufrágio de seu navio e uma jovem inglesa no século XIX.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Sid e Nancy - O Amor Mata

Produção baseada em fatos reais o drama musical "Sid e Nancy" resgata os últimos momentos de vida do ídolo punk Sid Vicious, baixista da banda ícone do movimento  Sex Pistols. Ao lado de sua namorada Nancy Spungen ele foi ao fundo do poço no mundo das drogas. O punk nasceu como resposta ao rock progressivo na Inglaterra. Na época se difundiu a ideia de que o progressivo havia deixado de lado o verdadeiro espírito do rock ao abraçar músicas complexas, com melodias extremamente estruturadas e complicadas. Para os punks o rock deveria ser simplesmente visceral, com poucos acordes e muito barulho. A atitude era mais importante do que a riqueza musical. Afinal que jovem pobre e iletrado da classe trabalhadora inglesa conseguiria tocar alguma música do Pink Floyd em sua guitarra surrada? Para isso era necessário anos e anos de estudo e prática, algo que era impensável para os jovens punks que queriam mesmo era formar uma banda da noite para o dia, explodindo nas paradas. Assim os punks se voltaram para os primeiros rocks dos anos 50 que eram simples, diretos e tinham bastante atitude rebelde. O punk nasceu justamente dessa nova forma de ver a música jovem. Quanto mais revoltado melhor, mesmo que as bandas tivessem apenas conhecimentos rudimentares de seus instrumentos.

"Sid e Nancy - O Amor Mata" mostra claramente como eram radicais os primeiros punks. Radicais não apenas no aspecto musical mas na vida também. E nisso entrava o vício em drogas pesadas. Os punks como o retratado Sid Vicious simplesmente não tinham limites em seu consumo de drogas. Sid, cujo sobrenome era bem adequado, não passava de um pobre dependente químico mas naqueles loucos anos do surgimento do punk isso era também visto como algo positivo pelos jovens que seguiam o movimento até que ele extrapolou totalmente sua própria civilidade. O destaque desse filme certamente vai para a inspirada atuação de Gary Oldman. Acredito que hoje em dia todos os cinéfilos reconheçam o grande talento de Oldman. Infelizmente ele não tem tido grandes oportunidades como no começo de sua carreira mas mesmo assim se destaca onde atua, até mesmo em personagens coadjuvantes. Assim para quem gosta de seu trabalho o filme fica mais do que recomendado pois ele consegue literalmente sumir na pele de Sid Vicious, o trágico músico que sucumbiu completamente na tragédia das drogas pesadas.

Sid e Nancy - O Amor Mata (Sid and Nancy, Inglaterra, 1986) Direção: Alex Cox / Roteiro: Alex Cox, Abbe Wool / Elenco: Gary Oldman, Chloe Webb, David Hayman, Debbie Bishop / Sinopse: Sid Vicious, baixista da banda punk inglesa "The Sex Pistols" , entra fundo no mundo das drogas pesadas ao mesmo tempo em que leva seu romance com Nancy Spungen ao limite. Sua viagem alucinada trará trágicas consequências para o casal.

Pablo Aluísio.

Dorothy Dandridge

Filme biográfico sobre uma artista norte-americana negra que sofreu toda sorte de preconceitos, mas que mesmo assim superou tudo para ser premiada pelo Oscar na categoria de melhor atriz coadjuvante no clássico filme "Carmen Jones". Foi uma pessoa importante, tanto no campo das artes (em especial cinema e música) como também em relação aos direitos civis da população afro descendente dos Estados Unidos. Para se ter uma ideia muitas vezes ela se apresentava em grandes casas de shows e não tinha direito sequer de ir ao banheiro, pois esses eram reservados aos brancos. O preconceito racial em sua mais clara essência. Importante lembrar que os Estados Unidos continuavam segregados, mesmo depois da guerra civil e do fim da escravidão. As escolas, as casas de shows e até mesmo as igrejas eram separadas. Onde branco entrava, negros não eram admitidos. O maior dos absurdos.

O resultado que temos é inegavelmente um bom filme. A atriz Halle Berry se esforçou bastante, obviamente esperando por uma indicação ao Oscar. Não deu certo por vários motivos, mas o principal foi o fato do estúdio ter mudado os planos no meio das filmagens. Ao invés de ser lançado nos cinemas o filme acabou sendo comprado por uma emissora de TV a cabo. Com isso ela só concorreu mesmo ao Emmy - e venceu na categoria de melhor atriz! Para Berry, mesmo sendo uma vitória, foi também uma decepção, pois ela não chegou ao tão sonhado Oscar.

Dorothy Dandridge - O Brilho de uma Estrela (Introducing Dorothy Dandridge, Estados Unidos, 1999) Direção: Martha Coolidge / Roteiro: Earl Mills / Elenco: Halle Berry, Brent Spiner, Klaus Maria Brandauer / Sinopse: Cinebiografia da cantora e atriz Dorothy Dandridge (1922 - 1965). Vivendo em uma época de preconceito racial, ela conseguiu romper barreiras e limites que eram impostos contra artistas negros nos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Ruas de Fogo

Título no Brasil: Ruas de Fogo
Título Original: Street of Fire
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Walter Hill
Roteiro: Walter Hill, Larry Gross
Elenco: Michael Paré, Diane Lane, Rick Moranis, Amy Madigan, Willem Dafoe.

Sinopse:
As ruas das grandes cidades estão dominadas por gangues de motoqueiros, ladrões e criminosos em geral. Sem condições de impor a lei o Estado simplesmente se retirou das ruas, deixando tudo nas mãos dos mais fortes. Quando retorna de uma viagem o jovem Tom Cody (Michael Paré) descobre que sua namorada, uma cantora de rock underground, se tornou refém de uma das gangues. Sem pensar duas vezes, armado apenas de uma velha espingarda ele resolve ganhar as ruas em busca da amada. Agora, as ruas realmente serão de fogo!

Comentários:
Mais anos 80 do que isso impossível! Esse filme fez sucesso no Brasil no comecinho das locadoras em nosso país. Foi um campeão de vendas nos tempos do VHS! Depois disso virou uma espécie de pequeno cult mas sinceramente o filme não tem muita coisa a não ser um festival de roupas esquisitas, cabelos estranhos e outras bizarrices dos anos 80. O curioso é que isso hoje em dia se tornou justamente o grande charme da produção, uma vez que o clima de nostalgia vai bater forte para quem viveu naquela época. Outro ponto a se elogiar é a trilha sonora, com músicas que fizeram muito sucesso nas paradas FM. O filme é bem rico nessa questão. Os saudosistas vão aplaudir quando os primeiros hits começarem a tocar durante a história. O ator Michael Paré foi lançado para se tornar um astro mas não deu muito certo. O público não comprou a ideia de transformar ele num novo galã ao estilo Tom Cruise. Como a carreira não foi em frente ele se tornou um workaholic de filmes B e Z. A filmografia de Paré tem mais de 80 filmes onde ele atua desde coadjuvante de luxo até estrela de bombas constrangedoras. No Brasil ele ainda conseguiu emplacar um outro sucesso nos cinemas, uma fita de ação chamada "Execução Sumária" mas pouca gente se lembrará disso. Já o diretor Walter Hill encontraria o sucesso ao lado do brutamontes austríaco Arnold Schwarzenegger no violento "Inferno Vermelho", outro filme que é a cara dos 80´s. Enfim se quiser matar as saudades daquela década esse "Ruas de Fogo" certamente será o programa ideal. 

Pablo Aluísio.