sexta-feira, 8 de junho de 2018

Jurassic World: Reino Ameaçado

Quando o filme começa descobrimos que a ilha que abrigou o Jurassic Park está com os dias contados. Uma erupção vulcânica vai destruir tudo, matando inclusive os dinossauros que nela habitam. Então surge uma questão a ser discutida dentro da sociedade: os dinos devem ser resgatados ou não? Alguns defendem que isso é a vontade de Deus, promover uma segunda extinção desses animais, enquanto outros, os protetores dos animais, defendem que eles devem ser salvos da destruição. O congresso americano debate a questão e decide que o governo não fará nada pelos bichos. Assim um magnata decide promover uma grande expedição de resgate na ilha. Algumas espécies serão tiradas do lugar antes que ele some de mapa. As intenções dessa grande corporação porém nunca ficam muito claras. Eles dizem publicamente que o resgate será feito para salvar a vida dos bichos, mas será verdade? Quanto custaria um dinossauro desses no mercado negro? Trinta milhões? Cinquenta milhões de dólares? Tudo vai sendo desvendando aos poucos para o espectador.

Pois bem, esse é mais um filme da bem sucedida franquia inaugurada há muitos anos por Steven Spielberg quando ele dirigiu o primeiro filme que foi um sucesso estrondoso. Embora mantenha o controle dos filmes hoje em dia, através de sua companhia cinematográfica (a Amblin Entertainment), Spielberg não mais dirige os filmes. Geralmente ele passa a bola para algum diretor mais jovem e promissor. No caso aqui o escolhido foi J.A. Bayona, de "O Orfanato", "Sete Minutos Depois da Meia-Noite" e da série "Penny Dreadful". O cineasta espanhol fez um bom trabalho. "Jurassic World: Reino Ameaçado" é um filme eficiente, com roteiro redondinho e que mantém a chama acessa desse universo bem acessa.

Claro que não se pode comparar esse filme ao original. Aqui a intenção é apenas abrir as portas para outros futuros filmes que certamente virão por aí. Spielberg é além de um grande diretor, um grande produtor que sabe o que faz. Essa produção aqui custou meros 170 milhões de dólares, bem menos do que "Han Solo" seu principal concorrente nas bilheterias. Acabou faturando mais e sendo mais bem sucedido do que o concorrente da Disney. Bem conduzido, esse novo filme da saga Jurasssic Park só tem um probleminha em minha opinião. As cenas finais foram rodadas em uma fotografia muito escura. Qual é o sentido de desenvolver dinossauros super realistas para escondê-los em sombras e penumbra? E se você for assistir tudo em 3D as coisas vão ficar ainda mais escuras! Fora isso, tudo bem OK. O parque dos dinossauros pelo visto ficou mesmo pequeno para esses monstros. Agora o mundo pertence a eles (assista ao filme e entenda bem o que eu quis dizer nessa frase final).

Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom, Estados Unidos, 2018) Direção: J.A. Bayona / Roteiro: Derek Connolly, Colin Trevorrow / Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Rafe Spall, Toby Jones, Jeff Goldblum / Sinopse: Após o colapso da ilha onde um dia funcionou o Jurassic Park, um magnata decide resgatar algumas espécies de uma segunda extinção. Sua intenção oficial seria a preservação dos dinossauros, mas parece haver algo a mais, uma forma lucrativa de lidar com todos esses répteis maravilhosos.

Pablo Aluísio. 

Han Solo

Depois que a Disney comprou a marca "Star Wars" estamos tendo lançamentos regulares dessa franquia. Essa produção foi uma das mais problemáticas do estúdio até esse momento. Custou 300 milhões de dólares, teve problemas no set de filmagens e não conseguiu ter o retorno de bilheteria que os produtores queriam. Também foi bem criticada nos Estados Unidos. Para muitos se trata de um filme inútil que conta um enredo vazio. O protagonista, como não poderia deixar de ser, é o bom e velho Han Solo, mas sem sinal de Harrison Ford, que se aposentou. Em seu lugar entrou o quase desconhecido Alden Ehrenreich que obviamente não tem nem um por cento do carisma de Ford. Mesmo assim até que consegue se sair bem em um filme que realmente peca por ter um roteiro genérico demais para nos importamos com ele.

A ideia é contar as origens de Han Solo, suas aventuras na juventude, bem antes dele se unir aos rebeldes, algo que só iria acontecer no episódio 4, que é o primeiro filme "Guerra nas Estrelas" de 1977. Assim acompanhamos Han Solo se envolvendo em confusões no pequeno planeta de onde veio. Com tanta gente querendo seu pescoço (ele é uma espécie de trambiqueiro de bom coração), só resta fugir. E ele vai embora, acabando, vejam só, como soldado do império. Depois disso ele conhece um fora-da-lei, um assaltante de trens chamado Beckett (Woody Harrelson). Junto a Han Solo ele parte para um roubo de um mineral importante para o chefão criminoso Dryden Vos (Paul Bettany). A ação não cessa, porque como já expliquei, o roteiro é genérico. Uma cena de ação atrás da outra. O alívio romântico vem com a personagem Qi'ra (Emilia Clarke), pela qual Solo é apaixonado.

A atriz Emilia Clarke aliás é um dos bons motivos para ver esse filme. Sua personagem tem mais camadas do que os demais. Ela apresenta um comportamento dúbio, ora se aliando aos interesses de Solo, ora o traindo quando lhe convém. O diretor Ron Howard acabou fazendo um filme morno. Há vários pontos em aberto, mostrando que a intenção do roteiro era abrir brechas para novos filmes apenas com as aventuras de Han Solo. Será que vai acontecer? Tenho minhas dúvidas. Acho que provavelmente a Disney vai arquivar esse spin-off, uma vez que ele acabou não agradando nem ao público e nem à crítica. É esperar para ver.

Han Solo: Uma História Star Wars (Solo: A Star Wars Story, Estados Unidos, 2018) Direção: Ron Howard / Roteiro: Jonathan Kasdan, Lawrence Kasdan / Elenco: Alden Ehrenreich, Woody Harrelson, Emilia Clarke, Donald Glover, Paul Bettany / Sinopse: Após tentar passar a perna em uma figura do submundo de seu planeta de origem, o jovem Han Solo decide que é hora de ir embora. Ele consegue atingir esse objetivo, entra em uma nave e acaba parando nas fileiras do exército imperial, em plena guerra pelo controle da galáxia.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

A Chegada

Esse filme prima muito mais pela inteligência do que propriamente pelo sensacionalismo que sempre está presente em filmes sobre contatos entre a humanidade e seres alienígenas. Partindo do pressuposto (meio óbvio) de que civilizações extraterrestres seriam mais desenvolvidas que nós, o filme mostra a chegada de estranhas espaçonaves por todo o planeta e a tentativa de se comunicar com esses estranhos seres. A protagonista é uma especialista em línguas e símbolos, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), que precisa decifrar a forma como os aliens tentam entrar em contato conosco. Ela é levada pelas forças armadas até o local de pouso de uma dessas naves e uma vez lá tenta abrir um ponte de comunicação, algo muito complexo de se realizar com sucesso.

O roteiro porém vai além. Ele não se limita a mostrar esse primeiro contato, mas também envolver conceitos como outras dimensões e até mesmo viagens no espaço-tempo. Com tantas nuances diferentes para explorar no curto espaço de tempo de um filme, não foram poucos os espectadores que acabaram se perdendo no fio da meada da narrativa. Não vejo isso como algo negativo, mas sim altamente positivo. É uma maneira de entendermos que Hollywood não está parada, contente em apenas explorar velhos clichês, mas também avançar em busca de textos mais rebuscados e complexos. Uma maneira de se comunicar com essa nova geração que está ai, uma juventude que já nasce cercada de tecnologia por todos os lados. Não subestimando a capacidade de compreensão dessa moçada, o filme acaba ganhando muitos pontos a seu favor.

A Chegada (Arrival, Estados Unidos, 2016) Direção: Denis Villeneuve / Roteiro: Eric Heisserer, Ted Chiang / Elenco: Amy Adams, Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Stuhlbarg / Sinopse: Especialista em línguas e linguagens é levada pelo governo americano para uma região remota onde aterrisou uma nave espacial de origem desconhecida. Ela terá que tentar abrir um canal de comunicação com os estranhos seres alienígenas que vieram do espaço.

Pablo Aluísio.

A Última Fortaleza

Um filme de prisão com alguns elementos que o diferenciam do lugar comum. Antes de tudo não se trata de uma prisão comum, mas sim de uma prisão militar de segurança máxima. Lá dentro cumpre pena o ex-General Irwin (Robert Redford). Condenado por um crime que nunca cometeu, ele começa a travar um jogo psicológico com o diretor do estabelecimento, o Coronel Winter (James Gandolfini). Além de ser menos preparado intelectualmente que seu principal prisioneiro, Winter esconde seu complexo de inferioridade abusando de sua posição, criando um clima de tensão entre os prisioneiros, após decidir administrar tudo com punhos de ferro.

Um filme com excelente elenco, um roteiro até bem inspirado, mas que no final consegue ser apenas OK. Provavelmente se tivesse sido produzido dez anos antes tivesse maior impacto. O destaque vai mesmo para o duelo que se trava entre Robert Redford e James Gandolfini. Dois grandes atores que só trabalharam uma vez, justamente nessa produção. Em minha opinião, apesar da experiência de Redford, quem se sai melhor é Gandolfini, pois seu personagem tem uma personalidade mais complexa do ponto de vista psicológico. O terceiro elemento do elenco, Mark Ruffalo, acaba sendo engolido pelos dois. Se limitando a fazer expressões de amuado (sua "especialidade") ele termina passando vergonha no meio de dois grandes atores em cena, ambos dando o melhor de si. Enfim deixo aqui a dica desse filme muito razoável que pouca gente viu ou se lembra de ter visto.

A Última Fortaleza (The Last Castle, Estados Unidos, 2001) Direção: Rod Lurie / Roteiro: David Scarpa / Elenco: Robert Redford, James Gandolfini, Mark Ruffalo / Sinopse: Um ex-General condecorado, condenado injustamente, enfrente um Coronel, diretor de uma prisão militar. Em jogo o controle do estabelecimento prisional e o destino de todos aqueles homens encarcerados, dispostos a iniciarem uma grande e violenta rebelião.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

O Que te Faz Mais Forte

O filme conta a história real do jovem Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal). Tentando reatar o namoro com sua antiga namorada ele descobre que ela estará correndo na maratona de Boston. Então resolve ir até lá, levando um cartaz de incentivo para a garota. Por um trágico evento do destino ele fica bem ao lado do lugar onde o terrorista plantou uma das bombas naquele atentado que ficou famoso na época. Quando a bomba explodiu Jeff acabou severamente ferido, perdendo as duas pernas. Imagine um rapaz como ele, com toda a vida pela frente, agora ter que encarar um destino desses! O roteiro assim vai se desenvolvendo, mostrando as lutas do dia a dia após perder suas pernas, as dificuldades de adaptação, além do conturbado relacionamento com a ex-namorada.

O curioso é que Jeff também acabou virando um símbolo da força da cidade de Boston em superar os atentados. Chamado de "A força de Boston" ele acabou sendo considerado um herói, sempre convocado para abrir grandes eventos, mostrando que Boston jamais iria sucumbir ao terror. Em termos narrativos o filme é bem convencional. Penso até que não poderia ser diferente. Há uma história edificante para contar e não haveria outro modo de fazê-lo. Cinematograficamente falando é o filme mais convencional da filmografia do ator Jake Gyllenhaal, logo ele que sempre procurou por filmes mais ousados e fora dos padrões. O seu Jeff é uma homenagem ao protagonista da vida real, uma pessoa que precisou superar muitos obstáculos para seguir sua vida em frente. Pela bonita mensagem a produção como um todo já está justificada por seus próprios méritos.

O Que te Faz Mais Forte (Stronger, Estados Unidos, 2017) Direção: David Gordon Green / Roteiro: John Pollono, baseado no livro "Stronger", escrito por Jeff Bauman / Elenco: Jake Gyllenhaal, Tatiana Maslany, Miranda Richardson / Sinopse: O filme conta a história real de Jeff Bauman (Jake Gyllenhaal), uma das vítimas do atentado da maratona de Boston. Ao ir para a maratona, com a intenção de incentivar a ex-namorada, acaba sendo atingido em cheio pela bomba plantada pelos terroristas, perdendo as duas pernas com a explosão.

Pablo Aluísio.

A Morte de Stalin

Historicamente as coisas não aconteceram exatamente da forma que o filme mostra, mas esse tipo de licença poética foi necessária para que o roteiro inserisse muito humor negro em sua narrativa. O importante é que a essência de tudo o que aconteceu foi preservada. E olha que o resultado final ficou muito bom. Como o título já deixa claro o filme mostra os últimos dias do ditador soviético Stálin e o caos que se criou após sua morte. Tirano sanguinário que matou mais do que Hitler, Stálin era uma cria da ilusão do comunismo. Assim que tomou o poder absoluto começou a matar todos os opositores ao seu regime, fossem eles reais ou apenas imaginários. Claro que em um sistema de pura violência como esse, onde a vida não valia nada, todos ao seu redor agiam com extrema paranoia, pois a qualquer momento eles poderiam entrar para as listas dos inimigos "do povo", sendo executados sumariamente.

Quando o filme começa vemos a corte de puxa-sacos e parasitas que orbitavam o líder assassino. Todos querendo ganhar a simpatia de Stálin, todos morrendo de medo de serem mandados para a morte certa. Diante de uma situação tão absurdamente bizarra o roteiro aproveita para fazer humor com os comunistas. Quando Stálin sofre um derrame cerebral e cai no chão de seu gabinete ninguém consegue tomar uma decisão. Fica complicado até mesmo achar um médico em Moscou pois muitos já tinham sido mortos pelo regime. E assim ficam aqueles ministros e assessores discutindo coisas óbvias, enquanto Stálin jaz no chão, morrendo a cada minuto. Uma metáfora de seu estúpido sistema de governo. Depois que finalmente ele morre começa a disputa pelo poder, onde cada um tenta puxar o tapete do outro para tentar ser o novo líder supremo da nação. O filme, apesar de seu humor negro, tem muito a mostrar sobre a estupidez do socialismo, seus heróis fabricados e a mediocridade daqueles que estão no poder. Uma baita lição de história.

A Morte de Stalin (The Death of Stalin, Inglaterra, França, Bélgica, Canadá, 2017) Direção: Armando Iannucci / Roteiro: Armando Iannucci, David Schneider / Elenco: Steve Buscemi, Simon Russell Beale, Jeffrey Tambor / Sinopse: Quando o grande líder Stálin é encontrado morto em seu gabinete, começa uma insana luta pelo poder por seus homens mais próximos, ao mesmo tempo em que todos tentam tomar alguma decisão sobre seu funeral e enterro. Uma alegoria bem humorada, com muito humor negro, sobre os últimos dias do sanguinário e psicopata ditador da União Soviética. "Tripliquem, quadrupliquem a guarda na tumba do camarada Stálin para que ele nunca mais volte de lá", já dizia o poeta russo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Gringo

Filme bem mais ou menos que usa uma sucessão de erros em seu roteiro para fazer humor. O filme não é tecnicamente uma comédia, mas aposta bastante no cinismo de seus personagens, quase todos meras caricaturas de pessoas reais. E do que se trata o enredo? Basicamente temos esse jovem gerente negro chamado Harold (David Oyelowo). Ele trabalha numa empresa do ramo farmacêutico. Tem uma bela esposa e a vida está nos eixos. Tudo muda porém quando ele precisa fazer uma viagem ao México com os patrões. Richard Rusk (Joel Edgerton) e Elaine Markinson (Charlize Theron) são os executivos dessa empresa que precisam encerrar uma parceria comercial com um cartel de drogas além da fronteira, antes que eles vendam a companhia numa lucrativa fusão com uma empresa maior. Harold não sabe dessa aliança com o mundo do crime e se dá mal.

O cartel de drogas claro não aceita o fim da "sociedade" e isso dá origem a uma série de problemas para o pobre do Harold. Ele sabe que mais cedo ou mais tarde vai perder o emprego e decide forjar um sequestro, mas tudo dá errado, porque afinal os traficantes vão acabar sequestrando ele de verdade. É um filme que cansa um pouco por ser longo demais. Deveria ter sido mais ágil na edição. As situações vão se sucedendo e isso cria um certo cansaço no espectador. O humor também não me pareceu muito bem encaixado, pois o roteiro tenta tirar graça até mesmo das situações mais violentas, como sessões de tortura, etc. No geral achei apenas razoável. Provavelmente o maior pecado dessa produção tenha sido desperdiçar a presença da atriz Charlize Theron no elenco. Ela interpreta uma mulher vulgar e ambiciosa que no final das contas nem faz muita diferença. Assim não dá!

Gringo: Vivo ou Morto (Gringo, Estados Unidos, 2018) Direção: Nash Edgerton / Roteiro: Anthony Tambakis, Matthew Stone / Elenco: Joel Edgerton, Charlize Theron, David Oyelowo / Sinopse: Harold (David Oyelowo) é um jovem gerente de uma empresa do ramo de remédios que vê sua vida virar de cabeça para baixo durante uma confusa negociação além da fronteira do México. Ele de repente se vê alvo de membros de um violento cartel de drogas, de agentes do DEA e até mesmo de mercenários contratados para localizá-lo.

Pablo Aluísio.

Coração de Caçador

Título no Brasil: Coração de Caçador
Título Original: White Hunter, Black Heart
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Peter Viertel
Elenco: Clint Eastwood, Jeff Fahey, Charlotte Cornwell, George Dzundza, Roddy Maude-Roxby, Richard Warwick

Sinopse:
O filme conta a história do diretor de cinema John Wilson (Clint Eastwood). Um homem excêntrico que convence o estúdio que seu novo filme deve ser filmado na África, só que uma vez no continente ele passa a dar mais importância a uma caçada a elefantes, do que ao próprio filme em si.

Comentários:
Esse filme foi indicado a Palma de Ouro em Cannes. Nada mal. Até hoje é considerado um dos melhores filmes de Clint Eastwood e isso por um motivo bem simples: é uma homenagem ao cinema. Praticamente tudo o que se vê na tela foi inspirado em fatos reais, quando o diretor John Huston resolveu ir para a distante África para rodar sua nova produção. Antes Hollywood quase nunca ia até locações tão distantes, preferindo filmar tudo em seus grandes estúdios, mas Huston convenceu os executivos que era melhor ir para a região original. Uma vez na África ele se tornou obcecado em caçar um grande elefante, enlouquecendo todos que estavam envolvidos no filme, pois preferia ir em safári do que dirigir as filmagens. O filme é excelente, mas hoje em dia poucos vão se identificar ou achar interessante a história de caçador do protagonista. A visão do mundo atual repele esse tipo de caçada, pois a questão ecológica se impõe. De qualquer maneira, como retrata um passado distante, o filme não deixa de ser uma grande referência para cinéfilos em geral. John Huston, considerado um mestre da sétima arte, certamente não era politicamente correto, porém era um diretor de cinema de mão cheia. Essa assim se torna uma boa oportunidade de conhecer um capítulo de sua vida.

Pablo Aluísio.