quarta-feira, 6 de junho de 2018

A Morte de Stalin

Historicamente as coisas não aconteceram exatamente da forma que o filme mostra, mas esse tipo de licença poética foi necessária para que o roteiro inserisse muito humor negro em sua narrativa. O importante é que a essência de tudo o que aconteceu foi preservada. E olha que o resultado final ficou muito bom. Como o título já deixa claro o filme mostra os últimos dias do ditador soviético Stálin e o caos que se criou após sua morte. Tirano sanguinário que matou mais do que Hitler, Stálin era uma cria da ilusão do comunismo. Assim que tomou o poder absoluto começou a matar todos os opositores ao seu regime, fossem eles reais ou apenas imaginários. Claro que em um sistema de pura violência como esse, onde a vida não valia nada, todos ao seu redor agiam com extrema paranoia, pois a qualquer momento eles poderiam entrar para as listas dos inimigos "do povo", sendo executados sumariamente.

Quando o filme começa vemos a corte de puxa-sacos e parasitas que orbitavam o líder assassino. Todos querendo ganhar a simpatia de Stálin, todos morrendo de medo de serem mandados para a morte certa. Diante de uma situação tão absurdamente bizarra o roteiro aproveita para fazer humor com os comunistas. Quando Stálin sofre um derrame cerebral e cai no chão de seu gabinete ninguém consegue tomar uma decisão. Fica complicado até mesmo achar um médico em Moscou pois muitos já tinham sido mortos pelo regime. E assim ficam aqueles ministros e assessores discutindo coisas óbvias, enquanto Stálin jaz no chão, morrendo a cada minuto. Uma metáfora de seu estúpido sistema de governo. Depois que finalmente ele morre começa a disputa pelo poder, onde cada um tenta puxar o tapete do outro para tentar ser o novo líder supremo da nação. O filme, apesar de seu humor negro, tem muito a mostrar sobre a estupidez do socialismo, seus heróis fabricados e a mediocridade daqueles que estão no poder. Uma baita lição de história.

A Morte de Stalin (The Death of Stalin, Inglaterra, França, Bélgica, Canadá, 2017) Direção: Armando Iannucci / Roteiro: Armando Iannucci, David Schneider / Elenco: Steve Buscemi, Simon Russell Beale, Jeffrey Tambor / Sinopse: Quando o grande líder Stálin é encontrado morto em seu gabinete, começa uma insana luta pelo poder por seus homens mais próximos, ao mesmo tempo em que todos tentam tomar alguma decisão sobre seu funeral e enterro. Uma alegoria bem humorada, com muito humor negro, sobre os últimos dias do sanguinário e psicopata ditador da União Soviética. "Tripliquem, quadrupliquem a guarda na tumba do camarada Stálin para que ele nunca mais volte de lá", já dizia o poeta russo.

Pablo Aluísio.

4 comentários:

  1. Avaliação:
    Direção: ★★★
    Elenco: ★★★
    Produção: ★★★
    Roteiro: ★★★★
    Cotação Geral: ★★★
    Nota Geral: 7.8

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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  2. Quem achou que o comunismo poderia dar certo não se tocou que o ser humano é egocêntrico?

    Comments: Coração de Caçador; Pistoleiros do Entardecer; Elvis e Sinatra.

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  3. Além de ser egocêntrico, como pura economia o comunismo é inviável. Jamais todos serão iguais. O ser humano nasce diferente, com aptidões diferenciadas. Tentar artificialmente transformar pessoas desiguais em iguais vai contra a natureza do próprio ser humano.

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