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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Hatfields and McCoys: Bad Blood

Recentemente tivemos o grande sucesso de “Hatfields e McCoys” estrelado por Kevin Costner. Agora chega esse filme que enfoca a mesma história mas obviamente de forma bem resumida. Baseado em fatos reais o enredo começa na fronteira entre os Estados de Kentucky e Virginia. O jovem soldado ianque Asa McCoy (Scott Thomas Reynolds) volta da guerra civil. Ostentando seu uniforme azul escuro ele acaba despertando a ira de Jim Vance Hatfield (Tim Abell), um confederado que vive nas montanhas ao lado de seus sobrinhos. Após uma troca de ofensas de ambas as partes Jim finalmente atira e mata Asa. Essa morte acabaria desencadeando uma série de outras mortes envolvendo as duas famílias, em um acerto de contas sem fim pois a cada  McCoy morto um Hatfield também deveria ser enviado para sete palmos. Para piorar tudo, como as mortes eram promovidas na fronteira entre os dois estados americanos as autoridades não sabiam direito quem tinha efetiva jurisdição sobre os assassinatos, o que acabou acirrando ainda mais a disputa entre as famílias, espalhando sangue e terror por toda a região.

No elenco de “Hatfields and McCoys: Bad Blood” não há nenhum grande nome, nenhuma estrela do cinema. De fato apenas um nome se sobressai, o de Christian Slater, que aliás está em um papel bastante inadequado, a do governador Bramlette do Kentucky, um personagem muito mais velho do que ele. Mesmo não sendo nenhum garotão Christian Slater não convence na pele do governador por ser jovem demais para a caracterização, pois o político da história real tinha mais de 60 anos quando se deu o conflito na fronteira. No tocante aos demais personagens não temos nenhum que seja suficientemente desenvolvido. Devil Anse Hatfield (Jeff Fahey), por exemplo, não fala mais do que meia dúzia de palavras e o amor entre os jovens de famílias rivais não encontra muito espaço e nem explicação. No final a única boa coisa aqui é a possibilidade do espectador que não tenha acesso à minissérie e que não possua tempo de acompanhar todos os episódios da obra com Kevin Costner, tenha a oportunidade de ao menos conhecer a história dessas famílias. Fora isso não é um filme que vá fazer muita falta na coleção de fãs de western.

Hatfields and McCoys: Bad Blood (Hatfields and McCoys: Bad Blood, Estados Unidos, 2012) Direção: Fred Olen Ray / Roteiro: Fred Olen Ray / Elenco: Jeff Fahey, Christian Slater, Perry King, Scott Thomas Reynolds, Tim Abell / Sinopse: Após a morte de um jovem soldado McCoy que voltava da Guerra civil duas famílias rivais começam a se matar na fronteira do kentucky com a Virginia. Baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Coração de Caçador

Título no Brasil: Coração de Caçador
Título Original: White Hunter, Black Heart
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Peter Viertel
Elenco: Clint Eastwood, Jeff Fahey, Charlotte Cornwell, George Dzundza, Roddy Maude-Roxby, Richard Warwick

Sinopse:
O filme conta a história do diretor de cinema John Wilson (Clint Eastwood). Um homem excêntrico que convence o estúdio que seu novo filme deve ser filmado na África, só que uma vez no continente ele passa a dar mais importância a uma caçada a elefantes, do que ao próprio filme em si.

Comentários:
Esse filme foi indicado a Palma de Ouro em Cannes. Nada mal. Até hoje é considerado um dos melhores filmes de Clint Eastwood e isso por um motivo bem simples: é uma homenagem ao cinema. Praticamente tudo o que se vê na tela foi inspirado em fatos reais, quando o diretor John Huston resolveu ir para a distante África para rodar sua nova produção. Antes Hollywood quase nunca ia até locações tão distantes, preferindo filmar tudo em seus grandes estúdios, mas Huston convenceu os executivos que era melhor ir para a região original. Uma vez na África ele se tornou obcecado em caçar um grande elefante, enlouquecendo todos que estavam envolvidos no filme, pois preferia ir em safári do que dirigir as filmagens. O filme é excelente, mas hoje em dia poucos vão se identificar ou achar interessante a história de caçador do protagonista. A visão do mundo atual repele esse tipo de caçada, pois a questão ecológica se impõe. De qualquer maneira, como retrata um passado distante, o filme não deixa de ser uma grande referência para cinéfilos em geral. John Huston, considerado um mestre da sétima arte, certamente não era politicamente correto, porém era um diretor de cinema de mão cheia. Essa assim se torna uma boa oportunidade de conhecer um capítulo de sua vida.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Coração de Caçador

Um diretor excêntrico leva toda uma equipe de cinema de Hollywood para a África onde pretende rodar um filme de sucesso para pagar seus inúmeros credores. Chegando no continente selvagem ele se torna obcecado em caçar um elefante africano nas extensas savanas da região. O filme foi baseado numa história real. O diretor de cinema que Clint Eastwood interpreta é na realidade o famoso John Huston e o filme que eles tentam concluir é na verdade o clássico "Uma Aventura na África" com Katherine Hepburn e Humphrey Bogart. De tão conturbadas essas filmagens na África selvagem entraram para a mitologia de Hollywood. O roteirista do filme escreveu seu próprio diário das filmagens que acabaria dando origem a um popular romance (do qual esse filme é baseado). Até mesmo Katherine Hepburn resolveu colocar no papel todas as aventuras que passou ao lado de Huston. Material do que se passou realmente não falta. Para quem não sabe John Huston foi um dos maiores diretores da era de ouro do cinema americano. Gênio na direção era também um cineasta complicado de se lidar. Geralmente comprava brigas com produtores e estúdios e colocava seu elenco em situações de saia justa durante as filmagens. Huston colecionou tantos sucessos como inimizades no meio e por isso era uma personalidade controvertida. Mais de uma vez largou um filme pela metade e abandonou tudo sem maiores explicações. Seus projetos inacabados são geralmente citados em várias passagens da história de Hollywood. "Adeus às Armas" é um exemplo disso. Um belo dia se encheu das exigências do estúdio, pegou seu chapéu e simplesmente foi embora sem dar satisfação. Geralmente era processado depois, perdia fortunas em indenizações mas não mudava seu jeito de ser. Se auto denominava um autêntico artista e odiava os aspectos comercias de seus filmes.

Coração de Caçador é seguramente um dos filmes mais inspirados do cineasta Clint Eastwood, um inteligente exercício de metalinguagem que passeia pela história do cinema americano. Também é sua homenagem muito particular a John Huston, diretor que ele sempre admirou e procurou seguir seus passos. Clint certamente aprendeu muito com o mestre. Sua direção aqui é um exemplo, firme, segura e muito correta mas não é só. Quem acha que Eastwood é um ator limitado, de poucas caracterizações, precisa ver o filme para assistir uma de suas melhores interpretações. Compondo um tipo bem diferente do habitual Clint traz de volta à tona todas as nuances de John Huston: suas excentricidades, seu jeito despojado de ser e sua incrível sede de viver intensamente. Recentemente vi cenas de Huston captadas por membros de sua equipe dentro dos sets de filmagens. Basta assistir a essas imagens para entender como Clint foi feliz em sua caracterização. Até nos pequenos gestos, no cigarro eternamente acesso no canto da boca, no olhar fixo e penetrante, Clint recriou a personalidade de John Huston com extrema fidelidade. Enfim, "White Hunter, Black Heart" (Caçador Branco, Coração Negro) é seguramente uma das melhores obras da filmografia de Clint Eastwood. Uma homenagem mais do que sincera de um cineasta para outro. Simplesmente imperdível.

Coração de Caçador (White Hunter, Black Heart, Estados Unidos, 1990) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Peter Viertel basedo no livro "White Hunter Black Heart" / Elenco: Clint Eastwood, Jeff Fahey, Charlotte Cornwell / Sinopse: John Wilson (Clint Eastwood) é um excêntrico diretor americano que decide filmar seu próximo filme em pleno coração do continente africano. Uma vez lá resolve partir para um safári em busca de um elefante. Logo isso se torna uma obsessão pessoal em sua vida.

Pablo Aluísio.