segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Mulheres - O Sexo Forte

Título no Brasil: Mulheres - O Sexo Forte
Título Original: The Women
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Diane English
Roteiro: Diane English, Clare Boothe Luce
Elenco: Meg Ryan, Eva Mendes, Annette Bening, Jada Pinkett Smith, Bette Midler, Candice Bergen, Carrie Fisher, Debra Messing 

Sinopse:
A vida parece sorrir para Mary Haines (Meg Ryan). Ela é uma estilista bem sucedida, tem um marido encantador, um filho adorável de 11 anos e uma vida estável e feliz. Pelo menos isso é o que ela pensa ser. Da noite para o dia porém tudo parece desmoronar quando ela descobre que o marido tem um caso escondido com a bela e jovem Crystal Allen (Eva Mendes)! E agora, como lidar com essa situação extremamente delicada? Filme indicado ao prêmio ALMA Awards na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Eva Mendes).

Comentários:
Uma comédia romântica feita especialmente para o público feminino. Uma produção realizada por elas e para elas. Todos os principais personagens são mulheres que discutem o tempo todo sobre relacionamentos amorosos e os problemas cotidianos que surgem em seus casamentos. Outro dia mesmo escrevi sobre a Margaret Mary Emily Anne Hyra (nossa conhecida Meg Ryan) em um texto e lá falei que ela realmente não tinha conseguido envelhecer com elegância. Uma das provas está aqui. Não que Meg tenha se tornado uma má atriz, longe disso, o problema é que ela fez tantas plásticas em seu rosto que acabou transformando o que era belo e meigo em bizarro e grotesco. Não há como prestar muita atenção em seus diálogos quando se vê algo assim em close na grande tela. Cinema também é imagem e ela perdeu completamente a sua. Para piorar contracena com Annette Bening, uma mulher elegantemente natural e Eva Mendes, na flor de sua beleza jovial. Diante disso os diálogos se tornam secundários, cansativos e as situações repetitivas. A roteirista Diane English tenta aqui pela segunda vez na carreira dirigir um filme, mas no final das contas apenas mostra que falta mais experiência em levar algo assim em frente. Há problemas de ritmo e timing para o enredo. No saldo final só vale mesmo pelo bom elenco feminino reunido e é só.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de novembro de 2014

Trágica Emboscada

Charlton Heston em foto de divulgação do filme "Trágica Emboscada" (The Savage, EUA, 1952). No filme ele interpreta um branco que foi criado entre os nativos guerreiros Sioux. Seus pais foram mortos por nativos da tribo Crow, quando atravessavam longas planícies desertas do velho oeste. Encurralados, foram mortos de forma cruel e sanguinária.  Com seu novo povo ele adota o nome de "War Bonet" e começa a defender os interesses de seus irmãos pele vermelha. A situação porém se complica quando o tratado entre nativos e brancos parece ter sido quebrado. Em caso de guerra aberta em que lado ele lutará? Pelos brancos ou índios?

Seu pai sioux resolve então enviar o personagem de Heston para um contato com o homem branco. Quem sabe assim se evite um derramamento de sangue inútil. Uma vez de volta ao mundo civilizado ele sente o choque cultural. O simples ato de se sentar numa cadeira de madeira lhe soa estranho e desconfortável. O comandante do forte da cavalaria lhe acalma, mas os ânimos já estão por demais acirrados. Um ala de guerreiros não aceita mais a paz, não desejam mais ceder aos interesses do homem branco. Para Bonet porém há um claro mal entendido envolvendo todos, mas tudo cai por terra quando sua irmã que havia sido sequestrada pelos Crows morre ao ser confundida com nativos inimigos do exército.

Tomado por ódio Bonet cede ao acontecimento e se oferece novamente para ir até o homem branco. Uma vez lá tentará levar os soldados americanos até uma emboscada, um lugar fechado e sem saída onde todos possam ser mortos pelos guerreiros Sioux. Inicialmente parece ser uma boa ideia, de vingança de sangue, mas aos poucos ele vai entendendo que é uma cilada, uma vez que os guerreiros nativos mais exaltados querem matar a todos, inclusive mulheres e crianças que moram no forte americano. Isso finalmente traz luz para os pensamentos de Bonet, que acaba descobrindo que o ódio mortal certamente cega até os mais valorosos irmãos de sangue.

Pablo Aluísio.

Apagar Histórico

Título no Brasil: Apagar Histórico
Título Original: Clear History
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO Pictures
Direção: Greg Mottola
Roteiro: Larry David, Alec Berg
Elenco: Larry David, Jon Hamm, Kate Hudson, Michael Keaton, Eva Mendes

Sinopse:
Nathan (Larry David) mais parece um hippie velho, com longa barba e cabelos rebeldes, mas no fundo é um executivo de marketing de uma montadora de carros elétricos. Na véspera de lançamento do veículo chamado Harold, ele resolve sair, levando suas ações. Desnecessário dizer que fica arruinado financeiramente já que o carro se revela um enorme sucesso de vendas. Com o fracasso de sua carreira profissional e pessoal, ele resolve ir morar numa cidadezinha costeira, onde acaba mudando de nome, sendo agora conhecido como Rolly, afinal o que ele quer mesmo é esquecer o seu passado a todo custo. Sua vida pacata porém logo vira ao avesso quando ele descobre que seu antigo sócio Will Haney (Jon Hamm) acaba de comprar uma mansão nas vizinhanças.

Comentários:
Quem já conhece o humor do ator, roteirista e diretor Larry David já saberá de antemão o que encontrará pela frente. Ele não é muito conhecido no Brasil, a não ser por ter sido um dos criadores da série "Seinfeld". Depois do sucesso espetacular desse programa ele resolveu arriscar com uma nova comédia, dessa vez produzida pela HBO chamada "Curb Your Enthusiasm" que também se tornou bem popular nos Estados Unidos. Agora ele está de volta para essa simpática fita de humor que novamente procura fazer graça com o seu tipo fora do comum. Larry David sempre fez um tipo de humor mais intelectual, usando bastante do timing judeu, onde ele parece estar sempre deslocado onde vive. De certa forma lembra até mesmo Woody Allen em sua essência. Diálogos bem escritos, situações constrangedoras e muito mal estar fazem parte de seu cardápio. Além disso seus personagens parecem sempre apresentar algum tipo de transtorno obsessivo, o que torna tudo ainda mais divertido, pelo menos sob uma viés de humor negro. Outro destaque vem do elenco coadjuvante, atores e atrizes famosos que aceitaram participar do filme apenas pelo prazer de contracenar com David. Entre eles temos o astro de "Mad Men" Jon Hamm e a eterna namoradinha da América, Kate Hudson. Uma comédia inofensiva que no final das contas cumpre seu objetivo de lhe proporcionar algumas boas risadas no fim de noite.

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de novembro de 2014

Rush - Uma Viagem ao Inferno

Título no Brasil: Rush - Uma Viagem ao Inferno
Título Original: Rush
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Lili Fini Zanuck
Roteiro: Kim Wozencraft, Peter Dexter
Elenco: Jason Patric, Jennifer Jason Leigh, Sam Elliott

Sinopse:
Dois policiais da Divisão de Narcóticos de polícia acabam caindo numa armadilha mortal. Ao mesmo tempo em que investigam poderosos grupos criminosos de narcotraficantes se viciam nas drogas colocadas no mercado. Nisso acabam vivendo numa dualidade insuportável para pessoas que deveriam cumprir e fazer cumprir as leis. Afundando cada vez mais em seu vício, o detetive Jim Raynor (Jason Patric) começa a perder o senso de realidade de tudo o que acontece ao seu redor. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Canção Original ("Tears in Heaven" de Eric Clapton). Vencedor do Grammy Awards na categoria Melhor Canção do Ano (também com "Tears in Heaven" de Eric Clapton).

Comentários:
Um interessante drama com toques policiais que trata de um tema que infelizmente também acontece na vida real. Aqui não temos a questão da corrupção policial em seu sentido mais comum, a dos subornos e propinas envolvendo homens da lei com o poder financeiro dos traficantes, mas sim uma situação ainda mais grave, a de tiras viciados em drogas. Sempre considerei "Rush" muito subestimado, pois além de apresentar um roteiro original muito bem escrito e trabalhado, temos ainda ótimas atuações, em especial a do ex-galã Jason Patric que se despe de sua imagem para interpretar um policial em frangalhos, caindo no abismo sem fundo da dependência química pesada. Sua parceira Jennifer Jason Leigh também brilha dando vida e voz para a sua personagem Kristen Cates. Sempre considerei Jason Leigh uma das melhores atrizes jovens do cinema americano, mas infelizmente anda bem sumida ultimamente. O roteiro não abre concessões e procura mostrar sem receios a barra pesada de quem não consegue mais sair das armadilhas das drogas. E para completar a produção fecha todo o conjunto com chave de ouro, pois temos aqui uma das melhores trilhas sonoras da década de 1990 para ouvir, contando não apenas com a imortal canção "Tears in Heaven" de Eric Clapton (que se tornou um hit tremendo depois da morte de seu filho, a quem ele dedicou a música), mas também com os mitos Jimi Hendrix e Bob Dylan. Precisa dizer algo a mais? Bastante recomendado, "Rush" é uma daquelas fitas que merecem ser redescobertas.

Pablo Aluísio

Arremesso de Ouro

O agente esportivo J. B. Bernstein (Jon Hamm) está enfrentando uma onda de azar. Sua agência fundada há três anos praticamente não tem mais clientes. O mundo dos esportes exige um investimento absurdo, cada vez mais alto a cada dia, que ele simplesmente não consegue mais bancar. Com isso ele e seu sócio se preparam para enfrentar uma falência iminente. No auge do desespero Bernstein vê uma oportunidade única. Ao assistir a um jogo de Cricket na TV ele tem uma ideia no mínimo incomum. Por que não "importar" um jogador daquele esporte para se tornar um bem sucedido atleta de beisebol nos Estados Unidos? Afinal ambos os esportes possuem semelhanças e um jogador indiano poderia se tornar um astro e trazer muito dinheiro para sua agência. Seria uma bela jogada de marketing, principalmente ao lidar com um estrangeiro vindo de um país distante, exótico e com problemas sociais. Após conseguir o patrocínio de um milionário dono de equipe, ele vai até a Índia em busca de seu vencedor. Para isso organiza um concurso para caçar novos talentos para o esporte. O jovem que conseguir vencer ganhará uma bolsa para ir até a América, fazer um teste para a liga profissional de beisebol. Após escolher dois jovens ele volta para os Estados Unidos, pronto para que sejam testados por um grande time da liga nacional. Mas será que os jovens indianos conseguirão mesmo o feito de se tornarem os primeiros atletas da distante Índia a jogarem profissionalmente um torneio tão importante como o nacional de Beisebol?

Esse provavelmente será mais um daqueles filmes americanos sobre beisebol que será ignorado completamente no Brasil. Não tem jeito, tirando os americanos, cubanos e japoneses, ninguém dá muita bola para esse esporte que inclusive está em decadência dentro do próprio EUA, por já não ter tantos admiradores como nos bons e velhos tempos. De fato os mais jovens andam preferindo basquetebol e futebol americano, deixando o beisebol com cara de "esporte para velhos". Se os gringos não andam dando muita bola o que dirá dos brasileiros... Mesmo assim vale a pena conhecer por causa não do esporte em si - que é realmente meio chato - mas pela estória que conta. Como se trata de um produto Disney não vá esperando nada de muito ousado ou revolucionário, pelo contrário, é um filme esteticamente muito convencional que se contenta apenas em contar uma boa estória que foi baseada em fatos reais e nada mais. Para os que adoram séries de TV o interesse certamente virá da presença do ator Jon Hamm, o publicitário Don Draper de "Mad Men". Ele é quem acaba trazendo algum interesse ao enredo, pois sua presença já vale a curiosidade. Pena que a Disney deixou a sutileza e a leveza de lado e resolveu realizar um filme que, na minha forma de ver, tem uma duração excessiva. Mais de duas horas contando a história de dois indianos tentando aprender a jogar beisebol de fato soa como algo cansativo. De qualquer forma faça um esforço e tente assistir, será pelo menos curioso acompanhar a viagem desses dois rapazes da miserável Índia para o país do beisebol.

Arremesso de Ouro / Um Braço de Um Milhão de Dólares (Million Dollar Arm, Estados Unidos, 2014) Direção: Craig Gillespie / Roteiro: Thomas McCarthy / Elenco: Jon Hamm, Aasif Mandvi, Alan Arkin / Sinopse: Agente esportivo à beira da falência resolve promover um último e desesperado golpe de marketing em sua carreira: trazer dois jovens indianos para se tornarem astros na liga de beisebol americana. Filme baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Annabelle

Título no Brasil: Annabelle
Título Original: Annabelle
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Elenco: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard

Sinopse:
Um jovem casal americano é surpreendido por gritos na casa vizinha. Após o marido sair para averiguar acaba descobrindo que há uma chacina se desenrolando na casa ao lado. Para piorar os insanos moradores invadem sua própria casa, causando quase uma tragédia completa. Em seus últimos momentos, uma mulher, completamente insana e envolvida com rituais satânicos, se agarra na boneca que a esposa acabara de receber de presente do marido. A partir daí o estranho objeto parece ganhar vida, desencadeando eventos sobrenaturais inexplicáveis. Confuso e com medo o casal resolve então partir em busca de ajuda com o padre da paróquia católica local.

Comentários:
Na verdade "Annabelle" nada mais é do que o Prequel do filme "Invocação do Mal". A boneca inclusive já havia aparecido naquela produção de forma mais discreta. Assim o que temos aqui são os acontecimentos anteriores ao filme original. Dito isso, outra explicação é necessária. Ao invés do que anda se escrevendo bastante por aí, os eventos mostrados nesse filme não foram inteiramente baseados em fatos reais. Certamente a boneca amaldiçoada existe e está inclusive em exposição no porão do casal Warren nos Estados Unidos, mas sua história verdadeira nada tem a ver com o filme. Na verdade a boneca de pano Annabelle (que diga-se de passagem é bem diferente da que vemos nas cenas do filme) foi envolvida em eventos sobrenaturais bem diferentes, com outros jovens, durante os anos 1970. Não havia o casal que vemos nesse roteiro, nem nada parecido, sendo tudo mesmo mera ficção. Aliás nem todas es escolhas do roteiro me soaram satisfatórias. 

A coisa toda de envolver Annabelle com uma seita satânica que acaba de uma forma ou outra se vinculando com a boneca me pareceu incomodamente semelhante aos filmes do Chucky (mas claro, sem a galhorfa do boneco assassino). Depois disso o roteiro consegue superar de certa forma sua falha inicial apostando em bem sucedidas sequências de suspense e terror. E é justamente aí que resulta seu grande mérito. Em termos de história em si "Invocação do Mal" é de fato um filme mais completo, mais esclarecedor, com mais informações, mas em questão de índice de medo "Annabelle" o supera. Há de fato ótimos momentos, alguns bem assustadores. A dupla de atores que interpreta o casal funciona apenas como background e escada para os sustos, pois de fato a boneca (na verdade várias delas que foram usadas ao longo do filme) é a grande estrela desse horror. O clímax, por outro lado, me pareceu muito bem bolado, com os personagens em um momento crucial de redenção e sacrifício. Um bom desfecho para um terror que realmente se revela bem acima da média do que vem sido produzido ultimamente.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Kingdom Come

Título no Brasil: Ainda não Definido
Título Original: Kingdom Come
Ano de Produção: 2014
País: Canadá
Estúdio: Matchbox Pictures Inc
Direção: Greg A. Sager
Roteiro: Geoff Hart, Greg A. Sager
Elenco: Ry Barrett, Camille Hollett-French, Jason Martorino

Sinopse:
Um grupo acorda subitamente em um lugar escuro e em ruínas que mais parece um hospital abandonado. Aos poucos todos vão procurando saber o que de fato estaria acontecendo. O surgimento de estranhas criaturas e aparições sobrenaturais nas trevas torna tudo ainda mais assustador. Afinal de contas o que todas aquelas pessoas teriam em comum e o que de fato estaria acontecendo? A verdade é bem mais aterradora do que todos podem imaginar.

Comentários:
Filme alternativo de terror canadense com pequeno orçamento que acaba agradando caso você consiga comprar a ideia central do roteiro. Na verdade o argumento é bem mais interessante do que inicialmente se supõe. No começo do filme você pensa que vai assistir mais uma daquelas fitas sangrentas sem nada muito original por trás - uma série de mortes sem fim e sem criatividade. Isso porém é uma visão superficial sobre o texto que sim, por mais incrível que isso possa parecer, acaba surpreendendo por causa da algumas boas sacadas. O hospital parcialmente destruído funciona praticamente como uma antessala do inferno ou até mesmo um retrato mais metafórico do que seria o purgatório católico. Todos que estão ali precisam acertar contas com algo errado que fez no passado. Assim o que inicialmente parece ser um grupo de pessoas inocentes em uma situação limite se revela mais como um conjunto de sujeitos que cometeram alguns crimes horrendos. Há o pedófilo contumaz, o assassino da própria filha e um estuprador serial. Agora eles parecem encurralados, prontos para pagarem por suas iniquidades em vida. Para quem gosta de teologia o texto ainda se utiliza do anjo negro, que está ali para revelar as fraquezas humanas e a falibilidade da alma humana. Pois é, analisando-se bem e de perto é de se ficar mesmo surpreso que tanta coisa interessante se possa ser extraído de um filme com uma estória aparentemente tão simples. Muitas vezes é necessário saber interpretar as entrelinhas para entender completamente as nuances que certas estórias possuem para contar.

Pablo Aluísio.

Em Terreno Selvagem

Título no Brasil: Em Terreno Selvagem
Título Original: On Deadly Ground
Ano de Produção: 1994
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Steven Seagal
Roteiro: Ed Horowitz, Robin U. Russin
Elenco: Steven Seagal, Michael Caine, Joan Chen

Sinopse:
Forrest Taft (Steven Seagal) é um agente ambiental que trabalha para a Companhia de Petróleo Aegis no Alasca. O executivo e CEO da companhia porém não está muito preocupado com questões ambientais, só com lucros, cada vez mais potencializados. Hipócrita, lança comerciais onde vende a imagem de um executivo industrial ambientalista. Agora seu principal objetivo é a construção de uma grande plataforma que irá destruir não apenas o maio ambiente, mas também a tradicional cultura dos esquimós que vivem na região.

Comentários:
Steven Seagal surge aqui dirigindo um filme de ação com um roteiro ambientalista. Nos anos 1990 a onda verde estava em seu auge (basta lembrar da Eco 92) e o ator assim tentou capitalizar em cima disso. Obviamente que apesar das boas intenções o filme acabou virando alvo de chacotas por parte da crítica, afinal de contas não deixava de ser irônica a situação onde um brutamontes de repente parava a pancadaria para declamar discursos de preservação. Steven Seagal acabou pagando um preço alto, pois o filme virou um dos campeões de indicações ao Framboesa de Ouro, inclusive nas categorias de pior filme, direção, ator, atriz e roteiro. Apesar de não ser nenhum primor sempre achei essa enxurrada de carga negativa bastante exagerada. É uma diversão escapista, onde Seagel quis criar algum conteúdo, mesmo não se saindo muito bem. Além disso tem o valente Michael Caine defendendo seu cachê! Só isso já basta para conferir a produção.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Nikita - Criada Para Matar

Título no Brasil: Nikita - Criada Para Matar
Título Original: La Femme Nikita
Ano de Produção: 1990
País: França, Itália
Estúdio: Gaumont, Les Films du Loup
Direção: Luc Besson
Roteiro: Luc Besson
Elenco: Anne Parillaud, Marc Duret, Patrick Fontana

Sinopse:
Nikita (Anne Parillaud) é uma jovem garota que acaba trilhando o caminho da criminalidade. Ela tem talento para o uso de armas e fugas, mas acaba sendo presa após um assalto mal sucedido. Sua perícia porém não passa despercebido pelo serviço secreto, sempre em busca de pessoas como ela. Assim uma alternativa é oferecida: Nikita aceita se tornar uma agente, pronto para realizar qualquer missão, e em troca ela tem sua pena de prisão revogada. Será que sua personalidade rebelde e impulsiva será a adequada para se tornar uma verdadeira assassina profissional de Estado?

Comentários:
Já que estamos falando da filmografia do cineasta Luc Besson, vale a lembrança desse "Nikita - Criada Para Matar". No Brasil quando se fala no filme Nikita todos se lembram do remake americano "A Assassina" que tinha a atriz Bridget Fonda liderando o elenco. Aquela era uma produção tipicamente Made in USA, dirigida pelo talentoso John Badham. Não é obviamente desse filme que estamos a tratar aqui. A versão original francesa é muito mais sofisticada e bem realizada, contando com a talentosa Anne Parillaud no papel título. Em produções como essa, Luc Besson procurou claramente pelo sucesso comercial. Ele deixou parte de suas pretensões artísticas de lado para emplacar uma robusta bilheteria. Mesmo assim suas inovações não podem ser descartadas. O filme tem uma iluminação em tons azuis escuros que dá um visual próprio ao resultado final. Por pequenos detalhes como esse passa longe de ser um filme de ação de rotina como aconteceu com sua versão americana. Besson tenta entender a mente de Nikita, sua obsessão e opressão ao realizar as missões para as quais é designada. Anne Parillaud não é tão bonita como Bridget Fonda, mas com certeza é mais sensual e talentosa. Para quem admira a obra de Besson é uma excelente oportunidade para entender essa fase de transição pela qual passou em sua carreira.

Pablo Aluísio.

Um Sonho Possível

Título no Brasil: Um Sonho Possível
Título Original: The Blind Side
Ano de Produção: 2009
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros.
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock, baseado no livro de Michael Lewis
Elenco: Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw

Sinopse:
Michael Oher (Quinton Aaron) é um jovem negro americano cujo lar é desfeito. Praticamente abandonado pelos pais, deixado ao relento, ele acaba encontrando apoio e segurança com uma família branca de sua cidade. Leigh Anne (Sandra Bullock) é uma dondoca sulista que acredita em seu potencial como jogador de futebol americano. Dando todo o apoio possível, com a ajuda do treinador de sua escola, Michael Oher começa finalmente a subir na vida, com a ajuda do esporte e de sua nova família. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Atriz (Sandra Bullock). Filme vencedor do Globo de Ouro também na mesma categoria.

Comentários:
Sandra Bullock já fez muita abobrinha na carreira, mas pelo menos essa fita tem uma certa relevância. Seguindo uma política de ações afirmativas também dentro do cinema americano, temos aqui mais uma daquelas produções que valorizam histórias reais de negros que superaram as muitas adversidades para se tornarem pessoas bem sucedidas e realizadas em suas vidas. O enfoque gira em torno de Michael Oher (Quinton Aaron), um americano negro, que acaba sendo acolhido por uma família branca do sul dos Estados Unidos. Como se sabe o sul sempre foi tradicionalmente uma região de muito preconceito racial e social. Assim o roteiro procura mostrar a bem sucedida interação entre esses dois lados, que para muitos sulistas jamais deveriam ser misturados. A personagem de Sandra Bullock é uma típica dondoca sulista, mas com um diferencial importante, já que ela tem um grande coração. Seu trabalho é bom, ela consegue equilibrar o lado humano com uma certa comicidade, mas daí a ser premiada com o Oscar vai uma certa dose de exagero. E como se isso não bastasse o filme ainda arrancou uma improvável indicação ao Oscar de Melhor Filme, algo sem muito propósito e que talvez só se justifique pelo fato da academia tentar ser o mais politicamente correta possível. Mesmo assim, reconhecendo que o filme foi muito superestimado, indico. Vale pelas boas intenções, por alguns momentos realmente inspirados de Bullock e principalmente pela história, edificante e acolhedora.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Batman & Robin

Título no Brasil: Batman & Robin
Título Original: Batman & Robin
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Akiva Goldsman, baseado na obra de Bob Kane
Elenco: Arnold Schwarzenegger, George Clooney, Chris O'Donnell, Uma Thurman, Alicia Silverstone

Sinopse:
Batman (George Clooney) se une ao seu pupilo e parceiro no combate ao crime, Robin (Chris O'Donnell), e à Batgirl (Alicia Silverstone) para enfrentar os terríveis vilões Mr. Freeze (Arnold Schwarzenegger) e Poison Ivy (Uma Thurman). Filme indicado a três prêmios da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias Melhor Maquiagem, Figurino e Melhor Filme de Fantasia. "Vencedor" do Framboesa de Ouro na categoria Pior Atriz Coadjuvante (Alicia Silverstone).

Comentários:
Nem só de obras primas viveu o personagem Batman nos cinemas. Para quem é jovem e só conheceu mesmo os filmes dirigidos por Christopher Nolan é bom saber que houve uma primeira franquia que surgiu com Tim Burton e morreu com Joel Schumacher. E foi justamente esse filme aqui que enterrou a primeira quadrilogia do homem morcego nos cinemas. O interessante é que as filmagens foram muito badaladas pois todos queriam conferir o personagem com o novo queridinho de Hollywood, George Clooney. De fato ele estava no pique do sucesso, após provar que tinha conseguido fazer a complicada transição da TV para o cinema. Assim a Warner desembolsou uma fortuna para tê-lo na pele de Batman. O estúdio inclusive queria realizar o melhor filme de todos os tempos sobre o herói, com orçamento milionário e caprichos impensáveis naquela época, como por exemplo, contratar o astro Arnold Schwarzenegger para interpretar o vilão Mr. Freeze! Tudo parecia caminhar para a consagração de mais um grande blockbuster, desses que realmente arrasam quarteirões mas... tudo resultou em um grande desapontamento! Joel Schumacher, provavelmente inspirado na série televisiva dos anos 1960, optou erroneamente por dar ao filme um tom exageradamente cartunesco, beirando a paródia completa. O público não aceitou e a crítica detestou. Depois que Tim Burton tinha renovado o personagem com tintas sombrias era de fato uma surpresa e tanto uma abordagem tão pop e camp como essa. Desnecessário dizer que o filme naufragou completamente, se tornando um vexame para todos os envolvidos. George Clooney ainda tentou amenizar soltando algumas piadinhas sobre o uniforme ridículo que estava usando (com direito a mamilos salientes), mas nada disso salvou "Batman & Robin" de se tornar um dos maiores desastres da história da Warner Bros. Uma mancha negra complicada de apagar na história de um dos mais populares heróis de quadrinhos de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

Linha Mortal

Título no Brasil: Linha Mortal
Título Original: Flatliners
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Joel Schumacher
Roteiro: Peter Filardi
Elenco: Kiefer Sutherland, Kevin Bacon, Julia Roberts, William Baldwin

Sinopse:
Um grupo de arrogantes estudantes de medicina decide desvendar um dos últimos grandes mistérios da ciência moderna: a morte! Eles não desejam vencer ela, mas apenas a sondar de dentro. Assim decidem realizar uma rede de experiências levando o corpo a um estado de quase-morte. A intenção é sondar essa fronteira, para tentar descobrir o que realmente de fato existe no outro lado da vida. O que eles não sabiam é que com isso acabam abrindo portas que jamais deveriam ter sido abertas. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Especiais. Filme indicado ao prêmio Saturn da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films nas categorias de Melhor Filme de Ficção e Melhor Atriz Coadjuvante (Julia Roberts). 

Comentários:
Alguns filmes melhoram bastante com o passar do tempo. Isso se deve principalmente aos roteiros, que sendo de boa qualidade, não envelhecem jamais. Um caso que se encaixa perfeitamente no exemplo acima é essa fita de suspense que fez bastante sucesso na época de seu lançamento, tanto nos cinemas como no mercado de vídeo VHS. Os personagens são extremamente interessantes, jovens estudantes de medicina, egocêntricos, arrogantes, cheios de si, afinal de contas eles estão no topo da cadeia alimentar no ultra concorrido universo dos cursos de ponta da carreira acadêmica americana. Para jovens assim não existem barreiras que os impeçam de irem até o limite. E o que seria mais tentador e ousado do que tentar explicar os mecanismos que rondam a própria morte? Assim no auge de sua petulância eles ousam tentar atravessar essa barreira, verificar o que existe no outro lado e voltar para contar o que viram. Não é uma das tarefas mais simples de realizar. O elenco de "Flatliners" conseguiu reunir um grupo de jovens atores - ainda desconhecidos do grande público na época - que nos anos que viriam iriam se tornar astros e estrelas do cinema americano. Dentre eles se destaca Julia Roberts, ainda colhendo os frutos do recente sucesso de "Uma Linda Mulher". A direção é do irregular Joel Schumacher, um cineasta conhecido por intercalar bons filmes com bombas atômicas. Aqui, para alívio geral, ele comparece com uma obra não apenas interessante, mas também bem desafiadora. Prova que, quando acerta a mão, ele consegue mesmo realizar bons filmes.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Loucademia de Polícia

Título no Brasil: Loucademia de Polícia
Título Original: Police Academy
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Hugh Wilson
Roteiro: Neal Israel, Pat Proft
Elenco: Steve Guttenberg, G.W. Bailey, Kim Cattrall

Sinopse:
O jovem Carey Mahoney (Steve Guttenberg) decide entrar na Academia de Polícia. Lá encontra o mais estranho grupo de pessoas que jamais imaginaria. Todos os tipos mais exóticos e estranhos da cidade também estão tentando virar policiais.

Comentários:
Está sendo lançado nos Estados Unidos todos filmes dessa franquia que fez muito sucesso nos anos 80. Eu fico aqui pensando se ainda existe espaço para esse tipo de humor nos dias de hoje. Dificilmente esse tipo de filme encontrará algum novo fã, sendo que apenas os nostálgicos comprarão esse tipo de box. Particularmente nunca fui grande fã, mesmo na época considerava os filmes da "Police Academy" muito pastelões, quase como se fossem um renascimento do estilo de comédia do tipo "Os Três Patetas". Mesmo assim, bem bobos, os filmes certamente fizeram muito sucesso ao ponto de todo ano sair um novo, inclusive no Brasil, onde as fitas eram muito bem recebidas pelo público brasileiro - o que se formos pensar bem, até faz muito sentido, pois o tipo de comédia mostrada aqui, mais popular e escrachada, também faz parte do humor tipicamente nacional. Em suma, uma diversão que vai soar bem datada para os mais novos, embora algumas boas risadas também estejam garantidas.

Pablo Aluísio.

Dizem Por Aí...

Título no Brasil: Dizem Por Aí...
Título Original: Rumor Has It...
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Ted Griffin
Elenco: Jennifer Aniston, Mark Ruffalo, Shirley MacLaine, Kevin Costner

Sinopse:
Sarah Huttinger (Jennifer Aniston) é uma garota que descobre por acaso que sua própria família foi a principal fonte de inspiração para o livro e o filme "The Graduate" (A Primeira Noite de um Homem), um clássico do cinema americano dos anos 60. Depois do choque inicial ela decide ir até o fim para descobrir e conhecer todos os envolvidos nessa história.

Comentários:
Pois é, como diz o ditado a vida não está fácil para ninguém... nem para os astros e estrelas do passado. Basta dar uma rápida olhada no elenco dessa comédia romântica para bem entender isso. Shirley MacLaine foi uma das atrizes mais populares dos anos 60. Colecionou prêmios, sucessos e amores. Kevin Costner foi um campeão absoluto de bilheterias no auge de sua carreira. Chegou ao ponto de ganhar os principais prêmios da Academia em obras como "Dança com Lobos". O problema é que Hollywood é uma indústria e como toda atividade comercial o seu passado vale menos do que sua capacidade de gerar lucro. Assim esses dois ícones de ontem viraram coadjuvantes de luxo para estrelinhas de hoje. Quem, em sã consciência, iria dizer que Costner um dia seria uma escada para uma estrelinha de sitcom da TV? Pois é, o mundo dá voltas e esse dia chegou. E o filme em si? Bom, é mais uma comédia romântica que fará a alegria das fãs de Jennifer Aniston! Em poucas palavras: bobinho, inofensivo e despretensioso, tal como o nível cultural de quem adora essa atriz.

Pablo Aluísio.

domingo, 26 de outubro de 2014

Licença para Casar

Título no Brasil: Licença para Casar
Título Original: License to Wed
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Ken Kwapis
Roteiro: Kim Barker, Tim Rasmussen
Elenco: Mandy Moore, John Krasinski, Robin Williams

Sinopse:
Sadie Jones (Mandy Moore) e John Krasinski (Ben Murphy) formam o casal que pretende se casar em breve numa bela cerimônia católica tradicional pois ela professa essa fé. Para isso eles precisam antes passar por um curso de formação de noivos onde serão colocados à prova pelo padre Frank (Robin Williams), um religioso fora dos padrões, o que definitivamente não vai ser nada fácil para eles!

Comentários:
Pois é, o tempo passa e as carreiras dos atores vão mudando gradativamente, algumas para melhor e outras para pior. No caso do comediante Robin Williams infelizmente as coisas estão piorando com o tempo. Ele já não consegue mais estrelar filmes tão bons como no passado. Com a perda de material melhor, seus personagens também vão ficando cada vez mais sem graça, o que não me deixa surpreso quando o vejo em papéis mais sérios em filmes comuns. Esse aqui até tenta ter alguma graça, mas o roteiro é muito fraquinho. Sempre querendo fazer piada em cima das excentricidades do padre Frank (Williams) a coisa não funciona. Algumas tentativas de humor inclusive ficam constrangedoras como o uso de dois bebês mecânicos que mais parecem bonecos assustadores de filmes de terror B. Acrescente a isso um casal de atores que não empolga e não são carismáticos e você tem em mãos mais um abacaxi. Poderia ser muito divertido ver Robin Williams interpretando um reverendo cheio de esquisitices, mas esse potencial aqui simplesmente não foi aproveitado e nem virou uma realidade.

Pablo Aluísio.