terça-feira, 25 de setembro de 2012
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II
Os atores continuam com carisma e os vilões (em especial o Lord das trevas) está finalmente presente em grande parte do filme. Apreciei especialmente a reviravolta envolvendo Severus Snape, Dumbledore e o passado não contado da família de Harry Potter. O final também me agradou embora pensei que a escritora fosse levar tudo às últimas consequências (o que de fato não ocorreu, o que entendo pois a autora não queria traumatizar toda uma geração). Por fim a cena final com os três atores 19 anos depois foi bem divertida e bem feita (menos Hermione que não envelheceu nada!). Valeu, foi uma boa despedida da franquia que fiz questão de ver no cinema para se despedir com grande estilo. Vai deixar saudades pois já havia se tornado uma espécie de tradição esperar pelos filmes e acompanhar toda a reação que eles causavam, principalmente nos fãs, tão ardorosos e dedicados. Infelizmente nada é para sempre e a estória chegou ao fim. Resta o consolo de saber que em geral todos os filmes foram muito bons (exceto o anterior a esse), fizeram sucesso e caíram no gosto do público, fã ou não. Espero que em breve tenhamos outra franquia tão boa quanto essa.
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II (Harry Potter and The Deathly Hallows: Part II, Estados Unidos, 2011) Direção: David Yates / Roteiro: Steve Kloves baseaod na obra de J.K. Rowling / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Bonnie Wright, Tom Felton, Maggie Smith, Jim Broadbent. / Sinopse; Último filme da franquia Harry Potter onde ele finalmente encontrará seu destino.
Pablo Aluísio.
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I
Diante de um roteiro pela metade não há como fugir do inevitável. O filme se torna muito arrastado, beirando a chatice completa. A fotografia é muito escura, o que não é nada bom para um filme que se apresenta enfadonho. A produção tem pouca ação e os atores falham em tentar transmitir algum tipo de sentimento interior profundo. O diretor foi muito pretensioso e deixou a aventura, marca registrada da franquia, um tanto quanto de lado. Harry Potter é um personagem infanto-juvenil que vive um mundo mágico de fantasia e bruxas e não há muito o que inventar sobre isso. Querer transformar esse tipo de literatura em Hamlet é uma bobagem completa. Infelizmente David Yates imprimiu uma mão pesada em um filme que em essência deveria ser leve, divertido. Sua pretensão de fazer algo mais soturno e sério logo vai por água abaixo, sobrando o simples tédio. Bocejos são inevitáveis. Em conclusão esse é certamente o mais chato e tedioso filme da franquia, que é muito boa e agradável. Pelo menos a segunda parte fechou com chave de ouro as aventuras do bruxinho. Comentaremos sobre a conclusão daqui a pouco. Esse aqui porém não tem jeito, é chato e ruim mesmo.
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I (Harry Potter and The Deathly Hallow: Part I, Estados Unidos, 2010) Direção: David Yates / Roteiro: Steve Kloves / Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Bonnie Wright, Tom Felton./ Sinopse: Primeira parte da conclusão da saga do personagem Harry Potter.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Tubarão
Além disso a idéia de filmar em alto mar se revelou péssima pois a tonalidade do mar sempre mudava comprometendo a continuidade do filme, além de expor tudo aos humores do clima, ora chovendo, ora fazendo sol forte. Apenas a diplomacia e a camaradagem de Spielberg conseguiram evitar uma rebelião entre os envolvidos. Mesmo sendo caótica a produção do filme, o longa "Tubarão" logo caiu nas graças do público, virando rapidamente um fenômeno de bilheteria. A empolgação levou a crítica junto e "Jaws" conseguiu um feito e tanto conquistado três prêmios Oscar nas categorias Edição, Trilha Sonora e Som (todos merecidos). E por uma surpresa geral também foi indicado ao Oscar de melhor filme, feito raro para um filme com essa temática. Visto hoje em dia "Tubarão" se revela bem datado. A consciência ecológica desmontou seu argumento pois todos sabem atualmente que as verdadeiras vítimas são os tubarões e não os seres humanos, esses os verdadeiros predadores. O filme de Spielberg também ostenta uma curiosidade interessante pois foi o primeiro filme a ganhar o título de Blockbuster dado pela imprensa americana. No final das contas vale pelo menos uma revisão. E por favor esqueça suas continuações, todas ruins e mercenárias. O original é o único que merece ainda ser redescoberto.
Tubarão (Jaws, Estados Unidos, 1975) Direção: Steven Spielberg / Roteiro: Peter Benchley, Carl Gottlieb baseados na novela de Peter Benchley / Elenco: Roy Scheider, Robert Shaw, Richard Dreyfuss, Lorraine Gary, Murray Hamilton. / Sinopse: Tubarão assassino faz várias vítimas em uma pequena cidade litorânea da costa dos Estados Unidos.
Pablo Aluísio.
Juno
O roteiro é de Diablo Cody. Ela virou queridinha da crítica depois que Juno caiu nas graças do público. Ex stripper, ela levou para seu texto muitas coisas de sua própria vida pessoal e isso acabou gerando um contraste entre sua personagem adolescente e as coisas que diz, que são tipicamente de pessoas mais adultas, mais vividas. Isso acabou gerando muito debate no lançamento do filme, dando munição para os que não gostaram muito do roteiro em si. De fato Juno parece não ter uma mentalidade muito condizente com uma garota de sua idade. Ela é esperta, descolada e tem uma cultura pop que não seria muito adequada nem com sua idade e nem com sua personalidade, mas acredito que essa seja uma observação um pouco preciosista demais. No final das contas o que realmente vale a pena em Juno é seu clima alto astral, leve, divertido e até mesmo lírico – a cena final é de um lirismo ímpar. Se ela é ou não um personagem verossímil já é uma questão para um outro debate maior. Por enquanto assista Juno pelo que essencialmente ele é, um filme soft que retrata um momento hard na vida dessa adorável jovem.
Juno (Juno, Estados Unidos, 2007) Direção: Jason Reitman / Roteiro: Diablo Cody / Elenco: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, Olivia Thirlby, J.K. Simmons, Allison Janney, Rainn Wilson, Lucas MacFadden. / Sinopse: Juno MacGuff (Ellen Page) é uma adolescente que fica grávida de seu colega de escola, o nerd e deslocado Bleeker (Michael Cera). Sem ter como criar um filho sendo tão jovem ela resolve levar á criança para doação. O casal escolhido, Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), tenta criar um laço de amizade e afeição com a jovem garota.
Pablo Aluísio.
domingo, 23 de setembro de 2012
Carros 2
A dublagem brasileira é muito bem feita e conta com a participação especial do comentarista da ESPN Trajano. Fora isso não achei muito adequado a inclusão de sotaque caipira do interior de Minas ao personagem Mater. Claro que sua caracterização original também é de um caipira - só que do interior dos EUA - e ficaria complicado adequar isso para o espectador médio brasileiro, mas precisava mesmo usar gírias caipiras brasileiras tanto assim? Enfim, isso no final talvez nem importe. De qualquer forma "Carros 2" passa longe de ser uma das melhores animações da Pixar - é apenas mediano em seu saldo final.
Carros 2 (Cars 2, Estados Unidos, 2011) Direção: John Lasseter, Brad Lewis / Roteiro: Ben Queen, John Lasseter, Brad Lewis, Dan Fogelman / Elenco (Vozes): Larry the Cable Guy, Owen Wilson, Michael Caine, Emily Mortimer / Sinopse: Sequência de Carros, sucesso dos estúdios Pixar.
Pablo Aluísio.
Filha do Mal
Após assistir ao filme cheguei na conclusão de que o que falta mesmo em "Filha do Mal" é sutileza. Aqui tudo soa muito exagerado pois não há apenas um demônio em cena mas vários deles. Também não há apenas uma possessão mas uma série delas, quando menos se espera outra pessoa é possuída e depois outra e nesse processo de possessões em fila a produção vai perdendo o interesse. O final também vai decepcionar muita gente pois é inconclusivo e exagerado. O curioso é que apesar de suas várias falhas "Filha do Mal" fez um grande sucesso nas bilheterias americanas chegando ao ponto de ficar em primeiro lugar na semana de sua estréia. Os americanos se mostram sempre muito interessados no tema como comprovam as boas bilheterias de filmes recentes sobre exorcismo. Disso podemos tirar algumas conclusões óbvias: novos Mockumentaries virão por aí e os estúdios não deixarão o tema exorcismo em paz nos próximos anos. Os produtores certamente não largarão o crucifico e a água benta tão cedo! Quem viver verá!
Filha do Mal (The Devil Inside, Estados Unidos, 2012) Direção: William Brent Bell / Roteiro: William Brent Bell, Matthew Peterman / Elenco: Fernanda Andrade, Simon Quarterman, Evan Helmuth, Ionut Grama, Suzan Crowley, Bonnie Morgan, Brian Johnson, Preston James Hillier, D. T. Carney / Sinopse: Aqui acompanhamos a trajetória de Isabella (Fernanda Andrade) que tenta descobrir o que realmente teria acontecido com sua mãe pois há alguns anos ela teria assassinado três membros do clero que tentavam lhe exorcizar. Internada em um hospício em Roma e isolada do mundo, a filha Isabella leva um amigo com uma câmera para tentar desvendar se sua mãe é apenas insana ou se há realmente algum fenômeno paranormal por trás de todos aqueles acontecimentos trágicos.
Pablo Aluísio.
sábado, 22 de setembro de 2012
Apollo 13
Liderados pelo comandante vivido por Tom Hanks o filme consegue driblar o fato de ser passado praticamente todo dentro de um pequeno espaço sem se tornar chato, cansativo ou maçante. Os diálogos técnicos também poderiam contribuir para tornar tudo enfadonho mas o diretor de posse de um roteiro bastante inteligente conseguiu superar tudo isso. O fato é que tudo é tão bem exposto, tão bem desenvolvido que o espectador realmente fica torcendo pela vida dos membros da Apollo 13, mesmo já sabendo como será o desfecho da história. Quando essa produção surgiu nas telas muitos ficaram intrigados porque não se fazia um filme sobre a Apollo 11, essa sim um grande êxito do programa espacial americano pois foi a missão que levou o primeiro homem à lua. Bom, dramaticamente falando a Apollo 11 não tem a mesma intensidade da história da Apollo 13. Naquela tudo saiu conforme planejado, além disso os próprios eventos foram assistidos pelo mundo afora ao vivo pela televisão então o impacto já foi grande nos próprios eventos reais. Já a Apollo 13, além de ser bem menos conhecida, ainda traz o suspense e a carga de emoções próprias de uma missão desastrada e mal sucedida. No saldo final temos aqui uma película que vai agradar não apenas aos interessados pelo tema da exploração espacial mas também para os fãs de filmes de suspense e tensão em geral. Um excelente momento do cinema da década de 90 que merece ser redescoberto.
Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo (Apollo 13, Estados Unidos, 1995) Direção: Ron Howard / Roteiro: William Broyles Jr., Al Reinert, baseado no livro de Jim Lovell e Jeffrey Kluger / Elenco: Tom Hanks, Bill Paxton, Kevin Bacon, Gary Sinise, Ed Harris, Kathleen Quinlan, Frank Cavestani, Jane Jenkins, Christian Clemenson, Roger Corman / Sinopse: Baseado em fatos reais o filme mostra os problemas enfrentados pela missão Apollo 13.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Todos os Homens do Presidente
Outro aspecto interessante de toda essa história foi a participação de um misterioso personagem que serviu como fonte para os jornalistas. Usando do pseudônimo de “Garganta Profunda” ele passou valiosas informações que se revelaram verdadeiras conforme as investigações seguiam em frente. Os personagens principais do filme, os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein do Post, são interpretados pelos grandes atores Robert Redford e Dustin Hoffman, respectivamente. Ambos lidam com um material mais intelectual, sem arroubos de ação ou algo do tipo. Suas atuações são sutis, programadas para envolver o espectador e no final se revelam extremamente bem realizadas. Redford no auge da carreira esbanja elegância e fibra. Hoffman não fica atrás. O filme foi dirigido por Alan J. Pakula, um militante do cinema mais socialmente engajado do ponto de vista político. Ele já tinha obtido ótimas críticas pelo seu filme anterior, “A Trama”, e manteve a excelência artística aqui também. Um diretor bastante autoral que em mais de uma dezena de filmes procurou sempre desenvolver grandes teses em tramas complexas e bem desenvolvidas, sempre mostrando o lado mais sórdido da vida política de seu país. Sem dúvida esse “Todos os Homens do Presidente” foi seu maior trabalho, sua obra prima, e que lhe trouxe maior reconhecimento. O sucesso tanto de crítica como de público lhe valeu a indicação de oito Oscars, perdendo injustamente o prêmio de melhor filme para “Rocky um Lutador”. Pelo menos acabou vencendo ainda em categorias importantes como Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante (Jason Robards), Em conclusão aqui está uma das melhores produções de Hollywood sobre tema político. Um filme que traz para debate a importância da imprensa livre em um Estado democrático de Direito. Especialmente recomendado para estudantes de jornalismo e jornalistas em geral. Para esses realmente é um filme obrigatório pois discute ética na política e o papel da imprensa nesse processo de forma impecável.
Todos os Homens do Presidente (All the President's Men, Estados Unidos, 1976) Direção: Alan J. Pakula / Roteiro: William Goldman baseado no livro de Carl Bernstein e Bob Woodward / Elenco: Robert Redford, Dustin Hoffman, Jack Warden, Martin Balsam, Hal Holbrook, Jason Robards / Sinopse: "Todos os Homens do Presidente" mostra os bastidores do caso Watergate que levaria o Presidente americano Richard Nixo à renúncia.
Pablo Aluísio.
La Bamba
O roteiro é bem escrito e o filme tem boa estrutura, sempre mantendo a atenção mesmo o espectador sabendo de antemão tudo o que aconteceria na vida de Valens. O que vemos em cena é um jovem latino de origem humilde, louco por música, que sonhava um dia ser rico e famoso para ajudar sua família, formada por trabalhadores sazonais das plantações do sul da Califórnia. Assim como todo bom músico e compositor que se prezava, ele também tinha sua musa inspiradora, a bonita Donna Ludwig (Danielle von Zerneck), fonte de inspiração para várias de suas canções. Ritchie Valens é interpretado aqui pelo bom ator Lou Diamond Phillips em trabalho inspirado e com garra. Claro que a produção não é 100% fiel aos fatos históricos. Alguns detalhes não batem com a verdade dos fatos mas isso deve ser deixado de lado pois “La Bamba” é um filme tão carismático, tão redondinho que supera todas essas questões. No final das contas é uma bela homenagem a um jovem que sonhava ser ídolo da música para subir na vida através de sua arte e musicalidade. Além disso vai criar identificação imediata com os mais jovens pois esse é um sonho universal, até porque que adolescente nunca sonhou em um dia se tornar um rockstar? Uma pena que no caso de Ritchie Valens tudo tenha terminado em um terrível pesadelo.
La Bamba (La Bamba, Estados Unidos, 1987) Direção: Luis Valdez / Roteiro:Luis Valdez / Elenco: Lou Diamond Phillips, Danielle von Zerneck, Esai Morales, Elizabeth Peña, Rosanna DeSoto / Sinopse: Ritchie Valens é um jovem cantor que desponta nas paradas com sucessos como "La Bamba", "Donna" e "Come On, Let´s Go". Infelizmente sua escalada aos picos da fama será interrompida de forma trágica.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Hitler: Um Retrato de Família
Após voltar da I Guerra Mundial Hitler se interessou pela política. Com a Alemanha em frangalhos ele foi com seu discurso raivoso ganhando degraus na escada do poder. Usando de uma retórica furiosa e seguido por um grupo de fies e leais seguidores seu partido nazista logo chegaria ao poder. Por trás do líder forte da Alemanha porém havia também um homem com vida familiar caótica. Apaixonado pela sobrinha viu a mesma se suicidar pouco tempo depois. Depois teve que lidar com outro sobrinho que fugiu para os EUA em campanha aberta contra o tio. Havia suas irmãs e um irmão que ganharam muito com a guerra e a ascensão política de Hitler. Todas essas histórias e muitas outras podem ser conferidas nesse documentário que está sendo exibido com freqüência na programação de nossas tvs por assinatura. Um dos pontos altos dessa produção é a exibição pela primeira vez de várias cenas captadas por Eva Braun de seu marido. Imagens captadas por uma pequena câmera portátil. São curiosas as tomadas pois vemos em cena um Hitler na intimidade, brincando com seu cão preferido e crianças, rindo e de bom humor, completamente à vontade em seu refúgio nos Alpes. Muito longe da visão oficial do Estado nazista que vendia a imagem de um líder infalível. Não deixa de ser incrível saber que um homem como aquele, de gestos educados e elegantes, que gostava de pintura e música, era o mesmo que dirigia uma máquina industrial de morte que enviava para fornos crematórios e câmeras de gás mulheres, velhos e crianças judeus. Muito provavelmente essa dualidade em sua personalidade seja o grande chamariz de sua figura pública até mesmo nos dias atuais. Um personagem histórico contraditório e complexo, responsável direto pela morte de milhões de pessoas e que ainda sucinta terror e pavor em muitos sobreviventes do holocausto nazista. O documentário não desvenda esse lado do ditador mas serve para jogar mais uma luz nesse enigma chamado Adolf Hitler.
Hitler: Um Retrato de Famíla (Die Hitlers - Eine Familiengeschichte, Alemanha, 2005) Direção: Kai Christiansen / Roteiro: Kai Christiansen, Wolfgang Zdral / Sinopse: Documentário Alemão que tenta desvendar a personalidade do ditador Adolf Hitler por meio de seus antepassados e familiares.
Pablo Aluísio.
Tron O Legado
Título Original: Tron Legacy
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Pictures
Direção: Joseph Kosinski
Roteiro: Edward Kitsis, Adam Horowitz
Elenco: Jeff Bridges, Michael Sheen, Olivia Wilde, John Hurt
Sinopse:
Décadas após os acontecimentos do primeiro filme e do desaparecimento de Kevin Flyyn (Jeff Bridges), seu filho Sam (Garret Hedlund) resolve desvendar o mistério de seu sumiço. Não tardará para que ele também consiga adentrar o universo virtual de Tron para enfrentar inúmeros perigos. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Sonoros (Gwendolyn Yates Whittle e Addison Teague).
Comentários:
“Tron Uma Odisséia Eletrônica” foi considerado um projeto ousado na época de seu lançamento há exatos 30 anos. Esse “Tron O Legado” tenta seguir o fio da meada do primeiro filme, obviamente se aproveitando do avanço atual em que se encontra os efeitos digitais no cinema. O problema é que já se passou muito tempo do primeiro filme e os que gostaram dele na época já não são mais os mesmos que frequentam as salas de cinema hoje em dia. Como se sabe o grande público hoje é formado basicamente por jovens e adolescentes. Logo a maioria nunca assistiu ao primeiro filme e só conheceu Tron de nome mesmo (isso se conhecer realmente). Assim estamos na presença de uma continuação muito tardia que tenta seguir os eventos do filme anterior sem muito sucesso. Por essa razão o roteiro se torna um pouco confuso e truncado – personagens surgem do nada e o roteiro conta com o fato, pouco provável, de que o espectador conheça ou se lembre de todos eles lá do filme de 1982. Não é o caso da esmagadora maioria dos que pagaram para ver esse “Tron o Legado”. O que se salva no meio de tudo isso realmente é a qualidade inegável de suas cenas no aspecto técnico. Se em 1982 tudo soava como algo bem primitivo, agora os efeitos se mostram bem mais eficientes e absurdamente bem produzidos. A Disney também optou por uma escolha inteligente pois ao mesmo tempo em que abraça a nova tecnologia também procura respeitar o design da primeira produção, tentando manter o mesmo universo, com as mesmas ideias e praticamente a mesma direção de arte. Claro que se formos comparar com o filme original a diferença será substancial em termos de qualidade dos efeitos, mas isso é, de qualquer forma, um mero detalhe. O roteiro desse novo Tron não é muito inspirado. No fundo é a velha trama envolvendo o bem contra o mal só que em um mundo cibernético e virtual. Ao custo de 170 milhões de dólares – um orçamento robusto – o filme aos trancos e barrancos e amparado por marketing agressivo conseguiu se tornar um sucesso apenas razoável de bilheteria, não talvez ao ponto de virar uma nova franquia. De qualquer modo o filme é indicado tanto para os quarentões que viram o primeiro filme na sua infância como também para os que estão chegando agora nesse mundo singular.
Pablo Aluísio.
A Jaula
“A Jaula” se apoia bastante nos combates entre os presos mas até nisso se revela não muito promissor. Não há nenhum grande combate digno de nota. Obviamente como o elenco conta com lutadores profissionais da modalidade a pancadaria é pelo menos competente mas é muito pouco. Há uma tentativa de dar algum conteúdo para o personagem Danny, lhe dando uma vida emocional e de amizade com outro detento mais velho que começa a lhe servir como treinador mas fora isso tudo é bem raso e derivativo. Há personagens caricaturais – inclusive uma policial oriental que usa uma peruca esquisita – e excesso de machismo (as mulheres só aparecem para transar com os grandalhões) mas isso não será problema para os adeptos do cinema estilo casca grossa. Se você gosta de pancadaria e filmes com lutas ao modelo MMA arrisque, possa ser que venha ser do seu agrado.
A Jaula (Locked Down, Estados Unidos, 2011) Direção: Daniel Zirilli / Roteiro: D. Glase Lomond, Daniel Zirilli / Elenco: Tony Schiena, Dave Fennoy, Vinnie Jones / Sinopse: Policial é acusado injustamente e enviado para uma penintenciária de segurança máxima onde são realizadas lutas na chamada "Jaula".
Pablo Aluísio.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Os Cinco Rapazes de Liverpool
John Lennon é interpretado em Backbeat pelo ótimo ator Ian Hart. Sua caracterização realmente é perfeita, inclusive conseguindo reproduzir perfeitamente o timbre de voz característico de Lennon. De fato temos que admitir que todos os Beatles estão bem caracterizados em cena, exceto talvez Pete Best que surge bastante apagado dentro do roteiro (talvez porque ele logo tenha sido tirado do conjunto sendo substituído por Ringo Starr que tinha mais carisma e presença de palco). O roteiro não tem medo também em tocar em temas polêmicos como a morte de Stuart Stutcliffe. Morto precocemente na flor da idade por causa de um problema cerebral. Durante anos rolou um boato de que o próprio John Lennon teria algo a ver com seu problema de saúde. Lennon era um sujeito brigão na juventude e vivia se metendo em brigas de bar. Consta em algumas versões que foi durante uma dessas brigas de rua que Stu foi severamente ferido ao ter sua cabeça batida em um muro. Verdade ou ficção? Nunca saberemos. O que porém podemos ter certeza é que Backbeat é um ótimo retrato do grupo em seu início. É o verdadeiro Gênesis dos Beatles. Quem diria que aqueles garotos iriam se transformar no conjunto de rock mais popular da história? Coisas do destino. Assista ao filme e tente entender os caminhos que levaram os rapazes de Liverpool para esses picos da glória, da fama e do sucesso.
Os Cinco Rapazes de Liverpool (Backbeat, Estados Unidos, 1994) Direção: Iain Softley / Roteiro: Iain Softley, Michael Thomas, Stephen Ward / Elenco: Stephen Dorff, Ian Hart, Sheryl Lee, Rob Spendlove, Jennifer Ehle, Gary Bakewell, Chris O'Neill, Frieda Kelly / Sinopse: O filme acompanha o começo da carreira do grupo musical The Beatles. Aqui vemos os cinco rapazes ingleses de Liverpool tentando alcançar o sucesso em Hamburgo na Alemanha.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Face Oculta
Essa é uma pequena obra prima, praticamente desconhecida do grande público que sinceramente mal sabe o que está perdendo. O filme tem um começo que em nada nos faz pensar que algo de interessante vai acontecer com o desenrolar do filme. Mero engano. O filme cresce muito pois o cotidiano da pequena Peacock vai revelando coisas bizarras e terríveis. O filme me lembrou muito Psicose de Hitchcock pelas razões que não irei revelar aqui pois corre-se o risco de simplesmente estragar o filme para quem vai assistir pela primeira vez.
Basta dizer que esse é um thriller psicológico classe A. Ideal para estudantes de psiquiatria forense. O ator Cillian Murphy dá show de interpretação. O papel que faz exige bastante e ele se saí extremamente bem. Embora não seja muito conhecido de nome todos logo vão se lembrar dele por seu papel mais popular, o de Espantalho do filme Batman. A ótima atriz Ellen Page também faz um dos principais papéis, a de uma típica "white Trash" do sul dos EUA, com um filho e sem perspectiva nenhuma na vida. Completando o elenco ainda temos Susan Sarandon, excelente como sempre. Se não assistiu ainda corra para ver pois esse filme é pra lá de interessante.
Face Oculta (Peacock, Estados Unidos, 2010) Direção: Michael Lander / Roteiro: Michael Lander, Ryan O Roy / Elenco: Cillian Murphy, Ellen Page, Susan Sarandon, Josh Lucas, Bill Pullman, Graham Beckel, Keith Carradine, Eden Bodnar, Chris Carlson, Flynn Milligan, Virginia Newcomb, Jaimi Paige / Sinopse: Um acidente de trem numa cidadezinha do meio oeste americano revela um grande secreto envolvendo um pacato bancário da região.
Pablo Aluísio.
O Talentoso Ripley
Título Original: The Talented Mr. Ripley
Ano de Produção: 1999
País: Estados Unidos
Estúdio: Miramax, Paramount Pictures
Direção: Anthony Minghella
Roteiro: Anthony Minghella
Elenco: Matt Damon, Gwyneth Paltrow, Jude Law, Cate Blanchett, Philip Seymour Hoffman, Jack Davenport
Sinopse:
Tom Ripley (Matt Damon) não é um sujeito comum. Ele tem o dom natural para copiar o modo de ser das pessoas, além de as manipular com maestria. Ao viajar para a Europa ele acaba se aproximando do casal formado por Dickie Greenleaf (Jude Law) e Marge Sherwood (Gwyneth Paltrow). No começo ele parece ser apenas uma pessoa agradável e amigável, mas logo surgem suspeitas sobre as suas reais intenções.
Comentários:
Boa adaptação do romance escrito por Patricia Highsmith. O enredo é tecido sobre as sutilezas do comportamento humano, mostrando que nem sempre uma amizade pode ser criada apenas por sentimentos nobres e verdadeiros. Um aspecto curioso é que o filme, apesar de ser americano, procurou copiar o melhor do estilo do cinema europeu. Por isso, para muitos, o filme tem um ritmo um pouco arrastado, quase parando. Essa crítica é porém injusta. Como a trama é baseada em nuances comportamentais, era mesmo de se esperar que existisse um certo tempo para desenvolver todas elas. Melhor para o elenco que assim teve a oportunidade de dar o melhor de si em termos de atuação. Embora todo o trio protagonista esteja muito bem (até o limitado Matt Damon se sobressai), eu gostaria de dar o devido crédito para o grande (em todos os aspectos) Philip Seymour Hoffman. Ele não tem um grande papel dentro da trama, isso é verdade, mas acaba roubando o show em todos os momentos em que surge na tela. Sua morte, causada por uma overdose acidental, deixou um vácuo muito grande dentro da indústria americana de cinema. Por fim, a título de informação, é importante salientar que "The Talented Mr. Ripley" virou uma espécie de queridinho da crítica americana em seu lançamento, o que proporcionou ao filme ser indicado a cinco categorias no Oscar, incluindo Melhor Ator (Jude Law), Melhor Roteiro Adaptado (para o próprio diretor Anthony Minghella que também escreveu o texto do roteiro) e Melhor Direção de Arte (para a dupla formada por Roy Walker e Bruno Cesari, em um reconhecimento mais do que merecido). Então é isso, um filme americano com todo o jeitão do elegante cinema europeu, em uma espécie de estudo da alma humana em frangalhos. Incisivo, mordaz e cruel nas medidas certas.
Pablo Aluísio.