terça-feira, 7 de novembro de 2023

Viva Villa!

Título no Brasil: Viva Villa!
Título Original: Viva Villa!
Ano de Produção: 1934
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer
Direção: Jack Conway, Howard Hawks
Roteiro: Ben Hecht, Edgecumb Pinchon
Elenco: Wallace Beery, Fay Wray, Leo Carrillo

Sinopse:
Nesta biografia romanceada, o jovem Pancho Villa foge para as montanhas depois de matar um justiceiro em vingança pela morte de seu pai. Em 1910 ele encontra pela primeira vez e faz amizade com um repórter americano chamado Johnny Sykes. Depois de uma reunião com o visionário Francisco Madero ocorre finalmente a transformação de Villa, de um bandido vingativo e fugitivo, ele passa a ser considerado um general revolucionário. Fazendo da melodia "La Cucaracha" seu hino, seus exércitos varrem todo o interior do México.

Comentários:
Filme que tenta mostrar aspectos da história do líder revolucionário Pancho Villa, aqui muito bem interpretado pelo ator Wallace Beery. O Villa da história real era um sujeito indigesto, assassino e vilão em essência que matava sem remorsos todos aqueles que ousassem cruzar seu caminho. Sujo e violento era uma figura deplorável em todos os aspectos. Obviamente que Hollywood deu uma suavizada em sua rudeza e tentou explicar o fenômeno de sua popularidade, colocando a "culpa" em um jornalista americano pouco ético e sem senso de limite para seu próprio sensacionalismo jornalístico. Um dos maiores pecados dessa produção é sua visão bem preconceituosa do povo mexicano, que surge sempre retratado como analfabeto, camponês e até mesmo estúpido. Mesmo assim, se você conseguir deixar de lado todos esses problemas, poderá até se divertir com o lado mais agitado do filme, recheado de batalhas e conflitos sangrentos. Sob esse aspecto sim, "Viva Villa" é um ótimo programa cinematográfico.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 34

Marilyn Monroe e Joe Di Maggio
Alguns romances parecem que foram escritos nas estrelas. Infelizmente na maioria das vezes apenas parecem mas não se concretizam. Esse parece ter sido o caso de Marilyn Monroe e Joe Di Maggio. Ela, uma das atrizes mais populares da história do cinema. Ele, um mito do beisebol, considerado o "último grande herói" do mais americano dos esportes. Um ícone da nação. Se eram parecidos no quesito fama não poderiam ser mais diferentes em suas personalidades. Di Maggio era um ítalo-americano típico. Turrão, era reservado e tratava a imprensa a patadas. Ciumento e possessivo achava que o lugar da mulher era realmente na cozinha preparando um belo prato de macarronada para o maridão. Monroe era o oposto de tudo isso. Expansiva e louca por publicidade Marilyn sabia que para manter sua popularidade tinha que manter bons contatos com a imprensa. Tinha amigos jornalistas e vira e mexe os presenteava com furos - muitas vezes de sua própria vida pessoal. Como artista adorava os holofotes, sejam quais fossem. Era literalmente uma estrela e como sabemos é da natureza das estrelas sempre brilharem o máximo possível.

Os dois se conheceram meio ao acaso. Di Maggio viu uma foto de Marilyn em uma revista e ficou impressionado pela beleza da atriz. Usou de seus contatos no meio cinematográfico para conhecê-la a qualquer custo. Informada ela não deu muita bola, afinal não acompanhava beisebol e pouco sabia sobre Di Maggio. Após alguns desencontros resolveram se encontrar. Foi um jantar formal, com Joe sempre receoso em tudo ir por água abaixo. Curiosamente apesar da diferença de personalidades acabaram se entrosando. Marilyn há muito almejava encontrar seu par ideal para quem sabe formar uma família de verdade (algo que realmente nunca teve em vida). Finalmente depois de vários encontros finalmente foram para a "terceira base" (uma gíria bem em voga nos EUA). Se deram muito bem sob os lençóis. Tão bem que esse acabou sendo realmente o elo que sempre os mantinham juntos.

Em um impulso típico da atriz acabaram se casando. Di Maggio finalmente tinha seu grande prêmio, a mulher de seus sonhos. Ele tinha sua própria ideia do que seria um casamento ideal e para falar a verdade Marilyn bem se esforçou para corresponder a esses anseios do marido. Se tornou praticamente uma dona de casa. Fazia a comida de Joe enquanto esse ficava na sala assistindo seus faroestes preferidos na TV. Até suportou o bando de amigos beberrões do marido que sempre os visitavam para beber, jogar cartas e contar piadas machistas. Imaginem a cena: um monte de italianos ao redor de uma mesa de bridge sendo servidos com salgadinhos e cerveja por um dos maiores símbolos sexuais do mundo. Olhando bem de perto realmente não havia como dar certo uma coisa dessas. Marilyn já tinha tido uma experiência assim com seu primeiro marido. O fato puro e simples era que ela na realidade queria voltar aos sets de filmagem o mais rápido possível.

Assim após alguns meses Marilyn finalmente retornou aos braços de seu público. Lá estava ela em plena Nova Iorque filmando as famosas cenas do vestido levantado em "O Pecado Mora ao Lado". Di Maggio que já havia tido vários atritos com ela por causa dos roteiros dos filmes que fazia ficou discretamente posicionado atrás das câmeras, meio na surdina. Marilyn obviamente nem tomou conhecimento da presença do marido no local. Di Maggio franziu a testa. O que viu lhe deixou profundamente irritado. Marilyn com as saias esvoaçantes, deixando muito pouco para a imaginação dos homens no local. Rindo e se divertindo ela acabou adorando as cenas. A volta para casa foi tumultuada. Joe pediu explicações - Marilyn retrucou. Depois de muita gritaria finalmente aconteceu o que selou o fim do casamento. Joe Di Maggio, o herói americano, agrediu Marilyn. Ela já tinha suportado muita coisa de Joe mas isso não. Era o fim. Em pouco tempo Monroe pediu o divórcio e se foi. Di Maggio ficou arrasado. Ele ainda tentou várias e várias vezes reatar seu relacionamento mas Marilyn, que quase virou um dia uma típica dona de casa italiana, caiu fora para sempre. Era o fim do casamento dos sonhos da grande nação ianque.

O casamento da estrela e do herói do esporte acabou definitivamente, mas não a paixão de Di Maggio. Ao longo dos anos ele virou literalmente um chiclete no saldo alto da atriz. Sempre pronto a tentar uma reconciliação. Engoliu seu tradicional orgulho italiano e se prestou a passar por verdadeiras humilhações públicas. Marilyn nunca voltou atrás e parece não ter se arrependido disso. Mas como diz o velho ditado o mundo dá voltas. Após diversos fracassos amorosos Marilyn encontrou seu destino no quarto de sua casa em Hollywood. Na cama sozinha ela ainda tentou fazer uma última chamada mas o efeito das pílulas que tomou foram fortes demais. Ela apagou. Em suas últimas semanas Marilyn Monroe estava arrasada. Tinha sido despedida da Fox após inúmeros atrasos e faltas no set de seu último filme. Tentara e fracassara em seu romance duplo com os irmãos Kennedy. Abandonada e ferida Marilyn se afogou em tristeza e depressão. Para alguns uma morte acidental, para outros suicídio e como todo conto de fadas Made in USA esse também teve sua pitada de teorias da conspiração. Teria Marilyn sido assassinada pelo FBI ou pela CIA? Hoje, passado tantos anos isso realmente não importa mais.

No apagar das luzes do mito eterno foi Di Maggio quem acabou sendo o responsável por seu funeral. Afastou da cerimônia as pessoas que ele acreditava terem sido danosas a Marilyn (como Frank Sinatra, por exemplo). Providenciou uma despedida simples e respeitosa, com os poucos verdadeiros amigos da atriz. No final se mostrou inconsolável de uma dor que jamais iria se cicatrizar. Ao longo dos anos Di Maggio recusou milhões de dólares para escrever sua auto biografia. Certa vez confidenciou a um amigo próximo que jamais o faria, porque sabia que a imprensa queria mesmo era saber sobre a vida de Marilyn Monroe e ele certamente não a trairia nesse ponto. Enquanto viveu ele mandou depositar diariamente um ramalhete de flores na lápide da amada. Era uma forma de provar que jamais a esqueceria. No final seu amor por Marilyn mostrou-se realmente eterno e incondicional pois cumpriu sua promessa de nada declarar sobre sua amada. Morreu em 1999 sem falar uma linha sequer sobre seus anos ao lado da atriz mais famosa da história do cinema. O amor realmente desconhece as razões de sua própria existência.

Pablo Aluísio.

Assassinato por Decreto

Em tempos de nova franquia de Sherlock Holmes (onde em minha opinião o personagem está totalmente desvirtuado de suas origens literárias) nada melhor do que assistir a uma bela adaptação mais fiel aos livros originais. Obviamente que aqui há várias licenças com os textos escritos por Conan Doyle mas em essência o Sherlock que aparece em cena é bem mais condizente com o personagem que vemos nos romances policiais. O filme é basicamente um encontro do personagem de ficção Sherlock Holmes com o personagem real Jack, o Estripador. Será que se Sherlock existisse realmente durante as mortes de Jack ele teria mesmo resolvido o mistério da identidade desse serial killer? 

Basicamente é esse o argumento do roteiro. Interessante porque lida com dois ícones ingleses, um do lado da lei (o sempre inteligente e astuto Holmes) e o outro o mais famoso assassino em série da história (que conseguiu inclusive sair impune de seus horríveis crimes). O filme em si é muito bem realizado, tem ótima produção de época e uma dupla de atores excelentes, Christopher Plummer (corretíssimo como Holmes) e James Mason (ótimo na pele do Dr Watson). Quem conhece a história de Jack sabe que existem várias teorias sobre quem teria sido o assassino e aqui o roteiro não se esquiva escolhendo uma das mais conhecidas para revelar o mistério (claro que não direi aqui qual delas é a escolhida pelos roteiristas para não estragar o filme).

Para quem só conhecer o personagem Sherlock Holmes pela nova franquia que está nos cinemas é bom frisar que esse aqui segue a linha bem mais conservadora, o que pessoalmente acredito ser um ponto muito positivo. Sherlock usa o figurino tradicional, seu parceiro Dr Watson é um senhor bem mais velho (ao contrário dos galãs que andam escalando para esse papel ultimamente como Jude Law) e o filme tem um estilo bem mais intelectual (Sherlock soluciona tudo com dedução e pouca ação, como é bem do feitio dos livros originais sobre o personagem). O filme foi feito no final dos anos 70 mas tem cara de filme oitentista mesmo. Até a fotografia antecipa o cinema da década que viria. Um ótimo programa para quem é fã do famoso personagem da literatura. Indicado para quem quiser conhecer o verdadeiro Sherlock Holmes.

Assassinato por Decreto (Murder by Decree, Estados Unidos, Inglaterra, 1979) Direção de Bob Clark / Roteiro: John Hopkins baseado na obra de Sir Arthur Conan Doyle / Elenco: Christopher Plummer, James Mason, Donald Sutherland, Genevieve Bujold, Susan Clark, David Hemmings, John Gielgud, Anthony Quayle. / Sinopse: Sherlock Holmes é chamado para investigar série de assassinatos, tendo como principal suspeito Jack, o Estripador. Christopher Plummer e James Mason em excelentes performances nos papéis de Holmes e Dr. Watson, respectivamente.

Pablo Aluísio

domingo, 5 de novembro de 2023

Imperador Romano Cláudio

Imperador Romano Cláudio
Retomando meus textos sobre história, vou tecer aqui alguns comentários sobre esse imperador romano. Cláudio (Tibério Cláudio César Augusto Germânico) foi um imperador improvável. Em sua juventude ninguém da família imperial daria um tostão furado em uma aposta em que se dizia que ele seria o senhor absoluto em Roma algum dia. O imperador Tibério, por exemplo, considerava Cláudio uma vergonha dentro do clã imperial. Dizia que ele era retardado e aleijado. Que era um monstro e que deveria ter sido morto ao nascer, como era tradição nas antigas famílias romanas que matavam as crianças nascidas com defeitos físicos. O cruel e pedófilo imperador Tibério costumava dizer que Cláudio era um inútil débil mental e que deveria ficar escondido do povo de Roma. E foi justamente isso que salvou Cláudio da morte. Quando houve uma grande matança dentro da família por causa de disputas do poder, ele foi poupado por ser considerado um asno. Foi a sorte grande em sua vida. 

Assim quando o louco imperador Calígula foi morto pela guarda pretoriana, os militares saíram em busca de um sucessor. E tinha que ser alguém com sangue real, imperial. Só havia sobrado Cláudio da família depois de todos aqueles anos de sangue derramado entre irmãos. Era o único que ainda estava vivo. Afirma a tradição que ele foi encontrado escondido, tremendo, atrás de uma cortina no Palácio e levado ao trono do império pois o exército romano precisava de um imperador. Na falta de alguém melhor, ele subiria ao poder absoluto. O mais interessante é que Cláudio, apesar do medo inicial, tentou governar com seriedade. E para muitos historiadores ele foi, apesar de alguns deslizes, um bom administrador do Império. Trouxe estabilidade política para Roma. E apesar do que diziam dele, não era louco e nem doente mental. Pelo contrário, procurando seguir um exemplo melhor do que seus antecessores, também foi um imperador considerado misericordioso pelo povo romano. 

O seu único defeito mesmo foi se relacionar com as mulheres erradas. A esposa Messalina era considerada a maior prostituta de Roma. Era inegavelmente uma bela mulher, mas fútil, frívola e vulgar ao extremo. Enquanto ostentava o título de imperatriz consorte, mandou fazer os maiores bacanais e orgias que se tinha notícia. Algumas dessas festas extravagantes foram realizadas em templos sagrados, o que deixou a sociedade Patrícia completamente escandalizada. Também se apaixonou por um jovem romano que era um cafajeste e um escroto. Construiu uma mansão para o amante e foi morar com ele. Gastou dinheiro público para dar o melhor do que existia para seu amante. Andava de mãos dadas com ele no fórum e dava beijos escandalosos na presença de mulheres de famílias tradicionais da antiga Roma. Era escandalosa e afrontosa na frente de toda a elite romana. Era demais! Cláudio então mandou executar Messalina. Ela teve sua cabeça cortada e seus restos mortais foram jogados aos cães de rua vadios. O amante foi pendurado numa cruz e depois queimado vivo nela com óleo de baleia ardente. Seus restos ficaram à mercê de abutres famintos. 

Mas os problemas continuaram. Cláudio resolveu se casar com Júlia Agripina Menor, que já tinha se casado antes. Ela era a mãe do jovem insano e obeso Nero e tinha sonhos de que ele se tornasse o novo imperador. E foi isso que passou a planejar durante todo o tempo. Mas para que Nero se tornasse imperador ele teria que ser adotado por Cláudio. Era a única coisa que mantinha Cláudio vivo e ele nem desconfiava disso. E Cláudio cometeu seu último erro. Declarou Nero seu filho adotivo e herdeiro. Não demorou muito e Cláudio acabou sendo envenenado por Agripina. Ele havia esquecido que na família imperal todos os parentes procuravam matar os seus concorrentes ao trono. Agripina era vil e traiçoeira e queria matar Cláudio para que Nero se tornasse o imperador Romano. E foi exatamente isso o que acabou acontecendo. 

Pablo Aluísio. 

sábado, 4 de novembro de 2023

Sly

Sly
Está chegando nessa semana na Netflix esse documentário em tom pessoal do ator Sylvester Stallone. Agora idoso, o antigo ídolo dos filmes de ação dos anos 80 olha para o passado e recorda os momentos mais importantes de sua vida pessoal e de sua carreira no cinema. Da infância Stallone relembra o casamento disfuncional dos pais, a dureza dos primeiros anos e também seu sonho de se tornar um ator profissional. Algo que foi muito complicado porque ele logo descobriu que ninguém lhe dava trabalho e que ele não conseguia passar nos testes para ser escolhido para o elenco dos filmes. Assim ele decidiu escrever seus próprios roteiros, onde ele mesmo iria escrever a história e estrelar seus filmes. Claro que naquele tempo era um sonho completamente sem noção para um jovem ator sem experiência como ele, mas é a tal coisa, certos sonhos se tornam realidade. 

E o sonho de Stallone se materializou com a produção e o lançamento do primeiro filme "Rocky um Lutador" que não apenas foi um sucesso de bilheteria, mas também de crítica, chegando ao ponto de ser o grande vencedor do Oscar naquele ano. Depois daquilo a vida dele jamais foi a mesma. Entre erros e acertos, Stallone conseguiu construir sua carreira vitoriosa no cinema e agora presta um longo depoimento sobre isso, inclusive usando lembranças de pessoas que foram importantes em sua vida, como o irmão Frank. No final, Stallone diz uma coisa interessante. Até os 40 anos de idade somamos em nossas vidas, depois dessa idade há subtração, com amigos seguindo outros caminhos, pessoas queridas que morrem, etc. Em sua forma simples de se expressar ele acabou dizendo grandes verdades em cena. Eu gostei muito desse filme, é um bom balança da vida desse astro de Hollywood. Quem viveu e acompanhou seus filmes nos anos 80 sabe de sua importância no cinema. Stallone sempre foi um sujeito admirável. 

Sly (Sly, Estados Unidos, 2023) Direção: Thom Zimny / Roteiro: Sylvester Stallone, Thom Zimny / Elenco: Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Quentin Tarantino / Sinopse: Nesse documentário da Netflix o ator Sylvester Stallone parte em busca de suas memórias, relembrando momentos e eventos marcantes de seu passado. O filme ainda conta com depoimentos preciosos de Arnold Schwarzenegger e do diretor Quentin Tarantino. 

Pablo Aluísio. 

Untold - A Vergonha do Doping

Título no Brasil: Untold - A Vergonha do Doping 
Título Original: Untold
Ano de Lançamento: 2023
País: Estados Unidos
Estúdio: Netflix
Direção: Bryan Storkel
Roteiro: Bryan Storkel
Elenco: Victor Conte, Ben Johnson e outros atletas em arquivos de imagens dos anos 90. 

Sinopse:
Documentário que revela como foram produzidos e dopados diversos atletas nos anos 90, inclusive muitos deles se tornando campeões das principais competições esportivas, usando anabolizantes e outras substâncias proibidas para superar seus competidores. 

Comentários:
Eu confesso que era meio inocente nessa questão do doping. OK, de vez em quando um atleta era pego no exame, mas eu acreditava que eram casos eventuais, até mesmo raros. Pelo menos nos anos 90, pelo que vi nesse documentário da Netflix, as coisas não eram bem assim. Existia uma verdadeira indústria de produção de atletas dopados, usando muitas vezes fórmulas químicas que conseguiam burlar os exames da época. Não foi à toa que vimos tantos recordes mundiais serem batidos, atletas ganhando medalhas e mais medalhas de ouro, inclusive nos jogos olímpicos, infelizmente tudo falso, fabricado com anabolizantes. Mesmo os que não foram desmascarados hoje em dia não possuem qualquer prestígio, pois há fortes suspeitas que competiram de forma suja, desonesta. Enfim, um bom documentário que revela o lado mais sórdido das competições esportivas. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

O Exorcista: O Devoto

O Exorcista: O Devoto
Duas adolescentes, amigas de escola, vão até um bosque e lá, por mera brincadeira, fazem rituais antigos de invocação de espíritos. Algo dá muito errado e elas desaparecem por três dias. Após esse tempo, os pais e os policiais conseguem localizá-las em uma fazenda da região onde foram encontradas por trabalhadores locais em um celeiro. Só que em seu retorno elas estão diferentes, apresentando comportamento completamente fora dos padrões. Tudo indica que estão possuídas pelo Diabo, mas os pais resistem em aceitar essa explicação medieval da situação. Uma delas, cuja mãe precisou morrer para que ela nascesse, tem um pai cético que acaba tendo que rever seus conceitos cobre Deus, os demônios e a existência real do inferno. Essa é em síntese a premissa básica desse novo filme da franquia "O Exorcista". 

Um grupo de novos produtores compraram os direitos do uso da propriedade intelectual e esse filme se torna assim o primeiro de uma sequência que eles planejam terminar como uma trilogia moderna do tema. Pena que esse filme seja tão fraco. Não tem jeito, esse novo filme da franquia cinematográfica "O Exorcista" foi estragado por essa cultura Woke que impera atualmente em Hollywood. Tudo que é demais, estraga, vamos falar a verdade. Para se ter uma ideia na cena clímax do exorcismo há tanta gente no quarto onde o ritual está sendo feito que mais parece a reunião de uma assembleia de religiões. Em nome da diversidade não há apenas um padre católico, mas também um pastor, uma representante das religiões de matriz africana e etc, etc.  Só faltou mesmo um monge budista, um médium espírita e representantes de cada religião que existe... Brincadeiras à parte, que coisinha chata essa situação... Já deu para entender que todas as religiões estão no filme, mas precisava mesmo disso? Todo filme tem que ter esse tipo de coisa daqui em diante? Isso causa um travamento do desenvolvimento da história. Tudo em nome da tal diversidade. Ficou chato demais... E não fica nisso, tudo é intercalado com a cultura woke, até mesmo a caracterização dos personagens principais. Assim o filme foi mesmo estragado nesses termos. 

De qualquer forma ainda há bons momentos, mesmo que pontuais, como a cena de Katherine entrando no meio de culto evangélico, por exemplo. Lamento que boas cenas como essa são raras. Perdeu-se muitas boas ideias nesse roteiro que muitas vezes se revela genérico. E o final? Surge uma boa ideia na cena final, mas até nisso estragaram tudo. Não levaram adiante a escolha que deveria ser feita e quando ela é feita não vai em frente, fica sem sentido, inconclusiva! A bilheteria desse novo filme não foi boa, o que talvez venha a enterrar as pretensões de se produzir mais dois filmes. Pensando bem, isso até que não seria ruim, a não ser que os produtores repensem tudo o que estão fazendo. Tem que mudar daqui em diante. Ou fazem um bom filme de terror mesmo ou então vão continuar com esse discursinho ideológico chato. Façam suas escolhas. 

O Exorcista: O Devoto (The Exorcist: Believer, Estados Unidos, 2023) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Peter Sattler, David Gordon Green, Scott Teems / Elenco: Lafortune Joseph, Leslie Odom Jr., Gastner Legerme / Sinopse: Duas adolescentes são possuídas pelo demônio conhecido como Pazuzu. E eles acabam tendo um elo de ligação com a possessão da jovem garota que ocorreu nos agora distantes anos 70. 

Pablo Aluísio.

Baile de Formatura

Título no Brasil: Baile de Formatura
Título Original:  Prom Night
Ano de Lançamento: 1980
País: Canadá
Estúdio: Simcom Pictures
Direção: Paul Lynch
Roteiro: William Gray, Robert Guza Jr.
Elenco: Jamie Lee Curtis, Leslie Nielsen, Casey Stevens

Sinopse:
Seis anos após sofrer todos os tipos de humilhações na escola, um serial killer resolve voltar para sua antiga cidade. Ele quer se vingar de seis jovens que o humilhavam nos tempos colegiais. Agora, armado com uma faca, ele quer destroçar todos os que lhe fizeram mal no passado. 

Comentários:
Esse filme teve diversos problemas em seu lançamento original. Os produtores não conseguiram diminuir a faixa de idade de sua classificação etária. Também pudera, o filme é realmente bem violento para os padrões da época. E também lida com um tema sensível que hoje em dia seria barrado na pós-produção. Depois do massacre de Columbine essa coisa de jovem que sofre Bullying que deseja se vingar dos antigos conhecidos da escola ficou muito tóxico e não recomendado, principalmente pelos grandes estúdios de Hollywood. De qualquer forma esse filme foi feito nos anos 80 onde (quase) tudo era permitido. É um filme, no final das contas, bem mediano, com um elenco jovem que se esforça, mas não consegue se destacar. Em termos de elenco o filme ainda traz a rainha do grito Jamie Lee Curtis e Leslie Nielsen, em personagem não cômico. Na época ele ainda não havia abraçado totalmente o humor em sua carreira. Para quem curte filmes de terror sobra então apenas a criatividade das cenas de morte e nada mais. 

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Legado nos Ossos

Título no Brasil: Legado nos Ossos
Título Original: Legado en los huesos
Ano de Lançamento: 2019
País: Espanha
Estúdio: Nostromo Pictures
Direção: Fernando González Molina
Roteiro: Luiso Berdejo, Dolores Redondo
Elenco: Marta Etura, Nene, Leonardo Sbaraglia

Sinopse:
Uma jovem investigadora da polícia precisa solucionar um caso bem estranho envolvendo assassinatos e rituais macabros, provavelmente praticados por uma seita de adoradores fanáticos do Diabo em uma região mais conturbada da Espanha. 

Comentários:
Filme espanhol que faz parte de uma trilogia que inclusive está disponível no Netflix. Esse é o segundo filme da linha. Até começa bem, mostrando essa jovem mulher investigadora da polícia que precisa lidar com sua profissão e sua vida pessoal, dois aspectos que nem sempre estão bem interligados. Pior do que isso, o fato dela estar passando por um momento mais sensível e delicado de sua vida, envolvendo a maternidade, logo a coloca em situação de vulnerabilidade, algo que os seus inimigos vão acabar explorando. Eu até achei um bom filme, mas falta algo. Acredito que esse tema envolvendo seitas satânicas já está meio saturado. Assim fica uma sensação de que a trama, que até começou bem, logo perde o rumo, principalmente em seu final. No saldo conclusivo diria que até dá para assistir como mero passatempo. Pena que seja tão previsível e sem novidades. Poderia ser bem melhor. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Infinity - Um Amor Sem Limites

Infinity - Um Amor Sem Limites
Filme muito bom que assisti na década de 1990 e adorei, dando nota máxima. Conta a história do cientista e físico Richard Feynman. Em sua época ele foi considerado um gênio da ciência, sendo agraciado com o Prêmio Nobel de Física por suas descobertas nesse campo do saber humano. Também foi reconhecido por ter participado do projeto Manhattan que acabou dando origem ao programa nuclear dos Estados Unidos e a fabricação da primeira bomba atômica. Todos esses aspectos são relevantes na história desse cientista, mas o filme em si, embora não coloque esses dados importantes de sua biografia inteiramente de lado, investe muito mais em sua história pessoal, em seu lado humano. 

Assim o roteiro conta sua história desde a infância, quando motivado pelo pai, ele se apaixonou pelos estudos da ciência. Acabou se formando com distinção na área e decidiu se casar com o amor de sua infância. Tudo ia muito bem no script de um projeto pessoal de vitória tanto no aspecto profissional, como também pessoal e emocional. Só que o destino também traz surpresas desagradáveis. A sua amada esposa foi diagnosticada com uma doença grave, o que fez Richard Feynman lutar bravamente para salvar sua vida. Diz a famosa frase de Einstein que Deus não joga dados com o Universo. Bem, em algumas histórias chego a pensar que isso não é inteiramente verdade. 

Infinity - Um Amor Sem Limites (Infinity, Estados Unidos, 1996) Direção: Matthew Broderick / Roteiro: Ralph Leighton, Patricia Broderick / Elenco: Matthew Broderick, Patricia Arquette, Jeffrey Force / Sinopse: O filme conta a história de Richard Feynman, cientista e físico norte-americano que lutou pela vida de sua esposa após ela ser diagnosticada com uma doença grave e sem cura. 

Pablo Aluísio.