Duas adolescentes, amigas de escola, vão até um bosque e lá, por mera brincadeira, fazem rituais antigos de invocação de espíritos. Algo dá muito errado e elas desaparecem por três dias. Após esse tempo, os pais e os policiais conseguem localizá-las em uma fazenda da região onde foram encontradas por trabalhadores locais em um celeiro. Só que em seu retorno elas estão diferentes, apresentando comportamento completamente fora dos padrões. Tudo indica que estão possuídas pelo Diabo, mas os pais resistem em aceitar essa explicação medieval da situação. Uma delas, cuja mãe precisou morrer para que ela nascesse, tem um pai cético que acaba tendo que rever seus conceitos cobre Deus, os demônios e a existência real do inferno. Essa é em síntese a premissa básica desse novo filme da franquia "O Exorcista".
Um grupo de novos produtores compraram os direitos do uso da propriedade intelectual e esse filme se torna assim o primeiro de uma sequência que eles planejam terminar como uma trilogia moderna do tema. Pena que esse filme seja tão fraco. Não tem jeito, esse novo filme da franquia cinematográfica "O Exorcista" foi estragado por essa cultura Woke que impera atualmente em Hollywood. Tudo que é demais, estraga, vamos falar a verdade. Para se ter uma ideia na cena clímax do exorcismo há tanta gente no quarto onde o ritual está sendo feito que mais parece a reunião de uma assembleia de religiões. Em nome da diversidade não há apenas um padre católico, mas também um pastor, uma representante das religiões de matriz africana e etc, etc. Só faltou mesmo um monge budista, um médium espírita e representantes de cada religião que existe... Brincadeiras à parte, que coisinha chata essa situação... Já deu para entender que todas as religiões estão no filme, mas precisava mesmo disso? Todo filme tem que ter esse tipo de coisa daqui em diante? Isso causa um travamento do desenvolvimento da história. Tudo em nome da tal diversidade. Ficou chato demais... E não fica nisso, tudo é intercalado com a cultura woke, até mesmo a caracterização dos personagens principais. Assim o filme foi mesmo estragado nesses termos.
De qualquer forma ainda há bons momentos, mesmo que pontuais, como a cena de Katherine entrando no meio de culto evangélico, por exemplo. Lamento que boas cenas como essa são raras. Perdeu-se muitas boas ideias nesse roteiro que muitas vezes se revela genérico. E o final? Surge uma boa ideia na cena final, mas até nisso estragaram tudo. Não levaram adiante a escolha que deveria ser feita e quando ela é feita não vai em frente, fica sem sentido, inconclusiva! A bilheteria desse novo filme não foi boa, o que talvez venha a enterrar as pretensões de se produzir mais dois filmes. Pensando bem, isso até que não seria ruim, a não ser que os produtores repensem tudo o que estão fazendo. Tem que mudar daqui em diante. Ou fazem um bom filme de terror mesmo ou então vão continuar com esse discursinho ideológico chato. Façam suas escolhas.
O Exorcista: O Devoto (The Exorcist: Believer, Estados Unidos, 2023) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Peter Sattler, David Gordon Green, Scott Teems / Elenco: Lafortune Joseph, Leslie Odom Jr., Gastner Legerme / Sinopse: Duas adolescentes são possuídas pelo demônio conhecido como Pazuzu. E eles acabam tendo um elo de ligação com a possessão da jovem garota que ocorreu nos agora distantes anos 70.
Pablo Aluísio.