sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Missão: Impossível

Esse é o primeiro de muitos. Tom Cruise era apenas um jovem garoto quando curtia a série de TV "Missão: Impossível" na década de 60. Os anos passaram e ele virou um astro do cinema. Vendo que poderia ser um bom investimento, acabou comprando os direitos autorais da série original por uma pechincha. Claro que Cruise estava visando ter sua própria franquia blockbuster, algo que ele realmente conseguiu transformar em um grande sucesso de bilheteria. Todos os filmes foram grandes êxitos comerciais e o mais interessante de tudo: não houve uma queda acentuada de qualidade entre um filme e outro. Ao longo da franquia Cruise manteve-se no posto de astro principal dos filmes e atuou também como produtor, trocando os diretores e roteiristas que lhe pareciam mais adequados. O resultado, se não chega a ser excepcional, mantém uma eficiência absoluta.

Esse primeiro filme é o mais charmoso de todos. As cenas de ação não eram tão exageradas, nem os efeitos especiais. O roteiro procurava ser também mais inteligente. É cinema pipoca por excelência. Nesse primeiro filme ainda há a preocupação de se apresentar os agentes e sua organização aos espectadores (que obviamente eram jovens demais para conhecer a série original). Uma vez explicado tudo, começa a ação - que não cessa mais até os letreiros finais. O maior interesse para os cinéfilos em geral vem da presença do diretor Brian De Palma. Eu o considero um dos grandes cineastas de sua geração, até mesmo quando aceitou participar de filmes mais comerciais como esse, onde seu lado autoral foi meio que deixado de lado para a criação de um genérico de puro entretenimento de massas. Brian De Palma realizou um filme esteticamente bonito de se ver, com excelentes cenas de ação e um roteiro redondinho que nunca perde o ritmo. Exatamente o que queria Tom Cruise. O resultado assim se mostra bastante satisfatório. Um filme aliás bem melhor do que a série que era meio capenga, vamos ser sinceros.

Missão: Impossível (Mission: Impossible, Estados Unidos, 1996) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Bruce Geller, David Koepp / Elenco: Tom Cruise, Jon Voight, Emmanuelle Béart / Sinopse: Acusado de traição e deslealdade contra seu próprio país um agente luta para provar sua inocência. Filme baseada na sétie de TV criada originalmente por Bruce Geller.

Pablo Aluísio.

Tempo Esgotado

Voltando a escrever sobre filmes que assisti na década de 1990 vou aqui tecer algumas observações sobre esse "Nick of Time" (no Brasil, "Tempo Esgotado"). Essa foi uma tentativa do ator Johnny Depp de fugir um pouco do estereótipo que a crítica tinha formado sobre sua imagem nas telas. Ao invés de interpretar mais um tipo esquisito em filmes mais ao estilo cult (pois é, isso foi bem antes dele virar um astro de blockbusters), o ator resolveu apostar nesse thriller de ação e suspense que me lembrou até mesmo do clássico western "Matar ou Morrer". Não que o filme seja um faroeste, longe disso, as semelhanças são mesmo em relação ao roteiro, sua estrutura, a forma como tudo é conduzido. Gene Watson, o personagem interpretado por Depp, é um sujeito comum, banal, que leva uma vida extremamente rotineira e chata. Seu cotidiano sem surpresas vira de ponta cabeça quando ele é colocado contra a parede por um criminoso. O sujeito sequestrou sua filha e em troca da vida dela exige que Watson mate um importante político! Ele tem poucas horas para resolver isso (o que traz a maior semelhança com o clássico estrelado por Gary Cooper) e não pode fugir de sua situação ou pedir por algum tipo de socorro por parte das autoridades. 

O filme só funciona mesmo em termos. Depp, de óculos e figurino de jovem trabalhador, não convence muito. Ele corre pra lá e pra cá, com cara de espanto, em uma obra que me decepcionou, ainda mais se tratando do grande John Badham (de tantos filmes bons como "Tocaia", "Drácula" ou "Jogos de Guerra"). Realmente ficou faltando algo mais interessante. Para os fãs de Depp porém nunca será uma perda de tempo total conferir esse trabalho quando ele ainda era bem jovem e prestes a explodir nas telas de cinema. No mínimo valerá pela curiosidade.

Tempo Esgotado (Nick of Time, Estados Unidos, 1995) Direção: John Badham / Roteiro: Patrick Sheane Duncan / Elenco: Johnny Depp, Christopher Walken, Courtney Chase./ Sinopse: Homem comum precisa cometer um crime para salvar uma vida. Thriller de suspense e tensão dos anos 90.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Sobre Meninos e Lobos

Clint Eastwood é um grande cineasta. Se você ainda tem alguma dúvida sobre o grande talento dele na direção, é bom conhecer esse excelente drama, "Mystic River" (que no Brasil recebeu o curioso título de "Sobre Meninos e Lobos"). O roteiro não é definitivamente o que aparenta ser. Na superfície temos uma investigação policial envolvendo o desaparecimento de uma jovem garota, filha de Jimmy Marcus (Sean Penn). Quando seu amigo de longa data, Sean Devine (Kevin Bacon), descobre o corpo da menina em um riacho, uma avalanche de sentimentos há muito enterrados voltam à tona, revelando traumas de infância e emoções reprimidas que explodem de forma incontrolável. Clint Eastwood, aqui trabalhando apenas como diretor, conseguiu um grande feito, extraindo maravilhosas atuações, em especial do trio central formado por Penn, Bacon e Robbins, esse último em uma das melhores atuações de toda a sua carreira. A fotografia assinada por Tom Stern também impressiona por explorar visualmente o sentimento interno de cada personagem torturado.

O romance escrito pelo autor Dennis Lehane, que deu origem ao roteiro do filme, é tão rico em nuances psicológicas que apenas um cineasta talentoso como Eastwood poderia transpor algo assim para a tela. No final das contas é uma história sobre traumas, culpas e redenção pessoal. Sem sombra de dúvida uma brilhante obra cinematográfica que vai fundo na alma humana. E coroando tudo, o filme recebeu vários prêmios. Foi vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Direção e Atriz Coadjuvante (Marcia Gay Harden). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Igualmente indicado ainda nas categorias de Melhor Filme - Drama, Direção e Roteiro Adaptado.

Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, Estados Unidos, 2003) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Brian Helgeland, Dennis Lehane / Elenco: Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Laurence Fishburne, Marcia Gay Harden / Sinopse: Traumas de um passado que parecia distante retornam quando o corpo de uma menina é encontrado. Ela foi vítima de um crime brutal.

Pablo Aluísio.

007 - O Mundo Não é o Bastante

Eu sempre gostei muito de Pierce Brosnan como o agente James Bond. Muitos dizem que os roteiros dos filmes que estrelou não eram lá grande coisa e talvez possa existir algum fundo de verdade nisso, mas a despeito de tudo o feeling do Bond original foi bem captado por Brosnan (mais até do que o atual Bond, o carrancudo e nada charmoso Daniel Craig). Na era de Brosnan como Bond o estúdio priorizou mesmo a ação, com cenas extremamente bem elaboradas, algumas inclusive entre as mais bem realizadas de toda a franquia. Esse foi o terceiro filme estrelado pelo ator, logo após os grandes sucessos de "007 Contra GoldenEye" de 1995 e "007 - O Amanhã Nunca Morre" de 1997. Seu contrato inicial determinava a realização de uma trilogia que chegaria ao final aqui. Se a produção fizesse o mesmo sucesso ele poderia renovar um novo contrato, caso contrário o estúdio iria atrás de outro ator.

Assim que chegou nas telas a fita logo se revelou outro grande êxito de bilheteria, o que abriu as portas para um quarto filme, "007 - Um Novo Dia Para Morrer" em 2002, o último que faria na pele de Bond. Curiosamente o estúdio ofereceu a Brosnan um novo contrato para a realização de mais três filmes, mas ele preferiu assinar para a produção de apenas mais um filme. Parecia preocupado em ser marcado para sempre por apenas um papel, algo que havia atingido outros atores que passaram pela série como no caso de Roger Moore. "The World Is Not Enough" fica na média de sua passagem pela franquia. É bem movimentado, tem uma trama que lembra os primeiros livros de Ian Fleming e conta com um vilão bacana. Em poucas palavras tem tudo o que fez da fórmula Bond uma das mais bem sucedidas da história do cinema. É divertido, movimentado e tem um bom ator no papel principal. Sinceramente não vejo como ter algo a mais do que isso em um filme da série do mais famoso agente secreto do cinema. Está realmente de bom tamanho.

007 - O Mundo Não é o Bastante (The World Is Not Enough, Inglaterra, Estados Unidos, 1999) Direção: Michael Apted / Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade / Elenco: Pierce Brosnan, Sophie Marceau, Robert Carlyle, Denise Richards, Judi Dench, John Cleese / Sinopse: O agente James Bond (Brosnan) enfrenta um novo vilão, um estranho sujeito que parece ser imune à dor física. Ao mesmo tempo ele precisa proteger uma rica herdeira do mundo do petróleo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

A Verdade sobre Marlon Brando

Poderia ser mais um documentário banal sobre a vida do ator Marlon Brando, só que não se trata disso. O que importa nesse filme são as centenas de fitas que Brando deixou gravadas na fase final de sua vida. Nessas fitas, que ele usou quase como um sistema de auto análise psicológica, Brando abre o coração, falando sobre a carreira, os filmes que fez, seu relacionamento problemático com seus pais, com as mulheres, seu passado conturbado. Uma coisa que me deixou surpreso foi perceber como Brando ainda ranascia quando falava de sua formação de ator, quando teve como professora Stella Adler. Nesse ponto de suas declarações descobrimos bem como Brando fingia ao dizer que atuar era uma atividade secundária. Não, ele tinha mesmo paixão em atuar, não houve como esconder isso.

Como li sua autobiografia pude perceber também que parte desses tapes foram gravados para serem usados no livro. Alguns trechos, algumas frases, estão lá, sem tirar, nem colocar uma só vírgula. A novidade veio nas fitas em que ele fala dos filhos e das ex-esposas, algo que se recusou a fazer no livro. Como todos sabemos o ator enfrentou muitos problemas familiares, como ter um filho condenado por assassinato e uma filha que se matou com apenas 25 anos de idade. Uma sucessão de tragédias. E para dar mais vivacidade em alguns trechos surge um Brando virtual na tela, declamando seus últimos pensamentos. Algo meio fantasmagórico, mas que funcionou muito bem, para minha surpresa!

A Verdade sobre Marlon Brando (Listen to Me Marlon, Estados Unidos, 2015) Direção: Stevan Riley / Roteiro: Stevan Riley / Elenco: Marlon Brando, Stella Adler, Bernardo Bertolucci / Sinopse: Documentário realizado usando trechos de fitas gravadas por Marlon Brando onde ele fala sobre sua vida, seus filmes e seus problemas familiares.

Pablo Aluísio.

A Batalha do Rio da Prata

Título no Brasil: A Batalha do Rio da Prata
Título Original: The Battle of the River Plate
Ano de Produção: 1956
País: Inglaterra
Estúdio: Powell Pressburger Productions
Direção: Michael Powell, Emeric Pressburger
Roteiro: Michael Powell, Emeric Pressburger
Elenco: John Gregson, Anthony Quayle, Ian Hunter, Jack Gwillim, Bernard Lee, Anthony Bushell

Sinopse:
Durante a Segunda Guerra Mundial três cruzadores da Marinha Real Britânica (H.M.S. Exeter, H.M.S. Ajax e H.M.N.Z.S. Achilles) saem na caça do encouraçado alemão Graf Spee que está afundando navios mercantes no Atlântico Sul. Após encurralar a máquina de guerra de Hitler nas águas internacionais perto da fronteira do Uruguai com a Argentina, o Graf Spee foge em direção ao Rio da Prata onde se dará a batalha definitiva da embarcação nazista. Filme indicado ao BAFTA Awards nas categorias de Melhor Filme Britânico e Melhor Roteiro.

Comentários:
Excelente filme de guerra que narra um evento até bem pouco conhecido da Segunda Guerra Mundial, uma batalha naval que se travou fora do eixo da guerra, na América do Sul, onde três navios ingleses de menor porte se uniram para destruir um super encouraçado alemão, fortemente armado, que estava afundando navios mercantes civis desarmados nas costas do Atlântico Sul. O roteiro é bem dividido em três atos básicos - no primeiro o espectador entra em contato com o Graf Spee em sua missão de destruir navios ingleses, tentando dessa forma criar um bloqueio completo da Grã-Bretanha, a deixando isolada do resto do mundo. Nesse momento conhecemos o capitão alemão, um sujeito educado, fino e até mesmo cordial com seus prisioneiros inimigos. No segundo ato somos apresentados às tripulações ingleses dos três navios que vão atrás do encouraçado alemão. Por fim, fechando  o filme, chegamos no terceiro ato quando o Graf Spee, fortemente avariado, vai parar no porto de Montevidéu. Sendo o Uruguai um país neutro na guerra criou-se toda uma disputa diplomática entre ingleses e alemães sobre o destino do navio de Hitler. Poderia os ingleses entrarem em águas territoriais uruguaias para dar o golpe final no Graf Spee? Embora interessante essa terça parte final do filme perde um pouco o interesse. De bom mesmo o filme traz a batalha naval em si, com ótima reconstituição dos acontecimentos. Um confronto entre potências pelo domínio dos mares do sul. Vale certamente a indicação para quem aprecia filmes da Segunda Guerra Mundial pois esse é um dos mais interessantes já produzidos.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Psicose

Já que estamos falando de remakes desnecessários, o que dizer desse novo "Psicose"? Eu já tive várias oportunidades de reconhecer o talento de Gus Van Sant. Aliás vou mais além, em minha opinião ele sempre foi um dos mais brilhantes cineastas da geração surgida na década de 1980. São vários os filmes dele que considero verdadeiras obras primas (como "Garotos de Programa", "Drugstore Cowboy" e "Gênio Indomável", entre outros). O problema é que nem sempre de ideias brilhantes vivem os grandes diretores. Visando homenagear o mestre Alfred Hitchcock, um dos maiores diretores de todos os tempos, Van Sant resolveu refilmar o clássico Psicose de 1960 da maneira mais fiel possível. Praticamente recriando quadro a quadro, cena a cena, diálogo a diálogo, um dos grandes suspenses da história do cinema. Nesse ponto chegamos na pergunta essencial. 

Com que finalidade? Para que serve um remake como esse? A versão definitiva já foi realizada, assinada pelo mestre do suspense e é considerada uma obra prima absoluta da sétima arte. Para que tentar refazer a perfeição? Obviamente que aquele que se arrisca a algo assim já teve estar preparado para fracassar. E foi justamente isso que aconteceu com essa nova versão. A crítica odiou e o público não pagou para ver, deixando as salas de cinema vazias. Pior ainda foi a escalação do elenco. Quem conseguiria levar à sério o comediante Vince Vaughn como o sinistro e perturbado Norman Bates? Absolutamente ninguém! A única que escapa é a atriz Julianne Moore que consegue mesmo sobreviver a qualquer coisa! Enfim, se teve o desprazer de assistir, é bem melhor esquecer e se nunca viu, não se preocupe, você não perdeu absolutamente nada! 

Psicose (Psicose, Estados Unidos, 1998) Direção: Gus Van Sant / Roteiro: Robert Bloch, Joseph Stefano / Elenco: Vince Vaughn, Anne Heche, Julianne Moore, Viggo Mortensen, William H. Macy / Sinopse: Norman Bates Trabalha em um pequeno motel de beira de estrada. E ele não é um sujeito normal. 

Pablo Aluísio.

Despedida em Las Vegas

Temos nesse filme o último grande trabalho de atuação de Nicolas Cage. E qual é a história que esse filme nos conta? Ben Sanderson (Nicolas Cage), um roteirista fracassado que perdeu tudo por causa de seu alcoolismo, resolve ir até Las Vegas para literalmente beber até morrer! Em sua trajetória de auto destruição ele acaba encontrando consolo, amizade e amor em uma prostituta chamada Sera (Elisabeth Shue). Juntos eles começam uma jornada de exageros de todos os tipos na cidade do pecado, o lugar onde tudo é perdoado, onde as histórias são esquecidas ou não contadas, na cidade de Las Vegas. Inegavelmente temos aqui um grande filme, provavelmente o melhor momento de toda a carreira do ator Nicolas Cage. Hoje em dia Cage coleciona filmes ruins, mas não se engane. Ele é um ator realmente talentoso. Seu único problema é aceitar filmes péssimos para atuar. Porém quando teve a oportunidade mostrou mesmo qut tinha talento de sobra em cena, como nesse filme.

"Despedida em Las Vegas" tem aquele tipo de roteiro ideal para grandes atuações. Sem uma excelente dupla de atuação a história simplesmente não funcionaria. Felizmente tanto Cage como Shue estão particularmente inspirados em seu trabalho. O cenário não poderia ser mais adequado, uma Las Vegas completamente kitsch e excessiva, mas ao mesmo tempo pouco acolhedora e impessoal. Como se trata de um script desenvolvido completamente para os atores o filme acabou rendendo excelentes frutos para sua dupla central. Os dois personagens centrais são almas perdidas. Estão naquela fase da vida em que tudo já pareceu dar errado. Os sonhos e planos naufragaram. Não resta mais esperanças. Então eles decidem afundar na bebida, em festas sem sentido e em muitos excessos etílicos. Dizem que Cage se embebedou de verdade para fazer várias cenas. Talvez por isso esteja tão convincente. O seu trabalho lhe valeu um merecido Oscar. Então é isso,  "Despedida em Las Vegas" é uma excelente opção caso você esteja em busca de grandes atuações. Também apresenta um roteiro bem humano, visceral e verdadeiro que expõe a fragilidade de uma pessoa buscando o caminho da redenção através de sua própria destruição física e psicológica. Uma jornada sem parada rumo ao fim. 

Despedida em Las Vegas (Leaving Las Vegas, Estados Unidos, 1995) Direção: Mike Figgis / Roteiro: Mike Figgis, baseado no romance escrito por John O'Brien / Elenco: Nicolas Cage, Elisabeth Shue, Julian Sand / Sinopse: Um homem decepcionado com sua própria vida parte para uma jornada de excessos e auto destruição em Las Vegas durante um fim de semana alucinado. Filme vencedor do Oscar e do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Nicolas Cage).

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

A Batalha Esquecida

Essa produção da Netflix conta uma história interessante. O palco é a II Guerra Mundial. O ano, 1944. Os aliados já desembarcaram na Normandia, mas ainda precisavam libertar a Holanda, principalmente para ter acesso ao importante porto de Antuérpia. Esse porto seria essencial para a invasão da Alemanha pois por ali iriam passar todo o equipamento de guerra para que os aliados finalmente marchassem em direção a Berlim. Só que a região estava fortemente ocupada pelas tropas nazistas. Não seria algo fácil. O roteiro, muito bem escrito, foca não apenas na operação militar em si, mas em determinados personagens que vivenciaram aquele momento decisivo na história da guerra na Europa.

Uma das personagens centrais é uma garota holandesa. O pai médico trabalha em um hospital para onde soldados alemães são enviados. Só que ele cai em desgraça depois que o filho se une ao grupo de resistência. Outro personagem importante é o filho de um comandante da RAF que acaba caindo em terras alagadas da Holanda, após um pouco forçado de seu planador. E por falar em planadores, essa é a melhor cena do filme, quando eles são atacados em pleno ar por baterias antiaéreas do exército alemão. Outra cena excelente é a final, quanto tropas canadenses partem para cima do exército nazista que ocupava uma região vital para o sucesso dos aliados. Enfim, filme bem realizado, história bem conduzida. Um filme de guerra que recomendo.

A Batalha Esquecida (De slag om de Schelde, Holanda, Bélgica, 2020) Direção: Matthijs van Heijningen Jr / Roteiro: Paula van der Oest / Elenco: Gijs Blom, Jamie Flatters, Susan Radder, Jan Bijvoet / Sinopse: A história da libertação da Holanda durante a II Guerra Mundial, vista sob a ótica de uma jovem holandesa e um piloto inglês da RAF. Roteiro baseado em fatos históricos reais, ocorridos durante a guerra na Europa.

Pablo Aluísio.

The Many Saints of Newark

Como foi a infância e a adolescência de Tony Soprano? Essa pergunta é a premissa desse filme. Com o fim da série e a morte do ator James Gandolfini, a HBO ficou sem sua galinha dos ovos de ouro. A solução encontrada pelos produtores foi retornar ao passado para contar os primeiros anos do mafioso Tony Soprano. O resultado é esse filme que até é muito bom. Começa um pouco disperso, quase sem foco, mas vai se acertando até trazer um final realmente muito bom. Quando a história começa Tony é apenas um garotinho da família Soprano que vive apenas com a mãe e a irmã pois seu pai está preso. Ele adora um tio em particular chamado Dickie Moltisanti que logo se torna chefe do clã, da família. Todos gostam dele dentro do núcleo familiar. Acham ele um homem forte, com pulso firme, mas isso vai se revelar apenas uma frágil fachada.

Na verdade ele tem um temperamento desequilibrado, dado a atos violentos insanos. Não tem o sangue frio necessário para ser o chefão. Dois assassinatos, de pessoas muito próximas a ele, demonstram bem isso. Enquanto o tio vai tropeçando em suas próprias fraquezas, Tony cresce. Ele se torna um adolescente que sonha se tornar jogador de futebol americano profissional, mas isso, de certa forma, parece cada vez mais distante. A máfia surge mais próxima a ele. Além das qualidades de um bom roteiro esse filme ainda tem atores coadjuvantes muito bons. Vera Farmiga interpreta a mãe de Tony. Uma mulher no limte. Ray Liotta é o tio preso que passa a ser conselheiro informal de  Dickie Moltisanti. Em conclusão, gostei bastante do filme. Certamente os fãs de "Os Sopranos" vão gostar ainda mais.

The Many Saints of Newark (Estados Unidos, 2021) Direção: Alan Taylor / Roteiro: David Chase, Lawrence Konner / Elenco: Alessandro Nivola, Vera Farmiga, Ray Liotta, Michael Gandolfini / Sinopse: O filme conta os primeiros anos do futuro mafioso Tony Soprano (Michael Gandolfini) quando ele era apenas uma criança e um adolescente vivendo em Newark, New Jersey. História sobre o passado dos principais personagens da série de sucesso "Os Sopranos".

Pablo Aluísio.