segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O Grande Búfalo Branco

Um faroeste clássico estrelado por Charles Bronso. O interessante é que esse filme também apresenta elementos novos, nada comuns nesse gênero. Na história um sujeito chamado James Otis (Charles Bronson) chega em uma remota cidade mineradora bem na fronteira do chamado cinturão do ouro, onde várias minas do rico mineral estão sendo exploradas. Ele vem atrás de dois objetivos principais: achar seu filão dourado e caçar um mítico búfalo branco que habita as montanhas geladas de Black Hills. Há tempos Otis vem sofrendo de terríveis pesadelos onde se vê face a face com a temível besta. Agora, de volta ao oeste, ele pretende liquidar aquele que é considerado o último animal selvagem de sua espécie livre na natureza, uma vez que os búfalos da região estão praticamente extintos após longos anos de matança desenfreada por caçadores em busca de peles e carne dos animais abatidos. O que pouca gente sabe é que Otis é apenas um disfarce, pois ele é na verdade o famoso pistoleiro Wild Bill Hickok, que se mantém incógnito, sem alardear sua verdadeira identidade, pois sua fama o precede, sempre trazendo jovens aspirantes que desejam o título de "homem mais rápido do gatilho". Agindo assim ele evita ter que enfrentar um novo pistoleiro toda vez que entra em um saloon cheio de cowboys e aventureiros de todo tipo.

“O Grande Búfalo Branco” é um dos mais lembrados filmes de faroeste estrelado por Charles Bronson. É uma produção de Dino de Laurentis, com muita competência técnica. O Búfalo se torna no enredo uma besta invencível, um monstro a ser desafiado nas nevascas das montanhas. O animal é todo criado através de efeitos especiais e sonoros, criando toda uma expectativa no espectador sempre que surge em cena. Nos tempos de consciência ecológica em que vivemos atualmente, o enredo pode vir a incomodar alguns pois tudo o que pretende o personagem de Bronson e caçar e matar a fera terrível, que em acessos de fúria, mata homens, animais e crianças, varrendo tudo por onde passa.

Charles Bronson está muito bem no papel. Usando um figurino exótico, usando inclusive óculos de aros redondos, bastante psicodélicos, sua caracterização certamente cairá no gosto de seus fãs. Ao seu lado, no alto da montanha, caçando o búfalo, dois outros bons atores dividem a cena com ele, Jack Warden, como um velho caçador rabugento e Will Sampson como o mitológico guerreiro Sioux Cavalo Louco. Outro destaque do elenco é a presença da veterana Kim Novak, que apesar da idade mais madura ainda estava muito bonita. A direção é do competente J. Lee Thompson, que iria trabalhar ao lado de Bronson em outras fitas violentas, como "Dez Minutos Para Morrer", "O Vingador", "Desejo de Matar 4 - Operação Crackdown" e "Kinjite - Desejos Proibidos”. Em suma fica a recomendação desse bom momento do cinema western na década de 1970.

O Grande Búfalo Branco / A Caçada da Morte (The White Buffalo, Estados Unidos, 1977) Direção: J. Lee Thompson / Roteiro: Richard Sale / Elenco: Charles Bronson, Jack Warden, Will Sampson, Kim Novak / Sinopse: Caçador e pistoleiro se une a velho minerador e a um chefe indígena Sioux para caçar o último búfalo branco nas montanhas nevadas de Black Hills.

Pablo Aluísio.

domingo, 18 de outubro de 2020

Os Rifles da Desforra

Após o fim da guerra civil americana, as atenções do exército americano se desviaram para o Oeste selvagem. Na fronteira da colonização estava em curso um terrível massacre promovido por tribos indígenas hostis. Sentindo que suas terras estavam sendo invadidas pelos homens brancos, os nativos destruíam as propriedades e matavam os colonos que se aventurassem por aquelas regiões inóspitas. A situação era particularmente desastrosa no território do Arizona, onde comunidades inteiras estavam sendo vitimas de massacres promovidos por Apaches liderados pelo sanguinário Chefe Cochise (Michael Keep). Para manter esses colonos em segurança, o governo americano enviou tropas ao local, entre elas um pequeno pelotão liderado pelo Capitão Coburn (Audie Murphy). Sua principal função consistia em retirar os colonos das áreas mais perigosas para levá-los até o forte de Apache Wills, onde ficariam até que a cavalaria americana destruísse os inimigos Apaches que se escondiam nas montanhas. Uma guerra estava em curso e os civis tinham que ser protegidos. E esse era um tipo de serviço que apenas a cavalaria do exército americano poderia fazer.

Assim começa esse excelente “Os Rifles da Desforra”, western que passou um pouco despercebido apesar de suas inegáveis qualidades cinematográficas. Foi o penúltimo filme da carreira de Audie Murphy, o que não deixa de algo a se lamentar, já que é de fato um faroeste de bom nível. Seu personagem, o Capitão Coburn, por exemplo, não é um típico herói da cavalaria como já vimos em vários filmes antes, muito pelo contrário, é um sujeito duro e que não conta com a total simpatia de seus comandados. Esses também são retratos bem interessantes das tropas americanas naquele período histórico, pois muitos deles lutaram ao lado dos confederados durante a guerra civil, mas depois tiveram que usar a “casaca azul” da cavalaria para terem suas penas reduzidas, ou seja, não eram soldados por convicção mas por necessidade. Lealdade e honra certamente não estavam em seus planos como podemos ver depois nos acontecimentos do filme. Curiosamente o roteiro explora maravilhosamente bem esse conflito interno personificado dentro das tropas na figura do cabo Bodine (Kenneth Tobey), um ex-confederado que não tem qualquer respeito pelos ditos ianques. Em suma, “Os Rifles da Desforra” é de fato um belo retrato de um aspecto até bem pouco conhecido da história do velho oeste. Muito bom western que merece ser redescoberto pelos fãs.
 
Os Rifles da Desforra (40 Guns to Apache Pass, Estados Unidos,1967) Direção: William Witney / Roteiro: Willard W. Willingham, Mary Willingham / Elenco: Audie Murphy, Michael Burns, Kenneth Tobey / Sinopse: Durante as guerras indígenas no hostil território do Arizona um jovem capitão após proteger civis inocentes de ataques Apaches é enviado numa perigosa missão de recebimento de uma carga com 40 rifles de repetição do exército americano. Sua viagem será cercada de desafios uma vez que a região é infestada por grupos guerreiros Apaches.

Pablo Aluísio.

sábado, 17 de outubro de 2020

Um Homem de Coragem

A guerra civil americana chegou em um grande impasse no ano de 1864. Nem as tropas da União conseguiam grandes avanços e nem os exércitos confederados alcançavam grandes vitórias. Tudo parecia estagnado, uma luta sangrenta, com muitas vitimas, mas sem nenhum resultado para ambos os lados. No fundo o que determinaria a vitória seria o poder econômico e esse, naqueles dias, era representado pelo ouro. Para garantir o transporte desse metal vital para o esforço de guerra as tropas de Lincoln tinham que atravessar territórios hostis dominados por rebeldes e renegados. Para tornar seguro e eficiente o envio do ouro da Califórnia para o front de batalha, o exército designa então o Capitão John Hayes (Randolph Scott) para comandar e coordenar esse transporte. Assim começa o  western “Westbound” (seu título original em inglês), que no Brasil foi intitulado “Um Homem de Coragem”. É mais uma bem sucedida parceria entre o ator Randolph Scott e o diretor Budd Boetticher. O filme é bem curto – apenas 68 minutos – mas o diretor repete uma de suas características mais marcantes, a habilidade em contar uma boa estória sem exageros ou desperdício. Tudo se encaixa perfeitamente, mesmo em um filme de tão pouca duração.
   
Curiosamente ao contrário que aconteceu em outros filmes da dupla, esse não foi produzido por Randolph Scott. Na realidade temos aqui uma produção da Warner que resolveu bancar mais um filme com o astro dos faroestes, que demonstrou mais uma vez estar em ótima forma. Budd Boetticher investe em um roteiro muito bem escrito que explora um momento chave da história americana. O filme assim conta a história de uma complicada situação de um enviado do exército da União para uma região onde o povo apoiava as tropas rebeldes da Confederação.

Esse tipo de história já resultaria em um excelente western, mas o roteiro vai além e não se contenta em mostrar apenas isso, investindo também em intrigas, traições e até romance – pois o personagem de Scott volta para uma cidade onde seu antigo amor do passado mora (personagem interpretado pela atriz Virginia Mayo). Para piorar ela se tornou esposa do manda chuva local, um rico e poderoso empresário e fazendeiro que abraça os valores sulistas com ardor impressionante. Outro ponto digno de nota são as boas cenas de ação, marca registrada do cinema sempre ágil e eficiente de Budd Boetticher. Há um ataque a uma diligência com ouro extremamente bem realizada, provando o apuro técnico do cineasta. Enfim, “Um Homem de Coragem” é mais outro excelente momento na filmografia do astro do faroeste Randolph Scott.

Um Homem de Coragem (Westbound, Estados Unidos, 1959) Direção: Budd Boetticher / Roteiro: Berne Giler / Elenco: Randolph Scott, Virginia Mayo, Karen Steele, Michael Dante, Andrew Duggan / Sinopse: Capitão do exército da União é enviado para o oeste com o objetivo de garantir a segurança do transporte de ouro da Califórnia até o front de batalha durante a Guerra Civil Americana. O problema é que nessa viagem ele estará cercado de inimigos por todos os lados.

Pablo Aluísio. 

Homens em Conflito

Isabella Montgomery (Inge Rademeyer) é uma jovem inglesa que chega de Londres e ruma oeste adentro para ir morar com seu tio que tem um bonito rancho numa região distante e inóspita. Após desembarcar de seu trem ela é levada por dois capatazes para reencontrar seu tio mas no meio do caminho os empregados responsáveis por sua viagem resolvem fazer uma pequena parada em um saloon no meio do nada. Isso logo se revela uma péssima ideia pois ambos são atacados e mortos por um renegado errante que não pensa duas vezes em também raptar a jovem garota. Amarrada e colocada em seu cavalo, ela começa então a percorrer as longas planícies hostis do deserto como sua refém. Sua única salvação de ser resgatada vem de um bando formado pelo irmão de um xerife assassinado pelo seu seqüestrador. Eles querem colocar as mãos no criminoso para fazer justiça pelas próprias mãos. O problema é que o grupo não parece muito disposto a seguir a lei ao pé da letra.

“Homens em Conflito” explora a chamado síndrome de Estocolmo quando a pessoa sequestrada começa a nutrir simpatia por seu sequestrador. A garota Isabella Montgomery (interpretada pela bonita atriz Inge Rademeyer) passa muitas dificuldades nas mãos do bandoleiro sem nome que a raptou, mas ao mesmo tempo começa a simpatizar pela figura do bandido. Esse é um sujeito rude, de poucas palavras, que parece estar disposto sempre a cometer atos de irracional violência, embora não consiga levar adiante suas nefastas intenções com a garota, uma vez que sofre de problemas sexuais.

O bando formado pelo irmão do xerife morto também parece formado apenas por maus elementos, sujeitos grotescos que não descartam a possibilidade de também estuprar a pobre jovem sequestrada. Aliás é bom salientar que há uma sempre presente tensão sexual entre os personagens, tendo como alvo justamente a bela inglesa. O filme também pode ser considerado bem violento só poupando o espectador mesmo das cenas de violência sexual mais explicita (o que de fato é um alivio). No geral “Homens em Conflito” atinge seus objetivos, que é mostrar uma jovem inglesa, fina e elegante, jogada no meio ambiente brutal e cruel do velho oeste americano. Não é um filme leve mas vale a pena conferir.

Homens em Conflito (Good for Nothing, Estados Unidos, 2011) Direção: Mike Wallis / Roteiro: Mike Wallis / Elenco: Cohen Holloway, Inge Rademeyer, Jon Pheloung / Sinopse: Jovem inglesa é raptada por um renegado errante em uma região deserta e hostil do velho oeste americano.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

A Face Oculta

Esse western foi o único filme dirigido por Marlon Brando. Foi um projeto complicado desde o começo. Inicialmente a Paramount escolheu o genial Stanley Kubrick para dirigir o filme, mas atritos com Brando fizeram com que o cineasta resolvesse abandonar a produção. Como Marlon Brando confiava na qualidade do material e parte do dinheiro do orçamento de produção vinha de sua própria produtora (a Pennebaker Productions) ele tomou uma decisão inédita em sua carreira. Ele decidiu que assumiria a direção do filme. Foi uma decisão precipitada e muito ousada pois Brando nunca havia dirigido nada em sua vida. Ele era um ótimo ator, mas nunca havia estudado uma linha para assumir a direção de um filme. Ele não tinha experiência e nem o conhecimento técnico para essa função. A direção de Marlon Brando transformou "A Face Oculta" em um verdadeiro elefante branco cinematográfico. Sem experiência nenhuma na arte de dirigir um filme, Brando começou a filmar a esmo, sem foco, sem rumo certo a tomar. 

Durante as filmagens ficou óbvio para todos que sua inexperiência iria tornar tudo mais caro, demorado e complicado. Ele não tinha a menor capacidade técnica para realizar o filme. Coisas óbvias como a escolha da lente da câmera ou das técnicas de se filmar em locações eram desconhecidas para o ator. Brando resolveu contratar o ator e amigo Karl Malden para o papel de xerife, uma escolha que a Paramount achava equivocada já que o personagem era bem mais velho do que ele. E assim os erros foram se acumulando cada vez mais. Outro problema foi o estouro rápido do orçamento. Marlon chegou a ficar um dia inteiro filmando ondas no mar em busca da "onda perfeita" para aparecer no filme. Seu primeiro rolo editado chegou nas mãos do estúdio com cinco horas de duração! Era uma metragem absurda, completamente fora dos padrões e nada comercial. A Paramount então resolveu assumir o controle da edição final do filme, tentando montar no meio de horas e horas de filmagens inúteis, um enredo que fizesse sentido para o público. Foi um trabalho imenso que levou meses para ficar pronto e mesmo assim tudo resultou em um filme muito longo... e muitas vezes muito chato! Pelo menos essa foi a opinião dominante entre os críticos na época de lançamento original do filme.

Marlon Brando, por sua vez, passou a falar mal do filme aos jornalistas que lhe perguntavam quando o filme iria ser lançado. Ele nem pensava duas vezes antes de dizer que esse faroeste era um desastre e que dirigir tinha sido uma das piores experiências de sua vida. O resultado que chegou até o público mostra bem os problemas da película. Mesmo completamente cortado e editado, o filme se mostrou muitas vezes longo e sem direção, caindo, em alguns momentos, no marasmo completo. A crítica em 1961 obviamente malhou impiedosamente o filme quando chegou aos cinemas, mas curiosamente o tempo parece ter feito bem ao western, uma vez que hoje em dia ele assumiu um status de cult movie que ninguém previra em sua chegada aos cinemas na década de 1960.

A Face Oculta (One-Eyed Jacks, Estados Unidos, 1961) Direção: Marlon Brando / Roteiro: Guy Trosper, Calder Willingham / Elenco: Marlon Brando, Karl Malden, Pina Pellicer, Katy Jurado, Ben Johnson / Sinopse: Traição e morte rondam os envolvidos em um roubo no México anos atrás. Único filme dirigido por Marlon Brando. Filme indicado ao Oscar na categoria de melhor direção de fotografia (Charles Lang).

Pablo Aluísio.


Paixão de Bravo

"Paixão de Bravo" é um clássico do western americano. Reuniu dois grandes astros da época, Robert Mitchum e Susan Hayward. A química entre eles ficou evidente na tela. Na história temos o protagonista Jeff McCloud (Robert Mitchum), um veterano competidor de rodeios, que após montar um touro da raça brahma é violentamente jogado ao chão, sofrendo inúmeros ferimentos. Cansado e desiludido, por ter competido no meio por quase 20 anos e não ter juntado nada, nenhum dinheiro, mesmo vencendo vários rodeios, ele decide voltar à sua antiga cidade, para rever sua casa de infância, afinal ele está na estrada por um longo tempo. Ao retornar para sua cidade natal descobre que sua antiga moradia está à venda. Entre os que querem comprar o lugar está o casal formado por Wes Merritt (Arthur Kennedy) e sua esposa Louise (Susan Hayward). Embora tenham muita vontade de se tornarem proprietários do lugar, fundando um novo rancho, o casal não tem ainda o dinheiro suficiente para realizar seu sonho. Isso leva Jeff a ter uma ideia. Que tal os três formarem uma sociedade? Jeff, ferido ainda após a última competição, poderia treinar Wes e eles dividiram os prêmios dos rodeios que participassem. Afinal o que teriam a perder? Feito o acordo o trio cai na estrada, cruzando o oeste em busca de competições de rodeios, com o objetivo de ganhar bastante dinheiro para se tornarem ricos e prósperos fazendeiros. O trio então parte em busca da realização de seus sonhos.

"Paixão de Bravo" é um excelente faroeste, rodado ainda em preto e branco pelo extinto estúdio RKO. O filme mostra os bastidores dos principais rodeios americanos, suas competições, seus dramas pessoais e a vida dura de um cowboy correndo em busca da vitória. O roteiro, bem inspirado, usa de duas bases dramáticas bem destacadas. A primeira é a tensão sexual que se cria dentro do trio. Jeff (Mitchum) e Louise (Hayward) logo criam uma clara atração entre eles, algo que não pode ser concretizado porque afinal ela ainda é casada com Wes (Kennedy). Além disso eles vivem na fio da navalha, pois a qualquer momento podem sofrer um grave acidente, os deixando severamente feridos como era comum acontecer em competidores de rodeios naquela época.

Nesse ponto aliás o filme se sai muito bem, mostrando sem receios as contradições entre um esporte amado pelos americanos e os danos que ele causava entre os cowboys, pois muitos ficam paralíticos para o resto da vida após sofrerem quedas de cavalos ou touros. Geralmente a coluna dos competidores era gravemente destruída nessas quedas. Algo previsível quando se corria o risco de ficar embaixo de um animal de centenas de quilos após uma queda no meio da competição. O elenco está todo muito bem, mas destaco a forte presença de Susan Hayward em cena. Sua personagem passa longe de ser uma mera mocinha romântica de filmes de western, pelo contrário, ela sempre surge com opiniões próprias, impondo seu modo de pensar ao marido. Um bom retrato de uma mulher firme e independente, em um mundo dominado por homens rudes e bravos.

Paixão de Bravo (The Lusty Men, Estados Unidos, 1952) Direção: Nicholas Ray / Roteiro: David Dortort, Horace McCoy / Elenco: Susan Hayward, Robert Mitchum, Arthur Kennedy, Arthur Hunnicutt / Sinopse: Um casal e um cowboy ferido resolvem entrar no circuito de rodeios realizados pelos Estados americanos. Viajando de cidade em cidade eles tentam vencer os grandes prêmios pagos nessas populares competições.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Bomb City

Título no Brasil: Bomb City
Título Original: Bomb City
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: 3rd Identity Films
Direção: Jameson Brooks
Roteiro: Jameson Brooks, Sheldon Chick
Elenco: Dave Davis, Glenn Morshower, Luke Shelton, Henry Knotts, Logan Huffman, Dominic Ryan Gabriel

Sinopse:
Filme com história baseada em fatos reais. Nos anos 90 um grupo de jovens do movimento punk passa a ser hostilizado dentro de uma cidade do interior do Texas. A tensão vai aumentando a cada dia. Eles sofrem, além do preconceito, uma série de ataques de violência. Quando finalmente decidem reagir uma tragédia acaba acontecendo.

Comentários:
Gostei bastante desse filme chamado "Bomb City". É uma história que tem diversas nuances interessantes, inclusive do ponto de vista sociológico. Basta alguém sair dos padrões impostos pela sociedade para que comecem a virar alvo de hostilidades e violência. É isso o que acontece com os punks retratados no filme. Eles não fazem mal a ninguém, apesar de suas roupas e cabelos que poderiam sugerir o contrário. Só querem curtir as músicas das bandas de punk que adoram durante à noite e, durante o dia, produzir sua arte plástica pelas ruas da cidade. Só que a simples presença deles já causa um certo desconforto entre os jovens "bem nascidos" da cidade. Os atletas, os populares, não perdem uma chance de humilhar e até mesmo agredir alguns punks. E ai, já sabemos, é uma panela de pressão social que um dia vai acabar explodindo. E explode mesmo, durante uma noite. Não irei contar os desdobramentos da história para não estragar as surpresas para quem ainda não viu ao filme, mas devo antecipar que nesse caso houve um erro da justiça americana. Muitos brasileiros gostam de desnosprezar seu próprio país, dizendo entre outras coisas que a justiça brasileira não funciona e só vale para os excluídos, os pobres, os negros, etc. Pois bem, assista ao filme. Veja como a tão elogiada justiça americana também produz muitas injustiças. Seu complexo de vira-latas vai cair por terra. Enfim, muito bom filme. Eu não conhecia esse caso e devo dizer que fiquei bem impressionado com tudo o que aconteceu. Você também certamente ficará. Não deixe de conhecer o filme, ele é, como já escrevi, muito bom realmente.

Pablo Aluísio.

O Estrangeiro

Título no Brasil: O Estrangeiro
Título Original: The Foreigner
Ano de Produção: 2017
País: Inglaterra, China
Estúdio: STX Entertainment
Direção: Martin Campbell
Roteiro: David Marconi, Stephen Leather
Elenco: Jackie Chan, Pierce Brosnan, Orla Brady, Michael McElhatton, David Pearse, Rufus Jones

Sinopse:
Com roteiro baseado no romance policial "The Chinaman", o filme "O Estrangeiro" conta a história de um pai, Quan Ngoc Minh (Jackie Chan) que vê sua filha ser morta em um atentado terrorista em Londres, promovido pelo IRA. Obcecado em descobrir os nomes dos autores do crime ele vai até o gabinete do primeiro ministro da Irlanda do Norte m busca de respostas e vingança.

Comentários:
Via de regra eu não sou grande fã dos filmes do Jackie Chan, mas esse aqui me surpreendeu positivamente. Há um tom mais sóbrio, mais sério. O roteiro é bem cuidadoso em desenvolver os personagens e as situações e o filme passa longe de ser uma daquelas fitas meio bobocas do Chan. Ele luta aqui, mas de maneira mais contida. Não há acrobacias e nem exageros. E o filme tem um ótimo vilão interpretado pelo ex-James Bond Pierce Brosnan. Seu papel é importante dentro da trama. Um sujeito com passado ligado ao IRA dos velhos tempos, das bombas, dos atentados terroristas contra ingleses. Agora, já bem envelhecido, ele se diz ser apenas um político, porém é um daqueles personagens dúbios, que levam o espectador ora a crer que ele estaria por trás dos atos terroristas, ora a pensar que na verdade ele é um elo de ligação do IRA atual com a civilidade, deixando o campo dos crimes para atuar apenas no complexo tabuleiro da política da região. No quadro geral é um filme bem realizado, que mantém o interesse até o final. E resgata o IRA para as telas de cinema novamente. Desde que deixou a luta armada de lado, o grupo irlândes nunca mais havia sido foco em filmes de ação. Agora eles estão de volta... mais violentos do que nunca. Assista ao filme sem receios.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O Sorriso Etrusco

Título no Brasil: O Sorriso Etrusco
Título Original: The Etruscan Smile
Ano de Produção: 2018
País: Estados Unidos
Estúdio: Arthur Cohn Productions
Direção: Oded Binnun, Mihal Brezis
Roteiro: Michael McGowan
Elenco: Brian Cox, JJ Feild, Thora Birch, Rosanna Arquette, Treat Williams, Peter Coyote, Aero Kapow Epps

Sinopse:
Com roteiro baseado no romance "La Sonrisa Etrusca" de Jose Luis Sampedro, o filme "O Sorriso Etrusco" conta a história de Rory MacNeil (Brian Cox), um orgulhoso morador de uma aldeia na costa escocesa que precisa viajar até San Francisco para fazer um tratamento de saúde. Seu filho mora lá. O problema é que pai e filho precisam superar velhos conflitos do passado.

Comentários:
Esse filme também é conhecido no Brasil como "Antes de Partir". A questão é que já existia um filme com esse título. Uma produção com Jack Nicholson e Morgan Freeman no elenco. Assim não fazia muito sentido usar esse mesmo título nacional. Melhor seguir o título do livro original que serviu de fonte para esse filme. Pois bem, aqui temos um filme que procura explorar não apenas relacionamentos conturbados entre pais e filhos, mas também entre gerações. O choque cultural do velho morador de uma aldeia distante da Escócia, com a cidade de pedra e aço que ele encontra em San Francisco é um dos temas do roteiro. Só que isso não é mais importante do que superar os conflitos pessoais que ele teve com o filho no passado. Agora o velho precisa passar por cima disso, até de seu orgulho pessoal, pois está morrendo de câncer e está com poucos meses de vida. Desse modo aproveita o resto de tempo que lhe sobra para conhecer seu neto, um bebezinho, sua nora e até mesmo cortejar uma bela funcionária de um museu da cidade, onde existe uma antiga estátua da cultura etrusca. O filme também pode ser visto como uma homenagem ao talento do ator Brian Cox. Assim como aconteceu com Christopher Plummer, ele agora passa pelo melhor momento em sua carreira, justamente na velhice, quando vários outros atores só pensam em se aposentar. Enfim, um bom drama, que mostra acima de tudo que é bem melhor morar numa pequenina vila escocesa à beira-mar, com muita natureza, do que em metrópoles sufocantes como San Francisco. Qualidade de vida é tudo!

Pablo Aluísio.

Asterix e o Segredo da Poção Mágica

Título no Brasil: Asterix e o Segredo da Poção Mágica
Título Original: Astérix Le Secret de La Potion Magique
Ano de Produção: 2018
País: França, Bélgica
Estúdio: M6 Studio, M6 Films, Les Editions
Direção: Alexandre Astier, Louis Clichy
Roteiro: Alexandre Astier, Louis Clichy
Elenco: Christian Clavier, Guillaume Briat, Alex Lutz, Bernard Alane, Daniel Mesguich, Alexandre Astier

Sinopse:
O mago druída Panoramix decide que é chegado a hora de encontrar seu sucessor na arte da magia. Esse novo herdeiro de seus conhecimentos deverá dominar a criação da poção mágica, que ajuda seu povo a ficar livre da dominação de Roma. Só que essa busca por um jovem mago vai ser mais complicada do que ele poderia imaginar.

Comentários:
Esse divertido universo foi criado em 1959 pelos cartunistas Albert Uderzo e René Goscinny. Asterix vive em uma aldeia na Gália antiga. Seu povo está sempre tentando derrotar César e os romanos, que insistem em conquistar aquelas terras. Como se pode perceber os quadrinhos recriam com muita diversão um período histórico que realmente existiu no território que hoje em dia seria a França moderna. Foi até mesmo um toque de gênio de seus criadores pois ao mesmo tempo que diverte as crianças trazem a elas informações históricas que também ensinam. Pena que na história real os gauleses tenham sido derrotados pelos romanos. De qualquer forma essa animação não deixará a desejar para quem lê os quadrinhos de Obélix, Asterix e todos os demais personagens. Minha única crítica seria pelo fato de que dessa vez preferiram optar pela computação gráfica. Vamos ser sinceros, a animação tradicional seria muito mais adequada. Esse Asterix digital não me agradou muito não, apesar do enredo absolutamente divertido e engraçado.

Pablo Aluísio.