quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Percy Jackson e o Mar de Monstros

Título no Brasil: Percy Jackson e o Mar de Monstros
Título Original: Percy Jackson: Sea of Monsters
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox 2000 Pictures
Direção: Thor Freudenthal
Roteiro: Marc Guggenheim, Rick Riordan
Elenco: Logan Lerman, Alexandra Daddario, Brandon T. Jackson, Douglas Smith, Stanley Tucci, Jake Abel

Sinopse:
Percy Jackson (Lerman) é o filho do deus Poseidon. Ele vive com outros descendentes de deuses da mitologia grega dentro de uma região protegida por uma árvore mágica. Quando essa é atacada eles precisam ir até o mar dos monstros para recuperar um artefato mágico que vai curá-la.

Comentários:
Esse foi o primeiro filme de Percy Jackson que eu assisti. Foi o segundo da franquia cinematográfica. Vi diversas semelhanças com Harry Potter. Ambos os personagens são adaptações de livros juvenis de sucesso. São jovens em aventuras fantásticas e o universo em que vivem é repleto de seres e criaturas de pura fantasia. A única diferença maior é que Potter e sua turma são bruxinhos, enquanto Percy Jackson e seus amigos são descendentes dos grandes deuses da mitologia grega. Dito tudo isso achei até bem divertido. Obviamente não estou no grupo etário que o filme quer atingir. Essa produção foi feita para adolescentes ali na faixa de 12 a 15 anos. Penso que esses vão gostar bastante. Afinal o filme tem aventura, seres mitológicos como um touro de bronze e ciclopes, além de outros monstros. Só que a despeito de tudo isso o que mais me espantou foi o orçamento desse filme. Gastaram (e não recuperaram nas bilheterias) a bagatela de 90 milhões de dólares! Como o filme não rendeu o esperado e nem fez muito sucesso, além do fato dos atores terem ficado bem mais velhos com o tempo, provavelmente esse será mesmo o último Percy Jackson para o cinema. De qualquer forma foi até divertido de assistir.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

A Máfia Volta ao Divã

Título no Brasil: A Máfia Volta ao Divã
Título Original: Analyze That
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros., Village Roadshow Pictures
Direção: Harold Ramis
Roteiro: Kenneth Lonergan, Peter Tolan
Elenco: Robert De Niro, Billy Crystal, Lisa Kudrow, Joe Viterelli, Cathy Moriarty, Jerome Le Page

Sinopse:
Depois de passar anos fazendo análise com o Dr. Ben Sobel (Billy Crystal) em Nova Iorque, o mafioso Paul Vitti (Robert De Niro) finalmente recebe alta de seu médico. Mas quem disse que ele estaria realmente curado? O caos que vem logo a seguir surge para provar que não, absolutamente nada está curado!

Comentários:
É a tal coisa. Se formos analisar bem, chegaremos facilmente na conclusão que só havia material para um filme. E o humor já havia se esgotado no primeiro filme, lançado em 1999, chamado "Máfia no Divã". Só que o diretor Harold Ramis cometeu a falha de tentar novamente, fazer uma sequência. A graça vinha do choque de personalidades, entre um mafioso italiano ignorante e casca grossa e um psicanalista judeu de Nova Iorque. Assim o primeiro filme se salvou, muito por causa do carisma da dupla central de atores. Só que como fez sucesso, aquela comédia acabou gerando essa sequência totalmente desnecessária.. que nem deveria existir. O resultado é pra lá de morno e o pior de tudo, acabou ficando também sem graça. O personagem de Robert De Niro perdeu totalmente a linha, se transformando simplesmente em um tolo, um bobalhão! Acredito até mesmo que a comunidade ítalo-americana que vive nos Estados Unidos ficou com os cabelos em pé, tamanha a quantidade de estereótipos caricatos utilizados pelo roteiro. Parece que desenterraram todas as piadas sobre "carcamanos" da história para ser utilizado em um só filme! No final de tudo a melhor definição é aquela que compara o filme a uma pizza fria que sobrou da noite anterior. Ficou sem sabor,  sem graça. Nem como prato requentado serviria mais. Enfim, muito talento jogado fora em troca de nada.

Pablo Aluísio.

Sem Pistas

Título no Brasil: Sem Pistas
Título Original: Abandon
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Stephen Gaghan
Roteiro: Stephen Gaghan
Elenco: Katie Holmes, Benjamin Bratt, Charlie Hunnam, Zooey Deschanel, Fred Ward, Mark Feuerstein

Sinopse:
Uma investigação sobre o namorado desaparecido de uma estudante universitária, chamada Katie Burke (Katie Holmes), se torna bastante estranha quando ela começa a vê-lo periodicamente, em praticamente todos os lugares por onde passa. Seria tudo uma mera ilusão de seu mente? Filme indicado ao Sitges - Catalonian International Film Festival.

Comentários:
O tempo passa rápido mesmo. Não parece que faz muito tempo que a atriz Katie Holmes era uma adolescente fazendo sucesso nos Estados Unidos na série teen "Dawson's Creek". O programa durou de 1998 a 2003 e foi um grande sucesso de audiência. Ela interpretava a personagem Joey Potter e logo se tornou uma das mais populares da série. E como Hollywood sempre está em busca de rostos novos logo a levou para estrelar esse filme, um dos primeiros que ela fez. Aqui no Brasil passou praticamente em brancas nuvens, não sendo lançado nos cinemas, chegando diretamente no mercado de vídeo. Eu me recordo que até gostei do filme, mas sem grandes exageros. Foi um filme feito mesmo para o público da Katie Holmes, jovens como ela. Supostamente era para ser um thriller de suspense, mas tudo foi feito de forma tão inócua e inofensiva (provavelmente para não assustar os fãs adolescentes da moça) que acabou virando vinagre puro. Para um veterano cinéfilo apreciador de bons filmes desse gênero não conseguia causar mesmo nenhum efeito. Hoje a fita está completamente esquecida. Justiça temporal?

Pablo Aluísio.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

O Escândalo

Esse filme foi baseado em uma história real. Algo que aconteceu até mesmo muito recentemente, durante as eleições presidenciais americanas que elegeram Donald Trump. Tudo se passa nos bastidores do canal conservador Fox News. Depois de anos abusando sexualmente de suas jornalistas, o CEO da empresa, o poderoso Roger Ailes (John Lithgow), acaba vendo sua carreira afundar depois que a apresentadora Gretchen Carlson (Nicole Kidman) decide contar tudo. E a partir dai foi mesmo um castelo de cartas que ruiu completamente. A coragem da jornalista incentivou outras a denunciarem o assédio sexual que também sofriam. Com tantas denúncias aparecendo em toda a mídia, o dono da empresa Rupert Murdoch (Malcolm McDowell) precisou tomar medidas mais drásticas.

O filme foi até mesmo muito cotado para o Oscar, mas no final não conseguiu nenhuma premiação mais importante. O Oscar veio na categoria de melhor maquiagem. E aqui cabem algumas considerações. Certamente o trabalho foi muito bem realizado, tentando fazer com que as atrizes se parecessem ao máximo com as jornalistas da história real. Só que isso também trouxe um efeito indesejado de estranheza no espectador. Charlize Theron e Nicole Kidman ficaram bem estranhas sob o meu ponto de vista. Fico pensando que ideia ruim foi essa. Elas são conhecidas mundialmente, enquanto as jornalistas da Fox News só são conhecidas dentro dos Estados Unidos. Então toda essa mudança em suas faces foi algo feito apenas para o público americano. Para o resto do mundo, todo o trabalho só surtiu efeito em deixar as atrizes estranhas. E logo elas, que sempre foram conhecidas por suas belezas naturais.

Outro ponto complicado do filme é seu viés em prol do Partido Democrata. Como se sabe os Estados Unidos vivem uma polarização política extrema entre conservadores (Partido Republicano) e progressistas (Partido Democrata). Os realizadores desse filme não esconderam suas preferências políticas. O canal Fox News, um símbolo do jornalismo conservador americano, vira alvo certeiro. As jornalistas trabalham lá, mas como no caso da personagem de Margot Robbie e sua amiga, são lésbicas, escondem sua vida pessoal e chegam a ter posters de Hillary Clinton em seu apartamento. Olha que bobagem desse roteiro! Dá para levar a sério uma forçada de barra dessas? Quem tem poster de Hillary Clinton na sala de estar de seu apartamento? Ninguém! Não mesmo. Assim o filme tem o ponto positivo de divulgar casos de assédio sexual no mundo corporativo, porém falha em levantar a bandeira do Partido Democrata de forma tão escancarada e até mesmo infantil.

O Escândalo (Bombshell, Estados Unidos, 2019) Direção: Jay Roach / Roteiro: Charles Randolph / Elenco: Charlize Theron, Nicole Kidman, Margot Robbie, John Lithgow, Malcolm McDowell / Sinopse: Depois que a jornalista Gretchen Carlson (Nicole Kidman) denuncia um caso de assédio sexual que sofreu de Roger Ailes (John Lithgow), CEO da Fox News, duas outras colegas, Megyn Kelly (Charlize Theron) e Kayla Pospisil (Margot Robbie), decidem também contar suas histórias de abusos sofridos pelo executivo da emissora. Filme premiado pelo Oscar na categoria de Melhor Maquiagem.

Pablo Aluísio.

Terror a Bordo

Título no Brasil: Terror a Bordo
Título Original: Dead Calm
Ano de Produção: 1989
País: Austrália
Estúdio: Kennedy Miller Productions
Direção: Phillip Noyce
Roteiro: Terry Hayes, Charles Williams
Elenco: Nicole Kidman, Sam Neill, Billy Zane, Rod Mullinar, Joshua Tilden, George Shevtsov

Sinopse:
Um casal faz uma viagem de veleiro pelo oceano. Eles desejam esquecer acima de tudo um grande trauma do passado. Durante a viagem acabam socorrendo um homem encontrado à deriva. O problema é que eles não poderiam imaginar o terror que iria tomar conta de suas vidas depois disso. Filme premiado pelo Australian Film Institute.

Comentários:
Estamos acostumados com a imagem de glamour de Nicole Kidman. Ainda mais depois de tantos anos em Hollywood. Agora imagine encontrar uma Nicole Kidman bem diferente, ainda nos primeiros anos de sua carreira. Alíás o primeiro filme que assisti dela foi justamente esse aqui, ainda nos tempos do VHS. Obviamente eu nunca tinha ouvido falar daquela atriz australiana ruiva (sim, ruiva!) com longos cabelos cacheados. O filme estava sendo muito recomendado pela crítica da época e virou uma espécie de modinha nas locadoras de vídeo. Confesso que mesmo com bom roteiro o filme não me deixou muito surpreendido. Diante dos poucos recursos eles até fizeram um bom filme, mas nada demais e bem abaixo das expectativas criadas pelos críticos brasileiros. È aquele tipo de fita que você levava para casa em um grande pacote de filmes no fim de semana, mas que no final das contas não conseguia se destacar muito. E quem poderia dizer que a Nicole Kidman iria se tornar uma das maiores celebridades de Hollywood nos anos que viriam? Absolutamente ninguém, nem o mais otimista admirador daquela jovem naqueles anos. Eu, naquela época, certamente jamais poderia pensar em nada parecido com isso.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Brooklyn

O ator Edward Norton fez praticamente tudo nesse filme. Ele não apenas interpretou o protagonista, como também dirigiu, escreveu o roteiro e produziu o filme! Desnecessário dizer que foi mesmo um projeto mais do que pessoal para ele. E como tem boas relações com todos em Hollywood conseguiu reunir um ótimo elenco, contando com, entre outros, Bruce Willis, Alec Baldwin e Willem Dafoe. E tudo isso para contar uma história de detetive ao velho estilo, como se fosse uma releitura de filmes do passado como "Chinatown", que é obviamente a maior referência cinematográfica dessa produção.

O enredo gira em torno da morte do detetive particular Frank Minna (Bruce Willis). Ele estava envolvido em algo grande, mexendo com gente graúda da administração da cidade de Nova Iorque. Tentando ganhar algum dinheiro com informações confidenciais acabou caindo numa cilada. Frank tinha uma pequena agência onde também trabalhava um de seus protegidos, Lionel Essrog (Edward Norton). Quando Frank morre, Lionel decide ir atrás da verdade.

Como era de esperar o filme tem inúmeras reviravoltas e revelações. No centro de tudo parece haver um sujeito chave, o secretário de obras de Nova Iorque, Moses Randolph (Alec Baldwin). Ele é um sujeito brilhante, muito ambicioso e que tem a visão de transformar a cidade em algo nunca visto no mundo, porém para colocar seus planos em ação ele não mede esforços, passando por cima de todas as pessoas, inclusive do próprio irmão e da filha. O roteiro assim vai desenvolvendo sua trama. O filme é interessante, mas se perde quando tenta seguir os passos dos antigos clássicos do passado, inclusive do tão cultuado cinema noir. Norton falha em não criar o clima adequado. Há uma boa trilha sonora, com muito jazz, mas no final de tudo achei um filme sem o devido charme nostálgico, que aliás deveria ter sido o seu maior triunfo.

Brooklyn: Sem Pai Nem Mãe (Motherless Brooklyn, Estados Unidos, 2019) Direção: Edward Norton / Roteiro: Edward Norton, baseado no livro escrito por Jonathan Lethem / Elenco: Edward Norton, Bruce Willis, Alec Baldwin, Willem Dafoe, Gugu Mbatha-Raw / Sinopse: O detetive Frank Minna (Bruce Willis) é morto misteriosamente. Seu mais fiel amigo, o também detetive Lionel Essrog (Edward Norton), começa a também investigar o caso e acaba descobrindo que um figurão da política de Nova Iorque, o secretário de obras Moses Randolph (Alec Baldwin) pode estar envolvido. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Trilha Sonora Original (Daniel Pemberton).

Pablo Aluísio. 

Uma Loira em Minha Vida

Título no Brasil: Uma Loira em Minha Vida
Título Original: The Marrying Man
Ano de Produção: 1991
País: Estados Unidos
Estúdio: Hollywood Pictures
Direção: Jerry Rees
Roteiro: Neil Simon
Elenco: Kim Basinger, Alec Baldwin, Robert Loggia, Elisabeth Shue, Armand Assante, Paul Reiser

Sinopse:
O playboy milionário Charley Pearl (Alec Baldwin) acaba conhecendo a cantora e corista de Las Vegas Vicki Anderson (Kim Basinger). Claro, ele fica caidinho pela loira, mas há um problema e tanto a superar. Ela é uma das garotas do gângster Bugsy Siegel, famoso mafioso da época.

Comentários:
Esse filme ficou mais conhecido por causa das histórias de bastidores do que por qualquer outra coisa. E de fato o filme em si não se destaca pelas suas qualidades cinematográficas, mas sim pelas fofocas que aconteceram no set de filmagens. Na época muito se divulgou que o ator Alec Baldwin ficou perdidamente apaixonado pela atriz Kim Basinger. E desse romance não surgiu uma bela história de amor, mas sim um relacionamento explosivo, com muitas brigas e vexames, inclusive na frente de toda a equipe técnica que trabalhava no filme. Assim a imprensa marrom, sensacionalista, fez a festa. Todas as semanas surgiam notícias escandalosas sobre o casal. E o que sobrou em termos de cinema? Basicamente apenas um filme levemente divertido, mediano, em outras palavras uma comédia romântica como tantas outras que chegavam nas telas de cinema da época. Sem maiores surpresas acabou não fazendo sucesso de bilheteria. Nem a presença do sempre ótimo Neil Simon, aqui escrevendo o roteiro, ajudou a melhorar a situação. Já para o Baldwin, bem, o filme mudou a vida dele para sempre. Pena que pelos motivos errados, é bom salientar.

Pablo Aluísio.

domingo, 2 de fevereiro de 2020

As Discípulas de Charles Manson

Charles Manson morreu em 2017. Ele foi o mais infame guru psicótico da história criminal dos Estados Unidos. Aproveitando a repercussão na mídia com seu falecimento, os produtores decidiram financiar esse "Charlie Says" baseado no livro "The Family", escrito por Ed Sanders. O que levou jovens saudáveis, de classe média, a cometerem assassinatos terríveis em prol da causa de um lunático como Manson ainda hoje desperta dúvidas. Seria o seu enorme poder de manipulação? Como esse pequeno homem (tinha 1.50 de altura) conseguiu levar um grupo de homens e mulheres, alguns deles com escolaridade e boa formação, a participarem de crimes horripilantes? Como todos sabemos foi a "família" de Charles Manson quem matou a atriz Sharon Tate e várias outras pessoas em 1969, nas colinas de Hollywood. Crimes que chocaram todo um país.

Eu gostei desse filme porque ele deixa um pouco a figura de Manson de lado para focar nas jovens Leslie 'Lulu' Van Houten, Patricia 'Katie' Krenwinkel e Susan 'Sadie' Atkins. Elas eram jovens, bonitas e seguidoras de Charles Manson. As três participaram dos crimes de Sharon Tate e depois do assassinato de um casal de prósperos comerciantes, o casal La Bianca. Os crimes tiveram requintes de crueldade, com mutilações e atos de pura bárbarie. Depois Manson mandou seus jovens assassinos escreverem palavras com o sangue das vítimas nas paredes. Ele queria dar início a uma guerra racial. Cheio de LSD na cabeça, Charles acreditava que um apocalipse Helter Skelter estava para começar no mundo. Inspirado nas músicas do álbum branco dos Beatles, ele pensava que seria o novo messias para reconduzir a humanidade de volta para a harmonia depois de todas as mortes. Como se pode perceber era completamente doido o tal sujeito.

No filme ha duas linhas narrativas. Na primeira já encontramos as discípulas de Manson no presídio, no corredor da morte. Elas são ajudadas por uma assistente social que precisa trazer as garotas de volta à sanidade. A conclusão é que Manson havia feito uma lavagem cerebral em todas elas. As seguidoras de Manson então vão recordando os tempos em que andavam ao lado de Charlie. Primeiro em um rancho abandonado onde eram filmados velhos filmes de faroeste, depois na noite dos crimes quando elas foram capazes de atos criminosos inimagináveis. Assim temos a segunda linha narrativa, em flashback. E não foi fácil trazer essas mulheres de volta ao mudo real. Elas ainda passaram vários anos cultuando Manson dentro da cadeia. Só depois de muito tempo é que a ficha finalmente caiu e elas conseguiram compreender que tinham destruído suas vidas em prol das insanidades de um louco. Sadie, por exemplo, morreu na cadeia, de um câncer cerebral. As outras duas ainda amargam seus dias de velhice por trás das grades. Vidas desperdiçadas em troca de absolutamente nada! Assim deixo a indicação desse bom filme. É mais um tentando decifrar esse enigma sangrento e violento da história dos Estados Unidos.

As Discípulas de Charles Manson (Charlie Says, Estados Unidos, 2018) Direção: Mary Harron / Roteiro: Guinevere Turner, Ed Sanders / Elenco: Hannah Murray, Matt Smith, Sosie Bacon, Marianne Rendón, Merritt Wever, Chace Crawford / Sinopse: De dentro de uma prisão de segurança máxima, uma assistente social bem intencionada tenta trazer três seguidoras da "família" Manson de volta à realidade. Seguidoras de um guru lunático, elas cometeram terríveis assassinatos em seu nome e em prol de sua causa insana. Filme indicado no Venice Film Festival na categoria de Melhor Filme.

Pablo Aluísio.

Asher

Eu gosto muito do trabalho do ator Ron Perlman, E essa simpatia não vem apenas do fato dele ter sido o melhor Hellboy do cinema, mas também por seu trabalho em séries como "Sons of Anarchy". Durante anos ele foi apenas um coadjuvante de respeito em Hollywood. Aos poucos ele vem estrelando seus próprios filmes como esse "Asher" ou como alguns estão chamado "Agente Asher". Nesse filme ele interpreta um assassino profissional. Veterano, já sentindo o peso da idade chegar, ele segue cumprindo seus "contratos profissionais". É considerado um assassino eficiente. Trabalho dado é trabalho executado, sem deixar pistas para a polícia. Uma noite ele conhece uma bela mulher e acaba se interessando por ela. Pode ser um motivo para mudar de vida, só que antes ele precisa ficar vivo. Sem entender exatamente a razão o fato é que o jogo vira. Ele passa a ser alvo de seus antigos clientes. Muito provavelmente alguém quer matá-lo numa operação de queima de arquivo. Com sua cabeça a prêmio Asher então parte para eliminar seus assassinos, ao mesmo tempo em que sobe a hierarquia do crime para pegar o mandante de tudo.

Esse filme tem um bom ritmo, onde se procura valorizar mais os personagens principais (coisa bem rara em se tratando de novos filmes de ação). Também investe em um pouco de profundidade dramática. A mulher pela qual Asher mostra interesse tem uma mãe sofrendo de demência e ele procura ajudar de algum jeito. Outro ponto interessante é a volta de veteranos ao cinema. Jacqueline Bisset interpreta a mãe idosa e senil da namorada do Asher. Richard Dreyfuss é o chefão que manda seus assassinos atrás dele enquanto prepara o jantar em casa. Então é isso, um bom filme. Em um filão que parecia esgotado - a dos filmes de assassinos profissionais - esse aqui mostra que ainda dá para contar esse tipo de história e manter o interesse do espectador.

Asher / Agente Asher (Asher, Estados Unidos, 2018) Direção: Michael Caton-Jones / Roteiro: Jay Zaretsky / Elenco: Ron Perlman, Famke Janssen, Jacqueline Bisset, Richard Dreyfuss, Peter Facinelli / Sinopse: Depois de décadas trabalhando como assassino profissional, o veterano Asher (Perlman) precisa lidar com o fato de que agora ele é o alvo! Quem estaria querendo sua morte? E por que ele agora estaria sendo perseguido por uma série de assassinos como ele?

Pablo Aluísio.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Medo Profundo

Nessa altura da história do cinema é de se perguntar se ainda existe espaço para filmes de ataques de tubarões. Desde que Steven Spielberg dirigiu "Tubarão" nos anos 70 houve uma infinidade de filmes com o mesmo tema. Ainda haveria espaço para algo mais original? Praticamente não, porém ainda há alternativas, como no caso desse "Medo Profundo". Ao invés de apostar em enredos com tubarões sobrenaturais, aqui se busca apenas contar bem uma história. Investindo mais em situações plausíveis e contando com boas situações de suspense esse thriller submarino até que me agradou bastante.

O enredo é simples e eficiente. Duas americanas decidem passar o fim de semana no México. São duas irmãs e uma delas tenta superar o fim de um relacionamento. Elas então vão para a balada. Lá conhecem dois jovens mexicanos que fazem um convite. Que tal uma aventura diferente? Elas poderiam entrar numa daquelas gaiolas de proteção de ataques de tubarões brancos. Seria algo divertido. Uma experiência de vida. Além disso elas poderiam tirar algumas selfies para enviar ao ex-namorado, tudo para passar a imagem que estavam se divertindo muito e que ele no final não fazia qualquer diferença.

Claro que tudo começa errado. O barco que elas vão para o mar é velho. Os equipamentos parecem obsoletos. A gaiola é enferrujada. Os caras não possuem qualquer autorização para fazer aquele tipo de turismo aquático. Só que as meninas, jovens que são, topam enfrentar esse desafio. E a partir daí é uma desgraça atrás da outra. A gaiola afunda, depois que o cabo de aço que a sustenta se rompe. Os tubarões brancos começam a cercar as jovenas apavoradas que agora estão no fundo do oceano, a 47 metros de profundidade. Os donos do barco, ao que tudo indica, foram embora, enfim o caos se instala. O roteiro então investe nas tentativas das garotas em sobreviver e tira grandes cenas dessas situações. O final inclusive dá uma "rasteira" no espectador que espera por uma coisa e ganha outra. Uma boa reviravolta, bem bolada. Enfim, é um sopro de vida nesse nicho de filmes de tubarões. É um filme que ainda consegue ao menos manter a atenção do espectador.

Medo Profundo (47 Meters Down, Estados Unidos, 2017) Direção: Johannes Roberts / Roteiro: Johannes Roberts, Ernest Riera / Elenco: Mandy Moore, Claire Holt, Matthew Modine / Sinopse: Duas jovens americanas afundam dentro de uma gaiola de proteção de ataques de tubarões. No fundo do oceano, presas a 47 metros de profundidade, elas tentam sobreviver de todas as formas.

Pablo Aluísio.