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terça-feira, 15 de abril de 2014

Querida América - Cartas do Vietnã

Título no Brasil: Querida América - Cartas do Vietnã
Título Original: Dear America - Letters Home from Vietnam
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: HBO
Direção: Bill Couturié
Roteiro: Bill Couturié
Elenco: Tom Berenger, Willem Dafoe, Robert De Niro, Brian Dennehy, Matt Dillon, Robert Downey Jr, Michael J. Fox, Ellen Burstyn, Mark Harmon

Sinopse:
Documentário sobre a Guerra do Vietnã, com imagens reais do conflito, narrado por grandes astros de Hollywood que dão voz às inúmeras cartas enviadas pelos soldados e oficiais diretamente do front de guerra. Vencedor dos prêmios de Melhor Documentário no Sundance Film Festival, International Documentary Association, Emmy Awards e Television Critics Association Awards.

Comentários:
É em minha opinião o melhor documentário já realizado sobre a Guerra do Vietnã e esse mérito não se explica pelo simples fato de mostrar em detalhes todos os eventos desse sangrento conflito mas sim por dar destaque ao lado mais humano da guerra. Através de imagens reais e narrações em off, que nos trazem o que os americanos escreveram em suas cartas para suas famílias, vamos nos sentindo literalmente também dentro do calor do combate. Através das cartas descobrimos como se sentiram esses combatentes, inclusive de soldados que não sobreviveram ao conflito. Medo, angústia e um certo sentimento de resignação passeiam pelos registros que chegaram até nós. Há depoimentos comoventes como a de um soldado que narra o momento em que teve que reconhecer seu amigo após ele ter sido atingido por um morteiro ou de uma mãe que narra o sentimento de ter perdido seu jovem filho na guerra. A intervenção americana no Vietnã realmente mudou os padrões que existiam dentro das forças armadas daquele país. A média de idade dos que morreram era extremamente baixa, na faixa de 19 anos, e mais de 40 mil americanos foram mortos em combate, com mais de 500 mil feridos e lesionados para o resto da vida. Imagine ter que voltar aos Estados Unidos sem saber que nunca mais vai andar novamente ou ter uma vida normal. No total os americanos enviaram mais de 3 milhões de militares para aquele distante e pobre país asiático com resultados desastrosos, tanto em termos humanos como políticos.

A única coisa boa surgida de algo assim tão irracional foi de fato os efeitos que a guerra causou dentro da própria sociedade americana. A guerra do Vietnã acabou com o alistamento militar obrigatório e tornou o exército mais profissional, pois ninguém mais poderia alegar que estaria indo para uma guerra contra sua própria vontade. Outro ponto forte desse documentário é sua maravilhosa trilha sonora que conta com os grandes artistas daquela época como The Doors, Bob Dylan e Elvis Presley. No final das contas o que vemos é a tragédia do Vietnã revelada de uma forma simples e direta, a mesma que levou milhares de jovens a uma morte precoce e completamente sem sentido. Uma bela aula de história e uma bonita homenagem a todos que participaram daquela guerra desnecessária e irracional.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

U.S. Marshals - Os Federais

Título no Brasil: U.S. Marshals - Os Federais
Título Original: U.S. Marshals
Ano de Produção: 1998
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Stuart Baird
Roteiro: Roy Huggins, John Pogue
Elenco: Tommy Lee Jones, Wesley Snipes, Robert Downey Jr., Joe Pantoliano

Sinopse: 
Samuel Gerard (Tommy Lee Jones) é um agente federal que tem a missão de recapturar o assassino fugitivo Mark Roberts (Wesley Snipes) que conseguiu escapar das garras da lei após se libertar quando o avião que o transportava em direção à prisão sofreu um acidente. Ao lado do experiente Gerard surge um agente bem mais jovem e novato, John Royce (Robert Downey Jr.) que o ajudará a pegar Roberts. O que poucos sabem porém é que o procurado não é um fugitivo comum, mas sim um criminoso envolvido numa complexa rede de interesses envolvendo políticos poderosos.

Comentários:
"U.S. Marshals - Os Federais" foi vendido na época de seu lançamento como uma espécie de continuação do sucesso "O Fugitivo". Na realidade não é bem disso que se trata. O único elo de ligação vem mesmo do personagem do agente Samuel Gerard, novamente interpretado pelo ator Tommy Lee Jones. É verdade que a estrutura do roteiro de uma forma em geral procura se assemelhar bastante ao filme anterior, mas isso não coloca a fita necessariamente como uma sequência direta daquela produção com Harrison Ford. São fitas de certa forma bem independentes, que podem ser assistidas isoladamente, sem perda nenhuma da compreensão de suas tramas. O diretor Stuart Baird é um caso curioso. Uma rara transição da mesa de edição para a direção. Ele ficou conhecido por ter realizado a edição de vários filmes de ação famosos, especialmente com Bruce Willis e seu talento em dar agilidade nas cenas levou a Warner a apostar nele como diretor de fitas de ação. Depois de dirigir o bom e competente "Momento Crítico" ele foi designado para esse "U.S. Marshals" e não decepcionou. Os fãs de "Star Trek" também o conhecem bem pois ele dirigiu uma boa aventura da franquia em 2002, "Nêmesis". Assim temos aqui um policial ágil, com muita adrenalina e como não poderia deixar de ser, ótimas cenas de perseguição. Tudo mostrado em um bom ritmo, feito especialmente para o espectador não desgrudar os olhos da tela. Se você gosta desse estilo de filme certamente não pode deixar de conferir.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Trovão Tropical

Um diretor megalomaníaco coloca na cabeça que vai realizar o maior filme de guerra na história. Esqueça "Apocalypse Now", "Nascido Para Matar" ou "Platoon". Ele está certo que realizará o filme definitivo da guerra do Vietnã. Para isso leva todo o seu elenco (na verdade atores bem almofadinhas) para o meio da selva asiática, tudo com o objetivo de dar maior realismo para as cenas que recriam um dos mais sangrentos conflitos da história dos EUA. Essa é a sinopse dessa comédia que consegue fundir cenas do mais puro pastelão com interpretações que deram o que falar. Tom Cruise, por exemplo, surpreende, mostrando ter muito timing também para o humor mais escrachado. Aliás esse é um filme completamente fora do comum dentro da filmografia de Cruise. Nessa comédia que satiriza os filmes de guerra tradicionais ele interpreta um produtor de cinema careca, gordo e barrigudo! Para surpresa geral Cruise mostra um desconhecido talento de humor em cena, se despindo completamente de sua vaidade pessoal. O seu personagem é a antítese de sua imagem no cinema criada em todos esses anos. Para um papel totalmente sem pretensão Cruise acabou sendo indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante, uma surpresa e tanto!

E o que dizer de Robert Downey Jr interpretando um negro durão? Alguns setores de consciência negra nos EUA ficaram um pouco incomodados com a caricatura mas depois finalmente compreenderam que tudo não passava de uma interpretação cômica e todos os excessos faziam parte do jogo para deixar o filme ainda mais engraçado. A mistura de tantos talentos acabou dando certo do ponto de vista comercial. A fita fez boa bilheteria e a participação de Cruise, um dos grandes destaques da produção, foi considerada mais do que positiva em sua carreira. Não é nenhuma obra prima que você não possa perder mas consegue até divertir bastante, ainda mais se você for cinéfilo e conseguir pegar todas as referências com os grandes clássicos de filmes de guerra (um gênero que atualmente anda com problemas de criatividade e inovação).

Trovão Tropical (Tropic Thunder, Estados Unidos, 2008) Direção: Ben Stiller / Roteiro: Justin Theroux, Ben Stiller / Elenco: Ben Stiller, Jack Black, Robert Downey Jr, Tom Cruise / Sinopse: Diretor em busca de realismo para seu filme que pretende ser o "Maior de todos os tempos" leva um grupo de atores para a selva real do Vietnã, dando origem a muitas confusões.

Pablo Aluísio.

sábado, 10 de agosto de 2013

Abaixo de Zero

Pouca gente ainda se lembra desse interessante filme estrelado por Robert Downey Jr. Na época o nome dele não saia das páginas (policiais) dos jornais. Downey vivia entrando e saindo da prisão, indo e vindo de clínicas de reabilitação para viciados em drogas. Curiosamente no meio desse caos em sua vida pessoal ele conseguia trabalhar muito bem, enfrentando roteiros corajosos, inclusive alguns que tinham muito a ver com sua própria vida pessoal. Esqueça o  Robert Downey Jr de hoje, um ator de blockbusters que negligenciou seu talento, vivendo de atuações preguiçosas e no controle remoto. Nos anos 80 a vida pessoal de Downey era uma roleta russa e ele sabia disso. No meio de tanta turbulência a arte sempre se sobressaía. Claro que ele muitas vezes entrou em projetos furados, comédias sem qualquer expressão ou filmes descartáveis. Mesmo assim quando acertava na veia (sim, temos aqui um trocadilho infame), Robert conseguia impressionar. Além do mais ainda era bem jovem o que somava ainda mais em seu favor.

Em "Abaixo de Zero" o ator interpreta um junkie, um viciado em drogas pesadas numa Los Angeles de muito neon e pó branco! Sua interpretação de seu personagem Julian foi bastante comentada. Afinal ele desfilava talento ao se mostrar sem qualquer estrelismo, sempre em busca da próxima picada que o deixasse ligado até a próxima festa. Um cara vivendo no limite. Muitos vão dizer que interpretar um drogado era algo óbvio para Robert Downey Jr, uma vez que ele próprio era um chapado homérico! Certa vez o ator chegou a invadir uma casa pensando ser a sua própria mas era outra, de uma família vizinha, que muito assustada chamou a polícia, levando Downey em cana novamente! São fatos que recheavam as páginas dos jornais de L.A. De qualquer forma se você estiver em busca de um retrato honesto da juventude mergulhada em drogas na década de 80, nada melhor que esse "Abaixo de Zero", um filme realmente fiel ao cotidiano daqueles jovens que viviam fora da realidade.

Abaixo de Zero (Less Than Zero, Estados Unidos, 1987) Direção: Marek Kanievska / Roteiro: Harley Peyton, baseado no romance de Bret Easton Ellis / Elenco: Andrew McCarthy, Jami Gertz, Robert Downey Jr / Sinopse: Um jovem universitário volta de férias para Los Angeles para encontrar sua ex-namorada e acaba descobrindo que seu melhor amigo está viciado em drogas pesadas.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Zodíaco

O Zodíaco foi um dos mais famosos assassinos seriais da história americana. Com requintes de sadismo ele matava geralmente jovens casais que se atreviam a namorar em lugares remotos e distantes. Ao que tudo indica era um frustrado emotivo-sexual que se vingava dos pombinhos que encontrava pela frente. Outro fato que chama atenção no modo de agir do Zodíaco é que ele parecia ter uma atração doentia pela atenção da mídia, enviando cartas para jornais e para a polícia, onde usando de um texto cifrado ameaçava cometer novos crimes. Também gostava de se vangloriar de seus crimes, provocando e desafiando os investigadores a descobrirem sua verdadeira identidade. Nunca foi preso e mesmo após todos esses anos até hoje não se sabe quem foi o assassino do Zodíaco. Tudo o que diz respeito aos seus crimes segue sendo um mistério. Assim como aconteceu com Jack o Estripador, esse serial killer conseguiu escapar das garras da lei. Como é uma história em aberto (não poderia ser de outra forma) a estrutura do roteiro dessa produção não se propõe a dar uma resposta definitiva aos crimes mas sim apenas mostrar o processo de investigação dos policiais envolvidos.

Por essa razão talvez também o filme tenha desagradado a tantas pessoas. Não foram poucas as pessoas que qualificaram o filme como inconclusivo, sem final ou clímax. Burocrático também foi outro adjetivo muito usado pela crítica em relação a esse “O Zodíaco”. Eu já penso de modo bem diferente. A história real já é intrigante por si só e para quem se interesse por crimes famosos e ciência forense o roteiro traz muito conteúdo e informação. Claro que não se trata de um filme tradicional no gênero, com começo, meio e fim conclusivo. O problema é que se trata de uma obra baseada numa história real e essa não chegou ao seu final, as investigações nunca chegaram a uma solução definitiva – e por isso o filme segue essa estrutura. Não poderia ser diferente. No saldo final tudo é muito interessante, Fica assim a dica de mais esse filme sobre assassinos seriais. Por ser tão próximo dos fatos reais essa produção acabou se tornando uma das mais indicadas para quem deseja estudar a mente e os mistérios que rondam a existência desses criminosos na vida real. 

Zodíaco (Zodiac, Estados Unidos, 2007) Direção: David Fincher / Roteiro: James Vanderbilt, baseado no livro de Robert Graysmith / Elenco: Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo, Robert Downey Jr, Anthony Edwards / Sinopse: Na década de 1960 surge nos Estados Unidos um novo serial killer que se autodenomina “O Zodíaco”. Matando jovens casais de namorados, sua captura logo vira uma questão de honra para o Departamento de Polícia de San Francisco.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Homem de Ferro 3

Filmes de número 3 sempre são problemáticos. Há uma certa tradição em dizer que geralmente são os piores de várias trilogias (com raras exceções). Infelizmente “Homem de Ferro 3” vem para confirmar essa regra! Poucos pensariam que um filme tão equivocado fosse feito após o sucesso de público e crítica de “Os Vingadores”. A impressão porém é que a Marvel, completamente entupida de dólares, esqueceu de caprichar no produto, entregando praticamente qualquer coisa para os fãs de quadrinhos consumirem. “Homem de Ferro 3” erra em muitos aspectos mas o pior deles é seu roteiro que preguiçosamente tenta dar alguma agilidade a várias cenas de ação mal explicadas que passam a sensação de pura embromação (o espectador ficaria assim distraído do argumento capenga da produção). Outro problema muito visível é a atuação de Robert Downey Jr como Tony Stark. Esse ator tem que sempre estar em rédeas curtas pois caso contrário seus maneirismos e atitudes bobas dominam a cena.
   
Em “Homem de Ferro 3” ele está fora de controle. Como toda celebridade que se preze o astro interferiu em muitos aspectos do roteiro inserindo uma quantidade enorme de piadas sem graça em cada momento. Em certa altura o espectador começa a questionar se está assistindo a um filme de super-herói ou uma comédia boboca cheia de “cacos” inseridos pelo ator principal. Outro problema muito sério desse filme: nenhuma adaptação de quadrinhos funciona sem um grande vilão por trás. Esse aliás sempre foi o segredo do sucesso de todos os filmes da franquia Batman. Infelizmente o Homem de Ferro sempre foi carente nesse aspecto (até nos quadrinhos) e aqui o problema se repete. O tal de Mandarim mais parece um palhaço do que um antagonista de verdade. Fazer de sua participação uma mera escada cômica é seguramente um enorme equívoco. Em suma, “Homem de Ferro 3” é uma terceira seqüência digna de Hollywood: preguiçosa, com atuações negligentes, sem novidades e esbanjando sinais de cansaço por todos os lados. Melhor encerrar a franquia por aqui.

Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, Estados Unidos, 2013) Direção: Shane Black / Roteiro: Shane Black, Drew Pearce / Elenco: Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow, Guy Pearce, Ben Kingsley, Paul Bettany, Rebecca Hall / Sinopse: O milionário industrial Tony Stark (Robert Downey jr) tem que enfrentar um novo vilão ao mesmo tempo em que tenta lidar com inúmeros problemas pessoais e profissionais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Air America

O filme foi baseado em um livro escrito por Christopher Robbins em 1979. Era uma obra que denunciava os envolvimentos da CIA com contrabando e desvio de armas e equipamentos para o Laos durante a Guerra do Vietnã. Inicialmente o filme seria estrelado por Sean Connery e Bill Murray mas depois de várias tentativas fracassadas de contratar os atores o projeto acabou indo parar nas mãos de Mel Gibson. O ator gostou do enredo mas achou que o filme ficaria pesado demais com o roteiro originalmente escrito. Foi então que o estúdio resolveu amenizar tudo, transformando “Air America” em um filme de ação com toques de humor em todas as cenas. O que era para ser mais um filme sério sobre o envolvimento dos EUA no Vietnã acabou virando praticamente uma comédia, com Mel Gibson desfilando sua performance típica de sujeito meio maluco, sem medo de entrar nas maiores enrascadas. Ao seu lado foi escalado o jovem ator Robert Downey Jr que na época ainda sofria bastante com sua conhecida dependência química de drogas pesadas. Aliás o estúdio não queria contratar Downey Jr por causa dos riscos envolvidos mas Gibson convenceu os produtores de que ele seria uma boa opção para o filme.

Assim o que se vê em Air America é basicamente um filme com muita ação, várias cenas de aviação extremamente bem realizadas mas conteúdo muito fraco e sem consistência. A trama se passa em 1969 quando o piloto de aviação civil Billy Covington (Downey) que trabalha numa rádio de Los Angeles perde sua licença por não seguir os padrões de segurança. Desempregado ele ouve falar numa oportunidade de trabalho no distante Laos. A remuneração é muito boa mas o serviço é perigoso porque a região é vizinha ao Vietnã onde os EUA se afundam cada vez mais em um conflito sem muito sentido. Em plena zona de guerra ele acaba conhecendo Gene Ryack (Gibson), um piloto que usa seus vôos para contrabandear armas e munições na região. Mel Gibson levou sete milhões de dólares de cachê mas parece não levar nada à sério. O filme foi rodado na Tailândia, com  uso de aviões e pilotos tailandeses. No saldo final é uma aventura escapista, sem muita profundidade, que prefere investir na ação e no humor em doses fartas. Poderia certamente ser um filme melhor, tratando o tema com seriedade mas não foi esse o caminho escolhido pelos produtores. Assim “Air America” se tornou apenas mais um filme de verão indicado apenas aos fãs dos atores Mel Gibson e Robert Downey Jr. 

Air America (Air America, Estados Unidos, 1990) Direção: Roger Spottiswoode / Roteiro: John Eskow, Richard Rush baseados no livro de Christopher Robbins / Elenco:  Mel Gibson, Robert Downey Jr, Nancy Travis, David Marshall Grant, Michael Dudikoff / Sinopse: Dois pilotos se envolvem em vôos de contrabando de armas e munição no Laos durante a Guerra do Vietnã.

Pablo Aluísio

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O Solista

Nathaniel Ayers (Jamie Foxx) tinha tudo para ter um futuro brilhante. Ainda bastante jovem conseguiu ser aceito em uma das escolas de música mais prestigiadas e concorridas dos Estados Unidos, a Juilliard de Nova Iorque. Músico talentoso tinha realmente um caminho excepcional para trilhar nos anos que viriam. O problema é que em seu segundo ano estudando na Juilliard ele acabou desenvolvendo uma das mais devastadoras doenças mentais, a esquizofrenia. Sem condições psiquiátricas para seguir em frente teve que abandonar praticamente tudo. Sem meio de vida ou apoio de quem quer que seja, acabou nas ruas de Los Angeles, virando mais um dos milhares de sem teto que vagam pelas grandes metrópoles dos Estados Unidos. Certamente uma história bem triste e melancólica que acabou sendo descoberta meio que ao acaso pelo jornalista Steve Lopez do jornal Los Angeles Times. Sua reportagem sobre Nathaniel tocou fundo no público americano que se impressionou com a descida aos infernos do músico que vagava pelas ruas da grande cidade. Foi justamente em cima dessa série de matérias que o roteiro de “O Solista” foi escrito. Para interpretar o pobre músico esquizofrênico o estúdio escalou Jamie Foxx, que tão bem já havia interpretado outro grande músico, Ray Charles, em “Ray”. Para o papel do jornalista do Times surge Robert Downey Jr, dando um tempo em seus personagens de blockbusters como “Homem de Ferro” e “Sherlock Holmes”.

Como se vê tudo parece se encaixar em “O Solista” – trama edificante, assunto importante e temática mais do que humana. Infelizmente o filme não consegue decolar. Não há dúvidas que o cineasta  Joe Wright é talentoso. O problema é que particularmente nessa produção ele surge com a mão pesada demais. O filme não tem sutileza e nem ameniza o tema para o público em geral. O excesso de crueza e melancolia acaba tornando a obra cinematográfica um exercício muito enfadonho e complicado de acompanhar. A música que poderia ser a salvação da película surge muito tímida e em segundo plano. Além disso o excesso de exploração em torno da doença mental do protagonista deixa aquela sensação ruim de que estão forçando a barra para sensibilizar os membros da Academia para quem sabe depois concorrer a algum Oscar. Não é por aí. Temas difíceis como esse exigem uma certa sensibilidade e sutileza que certamente faltam em “O Solista”. Foxx até está bem mas não empolga e nem consegue transformar seu personagem em alguém carismático que cative o espectador. Robert Downey Jr também não ajuda muito, repetindo à exaustão todos os seus maneirismos que já conhecemos tão bem. No saldo final “O Solista” promete mais do que cumpre. A sensação de desapontamento no final da sessão resume bem o resultado final do filme.

O Solista (The Soloist, Estados Unidos, 2008) Direção: Joe Wright / Roteiro: Susannah Grant / Elenco: Jamie Foxx, Robert Downey Jr., Catherine Keener, Rachael Harris / Sinopse: Após estudar por dois anos na prestigiada escola de música Juilliard em Nova Iorque um músico negro começa a desenvolver sintomas de esquizofrenia. Diagnosticada e abandonado à própria sorte ele tenta sobreviver da melhor forma possível pelas ruas de Los Angeles até sua história ser resgatada por um famoso jornalista de um dos grandes jornais dos EUA, o Los Angeles Times.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Homem de Ferro

Primeira aventura do Homem de Ferro nos cinemas. Esse personagem da Marvel sempre foi muito querido pelos fãs dos quadrinhos mas nunca havia tido um tratamento tão vip como agora. Embora tenha seus fãs mais leais o fato é que o Homem de Ferro vinha em crise de popularidade, tendo inclusive seus títulos próprios cancelados no Brasil. O filme porém mudou tudo, agora ele é sempre um dos mais lembrados heróis do universo Marvel, virando inclusive uma força no mercado de licenciamentos com muitos brinquedos, jogos, camisas e demais bugigangas à venda. De fato o personagem é bem interessante, não apenas por ser uma nova versão dos antigos robôs dos filmes de ficção da década de 50 mas por ter também um alter ego muito singular, o bilionário Tony Stark (Robert Downey Jr.). Um fato curioso que poucos parecem se dar conta é que Stark é na realidade uma versão no mundo da ficção de Howard Hughes, um excêntrico magnata que viveu nos EUA (e que foi retratado pelo cinema no filme "O Aviador" com Leonardo Di Caprio fazendo o papel). Hughes assim como Stark era louco por tecnologia e aplicava muito tempo e dinheiro com invenções - algumas bem malucas - e aventuras. Morreu completamente louco e isolado em um quarto de hotel em Las Vegas, cercado de lixo e fezes por todos os lados. Apesar de seu final inglório Hughes está em Stark em praticamente todos os aspectos, seu visual (com o famoso bigodinho), seus maneirismos, seus projetos mirabolantes, etc. 

Esse Homem de Ferro, o filme, faz parte de um longo processo que vem há tempos se perpetuando no mundo do cinema americano. Descobriu-se, desde Batman de Tim Burton, que havia uma enorme legião de fãs de quadrinhos ávidos por consumir filmes de seus super-heróis preferidos. Vendo a mina de ouro os estúdios correram atrãs dos direitos autorais o que não foi fácil pois a Marvel sempre foi muito mal gerenciada, vendendo os seus direitos sem muito critério. A batalha pelos direitos do Homem Aranha, por exemplo, durou anos! Como o Homem de Ferro sempre foi considerado um personagem de segundo escalão a compra dos direitos de uso foi bem mais fácil. O filme é muito eficiente, bem realizado e competente. Nada de muito brilhante surge em cena mas em nenhum momento a produção decepciona. Robert Downey Jr, depois de anos de abuso de drogas e vexames públicos conseguiu finalmente que um grande estúdio apostasse as fichas nele, o escalando para o personagem principal. Direção de arte, efeitos digitais, tudo parece se enquadrar muito bem no final das contas. O velho Hughes certamente ficaria orgulhoso. 

Homem de Ferro (Iron Man, Estados Unidos, 2008) Direção: Jon Favreau / Roteiro:: Arthur Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus, Hawk Ostby baseados no famoso personagem da Marvel criado por Stan Lee  / Elenci: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges, Samuel L. Jackson, Leslie Bibb, Stan Lee, Shaun Toub, Bill Smitrovich, Faran Tahir. / Sinopse: Tony Stark (Robert Downey Jr) é  um excêntrico bilionário e industrial que resolve criar uma inédita arma de guerra, uma armadura letal que também lhe serve como salva vidas uma vez que ele depende do equipamento para sobreviver.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Os Vingadores

É o sonho realizado de todo fã das histórias em quadrinhos da Marvel. Unir todos os seus principais personagens em apenas um filme. Até porque se deu certo no próprio universo dos gibis não seria diferente em sua adaptação para as telas. De fato o filme é muito bem realizado, divertido, com roteiro esperto que não tenta ser o que não é, além de manter bem nítido e vivo o espírito da obra original. Não é pretensioso, não é metido a ser intelectual e nem tenta reinventar a roda. “Os Vingadores” é assim um bom comic filmado. Quando o projeto foi anunciado a primeira coisa que pensei foi que seria muito complicado dar conta de tantos personagens em um só filme de forma que não ficasse cada um deles vazio e disperso. O filme tenta contornar isso mantendo um ritmo ágil, tentando mostrar um pouquinho de cada um deles, criando cenas em que suas personalidades apareçam no filme. Alguns com mais destaque e outros com menos. Para enfrentar tantos super-heróis de uma vez só o argumento obviamente pedia um super-vilão, ou uma reunião de todos eles. O caminho encontrado foi destacar o velho e bom Loki (Tom Hiddleston) do universo de Thor (Chris Hemsworth) que se une a uma raça alienígena para dominar o planeta Terra. Embora essa coisa de “dominar o mundo” seja meio démodé até que funciona bem aqui. O importante ao espectador é aproveitar a pipoca enquanto vai se divertindo com os acontecimentos na tela, tudo sem muita pretensão pois se formos pensar muito a diversão acaba sendo estragada.

Na luta para ganhar espaço entre tantos personagens queria destacar apenas um detalhe que achei importante. O roteiro abriu espaço demais para dois personagens que em si são secundários demais dentro desse universo da Marvel. Em minha opinião foi dado tempo demais para a Viúva Negra (Scarlett Johansson) e o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner). Como esses dois atores tem maior status em Hollywood do que alguns dos que interpretaram os demais heróis o roteiro se preocupou demais em criar uma base para ambos. Suas cenas são chatas e demasiadamente longas. Certamente o mais prejudicado de todos eles foi o Capitão América (Chris Evans), que surge sem maior importância no meio de tudo o que vemos na tela. Talvez se o Chris Evans tivesse um agente melhor do que a Scarlett as coisas teriam sido melhores para o filme em geral. Enfim é isso. “Os Vingadores” é um produto puramente pop, feito para fãs dos gibis que já ganharam há muito tempo seu próprio espaço na cultura ocidental. É uma produção que só pode ser encarada como diversão descompromissada mesmo. Aliás esse aspecto despretensioso é a melhor coisa do filme. Seu sucesso de bilheteria estrondoso já garante futuras aventuras com o grupo – isso inclusive está bem claro no final aberto da produção. Agora só nos resta esperar por mais aventuras desses personagens tão carismáticos e tão caros para a nossa cultura pop.

Os Vingadores (The Avengers, Estados Unidos, 2012) Direção: Joss Whedon / Roteiro: Joss Whedon / Elenco: Robert Downey Jr, Chris Evans, Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson, Jeremy Renner, Stellan Skarsgård, Cobie Smulders, Gwyneth Paltrow, Tom Hiddleston / Sinopse: Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johanson) e Nick Fury (Samuel L. Jackson) se unem para salvar a Terra de uma invasão de um poderoso exército alienígena comandado pelo vilão Loki  (Tom Hiddleston).

Pablo Aluísio.

sábado, 15 de setembro de 2012

Por Uma Noite Apenas

Max Carlyle (Wesley Snipes) é um bem sucedido profissional que consegue conciliar o sucesso na carreira com uma bem estruturada família. Ao visitar um amigo de longa data que sofre de Aids, Charlie (Robert Downey Jr.), ele por acaso acaba conhecendo a sensual Karen (Nastassja Kinski). Após uma breve aproximação materializada numa aventura de apenas uma noite, ambos acabam se reencontrando tempos depois com consequências para todos. Detalhe: ela também era casada! "Por Uma Noite Apenas" é uma tentativa de mudança de ares na carreira de Wesley Snipes. Aqui ele tenta emplacar como galã, embora o resultado tenha sido bem abaixo das expectativas. Ao seu lado ressurge em cena a bela Nastassja Kinski que tanto sucesso fez na década de 80 mas que andava realmente sumida das telas e dos palcos. Em termos de elenco o curioso mesmo é ver Robert Downey Jr em papel coadjuvante servindo de escada para os demais atores que interpretam os personagens centrais. Downey Jr estava passando por problemas profissionais decorrentes do uso abusivo de drogas e tinha que aceitar o que lhe aparecia pela frente. Aqui ele está correto mas contido.

"Por Um Noite Apenas" foi dirigido e roteirizado pelo cineasta Mike Figgis. Seu texto é uma vitrine das complicadas relações amorosas do mundo atual onde traições ocorrem a todo momento por variados motivos. No caso o personagem de Wesley Snipes representa o homem bem sucedido tanto do ponto de vista profissional quanto familiar, que não precisava em hipótese algum trair sua esposa mas o faz sem motivo aparente. A traição pela simples traição. Obviamente que o roteiro coloca algumas armadilhas moralistas no meio do caminho dos personagens infiéis. Mas mesmo esse viés conservador não atrapalha a produção em si, que é muito chic, sofisticada. Vale a pena ser conhecido e assistido por pelo menos uma vez. Um filme diferente que levanta bons temas sobre os motivos da traição masculina no dias que se seguem.

Por Uma Noite Apenas (One Night Stand, Estados Unidos, 1997) Direção: Mike Figgis / Roteiro: Mike Figgis / Elenco: Wesley Snipes, Nastassja Kinski, Robert Downey Jr.,Ming-Na, Kyle MacLachlan / Sinopse: Um homem e uma mulher casados resolvem trair seus conjuges numa noite trazendo várias consequências para suas vidas pessoais.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sherlock Holmes

Sherlock Holmes (Robert Downey Jr) e seu amigo John Watson (Jude Law) decidem entrar na luta contra o crime na Inglaterra durante a era vitoriana. Esse é o primeiro filme da nova franquia sobre Sherlock Holmes no cinema. O interessante é que recentemente assisti dois filmes sobre Sherlock Holmes em um curto espaço de tempo. Primeiro vi esse blockbuster e depois assisti "A Vida Intima de Sherlock Holmes" dirigido por Billy Wilder. A diferença é grande entre as produções. O Sherlock de Guy Ritchie, como todo blockbuster que se preze, valorizou muito mais a ação do que a inteligência e esse é seu grande erro. Convenhamos que Sherlock Holmes é um personagem de intelecto. Ele não resolve seus casos dando murros nos outros, o verdadeiro Sherlock resolve os mistérios usando da inteligência e dedução. O problema é vender um filme assim para os adolescentes que vão aos cinemas hoje em dia. Simplesmente não dá. Hoje impera a linguagem do videogame entre os mais jovens onde tudo é muito rápido e movimentado. Tramas elaboradas demais também podem confundir o público acostumado a filmes fast food.

Desse modo pouca coisa sobrou do verdadeiro Sherlock Holmes. Provavelmente apenas o nome do personagem, aqui utilizado como chamariz comercial. O charme, a elegância e a inteligência foram deixados de lado. Se você não exigir muito na fidelidade com o Sherlock original a produção pode até se tornar um entretenimento ligeiro. Sherlock é visualmente bem realizado e algumas pequenas passagens até que nos lembram, mesmo que vagamente, ser esse um filme do personagem de Conan Doyle. Agora, se formos comparar com o personagem da literatura, aí realmente o filme se torna bem sofrível. Acertou quem disse que no fundo apenas usaram a popularidade do nome Sherlock Holmes. Queriam criar uma nova franquia e usaram o nome do morador mais famoso de Baker Street para fins puramente comerciais. Os fãs dos livros certamente ficarão decepcionados, já os adolescente que vão ao cinema podem, quem sabe, se interessar pelo personagem, indo atrás para conhecer o verdadeiro Sherlock Holmes, aquele que está nas páginas escritas por Arthur Conan Doyle. Se isso acontecer então já valeu a existência dessa produção.

Sherlock Holmes (Sherlock Holmes, Estados Unidos, 2009) Direção: Guy Ritchie / Roteiro: Anthony Peckham, Michael Robert Johnson, Simon Kinberg, Lionel Wigram baseados na obra de Arthur Conan Doyle / Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong, Kelly Reilly, Eddie Marsann, James Fox, Hans Matheson / Sinopse: Sherlock Holmes (Robert Downey Jr) e seu amigo John Watson (Jude Law) decidem entrar na luta contra o crime na Inglaterra durante a era vitoriana.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Um Parto de Viagem

A comédia americana anda numa fase bem ruinzinha. Um exemplo é esse "Um Parto de Viagem", que basicamente é uma comédia sem graça! Isso mesmo. O roteiro tenta (e muito) injetar boas doses de humor nas cenas mas tudo o que consegue é arrancar raros sorrisos amarelos do público. O problema é que na falta de inteligência e sutileza os roteiristas partiram logo para a apelação de cenas vulgares e grotescas (como a da masturbação) ou de violência física (que surgem em profusão ao longo do filme). O pior é que nem com todo arsenal o filme consegue ter a menor graça - e quando uma comédia não tem graça tudo o que sobra é a vergonha alheia e o constrangimento.

Na minha opinião o grande problema do filme é o ator Robert Downey Jr e seu personagem. Basicamente o Robert está lá como escada de Zach Galifianakis, mas seu personagem é tão antipático, grosseiro e chato que leva o humor do filme para o ralo. O Zach é bom ator, bom comediante, mas o problema é que pelo menos aqui não teve material decente para trabalhar. E fica muito complicado tirar humor contracenando com o Downey Jr. Enfim, não tenho outro termo para "Um Parto de Viagem" a não ser o de road movie de humor sem graça. Se você quiser se divertir e rir muito sugiro outro filme, porque com esse aqui não vai dar pé.

Um Parto de Viagem (Due Date, Estados Unidos, 2010) Direção: Todd Phillips / Roteiro: Alan R. Cohen, Alan Freedland, Adam Sztykiel, Todd Phillips / Elenco: Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Juliette Lewis, Jamie Foxx, Alan Arkin, Matt Walsh, RZA, James Martin Kelly, Mimi Kennedy, Rhoda Griffis. / Sinopse: Peter Highman (Robert Downey Jr.) acaba tendo que viajar ao lado do espalhafatoso e estranho Ethan Tremblay (Zach Galifianakis), o que irá gerar muitas confusões durante a viagem.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

De Volta às Aulas

Título no Brasil: De Volta às Aulas
Título Original: Back to School
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Alan Metter
Roteiro: Rodney Dangerfield, Greg Fields
Elenco: Rodney Dangerfield, Robert Downey Jr, Sally Kellerman, Burt Young, Ned Beatty, M. Emmet Walsh

Sinopse:
Para ajudar seu filho desanimado e tímido a terminar a faculdade, um empresário rico, amável e nada comum, chamado Thornton Melon (Rodney Dangerfield) decide ele mesmo entrar na universidade como aluno. E dentro do ambiente universitário não deixa pedra sobre pedra, aproveitando ao máximo o que aquela nova vida tem a lhe oferecer. 

Comentários:
Como eu escrevi na resenha do filme "O Clube dos Pilantras" o comediante Rodney Dangerfield só teve sua grande chance para brilhar no cinema justamente com essa comédia que iria se tornar um dos clássicos da Sessão da Tarde, na Rede Globo. O filme é bacaninha, mostrando um senhor que já tem uma idade fora dos padrões escolares, decidindo ir para a Universidade, onde todos descobrem que ele tem o espírito juvenil mais acentuado do que muitos dos alunos que passam a conviver com ele. É um filme divertido, diria até mesmo cativante, que se apoiou totalmente na veia cômica e no talento de Rodney Dangerfield. Com seus olhos esbugalhados, fez muita gente dar risada e se divertir. Pena que ele morreria em 2004, sem ter uma outra chance de brilhar no mundo do cinema.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras

Sherlock Holmes (Robert Downey Jr) investiga uma série de atentados a bomba ocorridos em Londres e Paris. Suas investigações acabam levando ao eminente e conceituado Professor James Moriarty (Jared Harris) que ao que tudo indica tem vários interesses comerciais envolvidos nos atos de terrorismo. O novo filme da franquia Sherlock Holmes segue várias premissas do primeiro. Infelizmente esse novo rumo que o personagem Sherlock Holmes tomou no cinema não me agrada. Os livros e filmes baseados em Holmes sempre foram fundados em cima de mistérios, investigações e deduções lógicas. As tramas inteligentes sempre foram seu forte mas nessa nova franquia isso é deixado de lado para dar mais espaço para a ação, correria e pirotecnia. Para falar a verdade Sherlock virou uma espécie de James Bond do século 18, sem consistência e sem a fina inteligência que sempre o caracterizou em livros e filmes. Uma pena. A nova proposta nunca me agradou, nunca me convenceu. Holmes virou um produto pop chiclete para ser consumido em cinemas de Shopping Center. Dito isso, aqui nesse segundo filme pelo menos melhoraram um pouco. Atribuo isso ao uso de várias passagens de livros diversos de Sherlock que os roteiristas pincelaram aqui e acolá. A salada literária até que funciona em alguns momentos (como o jogo de xadrez entre Sherlock e Moriarty) mas deixa novamente a desejar no saldo final.

Outro problema chama a atenção nesse novo filme. Robert Downey Jr continua sem encontrar o tom certo do papel. O sofisticado e elegante Sherlock vira um sujeitinho neurótico, nervoso, com tiques psicóticos na pele de Downey. Aliás tudo isso é característico do ator Robert Downey Jr e não do personagem Holmes. No fundo ele interpreta a si mesmo. Acho sua caracterização bem pobre nesse aspecto. Nesse ponto Jude Law se sai melhor na pele do Dr Watson. Também gostei de Jared Harris como Professor Moriarty. Todo grande personagem tem que ter um vilão à altura. Harris supre muito bem esse vácuo que era muito sentido no primeiro filme. Já o diretor Guy Ritchie continua com seus maneirismos habituais. A edição do filme é esquizofrênica, ágil, tudo de acordo com o pensamento dos executivos da indústria do cinema americano que hoje pensam sinceramente que todo espectador sofre de déficit de atenção e por isso usam uma explosão a cada cinco minutos de filme. Enfim, ainda não foi nessa produção que acertaram o tom do famoso personagem mas há sensíveis melhorias. Não é o ideal mas já melhoraram um pouco. Espero que melhore ainda mais daqui em diante pois sou fã confesso do detetive famoso. Dias melhores virão.

Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows, Inglaterra, Estados Unidos, 2012) Direção: Guy Ritchie / Roteiro : Kieran Mulroney & Michele Mulroney baseado na obra de Sir Arthur Conan Doyle / Elenco: Robert Downey, Jr, Jude Law, Jared Harris, Rachel McAdams, Stephen Fry / Sinopse: Sherlock Holmes (Robert Downey Jr) investiga uma série de atentados a bomba ocorridos em Londres e Paris. Suas investigações acabam levando ao eminente e conceituado Professor James Moriarty (Jared Harris) que ao que tudo indica tem vários interesses comerciais envolvidos nos atos de terrorismo.

Pablo Aluísio. 

sábado, 21 de janeiro de 2012

Homem de Ferro 2

Depois de vários dias hoje finalmente consegui assistir Homem de Ferro 2. Não tive nenhuma surpresa. O filme é praticamente igual ao primeiro com apenas algumas inovações, algumas bem desperdiçadas. O mais gritante foi a falta de aproveitamento de Mickey Rourke no filme. Veja, geralmente em filmes baseados em quadrinhos os vilões acabam roubando o show. Foi assim em Batman e por isso eu esperava que algo parecido acontecesse aqui. Me enganei. Mesmo tendo no elenco um ator de primeira fazendo o vilão nada ou muito pouco foi aproveitado. Mickey tem poucas cenas onde teria oportunidade real de mostrar seu talento. Infelizmente nem mesmo seu confronto com Robert Downey Jr na cena da cela é aproveitada. Enfim, um tremendo desperdício. Se as cenas são tão escassas e vazias não precisava chamar um ator do quilate de Mickey Rourke, qualquer ator comum daria conta do recado. Além disso não gostei de Robert Downey Jr. Esse ator anda extremamente repetitivo em suas atuações, cheio de maneirismos pessoais o que não acrescenta em nada ao filme. Talvez tenha sido os anos de abuso em drogas mas o fato é que Robert não consegue sair do tipo estressadinho, nervosinho, prestes a dar um chilique. Ele já foi bom ator no passado mas depois que saiu a fazer um blockbuster atrás do outro virou um intérprete vazio, repetitivo e o que é pior, muitas vezes ignorando completamente o personagem que está interpretando. No fundo ele só faz um papel sempre, o dele mesmo em cena. Não importa se é o Homem de Ferro ou o Sherlock Holmes, Robert Downey Jr sempre surge como Robert Downey Jr em qualquer filme que faça.

Achei que o filme também não cumpriu as expectativas no quesito Efeitos Especiais. Todas as principais cenas com o Homem de Ferro são mostradas à noite onde pouca ou quase nada se vê (geralmente só se consegue visualizar pontos de luz indo de lá pra cá). Os robôs vilões também são outra decepção. Seu visual é completamente ultrapassado e retrô, nada originais. Em relação ao restante do elenco não há muito o que dizer: Gwyneth Paltrow está patética, dando gritinhos nervosos a todo momento, se tornando aborrecida e irritante e Scarlett Johansson entra muda e sai calada (sua dublê até que luta direitinho). Enfim, o diretor Jon Favreau realizou um filme burocrático, quase uma cópia fiel do primeiro (com efeitos especiais inferiores) De maneira geral achei um filme bem clichê, sem nenhum traço de personalidade.

Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, Estados Unidos, 2010) Direção de Jon Favreau / Roteiro: Justin Theroux baseado nos personagens criados por Stan Lee / Elenco: Robert Downey Jr, Mickey Rourke, Gwyneth Paltrow / Sinopse: Ivan Vanko (Mickey Rourke) constrói equipamento de última geração para enfrentar o Homem de Ferro (Robert Downey Jr). Seu objetivo é se vingar de uma situação ocorrida com ele no passado.

Pablo Aluísio.