Sherlock Holmes (Robert Downey Jr) investiga uma série de atentados a bomba ocorridos em Londres e Paris. Suas investigações acabam levando ao eminente e conceituado Professor James Moriarty (Jared Harris) que ao que tudo indica tem vários interesses comerciais envolvidos nos atos de terrorismo. O novo filme da franquia Sherlock Holmes segue várias premissas do primeiro. Infelizmente esse novo rumo que o personagem Sherlock Holmes tomou no cinema não me agrada. Os livros e filmes baseados em Holmes sempre foram fundados em cima de mistérios, investigações e deduções lógicas. As tramas inteligentes sempre foram seu forte mas nessa nova franquia isso é deixado de lado para dar mais espaço para a ação, correria e pirotecnia. Para falar a verdade Sherlock virou uma espécie de James Bond do século 18, sem consistência e sem a fina inteligência que sempre o caracterizou em livros e filmes. Uma pena. A nova proposta nunca me agradou, nunca me convenceu. Holmes virou um produto pop chiclete para ser consumido em cinemas de Shopping Center. Dito isso, aqui nesse segundo filme pelo menos melhoraram um pouco. Atribuo isso ao uso de várias passagens de livros diversos de Sherlock que os roteiristas pincelaram aqui e acolá. A salada literária até que funciona em alguns momentos (como o jogo de xadrez entre Sherlock e Moriarty) mas deixa novamente a desejar no saldo final.
Outro problema chama a atenção nesse novo filme. Robert Downey Jr continua sem encontrar o tom certo do papel. O sofisticado e elegante Sherlock vira um sujeitinho neurótico, nervoso, com tiques psicóticos na pele de Downey. Aliás tudo isso é característico do ator Robert Downey Jr e não do personagem Holmes. No fundo ele interpreta a si mesmo. Acho sua caracterização bem pobre nesse aspecto. Nesse ponto Jude Law se sai melhor na pele do Dr Watson. Também gostei de Jared Harris como Professor Moriarty. Todo grande personagem tem que ter um vilão à altura. Harris supre muito bem esse vácuo que era muito sentido no primeiro filme. Já o diretor Guy Ritchie continua com seus maneirismos habituais. A edição do filme é esquizofrênica, ágil, tudo de acordo com o pensamento dos executivos da indústria do cinema americano que hoje pensam sinceramente que todo espectador sofre de déficit de atenção e por isso usam uma explosão a cada cinco minutos de filme. Enfim, ainda não foi nessa produção que acertaram o tom do famoso personagem mas há sensíveis melhorias. Não é o ideal mas já melhoraram um pouco. Espero que melhore ainda mais daqui em diante pois sou fã confesso do detetive famoso. Dias melhores virão.
Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game of Shadows, Inglaterra, Estados Unidos, 2012) Direção: Guy Ritchie / Roteiro : Kieran Mulroney & Michele Mulroney baseado na obra de Sir Arthur Conan Doyle / Elenco: Robert Downey, Jr, Jude Law, Jared Harris, Rachel McAdams, Stephen Fry / Sinopse: Sherlock Holmes (Robert Downey Jr) investiga uma série de atentados a bomba ocorridos em Londres e Paris. Suas investigações acabam levando ao eminente e conceituado Professor James Moriarty (Jared Harris) que ao que tudo indica tem vários interesses comerciais envolvidos nos atos de terrorismo.
Pablo Aluísio.
Pablo:
ResponderExcluirAssista a serie Sherlock, da BBC, que você se sentirá satisfeito em ver tudo que faltou ao filme do cinema; principalmente o ator que faz o Holmes.
Segue link: http://silentmyworld.blogspot.com.br/2012/01/serie-sherlock-holmes-bbc-1-temporada.html
Conheço a série Serge. Realmente é muito bem escrita, bem focada no aspecto intelectual de Holmes (como eu perticularmente aprecio). Só tenho uma observação negativa sobre essa série de Sherlock na BBC - não me agradou a transposição das tramas para os dias atuais. Sou bem tradicionalista nesse ponto. Gosto de ver Holmes em seu próprio período histórico, tal como está nos livros.
ResponderExcluirAbraços,
Pablo Aluísio.
Pablo:
ResponderExcluirVocê acredita que eu gosto justamente da atualização que há na serie Sherlock pela oportunidade que da ao personagem em poder se servir das novas tecnologias tais como o celular, por exemplo?
Eu sempre imaginei como seria o Arsene Lupin,do Maurice Leblanc, em 2012.
Pois é Serge, é uma questão de gosto pessoal. Eu, por exemplo, gosto dos figurinos antigos, dos acessórios (do cachimbo caracteristico de Sherlock Holmes), do clima vitoriano. Acho muito charmoso esse aspecto do personagem. Na atualização isso de certa forma se perde.
ResponderExcluirPablo Aluísio.
Avaliação:
ResponderExcluirDireção: ★★★
Elenco: ★★★
Produção: ★★★
Roteiro: ★★★
Cotação Geral: ★★★
Nota Geral: 7.2
Cotações:
★★★★★ Excelente
★★★★ Muito Bom
★★★ Bom
★★ Regular
★ Ruim