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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Feras Humanas

Título no Brasil: Feras Humanas
Título Original: The Bounty Hunter
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: André De Toth
Roteiro: Winston Miller
Elenco: Randolph Scott, Dolores Dorn, Ernest Borgnine, Marie Windsor, Howard Petrie, Harry Antrim,

Sinopse:
Após um violento roubo de trem, um agente detetive da famosa agência Pinkerton começa a caçar três criminosos que participaram do famoso assalto. O problema é que a identidade deles ainda é um mistério. Com a ajuda de um caçador de recompensas, o trio é localizado em uma cidade remota. O mais complicado porém é juntar provas suficientes para incriminar a todos, além disso não será uma tarefa fácil colocar os facínoras atrás das grades pois eles certamente não vão se entregar por livre e espontânea vontade.

Comentários:
Se você é fã de filmes de western, muito dificilmente se decepcionará com qualquer filme realizado por Randolph Scott em sua carreira cinematográfica. O ator mantinha um padrão de qualidade regular em seus filmes e isso sempre foi garantia de boa diversão, aliada a um charme nostálgico irresistível nos dias de hoje. Esse "The Bounty Hunter" foi rodado pelo ator na Warner, contando com um elenco de apoio muito interessante, a começar pela mocinha relutante Marie Windsor. O roteiro é dos melhores e joga com reviravoltas e situações de suspense e tensão. O diretor André De Toth era amigo pessoal de Scott, tanto que o ator o contrataria depois para dirigir mais algumas de suas produções futuras. O resultado desse trabalho entre amigos é dos melhores. Além das inevitáveis cenas de heroísmo e duelos, ainda temos de antemão a presença de personagens femininas fortes e relevantes dentro da trama, algo que para a década de 1950 era até bem incomum. Assim pode assistir sem qualquer medo de não gostar, uma vez que "Feras Humanas" é um filme classe A do eterno cowboy Randolph Scott. Garantia de diversão para os fãs de velhos faroestes.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Museu de Cera

"Museu de Cera" é um clássico do terror. Na trama temos Henry Jarrod (Vincent Price), um artesão talentoso, que transforma bonecos de cera em retratos quase perfeitos de personagens históricos. Maria Antonieta, Joana d'Arc e Abraham Lincoln são algumas da figuras históricas que ele esculpiu em cera para serem exibidas em seu próprio museu. Seu sócio porém tem outros planos. Ele está de olho no dinheiro do seguro. Por essa razão resolve promover um grande incêndio, algo que deixa Jarrod severamente ferido e deformado pelas chamas. Agora, recuperado, ele parte para sua vingança pessoal contra todos que fizeram esse atentado contra sua arte e sua vida. Esse filme é um dos clássicos de terror mais lembrados da carreira de Vincent Price. O enredo gira em torno desse artista muito diferente, um mestre em criar figuras de cera com extrema fidelidade, a tal ponto de levar a todos a pensarem se estão mesmo na presença de uma peça de cera ou de um ser humano real. Após entrar em atrito com seu desonesto sócio, um sujeito que só pensa em queimar todo o museu de cera para receber o seguro, Henry Jarrod (Vincent Price) vê suas pretensões de ser um grande artista queimarem em um inferno em chamas. Deformado pelo fogo e transformado em um ser de aparência repugnante (o que contrasta enormemente com a beleza de sua arte) ele ainda não se sente pronto a abandonar suas ambições artísticas.

Após se vingar daqueles que o destruíram ele resolve voltar. Como é um artesão em recriar rostos e formas humanas cria uma máscara para esconder as deformidades de sua própria face, arranja um novo sócio e abre um novo museu de cera, só que essa vez bem diferente, com uma seção especializada em horrores que refaz todas as cenas dos maiores crimes da história. O que é desconhecido do público é que Henry Jarrod perdeu sua capacidade de criar figuras em cera após ter suas mãos queimadas no incêndio. Assim ele decide usar outra técnica para produzir suas novas "obras de arte" - isso mesmo, corpos humanos de verdade! Essa produção foi alvo de um remake há poucos anos, mas aquele roteiro tinha pouco a ver com essa produção original. Aqui o foco é todo voltado para as ambições de um artista que só pretendia refazer o belo em cera, mas que pelas circunstâncias de sua vida trágica teve que abraçar o grotesco e o horror!

Vincent Price usa uma bem feita máscara, que dá ao seu personagem uma face monstruosa. O ator usa de seu charme e elegância naturais para interpretar o gentil artista que no fundo esconde um terrível segredo. Charles Bronson também está no elenco interpretando Igor, o assistente mudo e com problemas mentais de Jarrod. Completando o elenco ainda temos Carolyn Jones, que se imortalizou como a Morticia Frump Addams da série de grande sucesso na TV americana, "A Família Addams". Tecnicamente o filme é muito bem realizado, com cenários bem construídos. Também foi um dos primeiros filmes da história a usar uma rudimentar tecnologia 3D. Você vai perceber bem isso em algumas cenas que parecem gratuitas, como a do animador com bolinhas de pingue-pongue que as fica atirando propositalmente em direção à tela. A única coisa que não me agradou muito do ponto de vista técnico nesse "House of Wax" foi sua trilha sonora incidental. Com uma linha de flauta irritante em sua melodia ela acabou atrapalhando um pouco justamente nos momentos mais tensos da estória. Mesmo assim, não é algo com se preocupar, pois não chega a ser um problema. No fundo é apenas fruto de uma época. Enfim, de maneira em geral é um terror muito bom, com aquele charme nostálgico que só melhorou com os anos. Não é de se admirar que seja um filme tão cultuado pelos fãs de terror até os dias de hoje!

Museu de Cera (House of Wax, Estados Unidos, 1953) Estúdio: Warner Bros / Direção: André De Toth / Roteiro: Crane Wilbur, Charles Belden / Elenco: Vincent Price, Carolyn Jones, Charles Bronson, Phyllis Kirk / Sinopse:  Talentoso artista, especializado em fazer bonecos de cera de pessoas famosas da história, acaba ficando deformado por causa de um incêndio causado por seu sócio. Ao sobreviver as chamas decide então promover sua vingança contra todos aqueles que lhe fizeram mal no passado.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Ouro para os Imperadores

Título no Brasil: Ouro para os Imperadores
Título Original: Oro per i Cesari
Ano de Produção: 1963
País: Itália, França
Estúdio: Adelphia Compagnia Cinematografica
Direção: André De Toth, Sabatino Ciuffini, Riccardo Freda
Roteiro: Arnold Perl, baseado na obra de Florence A. Seward
Elenco: Jeffrey Hunter, Mylène Demongeot, Ron Randell, Massimo Girotti, Giulio Bosetti, Ettore Manni

Sinopse:
Lacer (Jeffrey Hunter) é um escravo na Roma Antiga que com grande talento para construções (exercendo o que hoje em dia seria uma função de arquiteto) acaba ganhando a confiança de seu senhor, o governador da província da Gália. Em vista disso é enviado para uma perigosa missão de reconhecimento em terras ocupadas por bárbaros celtas. Ele deverá ir até lá para descobrir se os rumores de que a região é rica em ouro são verdadeiros ou não.

Comentários:
Nos anos 1960 o cinema italiano viveu sua fase de ouro em termos de popularidade. Os filmes eram campeões de bilheteria e o êxito comercial dessas películas ajudou na criação de uma verdadeira indústria de cinema italiano. Isso acabou abrindo as portas inclusive para a contratação de atores americanos, como foi o caso de Jeffrey Hunter que foi até a Europa para estrelar esse épico ao estilo “Espadas & Sandálias”. O roteiro investe mesmo nas lutas e na aventura, com pequenas pitadas de romance envolvendo o galã americano. A produção é surpreendentemente boa, a ponto de pensarmos se tratar de um filme feito nos Estados Unidos. A única diferença mais perceptível vem no roteiro pois ele foi escrito claramente visando atender a um tipo de público mais popularesco, como os que lotavam as matinês em cinemas populares - algo que também se repetia no Brasil. Assim não faltam lutas de espadas, gladiadores musculosos e muitas cenas espetaculares de ação. De certa forma pode ser considerado até mesmo uma releitura ou uma tentativa de realizar um "Spartacus" Made in Italy. Mesmo assim diverte ainda hoje. Para quem gosta de épicos passados na Roma Antiga é certamente uma boa pedida.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

A Um Passo da Morte

Esse é um clássico do western americano estrelado pelo astro Kirk Douglas. Na história Johnny Hawks (Kirk Douglas) lidera uma caravana de pioneiros no meio de um território indígena. Embora pacificadas, as tribos do local vivem em tensão com os brancos por causa de minas de ouro recentemente descobertas. Um dos membros da caravana, Wes Todd (Walter Matthau), está particularmente interessado em descobrir o exato local dessas ricas minas. Para isso usará de todos os meios para ter em mãos a localização dessa imensa riqueza mineral. Claro, isso vai criar todos os tipos de disputas e problemas dentro da caravana. Além da ameaça dos nativos, ainda há a ganância dos demais pioneiros.

"A Um Passo da Morte" é uma produção de encher os olhos do espectador. O filme foi todo rodado na maravilhosa reserva natural de Bend, no Estado norte-americano do Oregon. Isso trouxe ao filme uma das mais belas fotografias que já vi em um faroeste dos anos 50. Rios de águas límpidas, montanhas e muito verde desfilam pela tela como um verdadeiro brinde aos espectadores. Junte-se a isso um bom roteiro, socialmente consciente, mostrando o profundo respeito dos índios em relação às riquezas naturais da região e você terá um belo western como resultado final.

O filme é curto, menos de 80 minutos, mas muito eficiente. Um dos destaques é a ótima cena de ataque dos guerreiros Sioux contra o forte do exército americano. Usando de cavalos, flechas e lanças de fogo, os indígenas demonstram ter bastante conhecimento de táticas de guerra e combate. Afinal de contas eram povos guerreiros. A cena é excepcionalmente bem filmada e o próprio forte construído na locação impressiona pelo tamanho e realismo. Certamente não foi uma produção barata, o que era bem do feitio do astro Kirk Douglas que sempre procurou o melhor em termos de produção para seus filmes. Aqui obviamente não seria diferente.

Curiosamente o filme foi dirigido pelo húngaro André de Toth, um cineasta versátil que se saía bem dirigindo os mais diversos tipos de filmes, de faroestes a dramas, passando por alguns clássicos do terror (como "Museu de Cera" ao lado do amigo Vincent Price). Dizem que foi escolhido pelo próprio Kirk Douglas, já que ele tinha também a intenção de dirigir algumas partes do filme, sempre dando opinião no roteiro, etc. Isso levou alguns a afirmarem que o filme foi co-dirigido por Douglas, embora ele não tenha sido creditado na direção. Em conclusão recomendo bastante esse excelente western bucólico, com lindas locações naturais, um belo romance ao fundo e muitas cenas de ação e conflitos. Está mais do que recomendado.

A Um Passo da Morte (The Indian Fighter, Estados Unidos, 1955) Direção: André de Toth / Roteiro: Frank Davis, Robert L. Richards / Elenco: Kirk Douglas, Walter Matthau, Elsa Martinelli, Lon Chaney Jr / Sinopse: Johnny Hawks (Kirk Douglas) lidera uma caravana de pioneiros no meio de um território indígena. Assim que a jornada começa um dos integrantes afirma que está particularmente interessado na localização de minas de ouro na região, criando conflitos, despertando a ambição e ganância dos demais viajantes e pioneiros.

Pablo Aluísio. 

domingo, 20 de maio de 2018

O Pistoleiro

Título no Brasil: O Pistoleiro
Título Original: The Stranger Wore a Gun
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Kenneth Gamet, John W. Cunningham
Elenco: Randolph Scott, Lee Marvin, Ernst Borgnine, Claire Trevor
  
Sinopse:
"O Pistoleiro" conta a história de Jeff Travis (Randolph Scott), um renegado da Guerra Civil que para escapar da forca do exército ianque foge para uma pequena cidade do oeste com um nome falso. Lá se envolve com um grupo de assaltantes de diligências. Ao mesmo tempo em que planeja o roubo de cargas de ouro se enamora pela filha do dono da empresa de transportes, a bela Josie (Claire Trevor). Seu maior segredo porém está prestes a ser revelado por um passado que não lhe deixa em paz.

Comentários:
Mais uma produção bancada pelo próprio Randolph Scott. Curioso é que em pleno auge do chamado Star System (onde os atores eram quase escravos dos estúdios) Scott tenha trilhado um caminho próprio, produzindo seus próprios filmes e depois os negociando com os estúdios para distribuição (o que também aconteceu aqui com "O Pistoleiro" que acabou sendo lançado pela Columbia Pictures). E como empresário do ramo cinematográfico o ator também teve um visão e tanto. Muitos anos antes da popularização da técnica 3D ele viu potencial nessa nova tecnologia e resolveu investir nela. De fato "The Stranger Wore a Gun" foi um dos primeiros filmes em terceira dimensão lançados no grande circuito comercial. Claro que na época tudo ainda era muito rudimentar, porém Scott foi um verdadeiro visionário sobre essa questão. Assistindo ao faroeste hoje em dia você perceberá que há várias cenas feitas justamente para realçar a nova técnica nas salas de cinema. Numa delas Scott lança sua arma em direção à câmera - tudo para impressionar o público. No trailer o ator aparecia sério e complementado tentando explicar o que era o 3D para a plateia.

Além dessa inovação o roteiro também trazia novidades. O personagem de Scott é curioso. Nem é um mocinho de filmes típico de westerns e nem é um vilão assumido, pois tem consciência e sente quando injustiças são cometidas. O interessante é que o ponto de partida dessa produção é a mesma de um filme de Audie Murphy chamado "Kansas Raiders" que assisti recentemente. Tanto o personagem de Scott como o de Murphy fazem parte do bando de Quintrail, um personagem histórico real que assaltava bancos e cidades inteiras durante a Guerra Civil Americana. E assim como o filme de Audie Murphy esse aqui também tem um bom elenco de apoio de respeito com os veteranos atores Ernest Borgnine e Lee Marvin. Em suma, outro bom faroeste de Scott que diverte acima de tudo, além de ter tido sua importância histórica por trazer o 3D para as salas de cinema pela primeira vez na história.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de março de 2018

Contra Espionagem

Título no Brasil: Contra Espionagem
Título Original: Man on a String
Ano de Produção: 1960
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Boris Morros, Charles Samuels
Elenco: Ernest Borgnine, Kerwin Mathews, Colleen Dewhurst
  
Sinopse:
Boris Mitrov (Ernest Borgnine) é um imigrante russo nos Estados Unidos que conseguiu realizar o sonho americano. Produtor bem sucedido, ele se dá muito bem na capital mundial do cinema, Hollywood. Logo se torna um homem rico dentro da indústria cinematográfica. Por causa de sua origem começa a se envolver com outros russos que também vão aos Estados Unidos, alguns deles notórios espiões soviéticos. Isso faz com que o governo americano o leve a uma escolha crucial: ele poderá decidir entre se tornar um agente duplo dos americanos ou então ir para a cadeia, acusado de espionagem. 

Comentários:
Ernest Borgnine era aquele tipo de ator que colocava seu coração e alma em todos os filmes de que participava. Nesse "Man on a String" ele encarna um sujeito comum que é levado para o mundo da espionagem por causa da paranóia que reinava durante a guerra fria. Ao contrário de um James Bond, que dava toda a pinta de ser um agente secreto, ele aparentava ser um homem comum, acima de qualquer suspeita. Isso é curioso porque os agentes do mundo real são assim mesmo, nada parecidos com Bond, até porque se passar por uma pessoa normal já era a metade do trabalho de um verdadeiro membro do serviço secreto. Seu personagem é um russo que tem a pretensão de trazer seu pai e seus irmãos para virem morar ao seu lado nos Estados Unidos. Ele vive muito bem em uma bela casa de Los Angeles, bem longe da realidade de miséria em que vivia no mundo soviético. Ele acredita no sonho americano. Por ser russo porém ele acaba sendo vigiado dia e noite pelo serviço secreto americano e em pouco tempo é aliciado para virar um agente duplo para os Estados Unidos. Um bom filme, bem escrito, com um roteiro que privilegia a seriedade e o suspense, tudo bem longe da fanfarronice que iria se abater sobre os futuros filmes estrelados por 007. O fato de ter supostamente sido inspirado em fatos reais ajuda ainda mais em seu resultado final.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

O Sabre e a Flecha

Título no Brasil: O Sabre e a Flecha
Título Original: Last of the Comanches
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Kenneth Gamet
Elenco: Broderick Crawford, Barbara Hale, Johnny Stewart
  
Sinopse:
Um grupo da cavalaria americana sofre uma emboscada numa cidadezinha do velho oeste. Comandados pelo cacique Nuvem Negra os nativos acabam promovendo uma invasão do lugar, destruindo com tudo e massacrando os soldados. Apenas seis membros da cavalaria sobrevivem e partem rumo ao deserto, em fuga. Sem água e mantimentos acabam encontrando uma diligência. Unidos tentarão sobreviver às duras condições da viagem. O objetivo é encontrar água potável e depois rumar em direção a um forte do exército, mas chegar lá se mostrará um grande desafio, até porque Nuvem Negra e seus guerreiros resolvem perseguir os últimos brancos sobreviventes. 

Comentários:
Bom faroeste que centra seu argumento na luta do homem contra a natureza hostil. Os soldados que conseguem sobreviver a um grande ataque Indígena, acabam fugindo a esmo, sem direção, indo parar no meio de um deserto devastador. Estão praticamente sem esperanças quando encontram uma diligência. Ela se dirige para a mesma cidade que acabou de ser destruída pelos índios comandados por Nuvem Negra - um renegado que se nega a entrar em um acordo de paz com os brancos. A história se passa em 1876, quando a maioria das nações nativas já tinham celebrado acordos de paz com o exército americano. Apenas alguns grupos isolados continuavam a lutar. Assim começa um jogo de sobrevivência envolvendo os militares e os viajantes da diligência: uma irmã de um soldado, um vendedor de whisky e um comerciante. Na dura viagem acabam encontrando ainda outras pessoas, inclusive um fugitivo e um garoto Kiowa, que acaba servindo como ajuda preciosa na busca por fontes de água na desolada região. O filme é curto, com pouco menos de noventa minutos, mas bem escrito. Isso porque não perde tempo com elementos desnecessários, se concentrando mesmo em seu foco narrativo central, que se mostra muito bom e interessante, prendendo de fato a atenção do espectador. Um western americano eficiente e ainda hoje ainda muito atrativo. Vale bastante a pena conhecer. 

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Museu de Cera

Título no Brasil: Museu de Cera
Título Original: House of Wax
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: André De Toth
Roteiro: Crane Wilbur, Charles Belden
Elenco: Vincent Price, Carolyn Jones, Charles Bronson, Phyllis Kirk
  
Sinopse:
Henry Jarrod (Vincent Price) é um artesão talentoso que transforma bonecos de cera em retratos quase perfeitos de personagens históricos. Maria Antonieta, Joana d'Arc e Abraham Lincoln são algumas da figuras históricas que ele esculpiu em cera para serem exibidas em seu próprio museu. Seu sócio porém tem outros planos. Ele está de olho no dinheiro do seguro. Por essa razão resolve promover um grande incêndio, algo que deixa Jarrod severamente ferido e deformado pelas chamas. Agora, recuperado, ele parte para sua vingança pessoal contra todos que fizeram esse atentado contra sua arte e sua vida. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films.

Comentários:
É um dos clássicos de terror mais lembrados da carreira de Vincent Price. O enredo gira em torno desse artista muito diferente, um mestre em criar figuras de cera com extrema fidelidade, a tal ponto de levar a todos a pensarem se estão mesmo na presença de uma peça de cera ou de um ser humano real. Após entrar em atrito com seu desonesto sócio, um sujeito que só pensa em queimar todo o museu de cera para receber o seguro, Henry Jarrod (Vincent Price) vê suas pretensões de ser um grande artista queimarem em um inferno em chamas. Deformado pelo fogo e transformado em um ser de aparência repugnante (o que contrasta enormemente com a beleza de sua arte) ele ainda não se sente pronto a abandonar suas ambições artísticas. Após se vingar daqueles que o destruíram ele resolve voltar. Como é um artesão em recriar rostos e formas humanas cria uma máscara para esconder as deformidades de sua própria face, arranja um novo sócio e abre um novo museu de cera, só que essa vez bem diferente, com uma seção especializada em horrores que refaz todas as cenas dos maiores crimes da história. O que é desconhecido do público é que Henry Jarrod perdeu sua capacidade de criar figuras em cera após ter suas mãos queimadas no incêndio. Assim ele decide usar outra técnica para produzir suas novas "obras de arte" - isso mesmo, corpos humanos de verdade! 

Essa produção foi alvo de um remake há poucos anos, mas aquele roteiro tinha pouco a ver com essa produção original. Aqui o foco é todo voltado para as ambições de um artista que só pretendia refazer o belo em cera, mas que pelas circustâncias de sua vida trágica teve que abraçar o grotesco e o horror! Price usa uma bem feita máscara que o dá uma face monstruosa e usa de seu charme e elegância naturais para interpretar o gentil artista que no fundo esconde um terrível segredo. Charles Bronson também está no elenco interpretando Igor, o assistente mudo e com problemas mentais de Jarrod. Completando o elenco ainda temos Carolyn Jones, que se imortalizou como a Morticia Frump Addams da série de grande sucesso na TV americana, "A Família Addams". Tecnicamente o filme é muito bem realizado, com cenários bem construídos. Também foi um dos primeiros filmes da história a usar uma rudimentar tecnologia 3D. Você vai perceber bem isso em algumas cenas que parecem gratuitas, como a do animador com bolinhas de pingue-pongue que as fica atirando propositalmente em direção à tela. A única coisa que não me agradou muito do ponto de vista técnico nesse "House of Wax" foi sua trilha sonora incidental. Com uma linha de flauta irritante em sua melodia ela acabou atrapalhando um pouco justamente nos momentos mais tensos da estória. Mesmo assim, não é algo com se preocupar, pois não chega a ser um problema. No fundo é apenas fruto de uma época. Enfim, de maneira em geral é um terror muito bom, com aquele charme nostálgico que só melhorou com os anos. Não é de se admirar que seja um filme tão cultuado pelos fãs de terror até os dias de hoje! 

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Renegado Heróico

Título no Brasil: Renegado Heróico
Título Original: Springfield Rifle
Ano de Produção: 1952
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: André De Toth
Roteiro: Charles Marquis Warren, Frank Davis
Elenco: Gary Cooper, Phyllis Thaxter, David Brian
  
Sinopse:

O Major Alex 'Lex' Kearney (Cooper) é um oficial do exército da União durante a Guerra Civil americana que se torna agente duplo no serviço de contraespionagem do governo americano. Agora ele terá que descobrir todos os planos dos inimigos para que os nortistas consigam vencer um dos conflitos históricos mais sangrentos da história dos Estados Unidos. Sua primeira missão é descobrir quem realmente estaria roubando os cavalos da União no território do Colorado.

Comentários:
Gary Cooper foi um dos grandes astros do cinema americano. Ele conseguiu transitar bem em praticamente todos os gêneros cinematográficos, mas é certo que se destacou muito nos filmes de western. Cooper tinha o tipo ideal. Era alto, passava integridade com o olhar e também se notabilizava por interpretar personagens extremamente íntegros e honestos. Aqui temos um filme menos conhecido do ator, nada que se compare com seus grandes clássicos como "Matar ou Morrer" onde interpretou o lendário xerife Will Kane. Aliás é bom salientar que esse filme foi justamente o faroeste que sucedeu aquela grande obra prima, lançada apenas alguns meses antes. Isso criou uma grande expectativa no público e crítica o que acabou causando uma certa decepção depois, durante o lançamento desse novo filme de Cooper. Acontece que as expectativas estavam altas demais. A verdade é que "Springfield Rifle" passa longe de ser marcante como o filme anterior. Aquele tinha um roteiro genial e uma brilhante direção do grande cineasta Fred Zinnemann; nada que se possa comparar com o trabalho "feijão com arroz" do apenas confiável André De Toth. A diferença de talento entre os diretores - diria até mesmo a diferença de nível - chega a ser covardia. Por isso assista ao filme com os pés no chão, procurando deixar de lado todas as comparações. Acaso pense e faça assim certamente conseguirá apreciar bem mais esse faroeste, vendo suas reais qualidades, entre elas a de ser um entretenimento mediano e bem realizado, honesto naquilo que se propõe a disponibilizar ao público. Não é uma obra prima da sétima arte e para falar a verdade essa nunca foi mesmo a intenção de seus realizadores. De qualquer forma tem Gary Cooper no elenco, o que convenhamos já é uma razão e tanto para assisti-lo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Quadrilha Maldita

Título no Brasil: Quadrilha Maldita
Título Original: Day of the Outlaw
Ano de Produção: 1959
País: Estados Unidos
Estúdio: Security Pictures
Direção: André De Toth
Roteiro: Philip Yordan
Elenco: Robert Ryan, Burl Ives, Tina Louise, Alan Marshal, Venetia Stevenson, David Nelson

Sinopse:
O filme "Quadrilha Maldita" conta a história de um fazendeiro que só quer tocar sua propriedade rural ao lado de sua família. Sua paz é rompida quando surge uma violenta quadrilha na região. Eles estão dispostos a tudo para salvar a vida do líder do bando, agora severamente ferido numa perseguição de homens da lei.

Comentários:
Baseado no romance de faroeste escrito por Lee E. Wells, esse filme B dos anos 50 inova ao trazer para primeiro plano uma violência mais crua do que era comum naqueles anos. Longe das amarras dos grandes estúdios de Hollywood como a Warner, Columbia e Fox, o diretor André De Toth conseguiu antecipar em alguns anos a violência estilizada que iria imperar no western a partir dos anos 60. Ele foi um veterano do gênero e críticos de cinema afirmam que ele sempre foi mais talentoso quando trabalhava em pequenos estúdios de cinema ou companhias cinematográficas independentes como foi o caso desse filme. Pena que também por não ser produzido por uma das majors de Hollywood, pouco foi visto em seu lançamento original.

Pablo Aluísio.