“Ninguém é Perfeito!” – a última linha de diálogo de uma das comédias mais maravilhosas já realizadas, fechava com chave de ouro esse delicioso momento da carreira de Marilyn Monroe. Curiosamente a frase também poderia ser usada para se referir também a ela! Afinal Marilyn não era perfeita! Longe disso! Em “Quanto Mais Quente Melhor” ela mostrou todas as suas imperfeições. Chegava atrasada nas filmagens, não sabia suas falas, criava confusões com seus colegas de trabalho e enlouquecia Billy Wilder que já não sabia mais o que fazer com ela! Chegou a declarar a um jornalista que lhe perguntou como iam as filmagens: “É como estar dentro de um avião caindo, com uma louca entre os tripulantes!” Wilder como se percebe não era apenas um grande cineasta, mas também um criador de frases espirituosas!
Apesar de todos os problemas enfrentados nas filmagens, o resultado final entrou para a história do cinema. Os bastidores da produção aliás são tão saborosos quanto o próprio filme. Quando o filme ficou pronto após as caóticas filmagens e Wilder conferiu o resultado pela primeira vez na sala de exibição do estúdio, ele ficou simplesmente maravilhado. Era incrível, mas Marilyn, a mesma que causou todos os tipos de problemas no set, era a mesma que aparecia linda e com fantástico talento cômico em cena. Monroe tinha essa qualidade única – ela conseguia transpor para as telas momentos raros, excepcionais, mesmo estando emocionalmente abalada, psicologicamente perturbada e fisicamente esgotada. Como o próprio diretor disse, a câmera de cinema amava Marilyn Monroe! Era um fenômeno da natureza. Se isso não era talento natural, nada mais poderia ser! O próprio Wilder reconheceu isso publicamente em diversas entrevistas e numa delas explicou: “Marilyn Monroe é uma amadora profissional. Ela tem dois pés esquerdos e espero que isso nunca seja corrigido. Não quero que ela vá a uma analista para sair de lá ‘consertada’. O que faz Marilyn esse mito é justamente essa característica dela!”
Ao lado da eterna Monroe temos em “Quanto Mais Quente Melhor” dois atores igualmente excepcionais. Tony Curtis e Jack Lemmon. Curtis vinha de uma sucessão de excelentes produções que tinham se tornado grandes sucessos de bilheteria. Cria da Universal Studios, ele finalmente alcançava o auge em sua carreira. Era um ator com raro timing de comediante (embora não fosse um) e conseguia como poucos interpretar o tipo mais esperto, beirando a malandragem. Como tinha ótimo visual enlouquecia o público feminino. Era um dos galãs mais populares de sua época. Aqui ele esbanjou carisma e química ao lado de Marilyn, isso apesar dos problemas que teve com a atriz. Infelizmente cometeu algumas grosserias com ela depois afirmando numa entrevista que “Beijar Marilyn era como beijar Hitler”! Uma frase infeliz que magoou bastante a atriz.
Já Jack Lemmon foi um poço de tranquilidade e calma mesmo nas conturbadas filmagens. Esse foi seguramente um dos melhores comediantes de todos os tempos em Hollywood. Seu humor era muito sofisticado, delicado, fino mesmo e não havia espaço para vulgaridades. Além de ótimo ator, era um pianista de mão cheia, que chegou inclusive a gravar alguns excelentes discos instrumentais. Um talento raro. Assim não é de se espantar que mesmo com o caos reinante na produção do filme tenhamos hoje um dos grandes clássicos do cinema americano, eleito por vários críticos como a “melhor comédia da história”. Marilyn Monroe, Tony Curtis, Jack Lemmon e Billy Wilder em um só filme não poderia resultar em outra coisa. O filme recebeu cinco indicações ao Oscar, inclusive de direção (Billy Wilder) e ator (Jack Lemmon), mas só foi premiado por figurino, uma injustiça! Deveria ter sido consagrado já em sua época e não anos depois como aconteceu. Infelizmente a Academia também não era perfeita!
Quanto Mais Quente Melhor (Some Like a Hot, Estados Unidos, 1959) Direção: Billy Wilder / Roteiro: Robert Thoeren, Michael Logan / Elenco: Marilyn Monroe, Tony Curtis, Jack Lemmon, George Raft / Sinopse: Joe e Jerry (Lemmon e Curtis) são dois músicos que casualmente acabam testemunhando um crime cometido por gangsters perigosos. Para escapar da máfia, resolvem fugir vestidos de mulher num grupo musical formado apenas por garotas, dentre elas a cantora loira Sugar (Marilyn Monroe) que começa a desconfiar da dupla!
Pablo Aluísio.
Cinema Clássico
ResponderExcluirQuanto Mais Quente Melhor
Pablo Aluísio.
A Marilyn MOnroe era Linda, Loura e Louca!
ResponderExcluirImpossível não amar ela!
O único problema que tenho com esse filme é a resolução final do personagem de George Raft.A pessoa que ele elimina no início da fita podia até ser amigo de todo mundo mas era afinal um alcaguete.Prá Máfia isso é "causa de morte" ,ou seja ,o personagem de Raft agiu "certo"!
ResponderExcluirLord Erick,
ResponderExcluirA Marilyn Monroe tinha muito carisma. E uma beleza natural à prova de tudo. Nesse filme ela está um pouco fora de forma, gordinha, acima do peso. Mesmo assim ela apareceu deslumbrante na tela. Coisa de diva mesmo.
Pois é Jobson! Coisas de Billy Wilder, que em minha opinião foi um dos grandes cineastas da história de Hollywood.
ResponderExcluirDom Pablo. Ela ficou grávida durante as filmagens do filme. Só não se sabe se o filho era do marido, o escritor Miller, ou do Tony Curtis. Alguns anos antes de morrer o Curtis escreveu um livro dizendo que o filho era dele.
ResponderExcluirAcredito que o filho era do Arthur Miller, coitado, que como marido era humilhado todo dia. Nesse caso o Tony Curtis deu uma de cafajeste e mentiroso. Ele tinha essas recaídas de caráter.
ResponderExcluirNinguém jamais saberá a verdade. Só que o Tony Curtis teve um caso com ela durante as filmagens. O Arthur Miller era um corno em série. Levava chifres de todos os lados, enquanto ficava de um lado para o outro levando as malas delas. Ele virou um marido patético depois de algum tempo casado com A MM. Mulher bonita demais, independente, casada com intelectual mais velho só dá nisso mesmo. Chifres, chifres, chifres por todos os lados. kkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirPS: Arthur Miller era tão corno que depois de um tempo ele passou a andar curvado. Era o peso dos chifres que a Marilyn colocou nele! kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirLord, essa história é complicada. O Billy Wilder era um cara mais discreto e mesmo vendo tudo acontecer ficava calado. Já o John Huston, que iria dirigir Marilyn em "Os Desajustados" chamou a atenção dela. Deu um esporro nela! O Huston era muito visceral nisso.
ResponderExcluirO John Huston estava acostumado a matar elefante e rinocerontes na África. Ele estava pouco se lixando. Por isso esculhambou a Marilyn! :))))))))
ResponderExcluirEle tinha uma personalidade forte, bem capturada por Clint Eastwood em "Coração de Caçador". Ótimo filme, aliás.
ResponderExcluirGreat movie!!!
ResponderExcluirEu tinha na minha velha coleção de VHS.
ResponderExcluirVou procurar em DVD para comprar.
Excelente item para se ter na coleção. Atualmente tenho todos os filmes da Marilyn Monroe. Para quem aprecia cinema clássico penso ser uma filmografia indispensável na coleção.
ResponderExcluirShow de cultura aqui hein rapazes!
ResponderExcluirEstou adorando ler os comentários!
Milady Thaís, Esse blog foi feito para pessoas cultas e elegantes. Enquanto digito essa palavras releio mais uma vez a obra de George Gordon Byron, o Lord Byron. Meu mentor espiritual e intelectual.
ResponderExcluirLord Erick, o dândi errante de Coventry
ResponderExcluirAhahahahaha
kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluir"Quanto Mais Quente Melhor" é sem dúvida o melhor momento de MM no cinema, não obstante suas loucuras no set de filmagem, eu não consigo imaginar outra atriz para o papel de Sugar Kane. A sinergia do quarteto Wilder, Lemmon, Curtis e MM, juntamente com um roteiro espetacular, fazem do clássico, um dos maiores filmes de comédia da história do cinema.
ResponderExcluirPablo:
ResponderExcluirA despeito do talento inequívoco dos atores e diretor, um filme produzido nesse caos que Marilyn provocou e ainda assim ficar bom como ficou e fazer o sucesso que faz, só prova que ninguém tem a fórmula de como fazer um grande filme, um filme que vai dar certo, que vai dar dinheiro.
Serge Renine.
Pois é, Telmo. O filme ainda hoje é citado como uma das melhores comédias já produzidas por Hollywood. Aliás alguns vão além e afirmam que é a melhor comédia da história!
ResponderExcluirÉ verdade Serge.
ResponderExcluirFórmula não existe. Tantos filmes foram produzidos e não deram certo e todos apostavam em sucesso, assim como muitos filmes fizeram sucesso sem ninguém esperar. Isso me lembra uma frase do Brian Epstein que dizia justamente isso. Ele não tinha a menor ideia porque um grupo de rock fazia sucesso e outro não. É algo inexplicável.
Serge. Você tocou num ponto bem curioso. Quando se fala em filme que tinha tudo para dar certo e fracassou, o primeiro que me vem à cabeça é Cleópatra. Com Liz Taylor no papel da famosa rainha africana e Richard Burton, no papel de Marco Antônio. Apesar dos quatro Oscars que ganhou, merecidamente, diga-se de passagem, Cleópatra tornou-se um paquiderme inerte, caro, que mudou de direção várias vêzes e ainda teve conviver com as constantes brigas e escândalos entre Liz Taylor e Richard Burton nos set de filmagem. O filme estourou todas as previsões de orçamento quase levando os estúdios Fox à falência. Enfim... Um fracasso rotundo e quase inexplicável.
ResponderExcluirE verdade, assim como O Mais Longo dos Dias com aquele monte de estrelas e que deveria ter se chamando O Mais Chato dos Filmes.
ExcluirSerge Renine.