sábado, 4 de abril de 2015

Sarah Jones

Sarah Jones
É uma das deusas da telinha. A atriz nascida em Winter Springs, Florida, já estrelou diversas séries de TV. Ela começou a carreira aos 21 anos participando de um episódio da série "Medical Investigation". Depois vieram participações em "Cold Case", "Judging Amy", Ugly Betty", "Big Love" e "The Riches". Sempre trabalhando na TV ela ainda intercalou todas essas participações com vários telefilmes como por exemplo "Love Finds a Home", "Still Green" (no qual foi premiada no Spirit Awards) e "H.M.S.: White Coat", sendo que infelizmente muitos deles permanecem ainda inéditos no Brasil. Também atuou muito bem no terror "Mr. Jones". A virada na carreira começou com sua participação na popular série "Sons of Anarchy" onde interpretou a jovem personagem Polly Zobelle. Nessa série Sarah Jones também acabou encontrando a paixão ao se relacionar com o ator Theo Rossi, que interpretava o motoqueiro Juan Carlos 'Juice' Ortiz. O casal teve um longo relacionamento, mas hoje em dia não se sabe se ainda continuam juntos (coisas de Hollywood, ou melhor dizendo, de Los Angeles). Depois disso Sarah continuou a ser requisitada aparecendo em "House" e "Justified".

Como se pode perceber, com tantas séries no currículo, Sarah Jones já podia se considerar uma veterana. Sua chance de sair de papéis coadjuvantes veio na série "Alcatraz" de 2012. O programa foi esperado com grande expectativa por ter sido idealizado pelo diretor J. J. Abrams, o mesmo de "Lost". Nela a linda Sarah Jones interpretava a detetive Rebecca Madsen que ia atrás de prisioneiros que pareciam fugir de uma Alcatraz da década de 1960, embora toda a trama se passasse nos tempos atuais. O roteiro, meio confuso, não conseguia explicar direito essa diferença temporal, o que provavelmente levou o público americano a rejeitar a ideia. Embora tenha sido premiada com o ASCAP Film and Television Music Awards na categoria de Melhor Série de TV, as coisas não andaram muito bem em termos de audiência. O público não comprou a proposta e após apenas 13 episódios a série foi sumariamente cancelada por falta de audiência. Uma pena pois "Alcatraz" tinha potencial, só não houve tempo de desenvolver melhor seus roteiros. Talvez a falha tenha sido introduzir esse estranho elemento Sci-fi. Se fosse uma série policial convencional, passada nos anos 60, provavelmente teria dado certo.

Depois disso a loirinha de olhos azuis teve uma nova chance com "Vegas" em 2013. Nessa série passada toda na década de 1960 ela interpretava uma linda contadora chamada Mia Rizzo. Filha de um mafioso ela ia trabalhar em um hotel-cassino da cidade, se apaixonando por um dos xerifes de Vegas, justamente os mesmos tiras que queriam colocar as mãos nos membros da máfia que controlavam o jogo na conhecida cidade do pecado. O papel de Sarah Jones nessa série não teve tanto destaque como em "Alcatraz" já que seu personagem era inegavelmente coadjuvante. Mesmo assim os fãs da loira foram presenteados com ela em um momento particularmente maravilhoso de sua beleza, usando um lindo figurino de época. Pena que "Vegas" também não durou muito, sendo cancelada também na sua primeira temporada. Agora a beldade procura por novos caminhos na carreira. Aos 32 anos ela estará na nova série "Texas Rising" que deve chegar nas telas no fim de 2015. Desejamos toda a sorte do mundo para a linda Sarah Jones.

Pablo Aluísio.

Tomates Verdes Fritos

Uma dona de casa infeliz com sua vida e uma viúva solitária acabam se conhecendo, revivendo antigas memórias de uma amizade entre duas mulheres no sul racista dos Estados Unidos na primeira metade do século XX. Acima de tudo um belo filme, um drama sensível que se apóia basicamente no talento maravilhoso de um elenco essencialmente feminino. Em cima de um enredo que aparentemente é simples, toda a história americana é revisitada, mostrando as lutas e batalhas de mulheres corajosas que ousaram desafiar os dogmas do sistema, em uma sociedade atrasada e retrógrada. O grande trunfo de "Fried Green Tomatoes" vem basicamente de seu roteiro, muito emocionante e evocativo, tudo isso sem deixar também pequenas pitadas de humor pelo caminho. 

Também adorei em particular a excelente reconstituição de época e o trabalho de atuação da saudosa e magnífica Jessica Tandy (1909 - 1994), uma das grandes damas da história do teatro de Nova Iorque, uma talentosa profissional que chegou inclusive a dividir o palco com o mito Marlon Brando na adaptação da peça de Tennessee Williams "Uma Rua Chamada Pecado" na década de 1950. Curiosamente sua carreira no cinema só alcançou reconhecimento mesmo bem tarde em sua vida, quando ela hipnotizou o grande público no filme "Conduzindo Miss Daisy", o grande vencedor do Oscar em seu ano. Aqui ela novamente mostra uma sensibilidade à flor da pele e suas cenas são a prova do grande legado que ela deixou na arte de interpretar. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Jessica Tandy) e Melhor Roteiro Adaptado. Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Kathy Bates) e Melhor Atriz Coadjuvante (Jessica Tandy) /  

Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes, Estados Unidos, 1991) Direção: Jon Avnet / Roteiro: Fannie Flagg / Elenco: Kathy Bates, Jessica Tandy, Mary Stuart Masterson / Sinopse: O filme conta a história de amizade de mulheres que recordam de seu passado, em um tempo onde o racismo era a ordem do dia no Sul dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Traídos pelo Desejo

Título no Brasil: Traídos pelo Desejo
Título Original: The Crying Game
Ano de Produção: 1992
País: Inglaterra, Japão
Estúdio: Palace Pictures, Channel Four Films
Direção: Neil Jordan
Roteiro: Neil Jordan
Elenco: Stephen Rea, Jaye Davidson, Forest Whitaker
  
Sinopse:
Um soldado inglês (Forest Whitaker) acaba caindo nas mãos do IRA, o Exército Republicano Irlandês, grupo que luta pela libertação da Irlanda da dominação da Inglaterra. Nas mãos dos sequestradores ele acaba criando uma estranha aproximação com um dos membros (Stephen Rea) do grupo que o sequestrou. Filme vencedor do Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original (Neil Jordan). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Edição, Melhor Ator (Stephen Rea) e Melhor Ator Coadjuvante (Jaye Davidson). Indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme - Drama. Vencedor do Bafta Awards na categoria de Melhor Filme Britânico.

Comentários:
Grande filme. Infelizmente muitas pequenas obras primas como essa andam bem esquecidas entre os cinéfilos ultimamente. Por isso quando um canal de TV aberta o reprisa, como vai acontecer hoje na madrugada, é sempre bom tecer alguns comentários, mesmo que breves, só para avisar sobre sua exibição e deixar uma dica de programação. Sempre considerei "Traídos pelo Desejo" um dos mais expressivos filmes da carreira do excelente Neil Jordan. É curioso porque sempre tive um certo sentimento de amor e ódio com a obra desse diretor. Alguns filmes dele detestei logo de cara, mas outros jamais esqueci. Embora seja sempre tão "irlandês" em suas temáticas (especialistas em sua filmografia entenderão o que estou escrevendo), Jordan também conseguiu lidar com temas universais, válidos tanto para quem mora na Irlanda, como para quem vive em uma grande cidade brasileira. Dito isso esse "The Crying Game" é considerado por muitos sua maior obra prima, o filme pelo qual ele provavelmente será lembrado no futuro. Eu não gosto de previsões, principalmente quando diz respeito a perenidade ou não de uma obra de arte, mas tenho que concordar em parte com essa linha de pensamento. O que posso dizer é que aqui ele conseguiu realmente aliar um roteiro poderoso, excepcionalmente bem escrito, com atuações brilhantes e uma técnica de filmagem que ficará na sua mente de cinéfilo por um bom tempo. Não precisa ir muito longe para entender que com tantas peças certas em seus devidos lugares essa é de fato uma obra cinematográfica maravilhosa. Recomendo duas, três, quatro vezes, se possível. Se ainda não conhece, não vá perder essa oportunidade de assistir. 

Pablo Aluísio.

Quanto Mais Idiota Melhor

Título no Brasil: Quanto Mais Idiota Melhor
Título Original: Wayne's World
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Penelope Spheeris
Roteiro: Mike Myers
Elenco: Mike Myers, Dana Carvey, Rob Lowe

Sinopse:
Dois amigos idiotas e preguiçosos, loucos por rock, tentam promover seu programa de TV a cabo de acesso público. E nesse meio acabam se envolvendo nas maiores confusões. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao ASCAP Film and Television Music Awards.

Comentários:
A primeira vez que ouvi falar em Mike Myers foi quando aluguei esse filme pela primeira vez, lá nos idos dos anos 1990. Não que isso significasse alguma coisa relevante em minha vida de cinéfilo, mas de qualquer maneira foi um primeiro contato. Nos Estados Unidos Myers já era bem conhecido por causa de suas participações no popular programa SNL. Por aqui porém ele seguia sendo um notório desconhecido. Na verdade só aluguei mesmo o filme para completar pacote. Ok, você provavelmente é jovem e não sabe o que é isso, mas nos tempos das locadoras de VHS existiam promoções, então você alugava um determinado número de fitas e levava outra de graça. Eu sinceramente jamais levaria essa comédia por querer ver mesmo o filme. Assim de maneira indireta acabei assistindo. Confesso que não consegui me divertir, achei o humor muito tosco (e sem maior graça). Provavelmente o roteiro só funcione mesmo se: a) você for um adolescente nerd ou b) você gosta de humor mais físico, do tipo "A Praça é Nossa" (que nem sei se ainda passa na TV aberta brasileira). O roteiro? Uma série de piadinhas explorando a figura desses dois nerds, que tentam emplacar um programa amador, mas sem muito sucesso. Bom mesmo apenas a trilha sonora e participações especiais (e metidas a gaiatas) de outros atores mais conhecidos como o ex-ídolo jovem da década de 80, Rob Lowe. No fundo é puro lixo cultural (e o filme não nega isso, se assumindo dessa maneira, sem nenhum pingo de vergonha ou maiores problemas). Só não funcionou muito comigo... Para piorar as várias citações ao mundo da cultura pop não farão mais nenhum sentido aos jovens de hoje.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Atraída Pelo Perigo

Título no Brasil: Atraída Pelo Perigo
Título Original: Catchfire
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia TriStar
Direção: Dennis Hopper
Roteiro: Rachel Kronstadt Mann
Elenco: Dennis Hopper, Jodie Foster, Dean Stockwell
  
Sinopse:
Anne Benton (Jodie Foster) é uma artista que sem querer acaba testemunhando o assassinato cometido por membros da máfia. Imediatamente ela chama a polícia, mas acaba descobrindo que o crime organizado tem agentes infiltrados até mesmo dentro da corporação. Lutando por sua vida, uma vez que é a única testemunha daquele crime, ela decide fugir para o México, onde acaba sendo perseguida por um assassino profissional, o estranho e frio Milo (Dennis Hopper). 

Comentários:
Dennis Hopper foi uma das figuras mais interessantes da história de Hollywood. Um sobrevivente da geração paz e amor, que usou todos os tipos de drogas por anos e anos. Tanta festa um dia tinha que chegar ao fim. Assim Hopper chegou aos anos 1990 como um ícone da contracultura, mas também como um profissional virtualmente falido e sem dinheiro. Em determinado momento a única coisa que lhe restava era o prestígio conquistado pelos muitos anos de carreira no cinema. Assim, em grande parte para continuar sobrevivendo, ele acabou aceitando dirigir esse filme de suspense chamado "Catchfire". É praticamente uma produção independente, feita sem maiores recursos, contando com o apoio de seus amigos no meio cinematográfico como a gatinha Jodie Foster que aceitou trabalhar por um cachê irrisório. Na verdade ela topou participar desse pequeno filme apenas pelo prazer de trabalhar ao lado de Dennis Hopper. Curiosamente o próprio resolveu usar um pseudônimo, assinando a fita como Alan Smithee! (um codinome muito usado por cineastas que não querem que seus nomes verdadeiros sejam revelados). Não se sabe se ele estava com vergonha do filme em si ou se tudo não passou de mais uma de suas conhecidas excentricidades malucas, ecos do Flower Power. O resultado de todo esse rocambole? Uma fitinha meio descartável, boa para o mercado de vídeo da época, mas envelhecida precocemente se revista nos dias de hoje.

Pablo Aluísio.

Três Solteirões e um Bebê

Título no Brasil: Três Solteirões e um Bebê
Título Original: 3 Men and a Baby
Ano de Produção: 1987
País: Estados Unidos
Estúdio: Touchstone Pictures
Direção: Leonard Nimoy
Roteiro: Coline Serreau, James Orr
Elenco: Tom Selleck, Steve Guttenberg, Ted Danson, Nancy Travis
  
Sinopse:
Pete, Michael e Jack (Tom Selleck, Steve Guttenberg e Ted Danson respectivamente) são três solteirões, bem sucedidos no trabalho, que acabam sendo surpreendidos quando um bebê é deixado em seu apartamento. Como eles, sujeitos que nunca lidaram ou quiseram lidar com crianças, poderiam administrar uma situação tão delicada como essa? Remake americano do filme "Trois Hommes et un Couffin". Filme indicado aos prêmios ASCAP Film and Television Music Awards, People's Choice Awards e Young Artist Awards.

Comentários:
Infelizmente tivemos nesse ano a morte do ator e diretor Leonard Nimoy (1931 - 2015), o eterno Spock da série "Star Trek". Pois bem, o que poucos sabem é que essa despretensiosa comédia foi o maior sucesso comercial de sua carreira como cineasta. Isso mesmo, "3 Men and a Baby" em seu estilo infantil, diria até pueril de ser, acabou se tornando o grande hit do Leonard Nimoy na direção. O filme foi produzido pela Touchstone Pictures da Disney e foi lançado em uma época de baixa estação no circuito comercial americano, em um período do ano onde os grandes estúdios acabavam jogando seus filmes mais descartáveis. Para surpresa de muitos a comédia acabou estourando nas bilheterias, muito em razão do chamado efeito boca a boca, quando pessoas comuns acabam recomendando o filme a seus amigos, parentes, etc. O próprio trio principal de atores do elenco (Tom Selleck, Steve Guttenberg e Ted Danson) eram considerados naquele momento como cartas fora do baralho, pois vinham em baixa em suas carreiras cinematográficas. Nada disso atrapalhou. Na verdade o segredo do sucesso dessa fita nem é tão complicado de desvendar, pois o público feminino simplesmente adorou ver um grupo de marmanjos tentando lidar com um bebê, uma criança pequena. Era uma forma de jogar na cara deles as dificuldades de se criar uma criança, algo que nem sempre era muito valorizado pelos homens em geral. Pelo visto o Dr. Spock conhecia muito bem da alma humana, quem diria...

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Cara, Cadê Meu Carro?

Título no Brasil: Cara, Cadê Meu Carro?
Título Original: Dude, Where's My Car?
Ano de Produção: 2000
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Danny Leiner
Roteiro: Philip Stark
Elenco: Ashton Kutcher, Seann William Scott, Jennifer Garner
  
Sinopse:
Jesse e Chester (Ashton Kutcher e Seann William Scott, respectivamente) são dois jovens idiotas que saem de uma festa de arromba e descobrem, abismados, que seu carro simplesmente sumiu! Eles na verdade mal lembram o que aconteceu na noite anterior e por essa razão saem em uma alucinada busca pelo veículo desaparecido, encontrando os tipos mais esquisitos pelo caminho. Comédia adolescente indicada aos prêmios do Las Vegas Film Critics Society Awards, MTV Movie Awards e Teen Choice Awards.

Comentários:
Comédia completamente nonsense que fez sucesso entre os adolescentes da época. É a tal coisa, nunca consegui gostar. Nada contra comediazinhas bobocas focadas em teens, tudo tem seu espaço, porém essa aqui realmente não me agradou em praticamente nada. Com poucos minutos de duração já estava cansado, aborrecido, olhando para o relógio. Curiosamente a crítica, tentando ser indie e antenada, fazendo média com a galera jovem, falou bem quando o filme foi lançado no mercado de VHS / DVD no Brasil (até hoje fico pensando como alguém teve a coragem de ver isso nos cinemas!). De uma forma em geral o filme se apóia bastante na figura de Ashton Kutcher, um comediante que sempre achei muito limitado. Seu personagem pomposamente chamado de Jesse Montgomery III (que coisa!) nada mais é do que uma versão requentada e rebatida do Michael Kelso da série "That '70s Show" (que até era engraçadinha e divertida, mas também nada demais, outro produto pop chiclete direcionado aos adolescentes de corpo e espírito). Então é isso, "Dude, Where's My Car?" nada mais é do que um chicletaço comercial sem sentido para maconheiros chapados de plantão.

Pablo Aluísio.

Será Que Ele É?

Título no Brasil: Será Que Ele É?
Título Original: In & Out
Ano de Produção: 1997
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Oz
Roteiro: Paul Rudnick
Elenco: Kevin Kline, Joan Cusack, Tom Selleck
  
Sinopse:
Howard Brackett (Kevin Kline) é um professor do ensino médio que acaba tendo sua vida pessoal escancarada após um ex-aluno agradecer a ele ao receber o seu Oscar. Acontece que o rapaz não se limita a dedicar o prêmio a ele, mas também revelar sua opção sexual, ao declarar que ele na realidade era gay! A partir daí a vida de Howard vira de ponta cabeça, pois o fato chama a atenção da imprensa mundial que começa a bisbilhotar a vida do discreto professor. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Joan Cusack). Também indicado ao Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator - Comédia ou Musical (Kevin Kline) e Melhor Atriz Coadjuvante - Comédia ou Musical (Joan Cusack).

Comentários:
Há muitas maneiras de se lidar com o espinhoso tema da homossexualidade no cinema. Muitas vezes o tema ou é tratado como mera galhofa ou com tintas pesadas, escuras, sensacionalistas. Em "In & Out" temos um meio termo muito satisfatório. O enredo lida com esse personagem, um professor respeitado em sua comunidade, muito querido por seus alunos, que acaba entrando numa situação embaraçosa após um ex-aluno falar que ele é gay em um evento de repercussões midiáticas absurdas (nada mais, nada menos, do que a própria festa do Oscar!). De repente o antes e discreto mestre vê sua vida pessoal exposta ao redor do mundo, virando alvo de atenção e olhares indiscretos de curiosos em geral. Achei essa comédia de muito bom gosto, principalmente pela forma como resolveram explorar o tema. Kevin Kline sempre foi um ator bem subestimado por Hollywood e aqui mostra toda a versatilidade de seu talento. Ele, em nenhum momento, se torna caricato ou desrespeitoso em relação aos gays em geral. Pelo contrário, sua sensibilidade e classe se tornam evidentes logo nos primeiros momentos. Outro ponto positivo vem do trabalho da maravilhosa atriz Joan Cusack. Sua atuação foi tão elogiada que ela chegou inclusive a ser indicada para prêmios importantes como o Oscar e o Globo de Ouro. Penso que o caminho é esse, tratar a questão gay com equilíbrio, sensatez e naturalidade. Nada de exageros ou de levantamento de bandeiras multicoloridas. Nesse caso o caminho é de fato procurar por algo mais sensível, sem cair no sensacionalismo barato. Só por ter ido por esse lado essa comédia já vale a pena.

Pablo Aluísio.