terça-feira, 7 de março de 2006

Aliança de Aço

Título no Brasil: Aliança de Aço
Título Original: Union Pacific
Ano de Produção: 1939
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Cecil B. DeMille
Roteiro: Walter DeLeon, Gardner Sullivan
Elenco: Barbara Stanwyck, Joel McCrea, Akim Tamiroff, Robert Preston, Lynne Overman, Brian Donlevy

Sinopse:
O Presidente Lincoln assina a autorização para a construção de uma grande ferrovia cortando todo o território dos Estados Unidos, com parada final na Califórnia. Isso cria uma série de intrigas entre diversas pessoas interessadas nesse novo empreendimento.

Comentários:
Foi um dos últimos trabalhos de Cecil B. DeMille no cinema. Esse diretor e produtor foi sem dúvida um dos mais importantes da história de Hollywood. Ele pensava seus filmes como espetáculos, como eventos. Para ele não havia espaço para o simples, o medíocre. Os filmes tinham que ser grandiosos, com produções milionárias, milhares de figurantes, cenários absurdamente caros, etc. Aqui ele fez da construção da ferrovia Union Pacific um espetáculo cinematográfico. Como tudo que dizia respeito a Cecil B. DeMille esse filme também se caracterizava pelo exagero. Ele trouxe trens de época, redobrou os custos da Paramount para reconstruir aquele dias perdidos no passado. O filme foi indicado na categoria efeitos especiais, mas a verdade é que praticamente tudo o que se vê na tela existia de fato. Já o roteiro tem alguns problemas. Há excesso de personagens, mas isso no final não tira os méritos de DeMille. Aqui ele deixou mais uma vez as marcas de sua conhecida megalomania. É cinema produzido para encher os olhos do espectador.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 6 de março de 2006

Dança com Lobos

Título no Brasil: Dança com Lobos
Título Original: Dances with Wolves
Ano de Produção: 1990
País: Estados Unidos
Estúdio: Orion Pictures
Direção: Kevin Costner
Roteiro: Michael Blake
Elenco: Kevin Costner, Mary McDonnell, Graham Greene, Rodney A. Grant, Floyd 'Red Crow' Westerman, Tantoo Cardinal

Sinopse:
Durante a guerra civil americana o Tenente Dunbar (Costner) da União é ferido e acaba sendo enviado para um território distante, ainda ocupado por nações nativas. Uma vez lá acaba se aproximando da cultura e do modo de viver dos indígenas, criando laços de amizade com eles. Em pouco tempo se torna um defensor daqueles índios das terras do Nebraska.

Comentários:
É o filme mais importante da carreira do ator e diretor Kevin Costner. Um projeto bem pessoal que havia sido recusado por alguns estúdios. Costner apostou em um roteiro que procurasse mostrar a riqueza cultural dos nativos norte-americanos. Por décadas eles foram mostrados apenas como vilões dos filmes de cavalaria. Agora havia uma mudança de mentalidade. O personagem principal era um membro da cavalaria americana, mas que procurava ter uma aproximação pacífica e construtiva com os nativos. Não foi a primeira vez que o cinema americano teve essa estética mais simpática aos índios, mas certamente foi o filme mais representativo dessa linha. Sucesso de público e crítica, acabou sendo indicado em 12 categorias no Oscar, vencendo sete, entre elas as mais importantes, de melhor filme, direção, roteiro e direção de fotografia. De fato o filme é visualmente belíssimo e mesmo revisto hoje em dia não perdeu nada de seu impacto inicial. Considerado um pouco longo por alguns, com 181 minutos de duração, a produção segue o estilo épico dos antigos filmes de western, só que agora acrescentado de uma bela mensagem de paz e harmonia com as tribos dos primeiros habitantes das Américas.

Pablo Aluísio.

Um Dolar para Matar

Título no Brasil: Um Dolar para Matar
Título Original: Bandidos
Ano de Produção: 1967
País: Itália, Espanha
Estúdio: Dino De Laurentiis Cinematografica Studios
Direção: Massimo Dallamano
Roteiro: Luis Laso, Juan Cobos
Elenco: Enrico Maria Salerno, Terry Jenkins, María Martín, Venantino Venantini, Marco Guglielmi, Cris Huerta

Sinopse:
Richard Martin (Enrico Maria Salerno) é um pistoleiro famoso que é traído por um de seus próprios seguidores. Esse o atinge nas mãos, para que ele nunca mais volte a usar uma arma. Anos depois Martin se alia a um novo comparsa e parte então em busca de sua vingança pessoal.

Comentários:
Esse western spaghetti foi produzido pelo famoso produtor italiano Dino De Laurentiis. Hoje em dia, para os mais jovens, seu nome nem é muito conhecido. No máximo o associam com os primeiros filmes do personagem Conan no cinema, aqueles mesmos com o brutamontes Arnold Schwarzenegger como o bárbaro. Só que Dino foi muito além disso. Figura muito importante dentro do cinema europeu ele procurou dar o melhor em termos de produção para seus filmes, que sempre contavam com orçamentos bem masi generosos do que a média em geral. Esse faroeste assim já conta com um bom cartão de visitas. E de fato é bem interessante, embora obviamente não fuja muito dos roteiros que eram típicos na época e que faziam a festa dos fãs desses filmes de bangue-bangue europeu, com muita violência estilizada, fortes trilhas sonoras e é óbvio muitos absurdos em cada cena. O diretor Massimo Dallamano usou um pseudônimo americano, assinando o filme como Max Dillman, o que era bem comum na época. Já o ator Enrico Maria Salerno podia até não ser um grande profissional na arte de interpretar, mas tinha certamente o visual certo para um bandido do velho oeste, com suas roupas surradas, cheias de poeira, barba por fazer e uma cara de mau. Dentro da estética spaghetti já estava de bom tamanho.

Pablo Aluísio.

domingo, 5 de março de 2006

A Morte Tem Seu Preço

Título no Brasil: A Morte Tem Seu Preço
Título Original: Gunsmoke
Ano de Produção: 1953
País: Estados Unidos
Estúdio:  Universal Pictures
Direção: Nathan Juran
Roteiro: D.D. Beauchamp
Elenco: Audie Murphy, Susan Cabot, Paul Kelly, Charles Drake, Mary Castle, Jack Kelly

Sinopse:
Reb Kittredge (Audie Murphy) é um jovem pistoleiro contratado que acaba se arrependendo de seu passado. Assim passa a defender a vida de um rancheiro e sua filha, ameaçados por um facínora que ambiciona suas terras.

Comentários:
Acredito que a década de 1950 legou alguns dos melhores filmes de faroeste da história. Mesmo quando esses filmes eram, digamos, considerados menores, a boa qualidade cinematográfica se revelava nas telas. Audie Murphy foi provavelmente o rei dos filmes B de western. Eram produções feitas com orçamentos menores, mas que nem por isso deixavam de se destacar. Esse "Gunsmoke" é muito bom. Inclusive daria origem a uma série de TV alguns anos depois (sem Murphy no papel principal). O tema aqui é o arrependimento. O personagem de Audie Murphy é um pistoleiro, um homem que colocava seu colt de aluguel a quem lhe pagasse melhor. Só que não seria de bom tom colocar o herói mais condecorado da segunda guerra mundial numa cilada dessas. Por isso o roteiro ia pelo caminho da redenção. O roteiro apenas adaptou a novela escrita por Norman A. Fox. Romances de western eram comuns na época e o cinema, claro, aproveitou muitas dessas histórias, transformando tudo em bons filmes do gênero.

Pablo Aluísio.

Silverado

Título no Brasil: Silverado
Título Original: Silverado
Ano de Produção: 1985
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: Lawrence Kasdan
Roteiro: Lawrence Kasdan, Mark Kasdan
Elenco: Kevin Kline, Scott Glenn, Danny Glover, Kevin Costner, John Cleese, Bill Thurman

Sinopse:
Um grupo de cowboys chega na cidade de Silverado e descobre que a região é dominada por um fazendeiro sem escrúpulos e um xerife corrupto, sempre disposto a abusar de sua autoridade em prol de suas atividades criminosas. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Som e Melhor Música Original.

Comentários:
Assisti no cinema, em seu lançamento original. Na época eu era um adolescente e gostei muito do filme. O faroeste já era um gênero cinematográfico meio decaído, poucos estúdios ainda investiam nele. Parecia algo de um tempo passado. O fato é que se produziu tantos filmes de western nas décadas anteriores que tudo ficou meio saturado. Outro aspecto a se considerar é que esse faroeste dos anos 80 procurava ser mais moderno, contando com um elenco muito bom, que estava surfando uma onda de sucesso. Danny Glover, por exemplo, colhia o sucesso da série "Máquina Mortífera". Kevin Kline era um ator badalado, inclusive pela crítica. E não poderia deixar de lembrar de Kevin Costner, naquela ocasião ainda pouco conhecido. Em pouco tempo ele iria se tornar um astro, um campeão de bilheteria. De qualquer modo é um bom filme e resistiu bem ao tempo. Claro, depois que você assiste filmes como "Sete Homens e um Destino" você acaba entendendo de onde veio parte do roteiro desse "Silverado". Mesmo assim não é algo que desmereça suas qualidades cinematográficas.

Pablo Aluísio.

sábado, 4 de março de 2006

Pilastras do Céu

O Sargento Emmett Bell (Jeff Chandler) é o encarregado do governo americano para manter a ordem e a lei numa reserva de tribos nativas norte-americanas. Nessa funciona uma missão cristã que tenta levar o evangelho para os indígenas, convertendo alguns do grupo. Os problemas começam quando alguns chefes não aceitam a realização de uma obra pelo governo americano dentro da reserva. Para os caciques essa seria uma intervenção dentro dos novos domínios controlados pelos índios. Não tarda a se criar um clima de rebelião no local. "Pilastras do Céu" me surpreendeu positivamente. Nunca o tinha assistido e só o fiz por curiosidade, pois andei lendo sobre a vida do ator Jeff Chandler (que morreu em 1961 e hoje anda meio esquecido). Bom, adoro filmes de cavalaria, sou fã assumido desse tipo de western. Esse é bem curioso porque embora tenhamos todos os elementos que sempre caracterizaram esse tipo de filme: tiroteios, batalhas e índios x cavalaria, o subtexto que o roteiro traz não é nada clichê ou banal.

Seu final é uma grande surpresa e mostra bem a mentalidade religiosa que ainda hoje prevalece na sociedade americana. Não vou contar mais para não estragar, quem tiver curiosidade de assistir um filme que consegue misturar tantas coisas em tão pouco tempo aproveite para conferir, garanto que no mínimo ficará surpreso pelo final incomum. Em definição podemos dizer que se trata de um western com temática religiosa ao fundo que certamente vale a pena ser redescoberto pelos admiradores de faroestes americanos da década de 50.

Pilastras do Céu (Pillars Of The Sky, EUA, 1956) Direção: George Marshall / Roteiro: Sam Rolfe baseado na novela de Heck Allen / Elenco: Jeff Chandler, Dorothy Malone, Ward Bond / Sinopse: O Sargento Emmett Bell (Jeff Chandler) é o encarregado do governo americano para manter a ordem e a lei numa reserva de tribos nativas norte-americanas. Nessa funciona uma missão cristã que tenta levar o evangelho para os indígenas, convertendo alguns do grupo. Os problemas começam quando alguns chefes não aceitam a realização de uma obra pelo governo americano dentro da reserva. Para os caciques essa seria uma intervenção dentro dos novos domínios controlados pelos índios. Não tarda a se criar um clima de rebelião no local.

Pablo Aluísio.

Rebelião de Bravos

George Montgomery foi por longos anos o ator preferido dos estúdios para estrelar faroestes B. Esse "Rebelião de Bravos" é um exemplo. Um western B da Columbia com o ator encabeçando o elenco (sem nenhum nome de maior repercussão nele). Aqui somos levados ao Arizona, onde um grupo de índios Apaches revoltosos comandados por Gerônimo (Miguel Incian) promovem uma grande rebelião. Eles atacam mineradores e posseiros que entram em suas terras. Para pacificar o local é enviado o Capitão Chase McCloud (George Montgomery). Fazendo um pacto com Gerônimo ele garante que as terras da reserva indígena serão preservadas e em troca exige que o líder nativo deponha suas armas. O problema é que os demais brancos da região não querem abrir mão das minas dentro da reserva Apache pois estão abarrotadas de ouro em grande quantidade. Em pouco tempo Chase terá que lidar não apenas com os Apaches mas também com os mineradores que querem a todo custo explorar a região.

"Rebelião de Bravos" é um bang bang autêntico, ou seja, há muitos tiroteios, emboscadas, batalhas. O roteiro é levado para o lado da ação em detrimento de outros aspectos, como por exemplo, o desenvolvimento dos personagens. Esses obviamente são bem unilaterais, os mocinhos são virtuosos e os bandidos são o supra sumo da maldade. George Montgomery faz um Capitão de boas intenções que acaba tendo que sucumbir aos aspectos políticos de ter que defender os índios em desfavor dos brancos. No saldo final o filme, que é bem curtinho (pouco mais de 70 minutos) consegue entreter o fã de faroestes ao estilo bang bang, sem maiores pretensões do que apenas divertir com muitas lutas entre soldados e índios.

Rebelião de Bravos (Indian Uprising, EUA, 1952) Direção: Ray Nazarro / Roteiro: Keneth Gamet, Richard Schaver / Elenco: George Montgomery, Audrey Long, Carl Benton Reid, Miguel Incian / Sinopse: Brancos, Apaches e a cavalaria norte-americana entram em conflito pelas posses de terras com minas de ouro no Arizona do século XVIII. Para apaziguar a região é enviado o Capitão Chase McCloud (George Montgomery).

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 3 de março de 2006

Legião Invencível

"Legião Invencível" é o segundo filme da trilogia dirigida por John Ford retratando a cavalaria americana. O primeiro, "Sangue de Heróis", era uma alegoria dos acontecimentos que levaram a sétima cavalaria do exército americano a ser dizimada por tribos hostis. Era de certa maneira uma crítica mordaz de Ford para com o fato do General Custer ser idolatrado pelo exército como um herói. Aqui o tema continua. Não é necessariamente uma sequência do filme anterior, personagens são diferentes e finalmente o nome Custer surge em cena (no anterior o papel que seria de Custer foi transferido para a de um Coronel puramente ficcional, embora sua estória seja obviamente a do famoso General). Aqui o enredo começa após o massacre de Custer e sua sétima cavalaria. Prestes a se aposentar o Capitão Nathan Brittles (John Wayne) tem que lidar com os efeitos terríveis de Little Big Horn. A moral das tropas sobreviventes, o risco eminente de um novo ataque e os novos problemas decorrentes da mudança de liderança em um forte avançado são algumas das situações que ele deve contornar.

O elenco novamente conta com o ator preferido de John Ford, o eterno cowboy John Wayne. Fazendo o papel de um personagem muito mais velho do que ele na época, Wayne foi fortemente maquiado para parecer um veterano Capitão perto da aposentadoria. Conciliador tenta abrir uma linha de diálogo com os líderes nativos, mesmo com resultados adversos. John Ford novamente foi a Monument Valley para rodar todas aquelas cenas clássicas que tanto conhecemos - com os montes ao fundo em pleno crepúsculo (uma das marcas registradas da carreira do cineasta). O filme é muito bem fotografado e de forma em geral muito mais leve do que "Sangue de Heróis". Não há muitas cenas de ação (afinal a grande batalha sangrenta havia acontecido no filme anterior) sendo que o filme se apoia muito mais no cotidiano da vida dos soldados no posto avançado. O humor também se faz presente, como quase sempre acontecia nos filmes de Ford. Em conclusão podemos considerar "Legião Invencível" um belo filme que traz uma interessante mensagem em seu roteiro, a de que a paz só será alcançada mesmo com atos de diplomacia e tolerância religiosa e cultural. A guerra, como sempre, nunca será a solução para nenhum problema envolvendo choque de civilizações e culturas.

Legião Invencível (She Wore a Yellow Ribbon, EUA, 1949) Direção: John Ford / Roteiro: James Warner Bellah, Frank S. Nugent / Elenco: John Wayne, Joanne Dru, John Agar, Ben Johnson, Harry Carey Jr / Sinopse: Após a morte do General Custer e toda a sétima cavalaria o Capitão Nathan Brittles (John Wayne) tem que lidar com os efeitos terríveis de Little Big Horn. A moral das tropas sobreviventes, o risco eminente de um novo ataque e os novos problemas decorrentes da mudança de liderança em um forte avançado são algumas das situações que ele deve contornar.

Pablo Aluísio.