Título no Brasil: Os Rifles de Batasi
Título Original: Guns at Batasi
Ano de Produção: 1964
País: Inglaterra
Estúdio: George H. Brown Productions
Direção: John Guillermin
Roteiro: Robert Holles
Elenco: Richard Attenborough, Mia Farrow, Jack Hawkins, Flora Robson
Sinopse:
Numa distante e isolada colônia britânica na África, uma revolução pedindo a independência daquela nação da Inglaterra pega um grupo de oficiais e soldados britânicos de surpresa. Os rebeldes se apoderam das armas do exército inglês e começam um motim, cercando o regimento de oficiais liderados pelo Sargento-Major Lauderdale (Richard Attenborough). Para piorar a situação ele precisa manter a salvo a parlamentar Barker-Wise (Flora Robson) e a representante da nações unidas Karen Eriksson (Mia Farrow). Lá fora rugem milhares de revolucionários que querem acertar as contas com os imperialistas estrangeiros.
Comentários:
A história da colonização europeia na África foi certamente uma tragédia. Isso não apenas pelo fato de países estrangeiros dominarem aquelas nações africanas por anos, mas também pelas sangrentas guerras civis que explodiram após a saída de ingleses, franceses e belgas do solo africano. Esse filme retrata o momento em que o sistema colonial começava a ruir. O enredo se passa durante a era vitoriana, quando o povo de um lugar inóspito da África resolveu se rebelar contra a presença inglesa. O povo saiu às ruas e um grupo se armou com o próprio arsenal roubado do exército britânico para expulsar os estrangeiros. Avisados para se renderem, um oficial britânico se recusou a depor armas. Esse personagem, o militar Lauderdale, é uma das grandes atrações do filme, justamente por causa da brilhante atuação de Richard Attenborough. Se você acompanha cinema há muito tempo sabe que Attenborough foi um dos mais talentosos e brilhantes diretores ingleses de todos os tempos. Ele dirigiu grandes clássicos como "Uma Ponte Longe Demais" e "Um Grito de Liberdade", mas se consagrou mesmo por "Gandhi" quando foi premiado com o Oscar de Melhor Direção. Era realmente um grande mestre. O interesse nesse filme é que vemos aqui seu trabalho como ator. Ele se sai maravilhosamente bem. Seu papel é deliciosamente exagerado, um oficial absurdamente pomposo e rígido, dado a acessos de fúria quando contrariado nos menores detalhes. Assim que surge em cena pela primeira vez sabemos que estamos diante de uma grande atuação. No mais o filme é muito bem escrito e realizado, mostrando a qualidade do cinema inglês durante os anos 60. Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Revelação Feminina
(Mia Farrow). Também premiado pelo BAFTA Awards na categoria Melhor Ator
(Richard Attenborough).
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 14 de abril de 2016
quarta-feira, 13 de abril de 2016
As Confissões de Schmidt
Título no Brasil: As Confissões de Schmidt
Título Original: About Schmidt
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Louis Begley, Alexander Payne
Elenco: Jack Nicholson, Kathy Bates, Hope Davis, Dermot Mulroney
Sinopse:
Baseado na novela de Louis Begley, o filme "About Schmidt" conta a parte final da vida de Warren Schmidt (Jack Nicholson). Após trabalhar duro por longos anos ele finalmente está aposentado. Sua tranquilidade porém é abalada após uma série de reveses pessoais. Sua esposa de mais de 40 anos de casamento falece subitamente. Para piorar sua filha deseja se casar com um homem que Schmidt considera completamente inadequado para ela. Tudo mostrando que, apesar dos anos passados, vários aspectos de sua vida familiar ainda precisam de reparos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Roteiro (Louis Begley, Alexander Payne).
Comentários:
Jack Nicholson é de certamente um dos grandes atores da história do cinema. Sua carreira foi brilhante e os clássicos que fazem parte de sua filmografia são inigualáveis. O último filme de Jack foi lançado há seis anos e embora nunca tenha anunciado oficialmente sua aposentaria o fato é que tudo indica que ele não voltará mais a trabalhar no cinema. Uma pena pois qualquer filme estrelado por Nicholson era no mínimo interessante, mesmo que não apresentasse um grande roteiro ou uma direção à altura de seu maravilhoso talento. De todos os filmes lançados por Jack na fase final de sua carreira esse "As Confissões de Schmidt" é um dos mais representativos do momento pelo qual ele atravessava em sua própria vida pessoal. Quase uma autobiografia do fim de sua jornada. Depois que chega a aposentadoria o que resta? Essa é apenas uma das inúmeras perguntas que o roteiro desse filme tenta responder. É uma película da fase crepuscular da carreira de Jack Nicholson, que provavelmente ele se identificou muito. Depois de conquistar o mundo, criar uma família e se dedicar a ter um resto de vida na paz e tranquilidade, o que poderia sobrar para um homem como ele realizar? Jack deixa de lado sua personalidade explosiva e carismática para adotar uma linha mais triste, introspectiva, até mesmo depressiva.
Título Original: About Schmidt
Ano de Produção: 2002
País: Estados Unidos
Estúdio: New Line Cinema
Direção: Alexander Payne
Roteiro: Louis Begley, Alexander Payne
Elenco: Jack Nicholson, Kathy Bates, Hope Davis, Dermot Mulroney
Sinopse:
Baseado na novela de Louis Begley, o filme "About Schmidt" conta a parte final da vida de Warren Schmidt (Jack Nicholson). Após trabalhar duro por longos anos ele finalmente está aposentado. Sua tranquilidade porém é abalada após uma série de reveses pessoais. Sua esposa de mais de 40 anos de casamento falece subitamente. Para piorar sua filha deseja se casar com um homem que Schmidt considera completamente inadequado para ela. Tudo mostrando que, apesar dos anos passados, vários aspectos de sua vida familiar ainda precisam de reparos. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Atriz Coadjuvante (Kathy Bates). Vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Jack Nicholson) e Melhor Roteiro (Louis Begley, Alexander Payne).
Comentários:
Jack Nicholson é de certamente um dos grandes atores da história do cinema. Sua carreira foi brilhante e os clássicos que fazem parte de sua filmografia são inigualáveis. O último filme de Jack foi lançado há seis anos e embora nunca tenha anunciado oficialmente sua aposentaria o fato é que tudo indica que ele não voltará mais a trabalhar no cinema. Uma pena pois qualquer filme estrelado por Nicholson era no mínimo interessante, mesmo que não apresentasse um grande roteiro ou uma direção à altura de seu maravilhoso talento. De todos os filmes lançados por Jack na fase final de sua carreira esse "As Confissões de Schmidt" é um dos mais representativos do momento pelo qual ele atravessava em sua própria vida pessoal. Quase uma autobiografia do fim de sua jornada. Depois que chega a aposentadoria o que resta? Essa é apenas uma das inúmeras perguntas que o roteiro desse filme tenta responder. É uma película da fase crepuscular da carreira de Jack Nicholson, que provavelmente ele se identificou muito. Depois de conquistar o mundo, criar uma família e se dedicar a ter um resto de vida na paz e tranquilidade, o que poderia sobrar para um homem como ele realizar? Jack deixa de lado sua personalidade explosiva e carismática para adotar uma linha mais triste, introspectiva, até mesmo depressiva.
Há uma melancolia e falta de esperança que incomodam um pouco. Devagar porém vamos nos acostumando com a proposta e os personagens em cena e tudo parece ficar bem mais claro e limpo. Jack, genial como sempre, surpreende justamente por se despir de sua imagem pública para abraçar um personagem que de sua própria maneira é bem trágico e angustiado. O extremo oposto do que estamos acostumados a ver Jack Nicholson interpretar nas telas. Como sempre o talento do ator se faz presente pois ele interpreta seu Warren Schmidt com uma naturalidade incrível. Ao que tudo indica Jack quis mostrar que, em certas ocasiões, o menos é mais em termos de interpretação, tanto que foi indicado ao Oscar e venceu o Globo de Ouro por seu trabalho. Ele não procura impressionar o espectador com grandes gestos ou uma atuação exagerada, pelo contrário, abraça a delicadeza e a sutileza. O menor gesto causa um grande impacto. O resultado é que Nicholson foi novamente celebrado por seu trabalho. de forma extremamente merecida aliás. Não que isso venha a importar para ele nessa fase de sua carreira, pois no fundo é apenas a coroação de um profissional brilhante, como poucos surgidos na história de Hollywood. O velho Jack já superou tudo isso.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Conspiração e Poder
Título no Brasil: Conspiração e Poder
Título Original: Truth
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: James Vanderbilt
Roteiro: James Vanderbilt, baseado no livro de Mary Mapes
Elenco: Cate Blanchett, Robert Redford, Dennis Quaid, Topher Grace, Elisabeth Moss, Bruce Greenwood, Stacy Keach
Sinopse:
Em 2004, nas vésperas das eleições presidenciais americanas, a jornalista Mary Mapes (Cate Blanchett) resolve fazer uma reportagem investigativa para o programa "60 Minutes" da rede de TV CBS sobre os anos em que o Presidente George W. Bush passou prestando seu serviço militar na Guarda Nacional. Em sua visão existiam mutas suspeitas que tudo havia sido arranjado para que ele não fosse enviado para a Guerra do Vietnã. Além disso pesavam indícios de que Bush sequer tinha participado do treinamento de pilotos. Confiando em fontes não muito seguras e documentos que depois seriam comprovados como falsos, Mary acabaria entrando em um ciclo de acusações de manipulação dos fatos, colocando em risco até mesmo sua carreira como jornalista consagrada. Filme vencedor do Palm Springs International Film Festival na categoria de Melhor Atriz (Cate Blanchett).
Comentários:
Esse filme conta a história real de uma investigação jornalística que deu muito, muito errado. Como em todas as profissões a de jornalista também exige uma grande dose de responsabilidade e ética. Isso foi justamente o que faltou para Mary Mapes (Cate Blanchett). Ela era uma das responsáveis pelo popular programa da CBS chamado "60 Minutes". Uma liberal de carteirinha, com ligações com o Partido Democrata, ela acabou sendo dominada por suas paixões partidárias ao colocar no ar uma série de acusações contra o presidente e candidato à reeleição George W. Bush do Partido Republicano. O tiro logo saiu pela culatra ao se descobrir que todos os documentos mostrados no programa eram falsos e forjados. A partir daí Mapes entrou em seu inferno astral pessoal e profissional. Foi processada e teve que arcar com sua irresponsabilidade midiática, pagando caro pelo que fez. O curioso é que o roteiro, que foi escrito baseando-se no livro escrito pela própria jornalista, a coloca na posição de vítima. Bobagem. Mesmo com essa parcialidade bem nítida fica claro para o espectador que ela errou e de forma até mesmo primária. É complicado aceitar a tese de que não houve dolo em seu caso pois ela sempre fora conhecida como uma liberal e uma feminista ardorosa.
Título Original: Truth
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Sony Pictures Classics
Direção: James Vanderbilt
Roteiro: James Vanderbilt, baseado no livro de Mary Mapes
Elenco: Cate Blanchett, Robert Redford, Dennis Quaid, Topher Grace, Elisabeth Moss, Bruce Greenwood, Stacy Keach
Sinopse:
Em 2004, nas vésperas das eleições presidenciais americanas, a jornalista Mary Mapes (Cate Blanchett) resolve fazer uma reportagem investigativa para o programa "60 Minutes" da rede de TV CBS sobre os anos em que o Presidente George W. Bush passou prestando seu serviço militar na Guarda Nacional. Em sua visão existiam mutas suspeitas que tudo havia sido arranjado para que ele não fosse enviado para a Guerra do Vietnã. Além disso pesavam indícios de que Bush sequer tinha participado do treinamento de pilotos. Confiando em fontes não muito seguras e documentos que depois seriam comprovados como falsos, Mary acabaria entrando em um ciclo de acusações de manipulação dos fatos, colocando em risco até mesmo sua carreira como jornalista consagrada. Filme vencedor do Palm Springs International Film Festival na categoria de Melhor Atriz (Cate Blanchett).
Comentários:
Esse filme conta a história real de uma investigação jornalística que deu muito, muito errado. Como em todas as profissões a de jornalista também exige uma grande dose de responsabilidade e ética. Isso foi justamente o que faltou para Mary Mapes (Cate Blanchett). Ela era uma das responsáveis pelo popular programa da CBS chamado "60 Minutes". Uma liberal de carteirinha, com ligações com o Partido Democrata, ela acabou sendo dominada por suas paixões partidárias ao colocar no ar uma série de acusações contra o presidente e candidato à reeleição George W. Bush do Partido Republicano. O tiro logo saiu pela culatra ao se descobrir que todos os documentos mostrados no programa eram falsos e forjados. A partir daí Mapes entrou em seu inferno astral pessoal e profissional. Foi processada e teve que arcar com sua irresponsabilidade midiática, pagando caro pelo que fez. O curioso é que o roteiro, que foi escrito baseando-se no livro escrito pela própria jornalista, a coloca na posição de vítima. Bobagem. Mesmo com essa parcialidade bem nítida fica claro para o espectador que ela errou e de forma até mesmo primária. É complicado aceitar a tese de que não houve dolo em seu caso pois ela sempre fora conhecida como uma liberal e uma feminista ardorosa.
Diante dessa posição não era de se admirar que odiasse republicanos e conservadores em geral. Ao pagar para ver, acabou se dando muito mal. Mesmo com esse viés ideológico o filme se revela muito bom. Tem um elenco que certamente chamará a atenção dos cinéfilos, a começar pela própria Cate Blanchett que está passando por uma fase maravilhosa (vide seu recém lançado filme "Carol"). As presenças de Robert Redford e Dennis Quaid também me agradaram muito. A despeito do grande talento que possuem devo confessar também que fiquei bem surpreso com a aparência deles. Estão bem envelhecidos, mostrando sem receios as marcas do tempo. Ponto positivo para ambos, pois não se renderam à moda das cirurgias plásticas que costumam deformar o rosto de atores e atrizes, algo que infelizmente anda muito em voga em Hollywood. Envelhecer com dignidade revela acima de tudo um grande caráter por parte deles. Então é isso. Temos aqui um bom filme, especialmente indicado para jornalistas e estudantes de jornalismo em geral, que só peca mesmo por causa de seus problemas ideológicos. Se tivesse sido mais imparcial seria uma grande obra cinematográfica. Do jeito que ficou vale pelo elenco e pela boa direção. Está recomendado.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
domingo, 10 de abril de 2016
JFK a História Não Contada
Título no Brasil: JFK, a História Não Contada
Título Original: Parkland
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: American Film Company, Playtone Films
Direção: Peter Landesman
Roteiro: Peter Landesman
Elenco: Paul Giamatti, Billy Bob Thornton, Tom Welling, Zac Efron, Colin Hanks
Sinopse:
22 de novembro de 1963. O presidente americano John Kennedy chega em Dallas para uma visita oficial ao povo texano e aos líderes políticos da região. Para ficar mais próximo do público presente ao seu desfile pelas ruas da cidade o presidente resolve fazer o percurso em carro aberto, saudando todos os que vão às ruas para lhe ver. Ao entrar na esquina em frente a um prédio que serve como depósito de livros infantis o líder dos Estados Unidos é alvejado por uma série de tiros. Em questão de segundos a história muda para sempre.
Comentários:
Excelente drama baseado no livro escrito por Vincent Bugliosi. A intenção é ser o mais detalhista possível. Assim o roteiro explora os três dias em que a história mudou para sempre para os americanos. O foco é obviamente voltado para o assassinato do presidente JFK durante sua visita à Dallas. O espectador é convidado a ser uma testemunha de tudo o que aconteceu e foi apurado depois nos inúmeros inquéritos policiais que tentaram desvendar aquele que é considerado um dos maiores crimes que se tem notícia. Claro que ao tratarmos sobre a morte de JFK logo vem em mente as centenas de teorias de conspiração envolvendo os fatos que aconteceram. O roteiro porém ignora isso completamente, procurando seguir a versão original e oficial nos menores detalhes. Não é intenção dos realizadores apontar o dedo para A ou B, mas sim contar tudo, sob um ponto de vista objetivo e isento de teses de conspiração. Não há preocupação em tentar entender as razões da morte de JFK, mas sim mostrar tudo o que aconteceu após o presidente ser baleado na frente de todos. Para os que se interessam por história o filme traz também ótimas cenas reais captadas por pessoas que estavam lá naquele dia. Também acompanhamos o drama dos médicos que atenderam o presidente em seu centro de emergência, o desespero de Jackie e o sentimento de completa surpresa por parte das autoridades. "JFK, a História Não Contada" é bem honesto em suas pretensões e muito eficiente em seu resultado final.
Pablo Aluísio.
Título Original: Parkland
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: American Film Company, Playtone Films
Direção: Peter Landesman
Roteiro: Peter Landesman
Elenco: Paul Giamatti, Billy Bob Thornton, Tom Welling, Zac Efron, Colin Hanks
Sinopse:
22 de novembro de 1963. O presidente americano John Kennedy chega em Dallas para uma visita oficial ao povo texano e aos líderes políticos da região. Para ficar mais próximo do público presente ao seu desfile pelas ruas da cidade o presidente resolve fazer o percurso em carro aberto, saudando todos os que vão às ruas para lhe ver. Ao entrar na esquina em frente a um prédio que serve como depósito de livros infantis o líder dos Estados Unidos é alvejado por uma série de tiros. Em questão de segundos a história muda para sempre.
Comentários:
Excelente drama baseado no livro escrito por Vincent Bugliosi. A intenção é ser o mais detalhista possível. Assim o roteiro explora os três dias em que a história mudou para sempre para os americanos. O foco é obviamente voltado para o assassinato do presidente JFK durante sua visita à Dallas. O espectador é convidado a ser uma testemunha de tudo o que aconteceu e foi apurado depois nos inúmeros inquéritos policiais que tentaram desvendar aquele que é considerado um dos maiores crimes que se tem notícia. Claro que ao tratarmos sobre a morte de JFK logo vem em mente as centenas de teorias de conspiração envolvendo os fatos que aconteceram. O roteiro porém ignora isso completamente, procurando seguir a versão original e oficial nos menores detalhes. Não é intenção dos realizadores apontar o dedo para A ou B, mas sim contar tudo, sob um ponto de vista objetivo e isento de teses de conspiração. Não há preocupação em tentar entender as razões da morte de JFK, mas sim mostrar tudo o que aconteceu após o presidente ser baleado na frente de todos. Para os que se interessam por história o filme traz também ótimas cenas reais captadas por pessoas que estavam lá naquele dia. Também acompanhamos o drama dos médicos que atenderam o presidente em seu centro de emergência, o desespero de Jackie e o sentimento de completa surpresa por parte das autoridades. "JFK, a História Não Contada" é bem honesto em suas pretensões e muito eficiente em seu resultado final.
Pablo Aluísio.
Crepúsculo
Título no Brasil: Crepúsculo
Título Original: Twilight
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Catherine Hardwicke
Roteiro: Melissa Rosenberg
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner
Sinopse:
Baseado na série de livros de autoria de Stephenie Meyer, "Crepúsculo" conta a estória de amor entre Bella Swan (Kristen Stewart) e Edward Cullen (Robert Pattinson). Ela é uma jovem normal de sua idade e ele um vampiro secular. Envolvidos em uma paixão avassaladora, ao estilo amor à primeira vista, eles terão que superar todos os desafios para consumar seu romance. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Fantasia. Indicado ao Grammy Awards nas categorias de Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção ("Decode"). Também indicado aos prêmios People's Choice Awards, Teen Choice Awards e MTV Movie Awards.
Comentários:
Esse filme deu origem a uma das franquias mais populares dos últimos anos. Virou febre entre a juventude. E como todo produto muito popular acabou também virando alvo de críticas ferozes. Não é para tanto! Tudo bem, analisando-se friamente como pura obra cinematográfica o filme deixe um pouco a desejar. Não é nenhuma obra prima da sétima arte. Essa porém não é a questão principal. O mais interessante aqui foi resgatar um certo romantismo entre os jovens que andava soterrado embaixo de pilhas e pilhas de produtos culturais vulgares e obscenos (esses sim merecem a lata de lixo da história!). Curiosamente o enredo adota certos pontos de vista conservadores nos dias de hoje. Não é um problema esse tipo de característica, mas de certa forma até mesmo uma solução. Com tantas adolescentes grávidas por aí, muitas virando mães solteiras, não é nada mal termos no cinema um exemplo positivo vindo de uma obra tão popular como essa. Além disso, pensando-se sobre esse ângulo, o romantismo também pode servir como controle social. Devaneios de sociologia à parte o fato é que a saga foi feita para um determinado tipo de público: o adolescente. Assim se você não se enquadra nessa faixa etária é melhor ficar calado. Se os jovens a quem o filme foi destinado gostaram do que viram, não será um adulto ranzinza que vai desmerecer todo o mérito dessas produções. E estamos conversados.
Pablo Aluísio.
Título Original: Twilight
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Summit Entertainment
Direção: Catherine Hardwicke
Roteiro: Melissa Rosenberg
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner
Sinopse:
Baseado na série de livros de autoria de Stephenie Meyer, "Crepúsculo" conta a estória de amor entre Bella Swan (Kristen Stewart) e Edward Cullen (Robert Pattinson). Ela é uma jovem normal de sua idade e ele um vampiro secular. Envolvidos em uma paixão avassaladora, ao estilo amor à primeira vista, eles terão que superar todos os desafios para consumar seu romance. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria Melhor Filme de Fantasia. Indicado ao Grammy Awards nas categorias de Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção ("Decode"). Também indicado aos prêmios People's Choice Awards, Teen Choice Awards e MTV Movie Awards.
Comentários:
Esse filme deu origem a uma das franquias mais populares dos últimos anos. Virou febre entre a juventude. E como todo produto muito popular acabou também virando alvo de críticas ferozes. Não é para tanto! Tudo bem, analisando-se friamente como pura obra cinematográfica o filme deixe um pouco a desejar. Não é nenhuma obra prima da sétima arte. Essa porém não é a questão principal. O mais interessante aqui foi resgatar um certo romantismo entre os jovens que andava soterrado embaixo de pilhas e pilhas de produtos culturais vulgares e obscenos (esses sim merecem a lata de lixo da história!). Curiosamente o enredo adota certos pontos de vista conservadores nos dias de hoje. Não é um problema esse tipo de característica, mas de certa forma até mesmo uma solução. Com tantas adolescentes grávidas por aí, muitas virando mães solteiras, não é nada mal termos no cinema um exemplo positivo vindo de uma obra tão popular como essa. Além disso, pensando-se sobre esse ângulo, o romantismo também pode servir como controle social. Devaneios de sociologia à parte o fato é que a saga foi feita para um determinado tipo de público: o adolescente. Assim se você não se enquadra nessa faixa etária é melhor ficar calado. Se os jovens a quem o filme foi destinado gostaram do que viram, não será um adulto ranzinza que vai desmerecer todo o mérito dessas produções. E estamos conversados.
Pablo Aluísio.
A Legião Perdida
Título no Brasil: A Legião Perdida
Título Original: The Eagle
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Kevin Macdonald
Roteiro: Jeremy Brock, Rosemary Sutcliff
Elenco: Channing Tatum, Jamie Bell, Donald Sutherland
Sinopse:
Em 140 dC, 20 anos após o desaparecimento inexplicável de toda a Nona Legião Romana nas montanhas da Escócia, o jovem centurião Marcus Aquila (Tatum) chega de Roma para solucionar o mistério e restaurar a reputação de seu pai, comandante daquela legião. Acompanhado apenas por seu escravo britânico Esca (Bell), Marcus percorre toda a Muralha de Adriano chegando até as montanhas inexploradas da Caledônia - para confrontar suas tribos selvagens, fazer as pazes com a memória de seu pai, e recuperar o emblema de ouro da legião perdida, a Águia, símbolo máximo do exército Romano.
Comentários:
Filme que prometia muito, mas que entregou pouco. Infelizmente já não se fazem mais filmes épicos como antigamente. Aqui ao invés de se privilegiar aspectos históricos gerais, explorando a ocupação romana na Britânia (futura Inglaterra), o roteiro preferiu focar na busca pessoal de apenas um personagem, perdendo-se com isso a possibilidade de realizar um grande espetáculo cinematográfico para o espectador. Para piorar ainda mais o elenco não ajuda muito. Channing Tatum não tem carisma nenhum e sob um ponto de vista puramente dramático deixa muito a desejar. Donald Sutherland até tenta melhorar um pouco a situação interpretando Aquila, mas uma andorinha só não faz verão. Em termos de trama também não há muito o que se celebrar. A própria travessia que ocupa grande parte do enredo do filme se mostra muitas vezes entediante, fazendo com que o filme se torne chato. Some-se a isso poucas cenas realmente interessantes e você terá mesmo em mãos um resultado bem morno, de mediano para fraco. Não vale a indicação.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Eagle
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos, Inglaterra
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Kevin Macdonald
Roteiro: Jeremy Brock, Rosemary Sutcliff
Elenco: Channing Tatum, Jamie Bell, Donald Sutherland
Sinopse:
Em 140 dC, 20 anos após o desaparecimento inexplicável de toda a Nona Legião Romana nas montanhas da Escócia, o jovem centurião Marcus Aquila (Tatum) chega de Roma para solucionar o mistério e restaurar a reputação de seu pai, comandante daquela legião. Acompanhado apenas por seu escravo britânico Esca (Bell), Marcus percorre toda a Muralha de Adriano chegando até as montanhas inexploradas da Caledônia - para confrontar suas tribos selvagens, fazer as pazes com a memória de seu pai, e recuperar o emblema de ouro da legião perdida, a Águia, símbolo máximo do exército Romano.
Comentários:
Filme que prometia muito, mas que entregou pouco. Infelizmente já não se fazem mais filmes épicos como antigamente. Aqui ao invés de se privilegiar aspectos históricos gerais, explorando a ocupação romana na Britânia (futura Inglaterra), o roteiro preferiu focar na busca pessoal de apenas um personagem, perdendo-se com isso a possibilidade de realizar um grande espetáculo cinematográfico para o espectador. Para piorar ainda mais o elenco não ajuda muito. Channing Tatum não tem carisma nenhum e sob um ponto de vista puramente dramático deixa muito a desejar. Donald Sutherland até tenta melhorar um pouco a situação interpretando Aquila, mas uma andorinha só não faz verão. Em termos de trama também não há muito o que se celebrar. A própria travessia que ocupa grande parte do enredo do filme se mostra muitas vezes entediante, fazendo com que o filme se torne chato. Some-se a isso poucas cenas realmente interessantes e você terá mesmo em mãos um resultado bem morno, de mediano para fraco. Não vale a indicação.
Pablo Aluísio.
Reencontrando a Felicidade
Título no Brasil: Reencontrando a Felicidade
Título Original: Rabbit Hole
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Olympus Pictures, Blossom Films
Direção: John Cameron Mitchell
Roteiro: David Lindsay-Abaire
Elenco: Nicole Kidman, Aaron Eckhart, Dianne Wiest
Sinopse:
A vida de um jovem casal desmorona após a morte do filho, vítima de um carro em uma estrada perto de sua casa. A partir desse trágico acontecimento sua mãe, Becca (Nicole Kidman), entra em profunda depressão, destruindo aos poucos todos os aspectos de sua vida pessoal. Seu único consolo parece vir de um relacionamento não definido com um rapaz que parece possuir uma ligação direta com os nefastos acontecimentos do passado. Filme indicado ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman).
Comentários:
Nicole Kidman vinha em baixa na carreira, acumulando fracassos de bilheteria e de público quando lhe caiu em mãos o roteiro desse drama. É de fato uma história muito triste mostrando uma mãe tentando encontrar algum sentido em sua vida após a morte do pequeno filho. Não é um filme indicado para pessoas que sofram de depressão ou que possuam uma personalidade mais melancólica já que nem a roteirista e nem o diretor optaram por contar uma trama de redenção ou final feliz. Na verdade a personagem de Kidman mergulha no que há de mais obscuro da alma humana para tentar entender as armadilhas do destino. O grande triunfo para Nicole Kidman veio do fato de sua atuação ter sido considerada uma das mais inspiradas do ano, a ponto inclusive dela ser indicada para os três principais prêmios da indústria cinematográfica. A própria atriz, sendo mãe, afirmou que tentou mergulhar nesse sentimento terrível de perda de seu próprio filho, numa imersão completa dentro do papel que desempenhava. Um trabalho maravilhoso que mereceu todo o reconhecimento possível. "Rabbit Hole" é sem dúvida um dos melhores dramas dos últimos anos.
Pablo Aluísio.
Título Original: Rabbit Hole
Ano de Produção: 2010
País: Estados Unidos
Estúdio: Olympus Pictures, Blossom Films
Direção: John Cameron Mitchell
Roteiro: David Lindsay-Abaire
Elenco: Nicole Kidman, Aaron Eckhart, Dianne Wiest
Sinopse:
A vida de um jovem casal desmorona após a morte do filho, vítima de um carro em uma estrada perto de sua casa. A partir desse trágico acontecimento sua mãe, Becca (Nicole Kidman), entra em profunda depressão, destruindo aos poucos todos os aspectos de sua vida pessoal. Seu único consolo parece vir de um relacionamento não definido com um rapaz que parece possuir uma ligação direta com os nefastos acontecimentos do passado. Filme indicado ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao Screen Actors Guild Awards na categoria de Melhor Atriz (Nicole Kidman).
Comentários:
Nicole Kidman vinha em baixa na carreira, acumulando fracassos de bilheteria e de público quando lhe caiu em mãos o roteiro desse drama. É de fato uma história muito triste mostrando uma mãe tentando encontrar algum sentido em sua vida após a morte do pequeno filho. Não é um filme indicado para pessoas que sofram de depressão ou que possuam uma personalidade mais melancólica já que nem a roteirista e nem o diretor optaram por contar uma trama de redenção ou final feliz. Na verdade a personagem de Kidman mergulha no que há de mais obscuro da alma humana para tentar entender as armadilhas do destino. O grande triunfo para Nicole Kidman veio do fato de sua atuação ter sido considerada uma das mais inspiradas do ano, a ponto inclusive dela ser indicada para os três principais prêmios da indústria cinematográfica. A própria atriz, sendo mãe, afirmou que tentou mergulhar nesse sentimento terrível de perda de seu próprio filho, numa imersão completa dentro do papel que desempenhava. Um trabalho maravilhoso que mereceu todo o reconhecimento possível. "Rabbit Hole" é sem dúvida um dos melhores dramas dos últimos anos.
Pablo Aluísio.
sábado, 9 de abril de 2016
Creed - Nascido para Lutar
Título no Brasil: Creed - Nascido para Lutar
Título Original: Creed
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler, Aaron Covington
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson
Sinopse:
O jovem Adonis Johnson (Michael B. Jordan) sonha ser um lutador de boxe, tal como seu pai no passado, o campeão Apollo Creed. Tentando seguir os passos dele, mas sem usar de seu nome, Adonis vai embora da Califórnia até a Philadelphia, onde pretende ser treinado pelo lendário pugilista Rocky Balboa (Sylvester Stallone). A realidade que encontra porém é bem diferente. Rocky está velho e aposentado, levando uma vidinha simples como dono de bar. Além disso ele não tem mais a menor intenção de retornar ao mundo do boxe, nem como treinador. Adonis insiste e Rocky acaba dando o braço a torcer até porque ele tem uma dívida de gratidão com Apollo, morto numa luta enquanto disputava o título de campeão mundial de pesos pesados. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Sylvester Stallone). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.
Comentários:
Quando Sylvester Stallone anunciou que voltaria ao personagem Rocky Balboa muita gente torceu o nariz! Ele iria estrelar "Rocky 7"?! É sério isso? Bom, na verdade mais ou menos. "Creed" se utiliza do famoso personagem, mas procura trilhar caminhos próprios. Quando o filme termina você acaba chegando na conclusão que esse foi talvez o maior problema do filme. Ter um personagem como Rocky ao lado é um farto e tanto para carregar. O ator Michael B. Jordan é apenas um rapaz esforçado, não muito talentoso, que tem uma lenda como coadjuvante. Como se sair bem de algo assim? Simplesmente não há como! Durante todo o filme ficamos entediados com a história do personagem de Jordan, torcendo para que Rocky assuma logo o protagonismo do filme, algo que nunca acontece. Stallone fica à sombra, apenas fazendo escada para Jordan. Ele está bem envelhecido, isso é inegável, mas continua um gigante em termos de carisma. Com isso Jordan vai perdendo seu espaço até sumir por ser muito insignificante. "Creed" assim se torna um filme torto, fora de rumo.
Título Original: Creed
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Direção: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler, Aaron Covington
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson
Sinopse:
O jovem Adonis Johnson (Michael B. Jordan) sonha ser um lutador de boxe, tal como seu pai no passado, o campeão Apollo Creed. Tentando seguir os passos dele, mas sem usar de seu nome, Adonis vai embora da Califórnia até a Philadelphia, onde pretende ser treinado pelo lendário pugilista Rocky Balboa (Sylvester Stallone). A realidade que encontra porém é bem diferente. Rocky está velho e aposentado, levando uma vidinha simples como dono de bar. Além disso ele não tem mais a menor intenção de retornar ao mundo do boxe, nem como treinador. Adonis insiste e Rocky acaba dando o braço a torcer até porque ele tem uma dívida de gratidão com Apollo, morto numa luta enquanto disputava o título de campeão mundial de pesos pesados. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante (Sylvester Stallone). Vencedor do Globo de Ouro na mesma categoria.
Comentários:
Quando Sylvester Stallone anunciou que voltaria ao personagem Rocky Balboa muita gente torceu o nariz! Ele iria estrelar "Rocky 7"?! É sério isso? Bom, na verdade mais ou menos. "Creed" se utiliza do famoso personagem, mas procura trilhar caminhos próprios. Quando o filme termina você acaba chegando na conclusão que esse foi talvez o maior problema do filme. Ter um personagem como Rocky ao lado é um farto e tanto para carregar. O ator Michael B. Jordan é apenas um rapaz esforçado, não muito talentoso, que tem uma lenda como coadjuvante. Como se sair bem de algo assim? Simplesmente não há como! Durante todo o filme ficamos entediados com a história do personagem de Jordan, torcendo para que Rocky assuma logo o protagonismo do filme, algo que nunca acontece. Stallone fica à sombra, apenas fazendo escada para Jordan. Ele está bem envelhecido, isso é inegável, mas continua um gigante em termos de carisma. Com isso Jordan vai perdendo seu espaço até sumir por ser muito insignificante. "Creed" assim se torna um filme torto, fora de rumo.
Todos querem acompanhar Rocky, mesmo que ele esteja velho e aposentado. Ninguém realmente parece se importar com Adonis (Jordan) e seu sonho de ser um campeão. Nem tampouco se envolve em seu fraco romance com a garota que é a sua vizinha. Tudo se mostra muito chato, exceto é claro, o velho e bom Stallone que salva o filme do desastre anunciado. O interessante é que esse problema já tinha acontecido com "Rocky V" que é considerado um dos piores da série. Sempre que Rocky vira coadjuvante de seus próprios filmes a coisa piora e muito. Infelizmente repetiram o erro aqui. Curioso é que Stallone abdicou da direção e do roteiro, algo que sempre fez na série Rocky, abrindo espaço para o jovem diretor negro Ryan Coogler que nunca havia dirigido nada de muito especial antes. Não há como negar que Coogler errou no corte final, deixando o filme excessivamente longo e até arrastado em alguns momentos. Tudo bem longe do que seria adequado. De qualquer forma Stallone está lá para garantir que nada seja tão desastroso. No final de tudo é dele o filme. Sem Sly tudo o que teríamos seria realmente um filme chato sobre boxe, com muitos clichês reciclados e saturados.
Pablo Aluísio.
Pablo Aluísio.
Corações de Ferro
Título no Brasil: Corações de Ferro
Título Original: Fury
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Brad Pitt, Shia LaBeouf, Logan Lerman, Michael Peña, Jim Parrack, Scott Eastwood
Sinopse:
Brad Pitt interpreta o sargento Don 'Wardaddy' Collier, responsável por liderar seus homens nos dias mais decisivos da Segunda Guerra Mundial, no exato momento em que tropas americanas rompem as linhas de defesa das fronteiras da Alemanha Nazista. Cercados por um poderoso exército inimigo os americanos agora precisam sobreviver ao mesmo tempo em que avançam pelas terras do país de Adolf Hitler. Ação e aventura em doses exatas nessa moderna releitura dos antigos filmes clássicos de guerra.
Comentários:
Se você estiver com saudades dos antigos e clássicos filmes de guerra (em especial aqueles que enfocam a Segunda Guerra Mundial) essa produção é uma ótima pedida. Retomando um estilo de produção que ultimamente vinha sendo deixado de lado é uma fita extremamente competente. O enfoque se desenvolve em torno de um pequeno grupo de soldados que servem em um tanque americano, bem no front que se formava na invasão da Alemanha já nos momentos decisivos do mais sangrento conflito da história recente. Brad Pitt é o comandante de seu grupo. Ele precisa passar a impressão de ser um sujeito durão, que não pode demonstrar qualquer sinal de fraqueza aos seus subordinados, por isso quando a situação se torna insuportável ele procura acender um cigarro para se esconder por trás dos tanques de seu pelotão. E lá, completamente sozinho, segura o tranco da melhor forma possível. Ser forte, acima de tudo. A tensão é clara, mas há um serviço a ser feito e homens de verdade não vacilam. O tipo de militar que já não existe mais. Deixando aspectos puramente psicológicos de lado e focando apenas na pura ação também temos ótimos momentos, em especial quando o grupo de tanques comandados por Pitt se depara em determinado momento com um poderoso Tiger alemão no campo de batalha. E o que falar quando se encontra pela frente todo um pelotão de soldados fanáticos da infame SS? O final também é extremamente visceral e não abre concessões, abraçando completamente o realismo brutal da guerra. Muitos ficarão chocados com o desfecho, mas isso é um equívoco. Por ser um filme que busca ser o mais realista possível seu clímax se mostra mais adequado do que muitos pensam. Afinal heróis são destinados a grandes atos de coragem e abnegação. Em poucas palavras é realmente um filmão que não vai decepcionar os fãs de filmes de guerra.
Pablo Aluísio.
Título Original: Fury
Ano de Produção: 2014
País: Estados Unidos
Estúdio: Columbia Pictures
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Brad Pitt, Shia LaBeouf, Logan Lerman, Michael Peña, Jim Parrack, Scott Eastwood
Sinopse:
Brad Pitt interpreta o sargento Don 'Wardaddy' Collier, responsável por liderar seus homens nos dias mais decisivos da Segunda Guerra Mundial, no exato momento em que tropas americanas rompem as linhas de defesa das fronteiras da Alemanha Nazista. Cercados por um poderoso exército inimigo os americanos agora precisam sobreviver ao mesmo tempo em que avançam pelas terras do país de Adolf Hitler. Ação e aventura em doses exatas nessa moderna releitura dos antigos filmes clássicos de guerra.
Comentários:
Se você estiver com saudades dos antigos e clássicos filmes de guerra (em especial aqueles que enfocam a Segunda Guerra Mundial) essa produção é uma ótima pedida. Retomando um estilo de produção que ultimamente vinha sendo deixado de lado é uma fita extremamente competente. O enfoque se desenvolve em torno de um pequeno grupo de soldados que servem em um tanque americano, bem no front que se formava na invasão da Alemanha já nos momentos decisivos do mais sangrento conflito da história recente. Brad Pitt é o comandante de seu grupo. Ele precisa passar a impressão de ser um sujeito durão, que não pode demonstrar qualquer sinal de fraqueza aos seus subordinados, por isso quando a situação se torna insuportável ele procura acender um cigarro para se esconder por trás dos tanques de seu pelotão. E lá, completamente sozinho, segura o tranco da melhor forma possível. Ser forte, acima de tudo. A tensão é clara, mas há um serviço a ser feito e homens de verdade não vacilam. O tipo de militar que já não existe mais. Deixando aspectos puramente psicológicos de lado e focando apenas na pura ação também temos ótimos momentos, em especial quando o grupo de tanques comandados por Pitt se depara em determinado momento com um poderoso Tiger alemão no campo de batalha. E o que falar quando se encontra pela frente todo um pelotão de soldados fanáticos da infame SS? O final também é extremamente visceral e não abre concessões, abraçando completamente o realismo brutal da guerra. Muitos ficarão chocados com o desfecho, mas isso é um equívoco. Por ser um filme que busca ser o mais realista possível seu clímax se mostra mais adequado do que muitos pensam. Afinal heróis são destinados a grandes atos de coragem e abnegação. Em poucas palavras é realmente um filmão que não vai decepcionar os fãs de filmes de guerra.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Rock Hudson - O Vale das Paixões
Aos poucos vou completando a filmografia do ator Rock Hudson. Não é muito fácil achar grande parte dos filmes que estrelou, mas com uma certa paciência estou conseguindo, de alguns anos para cá, assistir a vários filmes raros de sua filmografia. Um deles, que ainda permanecia inédito para mim, foi justamente esse "O Vale das Paixões" (This Earth Is Mine, EUA, 1959), dirigido por Henry King. Baseado no romance escrito por Alice Tisdale Hobart o roteiro explora um clã de ricos plantadores de uva no vale de Napa na Califórnia. Foi lá que o grande patriarca Philippe Rambeau (Claude Rains) fundou um império de vinícolas. Os tempos de glória porém parecem coisa do passado pois a Lei Seca está em vigor (a história do filme se passa em 1931) e não há como vender a produção.
Seu neto, John Rambeau (Rock Hudson), resolve então passar por cima da lei para vender o vinho produzido e não vendido para gangsters de Chicago. Ele está disposto a ganhar fortunas com o comércio ilegal de bebidas contrabandeadas. O velho Philippe se sente ultrajado com isso, já que é um homem da velha escola, que se sempre se orgulhou de ter ficado rico honestamente, trabalhando até o sol se por para que sua plantação produzisse o melhor em termos de vinhos finos dos Estados Unidos. Para John porém isso pouco importa. Ele quer também ter a chance de ficar rico, tal como seu avô. Sua posição dentro do clã Rambeau nunca foi muito boa pois ele é um filho bastardo. John nasceu de um grande escândalo moral envolvendo sua mãe e um pai que nunca o assumiu como filho publicamente. Isso faz com que ele procure sempre mostrar seu valor para os demais familiares. Para complicar ainda mais sua vida pessoal, assim que conhece sua prima Elizabeth Rambeau (Jean Simmons), se apaixona perdidamente por ela. Liz viveu muitos anos na Inglaterra e só agora vai até a Califórnia para conhecer seus parentes americanos. Diz o ditado que amor de primo é para sempre, pois é exatamente essa situação que o roteiro procura explorar em termos de romance e paixão entre os protagonistas.
O filme, como era de se esperar, tem uma produção excelente e uma trama melhor ainda. Esses filmes clássicos antigos que procuravam desenvolver personagens complexos, atormentados, sempre superam nossas expectativas. Interessante que durante o filme vi muitas semelhanças entre o personagem de Rock Hudson e o lendário Cal Trask de James Dean em "Vidas Amargas" (East of Eden, EUA, 1955). Ambos pertencem a famílias ricas e ambos são verdadeiras párias dentro de seu clã familiar. Para se destacarem deixam de lado seus valores morais e éticos e entram sem receios numa jornada de ganância insana, em busca da fortuna alcançada de qualquer maneira, seja do jeito que for. Rock e Dean se cruzaram em "Assim Caminha a Humanidade" três anos antes e essa semelhança entre dois personagens tão parecidos causa realmente uma certa perplexidade. A única diferença é que o filme de Dean foi dirigido pelo gênio Elia Kazan e o de Rock Hudson pelo veterano Henry King, que era reconhecidamente um bom cineasta, mas bem longe da genialidade de Kazan.
Outro aspecto digno de nota é que o roteiro faz um paralelo inteligente (e até muito bonito) entre o ciclo da vida, quando gerações mais velhas morrem e são substituídas por novas gerações que de certa maneira acabam seguindo os mesmos passos de seus pais e avôs. Isso fica bem claro na cena final quando os personagens de Rock e Jean Simmons se reencontram no alto da mesma colina onde décadas atrás seus avôs estiveram, começando o seu próprio império. Bastante evocativa a cena é uma das mais marcantes do filme como um todo. No geral eu gostei de tudo, do bom desenvolvimento da história (sem pressa, procurando situar o espectador dentro daquela numerosa família), das boas atuações de todo o elenco (com destaque para o sempre ótimo Claude Rains) e da bela mensagem final. Muitas vezes o destino já nos é traçado por nossa linhagem familiar e de nossos antepassados. Nada está escrito, mas tudo pode ser determinado por nosso próprio passado. Enfim, um grande filme que recomendo a todos que gostam de grandes histórias em filmes clássicos irretocáveis. Produções como essa Hollywood infelizmente já não faz mais. Ecos de um passado glorioso da sétima arte.
Pablo Aluísio.
Seu neto, John Rambeau (Rock Hudson), resolve então passar por cima da lei para vender o vinho produzido e não vendido para gangsters de Chicago. Ele está disposto a ganhar fortunas com o comércio ilegal de bebidas contrabandeadas. O velho Philippe se sente ultrajado com isso, já que é um homem da velha escola, que se sempre se orgulhou de ter ficado rico honestamente, trabalhando até o sol se por para que sua plantação produzisse o melhor em termos de vinhos finos dos Estados Unidos. Para John porém isso pouco importa. Ele quer também ter a chance de ficar rico, tal como seu avô. Sua posição dentro do clã Rambeau nunca foi muito boa pois ele é um filho bastardo. John nasceu de um grande escândalo moral envolvendo sua mãe e um pai que nunca o assumiu como filho publicamente. Isso faz com que ele procure sempre mostrar seu valor para os demais familiares. Para complicar ainda mais sua vida pessoal, assim que conhece sua prima Elizabeth Rambeau (Jean Simmons), se apaixona perdidamente por ela. Liz viveu muitos anos na Inglaterra e só agora vai até a Califórnia para conhecer seus parentes americanos. Diz o ditado que amor de primo é para sempre, pois é exatamente essa situação que o roteiro procura explorar em termos de romance e paixão entre os protagonistas.
O filme, como era de se esperar, tem uma produção excelente e uma trama melhor ainda. Esses filmes clássicos antigos que procuravam desenvolver personagens complexos, atormentados, sempre superam nossas expectativas. Interessante que durante o filme vi muitas semelhanças entre o personagem de Rock Hudson e o lendário Cal Trask de James Dean em "Vidas Amargas" (East of Eden, EUA, 1955). Ambos pertencem a famílias ricas e ambos são verdadeiras párias dentro de seu clã familiar. Para se destacarem deixam de lado seus valores morais e éticos e entram sem receios numa jornada de ganância insana, em busca da fortuna alcançada de qualquer maneira, seja do jeito que for. Rock e Dean se cruzaram em "Assim Caminha a Humanidade" três anos antes e essa semelhança entre dois personagens tão parecidos causa realmente uma certa perplexidade. A única diferença é que o filme de Dean foi dirigido pelo gênio Elia Kazan e o de Rock Hudson pelo veterano Henry King, que era reconhecidamente um bom cineasta, mas bem longe da genialidade de Kazan.
Outro aspecto digno de nota é que o roteiro faz um paralelo inteligente (e até muito bonito) entre o ciclo da vida, quando gerações mais velhas morrem e são substituídas por novas gerações que de certa maneira acabam seguindo os mesmos passos de seus pais e avôs. Isso fica bem claro na cena final quando os personagens de Rock e Jean Simmons se reencontram no alto da mesma colina onde décadas atrás seus avôs estiveram, começando o seu próprio império. Bastante evocativa a cena é uma das mais marcantes do filme como um todo. No geral eu gostei de tudo, do bom desenvolvimento da história (sem pressa, procurando situar o espectador dentro daquela numerosa família), das boas atuações de todo o elenco (com destaque para o sempre ótimo Claude Rains) e da bela mensagem final. Muitas vezes o destino já nos é traçado por nossa linhagem familiar e de nossos antepassados. Nada está escrito, mas tudo pode ser determinado por nosso próprio passado. Enfim, um grande filme que recomendo a todos que gostam de grandes histórias em filmes clássicos irretocáveis. Produções como essa Hollywood infelizmente já não faz mais. Ecos de um passado glorioso da sétima arte.
Pablo Aluísio.
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