"Pillow Talk" é certamente um dos melhores filmes de Doris Day em sua filmografia (se não for o melhor). A primeira parceria com Rock Hudson (faria mais dois filmes ao lado dele) rende ótimas cenas de humor. Considerado ousado e sofisticado demais para os anos 50 o filme fez um tremendo sucesso. Rock em sua biografia afirma que esse foi sem dúvida um dos trabalhos que mais gostou de fazer pois o clima no set era o melhor possível, muito descontraído e alegre. Além disso ele criou uma ótima química com Doris nas cenas. Hudson havia recentemente se separado da esposa e procurava por novos caminhos em sua carreira. Depois de estrelar faroestes e dramas com Douglas Sirk e George Stevens, Rock tinha dúvidas se poderia fazer bem um papel de playboy numa comédia romântica sofisticada como essa. Depois de pensar por um tempo resolveu arriscar. O interessante é que o sucesso de "Confidências à Meia Noite" acabou significando uma mudança completa nos rumos de sua filmografia. A partir daqui ele deixaria definitivamente os dramas pesados de lado para se dedicar a filmes leves, divertidos como "Volta meu Amor", "Não me Mandem Flores", "O Esporte Favorito do Homem" e "Quando Setembro Vier".
Já Doris Day atribui ao filme à sua fama de "Virgem profissional" e diz não entender a razão. No filme sua personagem se recusa a ir para a cama com o conquistador barato vivido por Hudson. Isso criou e ajudou muito na imagem de "Sandy" dos anos 60, mas segundo Doris aqui ela não interpretava uma "virgem" mas sim uma mulher independente, inserida no mercado de trabalho, profissional, que pela primeira vez tinha o direito de escolher o homem com quem queria se casar - ou não casar, de acordo única e exclusivamente com sua consciência. O filme foi divisor de águas também porque acabou criando um dos filões mais usados em Hollywood - o da comédia romântica! Antes de Pillow Talk (Conversa de Travesseiro, seu título original) os estúdios não prestavam muito atenção nesse estilo. Com o sucesso do filme eles começaram a investir mais no gênero - que atingiria seu auge vinte anos depois, nos anos 80. Uma fórmula que até hoje não demonstra sinais de desgaste perante o público, principalmente feminino.
Confidências à Meia Noite (Pillow Talk, Estados Unidos, 1959) Direção de Michael Gordon / Roteiro de Stanley Shapiro e Maurice Richlin / Elenco: Rock Hudson, Doris Day, Tony Randall / Sinopse: Jovem playboy (Rock Hudson) se faz passar por uma caipirão para conquistar sua vizinha (Doris Day) que implica com ele por causa da linha de telefone que ambos dividem.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 25 de julho de 2022
20.000 Léguas Submarinas
Título no Brasil: 20.000 Léguas Submarinas
Título Original: 20,000 Leagues Under the Sea
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Productions
Direção: Richard Fleischer
Roteiro: Earl Felton
Elenco: Kirk Douglas, James Mason, Paul Lukas, Peter Lorre, Robert J. Wilke, Ted de Corsia
Sinopse:
Um estranho homem do mar, o Capitão Nemo (James Mason), tem uma visão toda própria do mundo em que vive. A bordo de seu moderno e poderoso submarino, o Nautilus, ele cruza os sete mares em busca da utopia que sempre perseguiu. Seria ele um homem de boas intenções ou um perigo para a humanidade? Filme premiado pelo Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte (John Meehan e Emile Kuri) e Melhores Efeitos Especiais.
Comentários:
Durante muitos anos a famosa novela de fantasia escrita pelo genial Jules Verne foi considerada impossível de se adaptar para o cinema. A imaginação do escritor era rica em detalhes e aspectos que seriam complicados de se levar para as telas. Realmente transpor todo aquele universo submarino não seria fácil. Porém transformar fantasia em realidade era algo natural para os estúdios Disney. Assim em 1954 chegou nas telas de cinemas de todo o mundo esse clássico do gênero. O filme teve uma produção cara para a época, diversos cenários bem elaborados foram construídos e a equipe de efeitos especiais trabalhou como nunca. O resultado ficou muito charmoso. Visto hoje em dia poderá soar datado, como seria óbvio, mas o fato é que o filme mantém seu estilo intocável, mesmo com o passar dos anos. O roteiro foi muito bem adaptado, conseguindo capturar o universo criado por Verne, inclusive na personalidade dos personagens principais. O Capitão Nemo, por exemplo, foi perfeitamente retratado pela adaptação. Além disso há a possibilidade de rever o grande Kirk Douglas (recentemente falecido) em um de seus mais marcantes filmes. Aliás esse segue sendo um dos mais populares de sua carreira. Enfim, úm ótimo programa para a imaginação. Um filme tão saboroso que até hoje segue sendo exibido com regularidade nos canais de TV a cabo.
Pablo Aluísio.
Título Original: 20,000 Leagues Under the Sea
Ano de Produção: 1954
País: Estados Unidos
Estúdio: Walt Disney Productions
Direção: Richard Fleischer
Roteiro: Earl Felton
Elenco: Kirk Douglas, James Mason, Paul Lukas, Peter Lorre, Robert J. Wilke, Ted de Corsia
Sinopse:
Um estranho homem do mar, o Capitão Nemo (James Mason), tem uma visão toda própria do mundo em que vive. A bordo de seu moderno e poderoso submarino, o Nautilus, ele cruza os sete mares em busca da utopia que sempre perseguiu. Seria ele um homem de boas intenções ou um perigo para a humanidade? Filme premiado pelo Oscar nas categorias de Melhor Direção de Arte (John Meehan e Emile Kuri) e Melhores Efeitos Especiais.
Comentários:
Durante muitos anos a famosa novela de fantasia escrita pelo genial Jules Verne foi considerada impossível de se adaptar para o cinema. A imaginação do escritor era rica em detalhes e aspectos que seriam complicados de se levar para as telas. Realmente transpor todo aquele universo submarino não seria fácil. Porém transformar fantasia em realidade era algo natural para os estúdios Disney. Assim em 1954 chegou nas telas de cinemas de todo o mundo esse clássico do gênero. O filme teve uma produção cara para a época, diversos cenários bem elaborados foram construídos e a equipe de efeitos especiais trabalhou como nunca. O resultado ficou muito charmoso. Visto hoje em dia poderá soar datado, como seria óbvio, mas o fato é que o filme mantém seu estilo intocável, mesmo com o passar dos anos. O roteiro foi muito bem adaptado, conseguindo capturar o universo criado por Verne, inclusive na personalidade dos personagens principais. O Capitão Nemo, por exemplo, foi perfeitamente retratado pela adaptação. Além disso há a possibilidade de rever o grande Kirk Douglas (recentemente falecido) em um de seus mais marcantes filmes. Aliás esse segue sendo um dos mais populares de sua carreira. Enfim, úm ótimo programa para a imaginação. Um filme tão saboroso que até hoje segue sendo exibido com regularidade nos canais de TV a cabo.
Pablo Aluísio.
domingo, 24 de julho de 2022
Benedetta
Título Original: Benedetta
Ano de Lançamento: 2021
País: França
Estúdio: SBS Productions
Direção: Paul Verhoeven
Roteiro: Paul Verhoeven
Elenco: Virginie Efira, Charlotte Rampling, Daphne Patakia, Lambert Wilson, Olivier Rabourdin, Louise Chevillotte
Sinopse:
Santa ou devassa? Benedetta Carlini, religiosa católica que viveu em uma convento na Itália, começou a afirmar que estava tendo visões de Jesus e que tinha profecias sobre o futuro de sua comunidade, naquela época passando por uma terrível epidemia de peste negra. Tudo isso acabou chamando a atenção da inquisição que mandou um representante para estudar os eventos dentro do próprio convento.
Comentários:
O filme conta a história real de uma freira que viveu no século XVII. O que torna essa história especial a ponto de virar filme? Basicamente temos aqui uma religiosa que afirmava ter visões do próprio Jesus Cristo e como se isso tudo não fosse o bastante ela ainda começou a apresentar estigmas de crucificação nas mãos e nos pés. Inicialmente um padre local acreditou nas suas manifestações, ele acreditou que era um milagre, mas a Igreja Católica logo ficou alerta, pois surgiram denúncias de outras freiras que moravam no convento que diziam que era tudo uma farsa. Um inquisidor acabou sendo enviado para o convento e descobriu coisas realmente escandalosas, entre elas de que a freira tinha um romance lésbico com uma noviça dentro dos muros do convento e que usava uma imagem de Nossa Senhora em madeira para fins libidinosos, o que realmente chocou a todos. Essa freira ainda hoje é muito comentada, principalmente depois do lançamento de um livro contando sua história. Uma freira lésbica, mística, que rompeu as barreiras do que era aceitável pela Igreja em sua época. Acabou escapando de ser consumida pelas chamas de uma fogueira da inquisição por pouco. O filme é bom, interessante pela história que conta, mas que também tem suas doses de sensacionalismo, inclusive com cenas de nudez e lesbianismo. Ainda assim gostei do filme pois tive a oportunidade de conhecer essa história que até então desconhecia. Só não recomendo o filme para pessoas excessivamente religiosas pois vão se escandalizar.
Pablo Aluísio.
A Garota da Foto
Título Original: Girl in the Picture
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: All3Media America
Direção: Skye Borgman
Roteiro: Skye Borgman
Elenco: Karen Parsley, Charles Engles, Merle Bean, Ernest Bean, Billy Carter, Joe Fitzpatrick
Sinopse:
Uma jovem acaba sendo encontrada morta em uma estrada deserta. A partir disso um grupo de investigadores da polícia local começa a procurar por sua verdadeira identidade e acaba encontrando uma sórdida história envolvendo um pedófilo e sequestrador, um criminoso procurado há anos pelas autoridades policiais dos Estados Unidos.
Comentários:
Esse filme me chocou, simplesmente isso, eu fiquei chocado com sua história criminal e olha que sou acostumado a ler livros e assistir filmes sobre assassinos em série, principalmente psicopatas americanos. O que diferencia aqui é a sordidez da história de uma jovem que passou por todos os tipos de abusos possíveis e imagináveis nas mãos de um assassino e um pedófilo completamente cruel e desumano. O filme resgata a história real de um grupo de policiais que tentou por anos descobrir a verdadeira história de uma jovem que foi assassinada. O mais louco disso é que eles não encontraram apenas uma identidade sobre ela, mas varias, pois ela viveu ao longo de seus anos em muitos lugares diferentes, em diversas cidades americanas onde geralmente assumia uma nova identidade ao lado de um homem que ora se passava por seu pai, ora se passava por seu marido. E quem ele era afinal de contas? O pior é que ele era um criminoso que havia sequestrado essa menina e que vivia com ela desde a sua infância. Uma história simplesmente horripilante. Eu fiquei muito chocado ao saber sobre tudo. Onde estava o FBI por todos aqueles anos?
Pablo Aluísio.
sábado, 23 de julho de 2022
Persuasão
Título Original: Persuasion
Ano de Lançamento: 2022
País: Estados Unidos
Estúdio: Bisous Pictures
Direção: Carrie Cracknell
Roteiro: Ron Bass
Elenco: Dakota Johnson, Cosmo Jarvis, Richard E. Grant, Yolanda Kettle, Jordan Long, Simon Paisley Day
Sinopse:
Anne Elliot (Dakota Johnson) sempre foi apaixonada pelo capitão Wentworth da marinha inglesa, só que seu romance com ele nunca deu certo. Oito anos depois o casal volta a se reencontrar. Será que dessa vez voltarão a ficar juntos? Adaptação para o cinema do romance escrito por Jane Austen em 1816.
Comentários:
Sempre que um livro de Jane Austen é adaptado para o cinema surgem inevitavelmente os mesmos tipos de comentários negativos, de que há passagens no filme que não existem nos livros, de que o filme não é fiel ao livro original e críticas que seguem esse mesmo caminho. Chega a ser cansativo. Em meu ponto de vista, isso tudo é fonte de uma interpretação equivocada do que seria uma adaptação de um livro clássico para o cinema. A sétima arte tem sua própria linguagem, seu próprio modo de contar uma história e a literatura tem suas peculiaridades que devem ficar apenas nas páginas dos livros. Dito isso, quero esclarecer que apesar das inúmeras críticas que esse filme sofreu eu gostei plenamente dessa adaptação. O resultado final se revelou ser um filme leve, gostoso de assistir, mantendo a essência da obra romântica original. A essência dessa história é mostrar um casal que se ama, mas que encontra dificuldades em concretizar esse amor. A diretora Carrie Cracknell, que veio do meio teatral, conseguiu tornar tudo adequado para a nova geração. O filme se revela assim de mais fácil assimilação para os jovens. Além disso o elenco conta com a graciosidade da atriz Dakota Johnson que é definitivamente um dos destaques em cena. Ela revitalizou essa personagem sem perder o essencial. Enfim, esse é um filme que me agradou plenamente. É um ponto inicial para quem quiser conhecer a obra de Jane Austen e aí se você quiser ir em busca de fidelidade completa só mesmo lendo o livro original.
Pablo Aluísio.
Elvis Presley - I Forgot To Remember To Forget / Mystery Train
Em agosto de 1955 chegou nas lojas de Memphis o quinto e último single de Elvis na gravadora Sun Records. Com o código de Sun 223, o pequeno disquinho trazia mais duas músicas inéditas do cantor gravadas no estúdio de Sam Phillips. Por essa época Elvis já estava ao lado de seu novo empresário, Tom Parker, que lhe disse que ele deveria ir embora da Sun. A pequena gravadora sulista não teria mais nada a lhe oferecer em termos de incentivo em sua carreira. Para Tom Parker apenas uma grande companhia fonográfica como a RCA Victor (a maior dos Estados Unidos) poderia lhe trazer a fama tão desejada. Ficar na Sun era perder tempo. Elvis deveria ter Memphis para trás e ir imediatamente para os grandes centros como Nova Iorque e Los Angeles.
Claro, foi um conselho acertado. A RCA tinha sim interesse em Elvis. Via no rapaz não apenas um talento nato, como também o cantor ideal que eles tanto procuravam. No novo selo Elvis iria ser produzido por Steve Sholes, um produtor experiente, com faro para o sucesso comercial. De uma forma ou outra a primeira providência da RCA Victor após assinar com Elvis foi relançar todos os seus cinco compactos na Sun, dessa vez garantindo distribuição nacional e internacional. O alcance da multinacional era algo completamente impossível de se igualar por Sam e sua pequena empresa. Philips obviamente ficou um pouco triste por Elvis deixar sua gravadora, mas isso era algo mesmo irreversível de acontecer. Como gratidão Elvis prometeu que sempre que possível voltaria à Sun para rever os velhos amigos - algo que ele cumpriu realmente.
Já em termos puramente musicais esse single foi considerado realmente genial. Não pelo lado A do compacto que trazia a boa " I Forgot To Remember To Forget", uma balada com claro sabor country and western, mas sim pelo aclamado lado B "Mystery Train". Até hoje essa faixa é considerada por críticos e especialistas em música como uma das mais perfeitas gravações da carreira de Elvis. É até mesmo espantoso que Elvis e Sam tenham produzido algo assim com tão poucos recursos técnicos. Um famoso crítico de Nova Iorque certa vez escreveu que se Elvis tivesse desaparecido em 1955 sem deixar rastros ele ainda assim seria lembrado por causa de sua performance de Mystery Train. Um ponto de vista que não tenho como discordar.
Pablo Aluísio.
Claro, foi um conselho acertado. A RCA tinha sim interesse em Elvis. Via no rapaz não apenas um talento nato, como também o cantor ideal que eles tanto procuravam. No novo selo Elvis iria ser produzido por Steve Sholes, um produtor experiente, com faro para o sucesso comercial. De uma forma ou outra a primeira providência da RCA Victor após assinar com Elvis foi relançar todos os seus cinco compactos na Sun, dessa vez garantindo distribuição nacional e internacional. O alcance da multinacional era algo completamente impossível de se igualar por Sam e sua pequena empresa. Philips obviamente ficou um pouco triste por Elvis deixar sua gravadora, mas isso era algo mesmo irreversível de acontecer. Como gratidão Elvis prometeu que sempre que possível voltaria à Sun para rever os velhos amigos - algo que ele cumpriu realmente.
Já em termos puramente musicais esse single foi considerado realmente genial. Não pelo lado A do compacto que trazia a boa " I Forgot To Remember To Forget", uma balada com claro sabor country and western, mas sim pelo aclamado lado B "Mystery Train". Até hoje essa faixa é considerada por críticos e especialistas em música como uma das mais perfeitas gravações da carreira de Elvis. É até mesmo espantoso que Elvis e Sam tenham produzido algo assim com tão poucos recursos técnicos. Um famoso crítico de Nova Iorque certa vez escreveu que se Elvis tivesse desaparecido em 1955 sem deixar rastros ele ainda assim seria lembrado por causa de sua performance de Mystery Train. Um ponto de vista que não tenho como discordar.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 22 de julho de 2022
Audie Murphy e o Western - Parte 3
Audie Murphy foi de certa forma um astro improvável. Ele não era muito alto, nem muito bonito e muito menos carismático. Sua entrada no cinema se deu por causa de sua notoriedade durante a II Guerra Mundial, uma vez que ele foi o militar mais condecorado da guerra. Sua capacidade de atuar dramaticamente era limitada, porém com tantas medalhas e fama de herói, era mesmo previsível que Hollywood o procurasse mais cedo ou mais tarde.
Sua estreia no cinema se deu em 1948. Era quase um teste que a United Artists fazia com ele, para ver se Audie levava jeito com a câmera. O filme se chamava "Viver Sonhando" e não era um filme de guerra e nem um faroeste. Dirigido por William Castle, um diretor e produtor especialista em filmes B, esse era um romance açucarado, onde Murphy não tinha muito espaço. Seu personagem tinha uma participação mínima dentro da trama e como já foi escrito tudo não passou de um teste para saber como Audie Murphy aparecia na tela grande dos cinemas.
Apesar de não ter sido grande coisa ele acabou sendo aprovado. Castle disse aos executivos do estúdio que ele levava jeito para a atuação. A única observação que ele disse para os produtores é que não o escalassem mais para filmes românticos, já que Audie Murphy definitivamente não fazia o tipo galã ao estilo Rock Hudson. Ele se sairia melhor interpretando caras comuns em situações excepcionais, que colocavam em desafio seus valores e sua bravura. A Paramount entendeu o recado e contratou Audie Murphy para um novo filme que estava prestes a ser produzido.
O filme se chamava "Código de Honra". Dirigido por John Farrow e estrelado pelo astro
Alan Ladd (de "Os Brutos Também Amam") esse filme era bem mais adequado para Murphy. Era um drama de guerra, passado nos campos de batalha da Tunísia, onde foram travados alguns dos mais sangrentos combates entre forças inimigas. A história girava em torno do capitão Rockwell 'Rocky' Gilman (Ladd) e suas idas e vindas entre os Estados Unidos e a Tunísia, a grande paixão de sua vida e as tentativas de ter um recomeço na vida. Audie Murphy interpretava um jovem cadete de West Point chamado Thomas. Foi a primeira vez que ele usou o mesmo uniforme militar com que tinha lutado na guerra em um filme. Uma prévia do que viria em sua carreira nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
Sua estreia no cinema se deu em 1948. Era quase um teste que a United Artists fazia com ele, para ver se Audie levava jeito com a câmera. O filme se chamava "Viver Sonhando" e não era um filme de guerra e nem um faroeste. Dirigido por William Castle, um diretor e produtor especialista em filmes B, esse era um romance açucarado, onde Murphy não tinha muito espaço. Seu personagem tinha uma participação mínima dentro da trama e como já foi escrito tudo não passou de um teste para saber como Audie Murphy aparecia na tela grande dos cinemas.
Apesar de não ter sido grande coisa ele acabou sendo aprovado. Castle disse aos executivos do estúdio que ele levava jeito para a atuação. A única observação que ele disse para os produtores é que não o escalassem mais para filmes românticos, já que Audie Murphy definitivamente não fazia o tipo galã ao estilo Rock Hudson. Ele se sairia melhor interpretando caras comuns em situações excepcionais, que colocavam em desafio seus valores e sua bravura. A Paramount entendeu o recado e contratou Audie Murphy para um novo filme que estava prestes a ser produzido.
O filme se chamava "Código de Honra". Dirigido por John Farrow e estrelado pelo astro
Alan Ladd (de "Os Brutos Também Amam") esse filme era bem mais adequado para Murphy. Era um drama de guerra, passado nos campos de batalha da Tunísia, onde foram travados alguns dos mais sangrentos combates entre forças inimigas. A história girava em torno do capitão Rockwell 'Rocky' Gilman (Ladd) e suas idas e vindas entre os Estados Unidos e a Tunísia, a grande paixão de sua vida e as tentativas de ter um recomeço na vida. Audie Murphy interpretava um jovem cadete de West Point chamado Thomas. Foi a primeira vez que ele usou o mesmo uniforme militar com que tinha lutado na guerra em um filme. Uma prévia do que viria em sua carreira nos anos seguintes.
Pablo Aluísio.
O Rabino e o Pistoleiro
Título no Brasil: O Rabino e o Pistoleiro
Título Original: The Frisco Kid
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Michael Elias, Frank Shaw
Elenco: Gene Wilder, Harrison Ford, Ramon Bieri
Sinopse:
Avram (Gene Wilder) é um rabino de uma pequena vila polonesa que é enviado por seus superiores para pregar em San Francisco nos Estados Unidos. A viagem porém se mostra mais complicada do que ele pensava. Logo ao chegar na América é roubado e depois, sem dinheiro ou cavalo, acaba encontrando um cowboy, Tommy (Harrison Ford), que lhe oferece ajuda até ele chegar na cidade californiana. No meio do caminho vão precisar superar todas as dificuldades, entre elas bandidos, ladrões e tribos de índios.
Comentários:
O fato do filme ser protagonizado pelo ator Gene Wilder pode levar alguns a pensarem imediatamente nos filmes de Mel Brooks, achando que se trata de uma comédia bem escrachada. Não é bem isso. Certamente é um western com muito humor, mas passa muito longe do pastelão. O roteiro é básico, levando o espectador a acompanhar o rabino de Wilder pelo velho oeste americano. O mote das piadas é justamente esse, o choque cultural que nasce de um judeu no meio daquele ambiente selvagem. Em alguns momentos isso funciona (como no encontro com uma comunidade Amish) mas em outros soa pueril demais (como vemos nas sequências em que ele encontra uma tribo de nativos americanos). Como o próprio nome nacional entrega, o rabino faz sua viagem ao lado de um pistoleiro interpretado por Harrison Ford. Bastante jovem, alguns podem pensar que ele fez o filme antes do grande sucesso de "Star Wars" mas não, por incrível que pareça Ford topou fazer esse faroeste despretensioso mesmo depois de seu sucesso na pele de Han Solo. Sua atuação é apenas ok, o cowboy que dá vida inclusive tem espasmos de seu mais famoso personagem, um sujeito cínico e enfezado, mas não adianta se animar muito pois no geral não há nada acima da média. "The Frisco Kid" é um filme divertido, porém seus clichês o tornam apenas uma diversão curiosa, passageira e nada mais do que isso.
Pablo Aluísio.
Título Original: The Frisco Kid
Ano de Produção: 1979
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Robert Aldrich
Roteiro: Michael Elias, Frank Shaw
Elenco: Gene Wilder, Harrison Ford, Ramon Bieri
Sinopse:
Avram (Gene Wilder) é um rabino de uma pequena vila polonesa que é enviado por seus superiores para pregar em San Francisco nos Estados Unidos. A viagem porém se mostra mais complicada do que ele pensava. Logo ao chegar na América é roubado e depois, sem dinheiro ou cavalo, acaba encontrando um cowboy, Tommy (Harrison Ford), que lhe oferece ajuda até ele chegar na cidade californiana. No meio do caminho vão precisar superar todas as dificuldades, entre elas bandidos, ladrões e tribos de índios.
Comentários:
O fato do filme ser protagonizado pelo ator Gene Wilder pode levar alguns a pensarem imediatamente nos filmes de Mel Brooks, achando que se trata de uma comédia bem escrachada. Não é bem isso. Certamente é um western com muito humor, mas passa muito longe do pastelão. O roteiro é básico, levando o espectador a acompanhar o rabino de Wilder pelo velho oeste americano. O mote das piadas é justamente esse, o choque cultural que nasce de um judeu no meio daquele ambiente selvagem. Em alguns momentos isso funciona (como no encontro com uma comunidade Amish) mas em outros soa pueril demais (como vemos nas sequências em que ele encontra uma tribo de nativos americanos). Como o próprio nome nacional entrega, o rabino faz sua viagem ao lado de um pistoleiro interpretado por Harrison Ford. Bastante jovem, alguns podem pensar que ele fez o filme antes do grande sucesso de "Star Wars" mas não, por incrível que pareça Ford topou fazer esse faroeste despretensioso mesmo depois de seu sucesso na pele de Han Solo. Sua atuação é apenas ok, o cowboy que dá vida inclusive tem espasmos de seu mais famoso personagem, um sujeito cínico e enfezado, mas não adianta se animar muito pois no geral não há nada acima da média. "The Frisco Kid" é um filme divertido, porém seus clichês o tornam apenas uma diversão curiosa, passageira e nada mais do que isso.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 21 de julho de 2022
Os Pássaros
Um dos filmes mais lembrados do mestre do suspense Alfred Hitchcock também tem uma das origens mais curiosas. Isso porque apesar de seu enredo parecer pura ficção, mostrando uma pequena vila na costa sendo atacada misteriosamente por pássaros enfurecidos, tudo foi na verdade baseado em fatos reais. Aconteceu de verdade! Segundo historiadores os ataques do pássaros aconteceram por volta de 1890, na costa oeste dos Estados Unidos. Até hoje não se sabe o que levou aquelas aves a atacarem os moradores locais. Teria sido uma doença? Algum tipo de desequilíbrio ambiental? Não há mais como saber nos dias de hoje.
Isso porém serviu de prato cheio para Alfred Hitchcock. O interessante é que em muitas cenas o veterano diretor de cinema decidiu usar aves de verdade, colocando em risco inclusive a integridade física do elenco. Ora, isso nem era uma surpresa, já que Hitchcock já havia dito várias vezes que atores deveriam se tratados como "gado"! Pois é, para o veterano cineasta o elenco era apenas uma coleção de peças que ele movia ao seu bel prazer. E isso gerou inúmeras histórias de bastidores. A atriz Tippi Hedren, por exemplo, foi uma das que mais sofreu nas filmagens. De qualquer forma o resultado de tudo isso foi mais uma obra-prima da filmografia de Hitchcock. Um de seus filmes tecnicamente mais bem realizados.
Os Pássaros (The Birds, Estados Unidos, 1963) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: Daphne Du Maurier, Evan Hunter/ Elenco: Rod Taylor, Tippi Hedren, Jessica Tandy / Sinopse: Uma rica socialite de São Francisco vai até uma pequena cidade do norte da Califórnia e acaba sendo atacada misteriosamente por pássaros! Filme indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais.
Pablo Aluísio.
Isso porém serviu de prato cheio para Alfred Hitchcock. O interessante é que em muitas cenas o veterano diretor de cinema decidiu usar aves de verdade, colocando em risco inclusive a integridade física do elenco. Ora, isso nem era uma surpresa, já que Hitchcock já havia dito várias vezes que atores deveriam se tratados como "gado"! Pois é, para o veterano cineasta o elenco era apenas uma coleção de peças que ele movia ao seu bel prazer. E isso gerou inúmeras histórias de bastidores. A atriz Tippi Hedren, por exemplo, foi uma das que mais sofreu nas filmagens. De qualquer forma o resultado de tudo isso foi mais uma obra-prima da filmografia de Hitchcock. Um de seus filmes tecnicamente mais bem realizados.
Os Pássaros (The Birds, Estados Unidos, 1963) Direção: Alfred Hitchcock / Roteiro: Daphne Du Maurier, Evan Hunter/ Elenco: Rod Taylor, Tippi Hedren, Jessica Tandy / Sinopse: Uma rica socialite de São Francisco vai até uma pequena cidade do norte da Califórnia e acaba sendo atacada misteriosamente por pássaros! Filme indicado ao Oscar na categoria de melhores efeitos especiais.
Pablo Aluísio.
Amor, Sublime Amor
"West Side Story" segue sendo um dos filmes musicais mais aclamados da história de Hollywood. E o interessante de tudo é que essa produção foi lançada em um momento complicado para o gênero musical. Não chegava nem perto do auge do gênero, dos tempos de Fred Astaire e Gene Kelly. O resultado dessa boa iniciativa de se trazer o estilo dos antigos musicais para uma realidade mais próxima dos jovens foi a consagração de público e crítica, inclusive com a premiação de uma chuva de Oscars, algo que na época foi considerado muito surpreendente inclusive para os realizadores do filme. Eles esperavam por uma recepção bem mais modesta, talvez alguns linhas elogiosas no New York Times, nada muito além disso. Jamais pensaram que essa produção iria levar o Oscar de melhor filme do ano. Era algo impensável para os produtores.
E sem dúvida "Amor, Sublime Amor" se destacava por se comunicar com os jovens de sua época. Ao invés de adotar o estilo dos musicais do passado, optou por levar a música e a dança para a realidade daquela juventude. E isso significava que o enredo e a sua história seria contada nas ruas, no meio dos jovens latinos, dos bairros mais pobres das grandes cidades. O resultado não poderia ter sido melhor. Contando com um elenco muito inspirado e talentoso, o filme se destacou por sua linguagem moderna e atual. Para sobreviver o musical tinha mesmo que se adaptar aos novos tempos.
Amor, Sublime Amor (West Side Story, Estados Unidos, 1961) Direção: Robert Wise, Jerome Robbins / Roteiro: Ernest Lehman / Elenco: Natalie Wood, George Chakiris, Richard Beymer, Rita Moreno / Sinopse: Dois jovens de gangues rivais de Nova York se apaixonam, mas as tensões entre seus respectivos amigos se transformam em tragédia. Filme premiado em 10 categorias do Oscar, entre elas as de melhor filme, melhor atriz coadjuvante (Rita Moreno), melhor roteiro adaptado, melhor direção e melhor direção de fotografia.
Pablo Aluísio.
E sem dúvida "Amor, Sublime Amor" se destacava por se comunicar com os jovens de sua época. Ao invés de adotar o estilo dos musicais do passado, optou por levar a música e a dança para a realidade daquela juventude. E isso significava que o enredo e a sua história seria contada nas ruas, no meio dos jovens latinos, dos bairros mais pobres das grandes cidades. O resultado não poderia ter sido melhor. Contando com um elenco muito inspirado e talentoso, o filme se destacou por sua linguagem moderna e atual. Para sobreviver o musical tinha mesmo que se adaptar aos novos tempos.
Amor, Sublime Amor (West Side Story, Estados Unidos, 1961) Direção: Robert Wise, Jerome Robbins / Roteiro: Ernest Lehman / Elenco: Natalie Wood, George Chakiris, Richard Beymer, Rita Moreno / Sinopse: Dois jovens de gangues rivais de Nova York se apaixonam, mas as tensões entre seus respectivos amigos se transformam em tragédia. Filme premiado em 10 categorias do Oscar, entre elas as de melhor filme, melhor atriz coadjuvante (Rita Moreno), melhor roteiro adaptado, melhor direção e melhor direção de fotografia.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)