segunda-feira, 8 de novembro de 2021

O Vingador

Título no Brasil: O Vingador
Título Original: Murphy's Law
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Cannon Group
Direção: J. Lee Thompson
Roteiro: Gail Morgan Hickman
Elenco: Charles Bronson, Kathleen Wilhoite, Carrie Snodgress

Sinopse:
Charles Bronson interpreta Jack Murphy um detetive veterano da polícia que está em crise após o assassinato de sua ex-esposa. Para piorar sua situação ele logo vira o principal suspeito do crime. O jogo porém não está vencido e Jack entende que sua única chance é fugir dessa situação para encontrar ele próprio o assassino, antes que seja tarde demais.

Comentários:
A chamada Lei de Murphy afirma que se algo tem possibilidade de dar errado, dará mesmo! É justamente essa lei - na verdade mais um ditado do que qualquer outra coisa - que deu nome a esse filme de ação com Charles Bronson. O ator, já veterano, mas ainda na ativa nos anos 80 pegou carona com a moda dos filmes de porrada e se deu muito bem! Ao lado do diretor J. Lee Thompson, velho conhecido seu, rodou mais essa produção na Cannon. De uma maneira em geral não há maiores novidades pois os filmes de Bronson por essa época seguiam uma fórmula básica, que afinal havia dado certo antes. É a tal coisa, não se deve mexer em time que se está ganhando. Eu particularmente considero um dos bons filmes de Charles Bronson nessa fase de sua carreira. Tem boas doses de ação, cenas bem realizadas e um background tentando trazer uma profundidade ao seu personagem durão. Ora, quem ia em uma locadora nos anos 80 para levar para casa um filme de Bronson não pedia nada muito além disso. Assim vale a recomendação, um policial bom e eficiente estrelado pelo saudoso astro.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de novembro de 2021

Diabolique

Esse é o remake americano de um filme muito conhecido do cinema europeu. Para dar o toque que a história ao estilo velho continente exigia, os produtores americanos importaram a bela Isabelle Adjani. Ela assim contracenou com outro símbolo sexual muito popular da época, a atriz Sharon Stone. Definitivamente na questão puramente estética, em relação à beleza das atrizes, nada há para se criticar. Tanto Stone como (e principalmente) Adjani, estão lindas no filme. Um verdadeiro deleite visual. Pena que o diretor Jeremiah S. Chechik não tenha realizado um filme à altura da extrema beleza de suas atrizes. O filme mal começa e o espectador já sente seu maior defeito: a falta de ritmo. Provavelmente tentando imitar o estilo do cinema europeu ele acabou errando a mão, criando a partir daí não um filme elegante e fino ou até mesmo sensual, mas extremamente chato e entediante, o que convenhamos com um elenco desses foi um erro e tanto.

Quem conhece a novela escrita por Thomas Narcejac e Pierre Boileau (que deu origem ao filme) já conhece bem o enredo, onde duas mulheres fatais planejam a morte de um rico homem de negócios. O clima de sensualidade, aliado ao sinistro e macabro plano de assassinato, pode até mesmo deixar tudo perigosamente sensual para alguns espectadores, mas no geral não há nada de muito relevante nessa obra que infelizmente ficou pelo meio do caminho. Como era de se esperar hoje em dia só vale rever por causa justamente das atrizes maravilhosas que desfilam em cena. Todo o resto (direção, roteiro, etc) ficou extremamente datado e mais chato do que na época de seu lançamento.

Diabolique (Diabolique, Estados Unidos, 1996) Direção: Jeremiah S. Chechik / Roteiro: Henri-Georges Clouzot / Elenco: Sharon Stone, Isabelle Adjani, Chazz Palminteri, Kathy Bates / Sinopse: Suspense e morte em um jogo perigoso de sedução e vilania..Filme premiado pelo Australian Cinematographers Society.

Pablo Aluísio. 

Hackers

Ficção B que contava em seu elenco com uma jovem Angelina Jolie. Na época ninguém sabia quem ela era, a não ser o referencial mais óbvio, o de ser filha do ator Jon Voight. O curioso é que o relacionamento entre pai e filha nunca foi bom e só piorou com o tempo. Ficaram nessa situação por anos, fruto talvez do fato de que ambos sempre tiveram personalidades fortes e explosivas. Mas enfim, deixemos esse quadro familiar de lado. "Hackers" foi até bastante badalado pela crítica e público quando chegou nas locadoras de vídeo nos anos 90. Sim, o filme nunca foi lançado nos cinemas brasileiros. Era uma daquelas típicas produções que chegavam por aqui diretamente em Home Vídeo. Geralmente esse tipo de filme pequeno tinha que contar com uma certa propaganda boca a boca para dar certo ou chamar a atenção.

Nesse caso até que houve uma certa reação nesse sentido, mas a pura verdade dos fatos é que o filme nunca chegou a decolar muito. No enredo adolescente, um jovem conseguia criar um código de computador que colocava em risco todo o sistema de segurança dos Estados Unidos. Preso pelo governo e julgado pela justiça ele é banido do mundo da informática até que completasse 18 anos de idade. Durante esse tempo jamais poderia chegar perto de um computador. Alguns meses depois ele descobre que há um novo vírus na rede. Ao lado de um grupo de amigos tão hackers e viciados como ele resolve encarar uma verdadeira guerra cibernética. É isso, nada de muito especial. Esse tipo de filme fica logo datado já que a tecnologia costuma passar por cima de tudo o que se vê na tela depois de alguns poucos anos. Os computadores que aparecem no filme, por exemplo, são verdadeiros dinossauros se comparados com a tecnologia atual.

Hackers - Piratas de Computador (Hackers, Estados Unidos, 1996) Direção: Iain Softley / Roteiro: Rafael Moreu / Elenco: Jonny Lee Miller, Angelina Jolie, Jesse Bradford / Sinopse: Grupo de hackers, piratas da informática, decide radicalizar em seus planos de invadir sistemas de segurança alheios. Na mira deles estão grandes empresas de petróleo que destroem a natureza em busca do lucro capitalista.

Pablo Aluísio.

sábado, 6 de novembro de 2021

A Noite do Dia Seguinte

Um filme de Marlon Brando que não é tão conhecido. Na verdade foi produzido em um momento de baixa na sua carreira. Talvez por isso também seja tão modesto em suas pretensões artísticas. É um filme que se propõe a contar apenas uma boa história de crime. Nada mais. E olhando-se sob esse ponto de vista até que ele funciona muito bem. Então qual é a história que esse filme nos conta? Marlon Brando interpreta o membro de uma quadrilha de sequestradores americanos que resolve raptar a jovem filha de um banqueiro rico. Ela desce do avião em Paris e cai numa armadilha. O personagem de Brando, vestido como motorista, a engana. Ela então é levada para uma casa isolada, próximo à costa. Após ser presa em seu cativeiro começam as negociações.

O plano do sequestro é bem elaborado. O problema são os criminosos. Apenas o personagem de Brando parece ter a mente no lugar. Os demais são problemáticos. Rita Moreno interpreta uma aeromoça que trabalha com os criminosos. Ela tem participação importante no sequestro, mas viciada em drogas, está sempre em busca de cocaína. Assim ela coloca quase tudo a perder. A atriz ficou perdidamente apaixonada por Brando no filme e chegou até mesmo a tentar se matar! Pior de todos é o criminoso mais velho do grupo, um sujeito perverso, cruel, com ares de psicopatia. Enfim, temos aqui um bom filme, um thriller criminal onde nada parece caminhar para um final feliz - e realmente não vá esperando por isso. Brando tem uma atuação contida. Fisicamente ele está muito bem, magro, com cabelos loiros e com elegante figurino. Só não parece ter se esforçado muito em seu papel.

A Noite do Dia Seguinte (The Night of the Following Day, Estados Unidos, 1969) Direção: Hubert Cornfield / Roteiro:Hubert Cornfield, Robert Phippeny / Elenco: Marlon Brando, Richard Boone, Rita Moreno / Sinopse: A filha de um rico banqueiro norte-americano é sequestrada em Paris. Os criminosos planejam bem o crime, exigindo alguns milhões de dólares de resgate, mas algo acaba saindo completamente errado do que havia sido planejado.

Pablo Aluísio.

O Lobo do Mar

Título no Brasil: O Lobo do Mar
Título Original: The Sea Wolf
Ano de Produção: 1941
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Michael Curtiz
Roteiro: Jack London, Robert Rossen
Elenco: Edward G. Robinson, Ida Lupino, John Garfield

Sinopse:
'Wolf' Larsen (Edward G. Robinson) é um veterano capitão naval que precisa lidar com uma tripulação que não consegue ser tão disciplinada e organizada  quanto ele queria. O choque de opiniões e visões acaba transformando sua embarcação em um barril de pólvora prestes a explodir. Filme indicado ao Oscar na categoria Melhores Efeitos Especiais (Byron Haskin e Nathan Levinson).

Comentários:
Edward G. Robinson foi um astro improvável em Hollywood. Cara de poucos amigos ele se tornou célebre por causa dos filmes de gangsters que estrelou. Aqui ele embarca em um gênero um pouco diferente, um filme que mescla aventura e características de cinema noir que o tornam bem diferenciado em relação aos chamados "filmes de mar" daquela época. Enquanto a maioria dos grandes filmes que mostravam aventuras no oceano investiam em estórias sobre marinheiros e capitães valorosos, íntegros e heróis, "The Sea Wolf" aposta em um protagonista nada amistoso e nem charmoso, na realidade um sujeito considerado até mesmo asqueroso por todos os seus subordinados. A fita foi dirigida pelo grande mestre da sétima arte Michael Curtiz (1886 - 1962) que pouco mais de um ano depois iria dirigir sua maior obra prima, "Casablanca" com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, naquele que seria considerado um dos maiores filmes de todos os tempos.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Missão: Impossível

Esse é o primeiro de muitos. Tom Cruise era apenas um jovem garoto quando curtia a série de TV "Missão: Impossível" na década de 60. Os anos passaram e ele virou um astro do cinema. Vendo que poderia ser um bom investimento, acabou comprando os direitos autorais da série original por uma pechincha. Claro que Cruise estava visando ter sua própria franquia blockbuster, algo que ele realmente conseguiu transformar em um grande sucesso de bilheteria. Todos os filmes foram grandes êxitos comerciais e o mais interessante de tudo: não houve uma queda acentuada de qualidade entre um filme e outro. Ao longo da franquia Cruise manteve-se no posto de astro principal dos filmes e atuou também como produtor, trocando os diretores e roteiristas que lhe pareciam mais adequados. O resultado, se não chega a ser excepcional, mantém uma eficiência absoluta.

Esse primeiro filme é o mais charmoso de todos. As cenas de ação não eram tão exageradas, nem os efeitos especiais. O roteiro procurava ser também mais inteligente. É cinema pipoca por excelência. Nesse primeiro filme ainda há a preocupação de se apresentar os agentes e sua organização aos espectadores (que obviamente eram jovens demais para conhecer a série original). Uma vez explicado tudo, começa a ação - que não cessa mais até os letreiros finais. O maior interesse para os cinéfilos em geral vem da presença do diretor Brian De Palma. Eu o considero um dos grandes cineastas de sua geração, até mesmo quando aceitou participar de filmes mais comerciais como esse, onde seu lado autoral foi meio que deixado de lado para a criação de um genérico de puro entretenimento de massas. Brian De Palma realizou um filme esteticamente bonito de se ver, com excelentes cenas de ação e um roteiro redondinho que nunca perde o ritmo. Exatamente o que queria Tom Cruise. O resultado assim se mostra bastante satisfatório. Um filme aliás bem melhor do que a série que era meio capenga, vamos ser sinceros.

Missão: Impossível (Mission: Impossible, Estados Unidos, 1996) Direção: Brian De Palma / Roteiro: Bruce Geller, David Koepp / Elenco: Tom Cruise, Jon Voight, Emmanuelle Béart / Sinopse: Acusado de traição e deslealdade contra seu próprio país um agente luta para provar sua inocência. Filme baseada na sétie de TV criada originalmente por Bruce Geller.

Pablo Aluísio.

Tempo Esgotado

Voltando a escrever sobre filmes que assisti na década de 1990 vou aqui tecer algumas observações sobre esse "Nick of Time" (no Brasil, "Tempo Esgotado"). Essa foi uma tentativa do ator Johnny Depp de fugir um pouco do estereótipo que a crítica tinha formado sobre sua imagem nas telas. Ao invés de interpretar mais um tipo esquisito em filmes mais ao estilo cult (pois é, isso foi bem antes dele virar um astro de blockbusters), o ator resolveu apostar nesse thriller de ação e suspense que me lembrou até mesmo do clássico western "Matar ou Morrer". Não que o filme seja um faroeste, longe disso, as semelhanças são mesmo em relação ao roteiro, sua estrutura, a forma como tudo é conduzido. Gene Watson, o personagem interpretado por Depp, é um sujeito comum, banal, que leva uma vida extremamente rotineira e chata. Seu cotidiano sem surpresas vira de ponta cabeça quando ele é colocado contra a parede por um criminoso. O sujeito sequestrou sua filha e em troca da vida dela exige que Watson mate um importante político! Ele tem poucas horas para resolver isso (o que traz a maior semelhança com o clássico estrelado por Gary Cooper) e não pode fugir de sua situação ou pedir por algum tipo de socorro por parte das autoridades. 

O filme só funciona mesmo em termos. Depp, de óculos e figurino de jovem trabalhador, não convence muito. Ele corre pra lá e pra cá, com cara de espanto, em uma obra que me decepcionou, ainda mais se tratando do grande John Badham (de tantos filmes bons como "Tocaia", "Drácula" ou "Jogos de Guerra"). Realmente ficou faltando algo mais interessante. Para os fãs de Depp porém nunca será uma perda de tempo total conferir esse trabalho quando ele ainda era bem jovem e prestes a explodir nas telas de cinema. No mínimo valerá pela curiosidade.

Tempo Esgotado (Nick of Time, Estados Unidos, 1995) Direção: John Badham / Roteiro: Patrick Sheane Duncan / Elenco: Johnny Depp, Christopher Walken, Courtney Chase./ Sinopse: Homem comum precisa cometer um crime para salvar uma vida. Thriller de suspense e tensão dos anos 90.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Sobre Meninos e Lobos

Clint Eastwood é um grande cineasta. Se você ainda tem alguma dúvida sobre o grande talento dele na direção, é bom conhecer esse excelente drama, "Mystic River" (que no Brasil recebeu o curioso título de "Sobre Meninos e Lobos"). O roteiro não é definitivamente o que aparenta ser. Na superfície temos uma investigação policial envolvendo o desaparecimento de uma jovem garota, filha de Jimmy Marcus (Sean Penn). Quando seu amigo de longa data, Sean Devine (Kevin Bacon), descobre o corpo da menina em um riacho, uma avalanche de sentimentos há muito enterrados voltam à tona, revelando traumas de infância e emoções reprimidas que explodem de forma incontrolável. Clint Eastwood, aqui trabalhando apenas como diretor, conseguiu um grande feito, extraindo maravilhosas atuações, em especial do trio central formado por Penn, Bacon e Robbins, esse último em uma das melhores atuações de toda a sua carreira. A fotografia assinada por Tom Stern também impressiona por explorar visualmente o sentimento interno de cada personagem torturado.

O romance escrito pelo autor Dennis Lehane, que deu origem ao roteiro do filme, é tão rico em nuances psicológicas que apenas um cineasta talentoso como Eastwood poderia transpor algo assim para a tela. No final das contas é uma história sobre traumas, culpas e redenção pessoal. Sem sombra de dúvida uma brilhante obra cinematográfica que vai fundo na alma humana. E coroando tudo, o filme recebeu vários prêmios. Foi vencedor do Oscar nas categorias de Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Também indicado nas categorias de Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Direção e Atriz Coadjuvante (Marcia Gay Harden). Vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Ator (Sean Penn) e Melhor Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Igualmente indicado ainda nas categorias de Melhor Filme - Drama, Direção e Roteiro Adaptado.

Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, Estados Unidos, 2003) Direção: Clint Eastwood / Roteiro: Brian Helgeland, Dennis Lehane / Elenco: Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Laurence Fishburne, Marcia Gay Harden / Sinopse: Traumas de um passado que parecia distante retornam quando o corpo de uma menina é encontrado. Ela foi vítima de um crime brutal.

Pablo Aluísio.

007 - O Mundo Não é o Bastante

Eu sempre gostei muito de Pierce Brosnan como o agente James Bond. Muitos dizem que os roteiros dos filmes que estrelou não eram lá grande coisa e talvez possa existir algum fundo de verdade nisso, mas a despeito de tudo o feeling do Bond original foi bem captado por Brosnan (mais até do que o atual Bond, o carrancudo e nada charmoso Daniel Craig). Na era de Brosnan como Bond o estúdio priorizou mesmo a ação, com cenas extremamente bem elaboradas, algumas inclusive entre as mais bem realizadas de toda a franquia. Esse foi o terceiro filme estrelado pelo ator, logo após os grandes sucessos de "007 Contra GoldenEye" de 1995 e "007 - O Amanhã Nunca Morre" de 1997. Seu contrato inicial determinava a realização de uma trilogia que chegaria ao final aqui. Se a produção fizesse o mesmo sucesso ele poderia renovar um novo contrato, caso contrário o estúdio iria atrás de outro ator.

Assim que chegou nas telas a fita logo se revelou outro grande êxito de bilheteria, o que abriu as portas para um quarto filme, "007 - Um Novo Dia Para Morrer" em 2002, o último que faria na pele de Bond. Curiosamente o estúdio ofereceu a Brosnan um novo contrato para a realização de mais três filmes, mas ele preferiu assinar para a produção de apenas mais um filme. Parecia preocupado em ser marcado para sempre por apenas um papel, algo que havia atingido outros atores que passaram pela série como no caso de Roger Moore. "The World Is Not Enough" fica na média de sua passagem pela franquia. É bem movimentado, tem uma trama que lembra os primeiros livros de Ian Fleming e conta com um vilão bacana. Em poucas palavras tem tudo o que fez da fórmula Bond uma das mais bem sucedidas da história do cinema. É divertido, movimentado e tem um bom ator no papel principal. Sinceramente não vejo como ter algo a mais do que isso em um filme da série do mais famoso agente secreto do cinema. Está realmente de bom tamanho.

007 - O Mundo Não é o Bastante (The World Is Not Enough, Inglaterra, Estados Unidos, 1999) Direção: Michael Apted / Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade / Elenco: Pierce Brosnan, Sophie Marceau, Robert Carlyle, Denise Richards, Judi Dench, John Cleese / Sinopse: O agente James Bond (Brosnan) enfrenta um novo vilão, um estranho sujeito que parece ser imune à dor física. Ao mesmo tempo ele precisa proteger uma rica herdeira do mundo do petróleo.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

A Verdade sobre Marlon Brando

Poderia ser mais um documentário banal sobre a vida do ator Marlon Brando, só que não se trata disso. O que importa nesse filme são as centenas de fitas que Brando deixou gravadas na fase final de sua vida. Nessas fitas, que ele usou quase como um sistema de auto análise psicológica, Brando abre o coração, falando sobre a carreira, os filmes que fez, seu relacionamento problemático com seus pais, com as mulheres, seu passado conturbado. Uma coisa que me deixou surpreso foi perceber como Brando ainda ranascia quando falava de sua formação de ator, quando teve como professora Stella Adler. Nesse ponto de suas declarações descobrimos bem como Brando fingia ao dizer que atuar era uma atividade secundária. Não, ele tinha mesmo paixão em atuar, não houve como esconder isso.

Como li sua autobiografia pude perceber também que parte desses tapes foram gravados para serem usados no livro. Alguns trechos, algumas frases, estão lá, sem tirar, nem colocar uma só vírgula. A novidade veio nas fitas em que ele fala dos filhos e das ex-esposas, algo que se recusou a fazer no livro. Como todos sabemos o ator enfrentou muitos problemas familiares, como ter um filho condenado por assassinato e uma filha que se matou com apenas 25 anos de idade. Uma sucessão de tragédias. E para dar mais vivacidade em alguns trechos surge um Brando virtual na tela, declamando seus últimos pensamentos. Algo meio fantasmagórico, mas que funcionou muito bem, para minha surpresa!

A Verdade sobre Marlon Brando (Listen to Me Marlon, Estados Unidos, 2015) Direção: Stevan Riley / Roteiro: Stevan Riley / Elenco: Marlon Brando, Stella Adler, Bernardo Bertolucci / Sinopse: Documentário realizado usando trechos de fitas gravadas por Marlon Brando onde ele fala sobre sua vida, seus filmes e seus problemas familiares.

Pablo Aluísio.