O grande mérito de Aquaman é que pela primeira vez a DC Comics não ficou com receios de produzir um filme para o cinema que fosse a cara dos quadrinhos. Tudo é muito colorido, movimentado, ao espectador fica a impressão de que está mesmo vendo uma revista em quadrinhos. E isso se refere a praticamente tudo, inclusive a aventura e a trama que é meio bobinha, isso é certo, mas que funciona bem na tela. Isso não significa que o filme não tenha problemas, longe disso. Um deles é que aquele espectador que não comprar seu estilo não vai gostar nada, nada do que verá. O mundo debaixo do oceano, os figurinos exagerados, alguns parecendo mais fantasias de carnaval, quem não curtir esse tipo de coisa exagerada vai ficar muito irritado com sua direção de arte kitsch.
Só que isso nem é o grande problema do filme. Em minha opinião o grande erro foi escalar o grandalhão brutalizado Jason Momoa para interpretar Aquaman. Nos quadrinhos ele é um sujeito forte, tudo bem, mas também é um loiro com cara de galã e até bons modos. Com Momoa ele virou quase um bárbaro (quem lembrou do Conan?) que prefere sair no braço do que ter uma boa conversa. Além disso, não vamos deixar de dizer, não tem nada a ver com a beleza sofisticada de Nicole Kidman, sua mãe no filme. Ficou forçado. Porém como é um filme de pura ação e fantasia, poucos vão reclamar. O que vai valer no final das contas são os cenários exagerados (diria alguns até mesmo meio bregas) que desfilam pela tela. Nesse aspecto o filme até que funciona muito bem. É uma aventura colorida e escapista. Não espere nada muito além disso.
Aquaman (Estados Unidos, 2018) Direção: James Wan / Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick, Will Beall / Elenco: Jason Momoa, Patrick Wilson, Nicole Kidman, Amber Heard, Willem Dafoe, Dolph Lundgren, Yahya Abdul-Mateen II / Sinopse: Adaptação para o cinema das aventuras do personagem Aquaman, criado em 1941 por Paul Norris e Mort Weisinger, cuja primeira aparição nos quadrinhos se deu na revista More Fun Comics #73.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Halloween
Michael Myers está de volta! 40 anos depois da estreia do primeiro filme da franquia "Halloween" os estúdios decidiram que não poderiam deixar passar essa data em branco. Assim tiraram o velho psicopata da aposentadoria para faturar mais alguns milhões nas bilheterias. E sob o ponto de vista comercial o filme deu muito certo mesmo, faturando quase 250 milhões de dólares - um número bem satisfatório em termos de filmes de terror, ainda mais quando se gastou apenas 10 milhões em sua produção. Lucro certo e de certa maneira bem fácil. É a força do nome de certas franquias que trazem esse tipo de retorno lucrativo para os produtores. Tiro certo e no alvo! Já sob o ponto de vista puramente cinematográfico... bem, não há outro veredito: o filme é fraco mesmo. Basicamente uma forçada de barra para trazer Myers de volta às ruas na noite de Halloween. Quando o filme começa um casal de jornalista investigativos decide ir até o manicômio onde Myers vive para tentar tirar pelo menos uma palavra de sua boca. Ele está há décadas sem falar nada, com ninguém, nem com seu médico. A tentativa de entrevista fracassa, mas o destino parece estar a favor de Myers. Quando ele é transferido para outro estabelecimento prisional o ônibus onde está derrapa e sofre um acidente. De repente o antigo matador está de volta às ruas, em plena liberdade. E o que ele faz quando isso acontece? Ora, simples de saber, ele sai matando a esmo pelas ruas da cidade.
Pior para Laurie Strode (Curtis). Ela foi uma de suas primeiras vítimas. Tem verdadeira obsessão com o passado, o que a tornou uma mulher completamente paranoica e estranha. Agora ela vai precisar defender não apenas sua filha, mas também sua neta, da sede de morte de Mike Myers. E o roteiro é basicamente isso. Claro que o final se revela logo dúbio, para deixar uma porta aberta para futuros filmes. Produtores não são bobos, eles esperam para ver o resultado comercial do filme. Como deu certo nas bilheterias é bem provável que uma nova leva de filmes venha por aí. Haja sangue jorrando...
Halloween (Estados Unidos, 2018) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Jeff Fradley, Danny McBride / Elenco: Jamie Lee Curtis, Judy Greer, Andi Matichak / Sinopse: Depois de ficar décadas aprisionado numa instituição para loucos homicidas, o assassino em série Michael Myers está de volta às ruas após seu ônibus de transporte sofrer um acidente. Andando solto na noite de Halloween ele finalmente vai saciar sua sede de sangue humano.
Pablo Aluísio.
Pior para Laurie Strode (Curtis). Ela foi uma de suas primeiras vítimas. Tem verdadeira obsessão com o passado, o que a tornou uma mulher completamente paranoica e estranha. Agora ela vai precisar defender não apenas sua filha, mas também sua neta, da sede de morte de Mike Myers. E o roteiro é basicamente isso. Claro que o final se revela logo dúbio, para deixar uma porta aberta para futuros filmes. Produtores não são bobos, eles esperam para ver o resultado comercial do filme. Como deu certo nas bilheterias é bem provável que uma nova leva de filmes venha por aí. Haja sangue jorrando...
Halloween (Estados Unidos, 2018) Direção: David Gordon Green / Roteiro: Jeff Fradley, Danny McBride / Elenco: Jamie Lee Curtis, Judy Greer, Andi Matichak / Sinopse: Depois de ficar décadas aprisionado numa instituição para loucos homicidas, o assassino em série Michael Myers está de volta às ruas após seu ônibus de transporte sofrer um acidente. Andando solto na noite de Halloween ele finalmente vai saciar sua sede de sangue humano.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Um Refúgio
O filme se passa na Guerra Civil americana. Logo na introdução os produtores colocaram uma frase do general da União William Sherman, um dos mais notórios e infames carniceiros daquele conflito que devastou os Estados Unidos. Na opinião de Sherman a guerra sempre seria um lugar de crueldade e violência, não importando as outras coisas que se atribuíam a ela. Nesse ponto ele tinha razão, haja visto que ele promovia todos os tipos de atrocidades por onde passava. Foi certamente uma figura histórica desprezível. Pois bem, o filme mostra uma fazenda no sul prestes a ser invadida pelas tropas de Sherman. Sua tática era destruir não apenas os exércitos confederados, mas também o espírito dos sulistas. Para isso valia de tudo, até mesmo crimes de guerra como estupros, assassinatos à sangue frio e violência irracional. E é justamente isso que ocorre quando dois batedores do exército da União chegam em um pequeno povoado do sul.
Ao se depararem com a bela Augusta (Brit Marling) eles resolvem persegui-la, indo até sua fazenda no meio rural. O pior é que Augusta está praticamente indefesa. Os homens da casa foram embora lutar na guerra e lá ficaram apenas ela, sua irmã mais jovem que está doente e uma escrava negra. Os yankees estão chegando com toda a brutalidade conhecida e Augusta precisa defendê-las! Para isso conta apenas com um velho rifle e muita coragem. O roteiro explora basicamente essa situação e o faz muito bem.
Obviamente em temos de guerra era de se esperar por muita violência e isso certamente você encontrará no filme. Há inclusive cenas de estupro e assassinatos sumários. O ponto de vista de uma mulher, civil, tentando sobreviver a uma guerra insana como aquela, é o grande triunfo desse roteiro, porque ao invés de explorar as grandes batalhas ele foca sua ponto de vista para o medo e a agonia de quem está fora do campo de batalha, em casa, mas que teve que lidar com tudo após a própria guerra chegar em sua porta. Um bom filme, valorizado por algumas belas cenas como a que está no poster, com Augusta vendo o horizonte vermelho por causa das explosões no front de batalha.
The Keeping Room (Estados Unidos, 2014) Direção: Daniel Barber / Roteiro: Julia Hart / Elenco: Brit Marling, Hailee Steinfeld, Sam Worthington / Sinopse: Três mulheres tentam sobreviver em uma velha casa de fazenda do sul quando os primeiros soldados da União chegam na região durante a Guerra Civil Americana. Em tempos de vida ou morte apenas as mais fortes conseguirão sobreviver.
Pablo Aluísio.
Ao se depararem com a bela Augusta (Brit Marling) eles resolvem persegui-la, indo até sua fazenda no meio rural. O pior é que Augusta está praticamente indefesa. Os homens da casa foram embora lutar na guerra e lá ficaram apenas ela, sua irmã mais jovem que está doente e uma escrava negra. Os yankees estão chegando com toda a brutalidade conhecida e Augusta precisa defendê-las! Para isso conta apenas com um velho rifle e muita coragem. O roteiro explora basicamente essa situação e o faz muito bem.
Obviamente em temos de guerra era de se esperar por muita violência e isso certamente você encontrará no filme. Há inclusive cenas de estupro e assassinatos sumários. O ponto de vista de uma mulher, civil, tentando sobreviver a uma guerra insana como aquela, é o grande triunfo desse roteiro, porque ao invés de explorar as grandes batalhas ele foca sua ponto de vista para o medo e a agonia de quem está fora do campo de batalha, em casa, mas que teve que lidar com tudo após a própria guerra chegar em sua porta. Um bom filme, valorizado por algumas belas cenas como a que está no poster, com Augusta vendo o horizonte vermelho por causa das explosões no front de batalha.
The Keeping Room (Estados Unidos, 2014) Direção: Daniel Barber / Roteiro: Julia Hart / Elenco: Brit Marling, Hailee Steinfeld, Sam Worthington / Sinopse: Três mulheres tentam sobreviver em uma velha casa de fazenda do sul quando os primeiros soldados da União chegam na região durante a Guerra Civil Americana. Em tempos de vida ou morte apenas as mais fortes conseguirão sobreviver.
Pablo Aluísio.
Fúria em Alto Mar
Quando o filme começa dois submarinos, um americano e um russo, atravessam o mar embaixo de grossas camadas de gelo. De repente algo acontece com o submarino russo que vai ao fundo. Depois a embarcação americana é igualmente atacada por um torpedo e afunda. O que teria acontecido? Para a missão de investigação e resgate é enviado o capitão Joe Glass (Gerard Butler). Ele não tem muito experiência de comando, mas conta com uma boa tripulação em um submarino nuclear de última geração. Assim começa esse "Fúria em Alto Mar" que tinha tudo para dar certo. Boa produção, elenco muito bom, efeitos digitais bem feitos. Tudo parecia se encaixar. O problema vem do roteiro. É um velho problema desses novos filmes de Hollywood. Os roteiristas subestimam completamente a inteligência dos espectadores e começam a forçar a barra com situações bobas, juvenis, inverossímeis ao extremo.
Tudo bem fazer um filme sobre submarinos. Esse é aliás um dos estilos de filmes de guerra mais consagrados. O problema é fazer um filme bobo. Para se ter uma ideia do tamanho da bobagem, em determinado momento a missão do submarino comandado pelo personagem de Butler passa a ser ir até um dos mais seguros portos da marinha russa, onde está metade da frota daquele país, para resgatar o próprio presidente russo de um golpe militar! Que bobagem! Com isso nem mesmo a mais bem feita produção e nem mesmo o melhor elenco conseguem escapar da vergonha alheia. Se tivessem apostado numa trama adulta e séria, esse seria um grande filme sobre a marinha. Do jeito que ficou só aborrece e causa decepção!
Fúria em Alto Mar (Hunter Killer, Estados Unidos, 2018) Direção: Donovan Marsh / Roteiro: Arne Schmidt, Jamie Moss / Elenco: Gerard Butler, Gary Oldman, Common, Alexander Diachenko, Michael Nyqvist / Sinopse: Joe Glass (Gerard Butler) é o capitão de um submarino americano que é enviado para uma missão extremamente perigosa, que poderá até mesmo causar uma guerra nuclear entre as potências mundiais.
Pablo Aluísio.
Tudo bem fazer um filme sobre submarinos. Esse é aliás um dos estilos de filmes de guerra mais consagrados. O problema é fazer um filme bobo. Para se ter uma ideia do tamanho da bobagem, em determinado momento a missão do submarino comandado pelo personagem de Butler passa a ser ir até um dos mais seguros portos da marinha russa, onde está metade da frota daquele país, para resgatar o próprio presidente russo de um golpe militar! Que bobagem! Com isso nem mesmo a mais bem feita produção e nem mesmo o melhor elenco conseguem escapar da vergonha alheia. Se tivessem apostado numa trama adulta e séria, esse seria um grande filme sobre a marinha. Do jeito que ficou só aborrece e causa decepção!
Fúria em Alto Mar (Hunter Killer, Estados Unidos, 2018) Direção: Donovan Marsh / Roteiro: Arne Schmidt, Jamie Moss / Elenco: Gerard Butler, Gary Oldman, Common, Alexander Diachenko, Michael Nyqvist / Sinopse: Joe Glass (Gerard Butler) é o capitão de um submarino americano que é enviado para uma missão extremamente perigosa, que poderá até mesmo causar uma guerra nuclear entre as potências mundiais.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
A Última Estação
Excelente filme que conta a história das últimas semanas de vida do escritor russo Leon Tolstói (Christopher Plummer). Ele ficou mundialmente conhecido ao escrever verdadeiras obras primas da literatura mundial como Guerra e Paz (1869) e Anna Karenina (1877). No filme seu editor e amigo de longa data manda um jovem rapaz chamado Valentin (James McAvoy) para trabalhar como seu secretário particular. Uma vez na casa de Leon Tolstói ele passa a vivenciar tudo o que estava acontecendo em sua vida pessoal, inclusive seu conturbado relacionamento com a esposa, Sofya (Helen Mirren), uma mulher de temperamento forte e explosivo. Um dos aspectos mais interessantes é que o velho escritor tinha planos de levar em frente um movimento baseado em uma nova forma de encarar a vida. Entre as coisas que pregava estava o desprendimento de coisas materiais. O problema é que ele próprio era um conde, membro da elite e da nobreza russa, vivendo em uma bela mansão, com muitos servos trabalhando em sua propriedade rural. Até que um dia ele acaba brigando com a esposa e decide colocar em prática seus ensinamentos, com consequências trágicas. Tudo o que se vê na tela foi baseado em fatos históricos reais.
Além de ter um ótimo roteiro, esse filme ainda conta com um elenco primoroso, a começar por Christopher Plummer, com longa barba grisalha e quase irreconhecível em sua caracterização de Tolstói; Helen Mirren dispensa maiores apresentações, uma das grandes damas do cinema atual. E completando o elenco de talentos temos até mesmo Paul Giamatti como o amigo de longa data e editor de Leon Tolstói. Ele tem uma posição interessante no meio de tantos personagens marcantes, porque no fundo almeja que o velho escritor doe todos os direitos autorais de sua obra para a humanidade, algo que enfurece a esposa do autor, afinal esse seria o grande tesouro para a família dele. Enfim, ótimo filme que conta uma história que se não fosse baseada em tudo o que aconteceu, poderia facilmente se passar por mais um romance escrito pelo próprio Tolstói.
A Última Estação (The Last Station, Inglaterra, Alemanha, Rússia, 2009) Direção: Michael Hoffman / Roteiro: Michael Hoffman, Jay Parini / Elenco: Christopher Plummer, Helen Mirren, James McAvoy, Paul Giamatti / Sinopse: No fim de sua vida, o escritor russo Leon Tolstói (Christopher Plummer) decide colocar em prática tudo aquilo que pregou em vida na sua obra literária. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Helen Mirren) e Melhor Ator (Christopher Plummer). Também indicado ao Globo de Ouro e ao Screen Actors Guild Awards nas mesmas categorias.
Pablo Aluísio.
Além de ter um ótimo roteiro, esse filme ainda conta com um elenco primoroso, a começar por Christopher Plummer, com longa barba grisalha e quase irreconhecível em sua caracterização de Tolstói; Helen Mirren dispensa maiores apresentações, uma das grandes damas do cinema atual. E completando o elenco de talentos temos até mesmo Paul Giamatti como o amigo de longa data e editor de Leon Tolstói. Ele tem uma posição interessante no meio de tantos personagens marcantes, porque no fundo almeja que o velho escritor doe todos os direitos autorais de sua obra para a humanidade, algo que enfurece a esposa do autor, afinal esse seria o grande tesouro para a família dele. Enfim, ótimo filme que conta uma história que se não fosse baseada em tudo o que aconteceu, poderia facilmente se passar por mais um romance escrito pelo próprio Tolstói.
A Última Estação (The Last Station, Inglaterra, Alemanha, Rússia, 2009) Direção: Michael Hoffman / Roteiro: Michael Hoffman, Jay Parini / Elenco: Christopher Plummer, Helen Mirren, James McAvoy, Paul Giamatti / Sinopse: No fim de sua vida, o escritor russo Leon Tolstói (Christopher Plummer) decide colocar em prática tudo aquilo que pregou em vida na sua obra literária. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz (Helen Mirren) e Melhor Ator (Christopher Plummer). Também indicado ao Globo de Ouro e ao Screen Actors Guild Awards nas mesmas categorias.
Pablo Aluísio.
Bel Canto
Um filme fraco, apesar de contar com um bom elenco. Na estória um grupo de pessoas influentes da alta sociedade se reúne para a apresentação da cantora lírica Roxanne Coss (Julianne Moore). Tudo acontece em Lima, no Peru. No meio do concerto um grupo de guerrilheiros de esquerda invade o lugar e toma todas as pessoas presentes de reféns. Exige como resgate a libertação de todos os presos políticos do país, além da presença do presidente da república. Duas reivindicações impossíveis de serem cumpridas. Enquanto o impasse ocorre todos os reféns ficam nas mãos dos guerrilheiros. E aí começa o grande erro do filme. O roteiro começa a simpatizar com o grupo criminoso. Eles são retratados como revolucionários de boa índole! Como assim? São sequestradores que ameaçam pessoas inocentes de morte! A cantora até mesmo começa a ensinar e dar aulas de canto para um dos paramilitares. A partir daí o filme despenca por causa de todas as suas péssimas intenções.
Mal realizado e com um roteiro absurdo desses tudo vai por água abaixo. Não há salvação. Nem o bom elenco salva o filme. Julianne Moore já fez tantos filmes bons ao longo de sua carreira que esse aqui vai se tornar apenas uma mancha em sua filmografia. Christopher Lambert, que chegou a ser bem popular nos anos 80, ressurge para um papel de refém sem maior importância. Até Ken Watanabe não tem muito o que fazer. Enfim, um filme realmente fraco e sem mensagem. Pura perda de tempo.
Bel Canto (Estados Unidos, 2018) Direção: Paul Weitz / Roteiro: Paul Weitz, Anthony Weintraub / Elenco: Julianne Moore, Ken Watanabe, Christopher Lambert, María Mercedes Coroy, Sebastian Koch / Sinopse: Roxanne Coss (Julianne Moore) é uma cantora lírica americana que vai se apresentar em Lima, no Peru e lá acaba refém de um grupo guerrilheiro de esquerda.
Pablo Aluísio.
Mal realizado e com um roteiro absurdo desses tudo vai por água abaixo. Não há salvação. Nem o bom elenco salva o filme. Julianne Moore já fez tantos filmes bons ao longo de sua carreira que esse aqui vai se tornar apenas uma mancha em sua filmografia. Christopher Lambert, que chegou a ser bem popular nos anos 80, ressurge para um papel de refém sem maior importância. Até Ken Watanabe não tem muito o que fazer. Enfim, um filme realmente fraco e sem mensagem. Pura perda de tempo.
Bel Canto (Estados Unidos, 2018) Direção: Paul Weitz / Roteiro: Paul Weitz, Anthony Weintraub / Elenco: Julianne Moore, Ken Watanabe, Christopher Lambert, María Mercedes Coroy, Sebastian Koch / Sinopse: Roxanne Coss (Julianne Moore) é uma cantora lírica americana que vai se apresentar em Lima, no Peru e lá acaba refém de um grupo guerrilheiro de esquerda.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de dezembro de 2018
Operação Final
Esse filme da Netflix conta a história da captura do oficial nazista da SS Adolph Eichmann. Após o fim da II Guerra Mundial ele conseguiu fugir com sua família para a Argentina. Uma vez no novo país adotou uma nova identidade e começou a trabalhar numa fábrica da Mercedes-Bens em Buenos Aires. A vida do carrasco nazista seguiu em tranquilidade até que no começo dos anos 1960 um grupo de agentes israelenses conseguiu localizá-lo. A partir daí começaram os planos para raptá-lo com o objetivo de levá-lo para Israel onde finalmente seria julgado por seus crimes de guerra. Eichmann era conhecido como o "Arquiteto do holocausto" porque ele organizou de forma matemática e administrativa a matança dos judeus nos campos de extermínio. Era um homem frio e calculista que se empenhou pessoalmente na chamada "solução final", onde os judeus seriam exterminados de maneira industrial em campos de concentração e de extermínio espalhados por toda a Europa. Sua função era deixar a máquina de matança dos nazistas funcionando da maneira mais eficiente possível.
Embora seja um filme até pequeno em termos de orçamento, seu grande triunfo vem da presença do ótimo ator Ben Kingsley, Ele interpreta o nazista, trazendo de volta sua pesonalidade metódica, uma espécie de burocrata da morte em série. Jogando o tempo todo com um de seus raptores no cativeiro ele chega até mesmo a despertar a simpatia de um deles! E isso partindo de uma pessoa que viu sua própria irmã e sobrinhos sendo mortos em caminhões de gás nas florestas da Polônia. Um bom retrato de um dos grandes monstros da barbárie nazista.
Operação Final (Operation Finale, Estados Unidos, 2018) Direção: Chris Weitz / Roteiro: Matthew Orton / Elenco: Ben Kingsley, Oscar Isaac, Mélanie Laurent, Lior Raz / Sinopse: Em 1961, o Mossad, o serviço secreto do Estado de Israel, consegue localizar o paradeiro do criminoso de guerra nazista Adolph Eichmann. Ele vive escondido na Argentina. Assim uma operação é planejada com o objetivo de trazê-lo de volta a Israel, onde finalmente seria julgado pelos seus crimes cometidos no holocausto.
Pablo Aluísio.
Embora seja um filme até pequeno em termos de orçamento, seu grande triunfo vem da presença do ótimo ator Ben Kingsley, Ele interpreta o nazista, trazendo de volta sua pesonalidade metódica, uma espécie de burocrata da morte em série. Jogando o tempo todo com um de seus raptores no cativeiro ele chega até mesmo a despertar a simpatia de um deles! E isso partindo de uma pessoa que viu sua própria irmã e sobrinhos sendo mortos em caminhões de gás nas florestas da Polônia. Um bom retrato de um dos grandes monstros da barbárie nazista.
Operação Final (Operation Finale, Estados Unidos, 2018) Direção: Chris Weitz / Roteiro: Matthew Orton / Elenco: Ben Kingsley, Oscar Isaac, Mélanie Laurent, Lior Raz / Sinopse: Em 1961, o Mossad, o serviço secreto do Estado de Israel, consegue localizar o paradeiro do criminoso de guerra nazista Adolph Eichmann. Ele vive escondido na Argentina. Assim uma operação é planejada com o objetivo de trazê-lo de volta a Israel, onde finalmente seria julgado pelos seus crimes cometidos no holocausto.
Pablo Aluísio.
Aliens, o Resgate
Revi ontem esse pequeno clássico da ficção. Na verdade me lembro de ter assistido o filme no cinema, em seu lançamento original. Depois disso devo ter revisto na TV e foi só. Provavelmente fazia mais de 20 anos que tinha visto pela última vez. A mente esquece e muitas vezes ao revermos filmes assim e tudo volta soar como boa novidade - pelo menos em nossa mente esquecida. O filme continua muito bom, muito bem realizado. E para minha surpresa resistiu bem ao tempo, coisa rara em filmes de ficção. Os efeitos especiais não envelheceram, a não ser em pequenos trechos, pontuais, quando as naves sondam o planeta infestado pelos aliens. Alguns detalhes do enredo havia esquecido. Por exemplo, quando o filme começa a Ripley (Sigourney Weaver) descobre que ficou 57 anos hibernando em sua pequena nave de fuga. O filme assim começa onde "Alien, o Oitavo Passageiro" terminou. Ela fugiu da nave mãe e ficou vagando pelo espaço. Agora é resgatada, quase por acaso, por um missão de exploradores. Aliás detalhe importante: no mesmo planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme a companhia mineradora fundou uma colônia com mais de 150 habitantes. Claro, péssima ideia.
E é justamente para lá que Ripley retorna após a companhia descobrir que os colonos não entraram mais em contato. O que aconteceu? A tenente então desce novamente naquele lugar esquecido, mas dessa ela não está só. Agora vai com um grupo de fuzileiros altamente armados. E aqui vem o grande diferencial do primeiro filme para esse segundo. O diretor James Cameron deixou o clima de suspense do "Oitavo Passageiro" de lado e investiu na ação, na porrada. Afinal nessa época a moda era mesmo os filmes de ação como "Rambo" e "Comando Para Matar". Sim, Cameron injetou muitos litros de testosterona em seu filme.
Outro aspecto que o diretor turbinou foi a concepção dos próprios aliens. Agora não existe apenas um alienígena, mas dezenas deles, todos provindos de um ninho de aliens. Aliás Cameron também colocou na jogada a própria rainha-mãe das criaturas, que vê desesperada a Ripley tocando fogo em seus ovos com um lança-chamas. Porém temos que dizer também que o filme não é apenas porrada e ação. James Cameron em seu roteiro criou também a personagem de uma menina, a única sobrevivente da colônia. Ela serviu para trazer mais humanidade para Ripley. E também abriu um aspecto subliminar interessante no enredo, mostrando dois lados maternais, a da própria Ripley e obviamente a da rainha-mãe dos aliens. Tudo sutilmente jogado enquanto o massacre de aliens e humanos acontece. "Aliens, o Resgate" é bem isso, tudo potencializado, tudo elevado à nona potência.É seguramente o filme mais violento da série.
Aliens, o Resgate (Aliens, Estados Unidos, 1986) Direção: James Cameron / Roteiro: James Cameron, David Giler / Elenco: Sigourney Weaver, Michael Biehn, Carrie Henn, Paul Reiser, Lance Henriksen, Bill Paxton / Sinopse: Após ficar décadas vagando pelo espaço, Ripley (Weaver) é resgatada. Após se recuperar decide partir para uma missão de resgate no planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme. Lá a companhia fundou uma colônia de humanos, que agora não entra mais em contato. A missão de Ripley e seus fuzileiros é descobrir o que teria acontecido. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Sonoros (Don Sharpe) e Melhores Efeitos Especiais (Stan Winston, Robert Skotak, John Richardson e Suzanne M. Benson).
Pablo Aluísio.
E é justamente para lá que Ripley retorna após a companhia descobrir que os colonos não entraram mais em contato. O que aconteceu? A tenente então desce novamente naquele lugar esquecido, mas dessa ela não está só. Agora vai com um grupo de fuzileiros altamente armados. E aqui vem o grande diferencial do primeiro filme para esse segundo. O diretor James Cameron deixou o clima de suspense do "Oitavo Passageiro" de lado e investiu na ação, na porrada. Afinal nessa época a moda era mesmo os filmes de ação como "Rambo" e "Comando Para Matar". Sim, Cameron injetou muitos litros de testosterona em seu filme.
Outro aspecto que o diretor turbinou foi a concepção dos próprios aliens. Agora não existe apenas um alienígena, mas dezenas deles, todos provindos de um ninho de aliens. Aliás Cameron também colocou na jogada a própria rainha-mãe das criaturas, que vê desesperada a Ripley tocando fogo em seus ovos com um lança-chamas. Porém temos que dizer também que o filme não é apenas porrada e ação. James Cameron em seu roteiro criou também a personagem de uma menina, a única sobrevivente da colônia. Ela serviu para trazer mais humanidade para Ripley. E também abriu um aspecto subliminar interessante no enredo, mostrando dois lados maternais, a da própria Ripley e obviamente a da rainha-mãe dos aliens. Tudo sutilmente jogado enquanto o massacre de aliens e humanos acontece. "Aliens, o Resgate" é bem isso, tudo potencializado, tudo elevado à nona potência.É seguramente o filme mais violento da série.
Aliens, o Resgate (Aliens, Estados Unidos, 1986) Direção: James Cameron / Roteiro: James Cameron, David Giler / Elenco: Sigourney Weaver, Michael Biehn, Carrie Henn, Paul Reiser, Lance Henriksen, Bill Paxton / Sinopse: Após ficar décadas vagando pelo espaço, Ripley (Weaver) é resgatada. Após se recuperar decide partir para uma missão de resgate no planeta onde tudo aconteceu no primeiro filme. Lá a companhia fundou uma colônia de humanos, que agora não entra mais em contato. A missão de Ripley e seus fuzileiros é descobrir o que teria acontecido. Filme vencedor do Oscar nas categorias de Melhores Efeitos Sonoros (Don Sharpe) e Melhores Efeitos Especiais (Stan Winston, Robert Skotak, John Richardson e Suzanne M. Benson).
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Mogli: O Menino Lobo
A animação original fez parte da minha infância. Porém havia muitos anos que tinha assistido e me lembrava muito pouco. Foi bem gratificante então assistir a essa nova versão, com atores em carne e osso e bichinhos falantes construídos com a mais moderna computação gráfica. Pois é, o estúdio Disney teve essa grande ideia, a de fazer novas versões de suas antigos clássicos da animação, agora no estilo mais convencional. Em breve teremos "O Rei Leão" e "Dumbo". Basta assistir a esse "Mogli: O Menino Lobo" para entender que vem coisa muito boa por aí! O filme é uma maravilha tecnológica. Venceu inclusive o Oscar de melhores efeitos especiais. É de uma perfeição técnica de encher os olhos. Ok, tudo o que diz respeito à marca Walt Disney é extremamente bem feito, mas esse aqui subiu um ponto na escala. Como se sabe na fábula do Mogli há muitos personagens animais, que falam e interagem como se fossem seres humanos. Nessa versão eles não são caricatos, mas sim mais próximos da realidade. Excelente escolha.
Some-se a isso o fato de que o elenco de dubladores, todos astros em Hollywood, fizeram um trabalho de pura perfeição. Eu nem havia prestado atenção nesse time antes de ver o filme, mas bastou o urso Baloo abrir a boca para reconhecer imediatamente a voz de Bill Murray! Muito divertido. E o que dizer de um Rei orangotango chamado Louie com trejeitos de Christopher Walken? Impossível não reconhecer o estilo único dele falar. Até mesmo a cobra Kaa ficou perfeita na interpretação vocal de Scarlett Johansson! Enfim, tudo muito bem realizado numa nova versão que ficou excelente, em todos os aspectos cinematográficos.
Mogli: O Menino Lobo (The Jungle Book, Estados Unidos, 2016) Direção: Jon Favreau / Roteiro: Justin Marks, baseado na obra do escritor Rudyard Kipling / Elenco: Neel Sethi, Bill Murray, Ben Kingsley, Christopher Walken, Scarlett Johansson, Idris Elba, Lupita Nyong'o / Sinopse: Após a morte de seu pai, o menino Mogli passa a ser criado por lobos. Sua vida na floresta é feliz, até a chegada do tigre Shere Khan que não aceita sua presença na selva. Ele quer vingança contra todos os homens e também seus "filhotes".
Pablo Aluísio.
Some-se a isso o fato de que o elenco de dubladores, todos astros em Hollywood, fizeram um trabalho de pura perfeição. Eu nem havia prestado atenção nesse time antes de ver o filme, mas bastou o urso Baloo abrir a boca para reconhecer imediatamente a voz de Bill Murray! Muito divertido. E o que dizer de um Rei orangotango chamado Louie com trejeitos de Christopher Walken? Impossível não reconhecer o estilo único dele falar. Até mesmo a cobra Kaa ficou perfeita na interpretação vocal de Scarlett Johansson! Enfim, tudo muito bem realizado numa nova versão que ficou excelente, em todos os aspectos cinematográficos.
Mogli: O Menino Lobo (The Jungle Book, Estados Unidos, 2016) Direção: Jon Favreau / Roteiro: Justin Marks, baseado na obra do escritor Rudyard Kipling / Elenco: Neel Sethi, Bill Murray, Ben Kingsley, Christopher Walken, Scarlett Johansson, Idris Elba, Lupita Nyong'o / Sinopse: Após a morte de seu pai, o menino Mogli passa a ser criado por lobos. Sua vida na floresta é feliz, até a chegada do tigre Shere Khan que não aceita sua presença na selva. Ele quer vingança contra todos os homens e também seus "filhotes".
Pablo Aluísio.
O Mistério do Relógio na Parede
O filme conta a estória de um garoto que vai morar com o tio depois da morte de seus pais em um acidente de carro. O tal tio, interpretado pelo ator Jack Black, passa longe de ser um sujeito normal, dentro dos padrões. Ele mora numa velha casa, com fama de ser mal assombrada. Afirma que é apenas um mágico, porém o tempo vai revelando sua verdadeira face, pois na verdade ele é um bruxo, tal como se fosse um Harry Potter adulto. Aliás a comparação com o universo de Harry Potter vem bem a calhar pois fica fácil entender desde as primeiras cenas que o filme visa atingir mesmo o público fã de Potter. O problema é que passa longe de ser igual. Apesar do universo de magia e bruxaria estar em todos os lugares daquela velha mansão, o filme não consegue ter o mesmo carisma. Em determinado momento fica óbvio que faltam boas ideias, repetindo clichês cansativos. A produção é de primeira linha, com o melhor em termos de efeitos digitais, design de produção, cenários, carros antigos (o filme se passa nos anos 1950), etc. Só que tudo isso só serve para transformar o filme em algo bonito de se ver em termos puramente estéticos. Em termos de enredo tudo é um tanto vazio e desprovido de interesse. Também faltou maior sutileza ao diretor Eli Roth.
Para o cinéfilo mais veterano sobra o elenco para manter o interesse. Temos aqui a volta de Kyle MacLachlan, ator que teve uma certa popularidade nos anos 80 e 90. Ele andava muito sumido. Esse filme o traz de volta ao mercado do cinema. Cate Blanchett continua com sua conhecida elegância, mesmo em uma personagem até muito secundária, com pequenos toques de humor que nunca foi sua especialidade. Por fim há Jack Black. Conhecido por ser um comediante espalhafatoso, aqui ele está bem mais contido. É aquela espécie de ator do tipo "ame ou deteste". Nesse filme pelo menos poliram um pouco seus conhecidos exageros. Então é isso, um filme feito para os mais jovens, ali na faixa dos 13, 15 anos. Para quem for mais velho tudo vai soar meio chatinho.
O Mistério do Relógio na Parede (The House with a Clock in Its Walls, Estados Unidos, 2018) Direção: Eli Roth / Roteiro: Eric Kripke / Elenco: Jack Black, Cate Blanchett, Kyle MacLachlan, Owen Vaccaro / Sinopse: Garotinho vai morar com o tio após a morte dos pais. Ele vive numa velha casa, com fama de ser assombrada. Aos poucos o aspecto de magia que vive naquela velha casa vai revelar um outro universo para aquele jovem.
Pablo Aluísio.
Para o cinéfilo mais veterano sobra o elenco para manter o interesse. Temos aqui a volta de Kyle MacLachlan, ator que teve uma certa popularidade nos anos 80 e 90. Ele andava muito sumido. Esse filme o traz de volta ao mercado do cinema. Cate Blanchett continua com sua conhecida elegância, mesmo em uma personagem até muito secundária, com pequenos toques de humor que nunca foi sua especialidade. Por fim há Jack Black. Conhecido por ser um comediante espalhafatoso, aqui ele está bem mais contido. É aquela espécie de ator do tipo "ame ou deteste". Nesse filme pelo menos poliram um pouco seus conhecidos exageros. Então é isso, um filme feito para os mais jovens, ali na faixa dos 13, 15 anos. Para quem for mais velho tudo vai soar meio chatinho.
O Mistério do Relógio na Parede (The House with a Clock in Its Walls, Estados Unidos, 2018) Direção: Eli Roth / Roteiro: Eric Kripke / Elenco: Jack Black, Cate Blanchett, Kyle MacLachlan, Owen Vaccaro / Sinopse: Garotinho vai morar com o tio após a morte dos pais. Ele vive numa velha casa, com fama de ser assombrada. Aos poucos o aspecto de magia que vive naquela velha casa vai revelar um outro universo para aquele jovem.
Pablo Aluísio.
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