sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Testemunha do Silêncio

Um garoto autista se torna a única testemunha de um duplo homicídio. Para tentar entrar na mente dele um terapeuta, Dr. Jake Rainer (Richard Dreyfuss), tenta revelar o que ele de fato teria visto, usando para isso uma metodologia pouco usual. Um bom thriller policial de suspense, com roteiro bem escrito. Eis o que temos aqui nesse "Testemunha do Silêncio". Como se sabe pessoas que sofrem de autismo não conseguem interagir completamente com outras, se isolando em um mundo particular no qual praticamente ninguém consegue entrar. Agora imagine um autista sendo a única testemunha de um crime hediondo. Como descobrir quem teria cometido o crime se apenas ele o viu? O bom elenco também segura a trama com competência.

Entre os atores, como não poderia deixar de ser, quem acaba se destacando mesmo é Richard Dreyfuss. De tempos em tempos Dreyfuss passeia em comédias levemente divertidas, mas aqui preferiu trabalhar em um papel mais sério e centrado. Acertou em cheio, até porque embora seja um comediante nato ele também convence plenamente nesse tipo de personagem por causa de sua imagem, que mais se parece com a de um intelectual judeu de Nova Iorque ou um professor universitário em fim de carreira. Pela boa direção o cineasta Bruce Beresford acabou sendo indicado no prestigiado Berlin International Film Festival, arrancando uma memorável indicação ao Urso de Ouro, um dos prêmios mais conceituados do velho continente. Um reconhecimento merecido que serviu para ressaltar ainda mais a qualidade cinematográfica do filme como um todo. /

Testemunha do Silêncio (Silent Fall, Estados Unidos, 1994) Direção: Bruce Beresford / Roteiro: Akiva Goldsman / Elenco: Richard Dreyfuss, Linda Hamilton, John Lithgow, Liv Tyler / Sinopse: Um thriller de suspense dos anos 1990, com ótimo elenco.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Attica: A Solução Final

John Frankenheimer poucas vezes trabalhou na TV. Uma de suas poucas incursões na telinha aconteceu justamente nesse muito bom "Attica: A Solução Final". A história, baseada em fatos reais, se passa no ano de 1971 no presídio de segurança máxima Attica. Michael Smith (Kyle MacLachlan) é um jovem guarda, praticamente um novato, ainda nos seus primeiros dias dentro da prisão, que é surpreendido por uma das maiores rebeliões de presos da história daquela instituição prisional. Tudo fruto de anos e anos de má administração, abusos, torturas e violações de direitos humanos dos prisioneiros.

Como se sabe quando algo assim é implantado dentro de um presídio o esperado é realmente que algo muito sério venha a ocorrer, principalmente quando a pressão se torna insustentável de se administrar. Kyle MacLachlan convence plenamente como o sujeito que até tem boas intenções, mas que é tragado pelo sistema completamente viciado... e corrupto! O roteiro procura seguir os passos dos acontecimentos reais, então é de se esperar que haja mesmo muita violência e cenas de impacto, algo que não é muito recomendado para quem estiver procurando por algo mais leve. A intenção de Frankenheimer foi realmente denunciar uma situação extrema, que merecia ganhar a atenção urgente das autoridades públicas.  

Attica: A Solução Final (Against the Wall, Estados Unidos, 1994) Direção: John Frankenheimer / Roteiro: Ron Hutchinson / Elenco: Kyle MacLachlan, Samuel L. Jackson, Clarence Williams III / Sinopse: Violência, ódio e sobrevivência em uma das mais infames prisões dos Estados Unidos. Filme indicado ao Globo de Ouro na categoria Melhor Ator - Minissérie ou Telefilme (Samuel L. Jackson).

Pablo Aluísio.

Stalingrado - A Batalha Final

Produção alemã que procura recriar uma das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial. Naquele momento histórico o ditador nazista Adolf Hitler estava determinado a conquistar a União Soviética. Para isso a tomada da cidade de Stalingrado era essencial para os seus planos. Milhões de soldados alemães foram enviados, mas a missão militar logo se revelou um desastre completo. As tropas do Reich não tinham equipamentos e nem apoio logístico adequado para enfrentar uma batalha de longo prazo como aquela. Os russos se armaram até os dentes e toda a população civil foi convocada para lutar rua a rua, casa a casa. Isso deu origem a uma das defesas mais aguerridas de todo o conflito.

Os alemães, sem comida e apoio de retaguarda foram morrendo aos poucos. Além da fome, o frio também foi implacável. Apelidado de "general inverno" as baixas temperaturas literalmente congelaram as tropas nazistas inimigas. Já o povo soviético também teve que se virar diante da adversidade, comendo ratos e até mesmo os cadáveres de pessoas mortas para sobreviver ao cerco alemão. Uma tragédia de proporções humanas imensuráveis. Para quem gosta da história da Segunda Guerra Mundial o filme é obviamente uma boa opção. Filme indicado aos prêmios do Bavarian Film Awards e do Moscow International Film Festival.

Stalingrado - A Batalha Final (Stalingrad, Alemanha, 1993) Direção: Joseph Vilsmaier / Roteiro: Jürgen Büscher, Johannes Heide / Elenco: Dominique Horwitz, Thomas Kretschmann, Sebastian Rudolph / Sinopse: O filme reconstitui uma das mais sangrentas batalhas da II Grande Guerra Mundial.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O Mundo de Andy

O ator Jim Carrey voltou às manchetes de todos os jornais nesse fim de semana por causa da morte trágica de sua namorada, Cathriona White. Segundo as investigações ela teria se suicidado com uma overdose de pílulas após Carrey acabar seu romance com ela. É triste, mas o fato é que muitas pessoas não conseguem lidar direito com a rejeição amorosa. Muitas mulheres ficam devastadas - algumas por anos e anos a fio - enquanto outras tomam atitudes desesperadas como essa. Segurando o caixão da ex-namorada, Carrey me pareceu muito abatido e envelhecido (com uma longa barba messiânica). Uma pena. Isso também me fez dar uma olhada mais uma vez em sua filmografia. Confesso que nunca fui seu fã de carteirinha, talvez por ter sido um admirador de Jerry Lewis no passado, o que me fez ter sempre uma sensação de que Carrey seria apenas uma versão moderna e menos talentosa do outrora brilhante Lewis. De qualquer forma um de seus filmes que realmente valem a pena é esse "O Mundo de Andy" dirigido pelo grande Milos Forman (quem poderia prever que um cineasta clássico como esse iria um dia fazer um filme com o careteiro Carrey?). Claro que não seria uma comédia escrachada, mas sim um drama.

O filme se propõe a contar a história do comediante Andy Kaufman (muito popular nos Estados Unidos porém praticamente desconhecido no Brasil). Andy era um sujeito estranho, diria até mesmo bizarro, que usava essa imagem fora do comum para ganhar a vida fazendo humor (muitas vezes bem corrosivo e fora dos padrões convencionais). Esse filme foi mais uma tentativa (dessa vez bem sucedida) de Jim Carrey provar que era mais do que apenas um humorista pirado em filmes comerciais de verão. Temos de reconhecer que ele está muito bem, provavelmente naquela que seja sua melhor atuação na carreira. Premiado de forma merecida com o Globo de Ouro de Melhor Ator, Carrey conseguiu convencer a crítica, mesmo que por um breve período, que também sabia atuar e muito bem em outros gêneros cinematográficos. Depois de "O Mundo de Andy" isso foi mais do que comprovado.

O Mundo de Andy (Man on the Moon, Estados Unidos, 1999) Direção: Milos Forman / Roteiro: Scott Alexander, Larry Karaszewski / Elenco: Jim Carrey, Danny DeVito, Gerry Becker / Sinopse: O filme conta a história real de um popular comediante norte-americano. Um sujeito que de certa maneira estava muito à frente de seu tempo.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Abaixo o Amor

Eu sempre gostei do trabalho da atriz texana Renée Zellweger. Além de ser uma graça em termos estéticos ela parecia ter herdado de certo modo o timing do humor que um dia pertenceu a Marilyn Monroe (tirando as devidas proporções, é claro!). Pois bem, aqui ela resolveu ir para o tempo de Marilyn, numa comédia de costumes que procurava imitar o velho estilo das antigas comédias românticas estreladas por Rock Hudson e Doris Day. A fórmula é simples de decifrar: uma maneira de falar sobre relacionamentos e sexo de uma forma mais sofisticada, bem humorada e sutil. Ewan McGregor interpreta o papel que um dia pertenceu a Rock: a do conquistador inveterado que pretende provar seu ponto de vista em cima de uma mulher independente e muito ciente de si e sua independência. Ela é escritora e defende em seus livros que a mulher pode ser feliz sem precisar de um homem ao lado. Ele é um sujeito que está disposto a fazer ela se apaixonar por ele, destruindo sua tese literária!

"Down with Love" é bem divertido, inclusive tive a oportunidade de conferir no cinema, mas falha justamente em um dos pontos que deveriam ser o forte de seu roteiro: a sofisticação. Em determinados momentos o filme escolhe o lado mais vulgar, algo que seria impensável nas comédias dos anos 60 que tenta recriar. Renée Zellweger desfila com um fino figurino - que acaba se tornando uma das melhores coisas do filme, mas também decepciona com o excesso de botox na face. Algo que o diretor deveria ter corrigido já que isso não existia na época em que a história do filme se passa. Quando ela aparece com rosto inchado em cena logo ficamos com aquela sensação de superficialidade que estraga em parte o charme dessa comédia vintage. Apesar de tudo ainda vale conhecer.

Abaixo o Amor (Down with Love, Estados Unidos, 2003) Direção: Peyton Reed / roteiro: Eve Ahlert, Dennis Drake / Elenco: Ewan McGregor, Renée Zellweger, David Hyde Pierce / Sinopse: Um filme dos dias atuais com o estilo das antigas comédias românticas dos anos 1960. Filme vencedor do Phoenix Film Critics Society Awards na categoria de Melhor Figurino.

Pablo Aluísio.

Eu, Eu Mesmo e Irene

Mais uma comédia muito bem sucedida na carreira de Jim Carrey. Por essa época ele estava no auge da popularidade e conseguiu por um breve momento ser o ator mais bem pago de Hollywood, algo bem raro de acontecer principalmente por ele ser basicamente um comediante de filmes escrachados e idiotizados (no bom sentido, é bom frisar). O diferencial dessa produção veio no elenco e na direção. Em termos de elenco de apoio temos a simpática e carismática Renée Zellweger, também em ótimo momento na carreira. O que a teria levado a estrelar essa comédia descerebrada, uma vez que pouco tinha a ver com outros trabalhos dela na mesma época? Coisas do coração. Renée era namorada de Jim quando o filme foi lançado. O romance não foi fogo de palha e quase se casaram conforme foi noticiado pelos jornais.

Só mesmo o amor para justificar ela em um papel tão, digamos assim, sem importância. Hoje em dia ela anda em baixa, principalmente depois de uma intervenção plástica que praticamente destruiu sua fisionomia. Isso porém pouca importa para os fãs de Carrey que pelo menos nessa fita não tiveram o que reclamar pois o ator deitou e rolou com seu papel, a de um homem com problemas de múltipla personalidade. Atualmente praticamente esquecida a fita ainda mantém um certo charme, pois algumas gags são realmente bem divertidas, engraçadas e resistiram ao teste do tempo. Além do mais os melhores filmes de Carrey sempre foram aqueles em que ele foi menos pretensioso. O descompromisso com algo mais sério sempre foi o segredo de seu sucesso. Filme indicado ao MTV Movie Awards e ao Teen Choice Awards na categoria de Melhor Ator (Jim Carrey).

Eu, Eu Mesmo e Irene (Me, Myself & Irene, Estados Unidos, 2000) Direção: Bobby Farrelly, Peter Farrelly / Roteiro: Peter Farrelly, Mike Cerrone / Elenco: Jim Carrey, Renée Zellweger, Anthony Anderson / Sinopse: Um relacionamento muito doido envolvendo uma garota bonita e um sujeito com um parafuso a menos.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A Enfermeira Betty

Pequena produção tão simpática e carismática que até hoje desperta interesse. Hoje provavelmente vai soar um pouco estranho para o público mais jovem, porém em seu ano de lançamento acabou se tornando um pequeno cult da época. Na verdade foi o primeiro filme de destaque na carreira de Renée Zellweger. Ela interpreta essa personagem muito simpática, a enfermeira Betty do título. No fundo não passa de uma garota bem romântica, ingênua mesmo, que cai de amores por um galã de novelas, o canastrão David Ravell (Greg Kinnear). O que começa com uma simples admiração vai logo ganhando novos contornos, se transformando numa paixão platônica devastadora até finalmente virar uma obsessão sem limites em sua mente. Ela simplesmente não consegue parar de pensar naquele que ela pensa sinceramente ser o grande amor de sua vida.

Claro que tudo sob um viés bem humorado, investindo em um tipo de linguagem mais nonsense, tudo valorizado ainda mais pelo bom elenco de apoio que contou inclusive com gente talentosa como Morgan Freeman e Chris Rock (que aqui está em seu tipo habitual, bem exagerado e fora de controle, diria até histriônico). Ainda linda no começo de sua carreira, com olhar e jeito joviais e bem longe das plásticas que destruíram sua feição original, Renée Zellweger brilhou com seu trabalho a ponto inclusive de também levar o Globo de Ouro para casa. Um feito e tanto para uma jovem atriz texana que naquela altura do campeonato ninguém ainda conhecia direito. Depois desse momento as portas da indústria do cinema iriam se abrir definitivamente para a atriz - pena que o excesso de luzes e fama tenha de certa maneira tirado o seu bom senso com o passar dos anos. De uma forma ou outra a magia do cinema está aí para preservar Zellwegger em um tempo em que ela não passava de uma jovem starlet buscando seu lugar ao sol.

A Enfermeira Betty (Nurse Betty, Estados Unidos, 2000) Direção: Neil LaBute / Roteiro: John C. Richards / Elenco: Renée Zellweger, Morgan Freeman, Chris Rock, Greg Kinnear./ Sinopse: A história de uma mulher comum que trabalha como enfermeira e que tem seus sonhos e suas aspirações de vida.

Pablo Aluísio.

Os Queridinhos da América

Hollywood muitas vezes gosta de se auto parodiar, mostrando os aspectos mais bizarros de seus astros e estrelas. Faz parte do jogo, até porque a paródia pode muitas vezes ser usada como auto promoção também. Esse filme nasceu da parceria entre o comediante Billy Crystal (que assinou o roteiro) e a estrela e diva suprema Julia Roberts. A intenção fica óbvia desde a primeira cena, o roteiro nada mais é do que uma tentativa bem humorada de criticar a frivolidade e o superficialismo que atinge muitos astros e estrelas na indústria do cinema americano. Exigências descabidas, ataques de estrelismo e outros absurdos desfilam pela tela apenas como uma forma leve de divertir. Talvez o maior problema dessa comédia meio sem graça tenha sido justamente isso. Crystal fez uma sátira, mas tão polida e inofensiva que ficou superficial demais, diria até mesmo chatinha.

Julia Roberts parece estar se divertindo como nunca, pena que nesse processo ela esqueceu de divertir o público também. Outro aspecto interessante é que ela tentou não manchar sua imagem, assumindo um papel bonitinho, simpático, deixando a antipatia do estrelato (que muitas vezes foi atribuído a ela, Julia Roberts, na vida real) para a atriz Catherine Zeta-Jones (que curiosamente dizem ser uma pessoa muito fácil de se trabalhar, uma profissional séria e equilibrada, bem ao contrário do que se fala muito de Julia Roberts nos bastidores de seus filmes!). Talvez nisso resida toda a ironia dessa produção. A diva antipática surgindo como boazinha em cena e a excelente profissional sendo mostrada como uma estrela boba, deslumbrada com o próprio sucesso! Nessa inversão completa de papéis o espectador fica esperando pela grande graça do filme, que nunca chega. Assim, no final, percebemos que "America's Sweethearts" não consegue atingir nenhum de seus objetivos, não é ácido suficiente com as superficialidades de Hollywood e nem tampouco faz rir de verdade. Um verdadeiro desperdício.

Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, Estados Unidos, 2001) Direção: Joe Roth / Roteiro: Billy Crystal, Peter Tolan / Elenco: Julia Roberts, John Cusack, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin / Sinopse: Comédia romântica de sucesso celebrando o estrelismo da atriz Julia Roberts. Filme vencedor do ASCAP Film and Television Music Awards.

Pablo Aluísio.

domingo, 15 de novembro de 2015

O Guarda-Costas e a Primeira Dama

Dois anos antes da produção dessa pérola (no mal sentido) o ator Kevin Costner conseguiu emplacar o maior sucesso de sua carreira, o filme "O Guarda-Costas". Por certo os produtores pensaram que o público havia criado algum fetiche em relação a esse tipo de profissional o que acabou dando origem a esse abacaxi monstruoso. Sinceramente... que filme ruim! Hoje em dia Nicolas Cage perdeu o pudor de aparecer em bombas, mas naquela época ele tinha um prestígio e tanto dentro do meio cinematográfico. Qual não foi a surpresa ao vê-lo passando mico em um filmeco como esse! Pior foi o caso da atriz Shirley MacLaine! Atriz veterana, com clássicos imortais em sua filmografia, precisou passar pelo vexame de estrelar essa fitinha descartável e esquecível. 

Nada se salva, o roteiro é péssimo, não tem graça e nem razão de ser. O elenco não sabe o que fazer com um material tão ruim. O fracasso comercial praticamente destruiu a carreira do novato diretor Hugh Wilson, que a partir daí foi de mal a pior, tentando emplacar numa carreira morta em seu nascimento, assinando outras porcarias do tipo "Polícia Desmontada" e "De Volta para o Presente" (péssimo filme com o ainda mais péssimo Brendan Fraser). Enfim, desista. Se nunca viu, passe longe. Se perdeu seu precioso tempo vendo isso, os meus sinceros pêsames!

O Guarda-Costas e a Primeira Dama (Guarding Tess, Estados Unidos, 1994) Direção: Hugh Wilson / Roteiro: Hugh Wilson, Pj Torokvei / Elenco: Shirley MacLaine, Nicolas Cage, Austin Pendleton / Sinopse: Um guarda-costas é designado para cuidar da segurança de ninguém menos do que a Primeira-Dama dos Estados Unidos.

Pablo Aluísio.

Três Formas de Amar

Outro filme que foi acusado de ser bem vulgar, não no mesmo estilo da comédia de Jim Carrey, mas sim ideologicamente vulgar. Explico. A temática passeia sobre um triângulo amoroso entre dois homens e uma mulher. O cenário é o meio universitário americano. Por um erro burocrático do campus a jovem Alex (Lara Flynn Boyle) acaba indo parar no dormitório de dois colegas de faculdade, Stuart (Stephen Baldwin) e Eddy (Josh Charles). Bom, a partir daí já sabemos muito bem que um clima de tensão sexual se instalará entre eles. Mulheres e homens vivendo sob um mesmo teto acaba despertando os instintos mais básicos do ser humano. É algo perfeitamente natural. Alex logo se apaixona por Eddy, mas Stuart também tem uma queda por ela. O problema é que Eddy é gay e na verdade esconde uma atração por seu colega de quarto, o próprio Stuart.

Como resolver uma situação como essa, onde todos parecem interessados, mas que no fundo ninguém consegue dar o braço a torcer? Eventualmente Alex propõe aos rapazes um tipo de relacionamento aberto, onde ninguém seria realmente de ninguém e todos poderiam compartilhar da mesma cama sem maiores culpas. Bem, se não houvesse sentimento envolvido até poderia dar certo, porém como há paixões no meio dessa equação todos acabam se machucando emocionalmente, de uma forma ou outra. Entre as acusações que o filme sofreu estava a de que ele seria na verdade um longo comercial ou lobby da causa gay ou bissexual. Não vejo motivos para isso. No fundo é apenas uma história de amor triangular que definitivamente não deu muito certo!

Três Formas de Amar (Threesome, Estados Unidos, 1994) Direção: Andrew Fleming / Roteiro: Andrew Fleming / Elenco: Lara Flynn Boyle, Josh Charles, Stephen Baldwin / Sinopse: O roteiro explora um conturbado triângulo amoroso.

Pablo Aluísio.