Frank Elgin (Bing Crosby) é um ator e cantor decadente com sérios problemas de alcoolismo que tenta se reerguer na carreira. Tentando conseguir um papel em uma peça off Broadway ele acaba sendo ajudado pelo produtor Bernie Dodd (William Holden) que resolve lhe dar uma última chance. Para isso conta com o apoio da esposa de Frank, Georgie (Grace Kelly), uma mulher de forte personalidade que quer ver o marido brilhar novamente nas marquises da Broadway em Nova Iorque. "Amar é Sofrer" é um excelente drama que foca nos bastidores do meio teatral norte-americano na década de 50. O personagem de Bing Crosby é um presente a qualquer ator. Embora Crosby não fosse um intérprete brilhante aqui ele mostra muita desenvoltura e talento em um papel extremamente complexo, principalmente para ele que era mais cantor do que essencialmente um ator de profissão. Considerado ao lado de Elvis e Frank Sinatra uma das mais belas vozes do século XX, Crosby brilha como Frank Elgin, um sujeito corroído por dentro, amargurado pela vida que tenta desesperadamente por uma redenção final. Para quem é fã do Crosby cantor também não há o que reclamar. Ele interpreta várias canções ao longo do filme, até porque a peça que seu personagem estrela é na verdade um musical de vaudeville. Crosby tinha uma voz poderosa e rica mas era um artista bem modesto em relação ao seu grande talento tanto que mandou colocar em sua lápide a despretensiosa inscrição: "Era apenas um bom sujeito que sabia levar uma boa canção em frente".
Além de Bing Crosby em grande forma o elenco ainda reserva duas outras grandes surpresas. A primeira é a presença magnífica de Grace Kelly. Aqui ela foge completamente dos tipos que costumavam interpretar nas telas. Praticamente sem maquiagem sua caracterização mescla momentos de forte personalidade com ternura. Muitos duvidavam da capacidade interpretativa da atriz, principalmente na época, mas tiveram que dar o braço a torcer diante desse excelente trabalho dela. Grace Kelly acabou vencendo o Oscar de Melhor Atriz e o Globo de Ouro na mesma categoria por essa maravilhosa atuação. Completando o ótimo trio central temos aqui um William Holden dominando todas as cenas com sua imponente presença. Curiosamente em um enredo que toca tão fundo na questão do alcoolismo, Holden parece não ter aprendido muito uma vez que ele próprio sofreu desse mal por anos até ter uma morte indigna de seu nome após uma noite de bebedeiras. Uma ironia do destino? Certamente. Como se tudo isso não bastasse "Amar é Sofrer" ainda tem um dos finais mais sofisticados e elegantes que já vi no cinema. Uma aula de bom gosto em uma produção bem acima da média. Perfeito.
Amar é Sofrer (The Country Girl, Estados Unidos, 1954) Direção: George Seaton / Roteiro: George Seaton baseado na peça de Cliford Odets / Elenco: Bing Crosby, Grace Kelly, William Holden, Anthony Ross / Sinopse: Frank Elgin (Bing Crosby) é um ator e cantor decadente com sérios problemas de alcoolismo que tenta se reerguer na carreira. Tentando conseguir um papel em uma peça off Broadway ele acaba sendo ajudado pelo produtor Bernie Dodd (William Holden) que resolve lhe dar uma última chance. Para isso conta com o apoio da esposa de Frank, Georgie (Grace Kelly) , uma mulher de forte personalidade que quer ver o marido brilhar novamente nas marquises da Broadway em Nova Iorque.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
O Selvagem
Se James Dean representava o jovem encucado e confuso em seus filmes, Marlon Brando em "O Selvagem" representou o outro lado da moeda, a do jovem que não se intimidava e junto aos amigos formava uma gangue de motocicletas para aterrorizar as pequenas cidades do meio oeste americano. O personagem dele nesse filme acabou gerando uma repercussão tão grande entre os jovens que espantou não só Brando como os próprios produtores do filme. Embora esse tipo de grupo fosse bastante comum em poucos lugares da Califórnia, após o filme ser exibido as gangues proliferaram por todo o país em um ritmo assombroso. A influência chegou até no Brasil quando também foram formados grupos como o do filme. De repente andar de moto em couro preto virou moda da noite para o dia. Algumas alterações de última hora acabaram irritando o ator, inclusive a inserção de um tedioso aviso advertindo aos jovens dos perigos de se envolver com tais grupos. Na realidade os produtores sofreram pressão por grupos conservadores e no meio do clima paranóico que existia na década de 1950 resolveram colocar a advertência fora de propósito. Marlon achou aquilo de uma caretice sem tamanho. Ele adorava motos e desde seus primeiros dias em Nova Iorque adotou o veículo como o seu preferido, conhecia vários motoqueiros e achava o cúmulo da moralidade e estupidez associar motos imediatamente à deliquência juvenil.
Isso não adiantou muito. Assim que o filme foi lançado Brando logo foi acusado de incentivador da delinquência juvenil, de servir de mal exemplo para os jovens americanos. Em sua autobiografia o ator dedicou alguns capítulos ao filme. Na realidade ele nem mesmo achou o filme grande coisa, o considerou curto demais, violento e sem muito propósito, mas se confessava totalmente surpreso com toda a repercussão que "O Selvagem" alcançou dentro da cultura pop nos anos seguintes. O fato é que sua imagem de "motoqueiro de jaqueta negra" invadiu o inconsciente coletivo e ainda hoje é marca registrada de qualquer jovem "rebelde" que se preze. Até mesmo o jovem aspirante a ator, James Dean, apareceu na frente de Brando completamente vestido de seu personagem nesse filme. Marlon obviamente ficou espantado pois compreendeu que Dean realmente associava o personagem do motoqueiro com o próprio estilo de vida dele, o que era uma grande bobagem pois Marlon nunca fez parte de gangue nenhuma durante toda a sua vida. Dean queria encontrar uma forma de identificação com seu maior ídolo e por isso se vestiu de Johnny, o motoqueiro, ao se encontrar com Marlon. Brando não gostou muito e o dispensou discretamente. Ao longo dos anos Brando se veria perseguido por essa imagem, jamais conseguindo se livrar dela. Ele deveria ter entendido que algumas imagens ganham vida própria e sobrevivem a tudo, até mesmo ao tempo. Brando em sua moto aterrorizando uma cidadezinha qualquer perdida dos EUA é uma dessas imagens que ficaram cravadas para sempre na mente dos cinéfilos. "O Selvagem" é realmente um filme apenas mediano mas como produto pop jamais poderá ser subestimado. É um marco absoluto dos chamados "anos dourados". Simplesmente definitivo.
O Selvagem (The Wild One, Estados Unidos, 1953) Direção. Laslo Benedek / Roteiro: John Paxton, Frank Rooney / Elenco: Marlon Brando, Mary Murphy, Robert Keith / Sinopse: Johnny (Marlon Brando) chega numa pacata cidadezinha com sua gangue de motoqueiros de couro preto. Na localidade conhece a linda Kathie (Mary Murphy) com quem simpatiza ao mesmo tempo em que tem que lidar com um grupo rival de rebeldes motorizados.
Pablo Aluísio.
Isso não adiantou muito. Assim que o filme foi lançado Brando logo foi acusado de incentivador da delinquência juvenil, de servir de mal exemplo para os jovens americanos. Em sua autobiografia o ator dedicou alguns capítulos ao filme. Na realidade ele nem mesmo achou o filme grande coisa, o considerou curto demais, violento e sem muito propósito, mas se confessava totalmente surpreso com toda a repercussão que "O Selvagem" alcançou dentro da cultura pop nos anos seguintes. O fato é que sua imagem de "motoqueiro de jaqueta negra" invadiu o inconsciente coletivo e ainda hoje é marca registrada de qualquer jovem "rebelde" que se preze. Até mesmo o jovem aspirante a ator, James Dean, apareceu na frente de Brando completamente vestido de seu personagem nesse filme. Marlon obviamente ficou espantado pois compreendeu que Dean realmente associava o personagem do motoqueiro com o próprio estilo de vida dele, o que era uma grande bobagem pois Marlon nunca fez parte de gangue nenhuma durante toda a sua vida. Dean queria encontrar uma forma de identificação com seu maior ídolo e por isso se vestiu de Johnny, o motoqueiro, ao se encontrar com Marlon. Brando não gostou muito e o dispensou discretamente. Ao longo dos anos Brando se veria perseguido por essa imagem, jamais conseguindo se livrar dela. Ele deveria ter entendido que algumas imagens ganham vida própria e sobrevivem a tudo, até mesmo ao tempo. Brando em sua moto aterrorizando uma cidadezinha qualquer perdida dos EUA é uma dessas imagens que ficaram cravadas para sempre na mente dos cinéfilos. "O Selvagem" é realmente um filme apenas mediano mas como produto pop jamais poderá ser subestimado. É um marco absoluto dos chamados "anos dourados". Simplesmente definitivo.
O Selvagem (The Wild One, Estados Unidos, 1953) Direção. Laslo Benedek / Roteiro: John Paxton, Frank Rooney / Elenco: Marlon Brando, Mary Murphy, Robert Keith / Sinopse: Johnny (Marlon Brando) chega numa pacata cidadezinha com sua gangue de motoqueiros de couro preto. Na localidade conhece a linda Kathie (Mary Murphy) com quem simpatiza ao mesmo tempo em que tem que lidar com um grupo rival de rebeldes motorizados.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Sangue Sobre a Terra
Extremamente interessante esse drama passado no Quênia durante um levante da população negra contra os fazendeiros colonizadores brancos. No meio da luta dois jovens que foram criados juntos (Rock Hudson e Sidney Poitier) ficam em lados opostos do conflito. A priori era de se supor que em um filme feito nos anos 50, estrelado pelo galã Hudson, o roteiro fosse tomar partido pelos brancos, colocando os negros como selvagens sanguinários com facão na mão. Felizmente e para minha surpresa isso não acontece em momento algum. O roteiro baseado em um famoso livro que tratou sobre a questão racial no Quênia não toma partido. Em cena somos apresentados aos lados positivos e negativos de ambos os lados em conflito. O racismo dos brancos não é jogado para debaixo do tapete e as atrocidades cometidas pelos negros também são expostas de maneira visceral. Os dois lados são mostrados da forma mais imparcial possível.
O impacto do filme só é quebrado para mostrar o azedo romance entre Rock e a starlet Dana Wynter mas ele não decola nunca. O ponto forte fica mesmo com as lutas e as questões raciais que são tratadas com o devido respeito e seriedade. O diretor Richard Brooks era acima da média pois já havia dirigido o cult do surgimento do rock "Sementes da Violência" e depois realizaria alguns clássicos como "Gata em Teto de Zinco Quente". "A Sangue Frio" e "Doce Pássaro da Juventude", ou seja, era realmente um craque na direção. Enfim, "Sangue Sobre a Terra" é inteligente, humano e trata a questão dos direitos das populações negras africanas com muita sensibilidade. Altamente recomendado para quem se interessa pelo tema.
Sangue Sobre a Terra (Something of Value, Estados Unidos. 1957) Direção de Richard Brooks / Roteiro de Richard Brooks baseado no livro de Robert C. Ruark / Com Rock Hudson, Sidney Poitier, Dana Wynter e Wendy Hiller / Sinopse: Dois garotos, um branco (Rock Hudson) e outro negro (Sidney Poitier) são criados juntos em uma fazenda no Quênia. Anos depois quando estoura um movimento de expulsão dos brancos ingleses ambos ficam em campos opostos no campo de batalha.
Pablo Aluísio.
O impacto do filme só é quebrado para mostrar o azedo romance entre Rock e a starlet Dana Wynter mas ele não decola nunca. O ponto forte fica mesmo com as lutas e as questões raciais que são tratadas com o devido respeito e seriedade. O diretor Richard Brooks era acima da média pois já havia dirigido o cult do surgimento do rock "Sementes da Violência" e depois realizaria alguns clássicos como "Gata em Teto de Zinco Quente". "A Sangue Frio" e "Doce Pássaro da Juventude", ou seja, era realmente um craque na direção. Enfim, "Sangue Sobre a Terra" é inteligente, humano e trata a questão dos direitos das populações negras africanas com muita sensibilidade. Altamente recomendado para quem se interessa pelo tema.
Sangue Sobre a Terra (Something of Value, Estados Unidos. 1957) Direção de Richard Brooks / Roteiro de Richard Brooks baseado no livro de Robert C. Ruark / Com Rock Hudson, Sidney Poitier, Dana Wynter e Wendy Hiller / Sinopse: Dois garotos, um branco (Rock Hudson) e outro negro (Sidney Poitier) são criados juntos em uma fazenda no Quênia. Anos depois quando estoura um movimento de expulsão dos brancos ingleses ambos ficam em campos opostos no campo de batalha.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
O Desafio das Águias
General americano é feito prisioneiro por tropas alemãs. O alto oficial tem conhecimento dos planos aliados para o desembarque do dia D. Temendo que sob tortura ele revele esses planos uma equipe de elite do exército inglês é enviada com a missão de resgatá-lo de uma fortaleza quase inexpugnável onde ele é mantido sob rígida vigilância. Juntar o veterano Richard Burton ao jovem Clint Eastwood em um filme que une II Guerra Mundial e contra espionagem parece, a priori, uma ótima ideia. Foi justamente isso que o diretor Brian G. Hutton fez no finalzinho dos anos 60 com esse "O Desafio das Águias". O filme é ágil (apesar da duração) e mantém um bom nível nas diversas cenas de ação. Embora haja uma interessante subtrama de espionagem envolvida no roteiro o que dá o tom aqui realmente são as cenas de batalha, sabotagem e alpinismo. O filme em nenhum momento nega seu objetivo de ser um entretenimento de bom nível apenas. Em uma época em que os efeitos visuais eram primitivos, as cenas no teleférico da base alemã nos alpes impressiona. Embora o uso de back projection seja claro se percebe também que os dublês realmente ficaram pendurados por lá em diversos momentos, o que demonstra como eram bons em suas funções.
Curioso entender que "O Desafio das Águias" faz parte da última geração de filmes de guerra aonde não se discutia ou se colocava em debate os problemas que conflitos como esse causavam. De certa forma os filmes de guerra mudariam radicalmente com o lançamento de "Apocalypse Now" alguns anos depois. Ao invés de simples filmes de ação as produções desse gênero iriam ser bem mais psicológicas, nada ufanistas ou patrióticas. Tudo iria desandar no chamado círculo do Vietnã com filmes que iriam invadir as telas na década de 80. Nesse aspecto não procurem nada parecido aqui em " Where Eagles Dare" pois o filme é pura diversão escapista apenas. Se o roteiro não inova o elenco pelo menos é de primeira linha. Richard Burton, já envelhecido e com olhos de ressaca (seu alcoolismo só aumentou ao longo dos anos) consegue dar conta do recado, apesar de estar visivelmente fora de forma. Já Clint Eastwood mostra porque iria se tornar um dos grandes astros de Hollywood. Jovial, com vasta cabeleira e pinta de durão o futuro Dirty Harry não economiza nas balas e nas porradas, ambas distribuídas fartamente ao longo do filme. Enfim, "Desafio das Águias" é indicado para apreciadores de filmes de guerra bem movimentados, com fartas doses de ação e que não se importem com um ou outro furo do roteiro. Faz parte de uma linha de produção que estava chegando ao fim. Filmes de guerra com muita ação e só. Se isso faz seu gosto pessoal procure assistir, não vai se arrepender.
O Desafio das Águias (Where Eagles Dare, Reino Unido, 1968) Direção: Brian G. Hutton / Roteiro: Alistair MacLean baseado no romance de Alistair MacLean / Elenco: Richard Burton, Clint Eastwood, Mary Ure, Patrick Wymark / Sinopse: General americano é feito prisioneiro por tropas alemãs. O alto oficial tem conhecimento dos planos aliados para o desembarque do dia D. Temendo que sob tortura ele revele esses planos uma equipe de elite do exército inglês é enviada com a missão de resgatá-lo de uma fortaleza quase inexpugnável onde ele é mantido sob rígida vigilância.
Pablo Aluísio.
Curioso entender que "O Desafio das Águias" faz parte da última geração de filmes de guerra aonde não se discutia ou se colocava em debate os problemas que conflitos como esse causavam. De certa forma os filmes de guerra mudariam radicalmente com o lançamento de "Apocalypse Now" alguns anos depois. Ao invés de simples filmes de ação as produções desse gênero iriam ser bem mais psicológicas, nada ufanistas ou patrióticas. Tudo iria desandar no chamado círculo do Vietnã com filmes que iriam invadir as telas na década de 80. Nesse aspecto não procurem nada parecido aqui em " Where Eagles Dare" pois o filme é pura diversão escapista apenas. Se o roteiro não inova o elenco pelo menos é de primeira linha. Richard Burton, já envelhecido e com olhos de ressaca (seu alcoolismo só aumentou ao longo dos anos) consegue dar conta do recado, apesar de estar visivelmente fora de forma. Já Clint Eastwood mostra porque iria se tornar um dos grandes astros de Hollywood. Jovial, com vasta cabeleira e pinta de durão o futuro Dirty Harry não economiza nas balas e nas porradas, ambas distribuídas fartamente ao longo do filme. Enfim, "Desafio das Águias" é indicado para apreciadores de filmes de guerra bem movimentados, com fartas doses de ação e que não se importem com um ou outro furo do roteiro. Faz parte de uma linha de produção que estava chegando ao fim. Filmes de guerra com muita ação e só. Se isso faz seu gosto pessoal procure assistir, não vai se arrepender.
O Desafio das Águias (Where Eagles Dare, Reino Unido, 1968) Direção: Brian G. Hutton / Roteiro: Alistair MacLean baseado no romance de Alistair MacLean / Elenco: Richard Burton, Clint Eastwood, Mary Ure, Patrick Wymark / Sinopse: General americano é feito prisioneiro por tropas alemãs. O alto oficial tem conhecimento dos planos aliados para o desembarque do dia D. Temendo que sob tortura ele revele esses planos uma equipe de elite do exército inglês é enviada com a missão de resgatá-lo de uma fortaleza quase inexpugnável onde ele é mantido sob rígida vigilância.
Pablo Aluísio.
domingo, 8 de janeiro de 2012
A Águia Pousou
O filme narra o planejamento e execução de um plano no mínimo ousado. Um grupo de paraquedismo alemão liderado pelo Coronel Kurt (Michael Caine) vai até a Inglaterra com o objetivo de sequestrar, ou caso isso seja impossível, matar o primeiro ministro Winston Churchill. O roteiro é detalhista, mostrando desde os bastidores do plano (onde até Himmler, o braço direito de Hitler, dá as caras) até a execução propriamente dita, onde os paraquedistas disfarçados de tropas polonesas tentam dar cabo à missão. A fita é bem produzida e mantém o interesse. Hoje em dia os mais jovens vão achar um pouco arrastado, isso porque estão acostumados a filmes de ação sem freios, onde tudo acontece em ritmo alucinante. "A Águia Pousou" foi produzido nos anos 70 e naquele tempo havia sempre um capricho nos roteiros, onde davam bastante prioridade em desenvolver melhor todos os personagens. Há um lado bom e um ruim nesse aspecto. Sub tramas desnecessárias poderiam ser removidas sem prejuízo ao filme, como por exemplo o romance entre Liam Devlin (Donald Sutherland) e uma moradora local. Já pelo lado positivo com personagens bem mais desenvolvidos o espectador acaba criando vínculo maior com eles.
O elenco está todo bem. Entre as boas interpretações duas se destacam, a de Robert Duvall no papel do Coronel Max Radl e de Donald Pleasence no papel de Heinrich Himmler. Pleasence tem poucas cenas mas todas elas são um primor, nos fazendo lembrar bem do braço direito de Hitler. Outro destaque é a presença do ator Treat Williams, novinho, interpretando um capitão aliado. Williams infelizmente não faria muito sucesso no cinema mas anos depois encontraria finalmente seu nicho na TV, participando de boas séries, como por exemplo, "Everwood". Em suma, bom filme de guerra da década de 70 que se não é tão bom quanto os grandes clássicos pelo menos em momento algum decepciona.
A Águia Pousou (The Eagle Has Landed, Estados Unidos, 1976) Direção: John Sturges / Roteiro: Tom Mankiewicz baseado no livro de Jack Higgins / Elenco: Michael Caine, Donald Sutherland, Robert Duvall / Sinopse: O filme narra o planejamento e execução de um plano no mínimo ousado. Um grupo de paraquedismo alemão liderado pelo Coronel Kurt (Michael Caine) vai até a Inglaterra com o objetivo de sequestrar, ou caso isso seja impossível, matar o primeiro ministro Winston Churchill.
Pablo Aluísio.
O elenco está todo bem. Entre as boas interpretações duas se destacam, a de Robert Duvall no papel do Coronel Max Radl e de Donald Pleasence no papel de Heinrich Himmler. Pleasence tem poucas cenas mas todas elas são um primor, nos fazendo lembrar bem do braço direito de Hitler. Outro destaque é a presença do ator Treat Williams, novinho, interpretando um capitão aliado. Williams infelizmente não faria muito sucesso no cinema mas anos depois encontraria finalmente seu nicho na TV, participando de boas séries, como por exemplo, "Everwood". Em suma, bom filme de guerra da década de 70 que se não é tão bom quanto os grandes clássicos pelo menos em momento algum decepciona.
A Águia Pousou (The Eagle Has Landed, Estados Unidos, 1976) Direção: John Sturges / Roteiro: Tom Mankiewicz baseado no livro de Jack Higgins / Elenco: Michael Caine, Donald Sutherland, Robert Duvall / Sinopse: O filme narra o planejamento e execução de um plano no mínimo ousado. Um grupo de paraquedismo alemão liderado pelo Coronel Kurt (Michael Caine) vai até a Inglaterra com o objetivo de sequestrar, ou caso isso seja impossível, matar o primeiro ministro Winston Churchill.
Pablo Aluísio.
sábado, 7 de janeiro de 2012
O Homem de Bronze
Cinebiografia do atleta americano Jim Thorpe (Burt Lancaster) que ganhou várias medalhas de ouro durante as olimpíadas de 1912. Algumas particularidades faziam de Thorpe um esportista diferenciado. A primeira delas é que era indígena, nativo americano, o que o diferenciava e muito dos outros atletas americanos da época. Os pais de Jim fizeram todo o esforço possível para que ele continuasse seus estudos até o fim e foi justamente no meio acadêmico que Thorpe encontrou sua verdadeira vocação: os esportes. Nos EUA há grande tradição em universidades que dão bolsa integral a bons esportistas e foi assim que Jim foi subindo em sua carreira. Outro fato bem marcante na trajetória dele é que ao contrário dos demais atletas, Jim Thorpe não se limitava a apenas uma modalidade esportiva, pelo contrário, praticava todos os esportes que apareciam pela frente: atletismo, beisebol, futebol americano, saldo, hipismo, arco e flecha e mais uma série de outras categorias, se saindo bem em todas elas para surpresa geral. Não é à toa que venceu suas medalhas olimpícas no pentatlo e no decatlo. que agregam vários esportes numa só competição. Era considerado um atleta completo em sua era.
Com uma biografia tão rica assim não era de se exigir muito mais do filme. Realmente o roteiro expõe de forma bem didática toda a biografia do atleta, mostrando desde sua entrada em uma instituição de ensino do governo americano dirigido especialmente para as populações indígenas, passando pelas olimpíadas, sua bem sucedida passagem pelo time New York Giants até finalmente mostrar sua decadência pessoal e esportiva. Para quem já assistiu filmes como "Touro Indomável" fica bem fácil acompanhar a ascensão e queda de ídolos esportistas como esse. Suas biografias no fundo mostram que o esporte tanto pode redimir tais pessoas como também acentuar a queda de suas vidas pessoais. Thorpe infelizmente decaiu vítima do ostracismo e do alcoolismo. Burt Lancaster não decepciona em sua interpretação de Jim, o fazendo com garra e convicção, porém fica a sensação desagradável de ver um ator branco interpretando um personagem índio. Em plena época do Star System realmente nenhum grande estúdio de Hollywood iria investir numa produção estrelada por um nativo americano. A mentalidade da época ainda era bem atrasada e nada politicamente correta. De qualquer forma esse trabalho de Michael Curtiz (diretor de Casablanca) merece ser redescoberto. É uma obra de certa forma ufanista e que apenas toca de leve nos problemas pessoais do atleta mas que mesmo assim cumpre bem seus objetivos, imortalizando o nome de Jim Thorpe também na história do cinema.
O Homem de Bronze (Jim Thorpe, All-American, Estados Unidos, 1951) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Douglas Morrow, Everett Freeman / Elenco: Burt Lancaster, Charles Bickford, Steve Cochran, Phyllis Thaxter / Sinopse: Cinebiografia do atleta americano Jum Thorpe (Burt Lancaster) que ganhou várias medalhas de ouro durante as olimpíadas de 1912, se destacando também como jogador de Beisebol, Futebol Americano e mais de uma dezena de modalidades esportivas.
Pablo Aluísio.
Com uma biografia tão rica assim não era de se exigir muito mais do filme. Realmente o roteiro expõe de forma bem didática toda a biografia do atleta, mostrando desde sua entrada em uma instituição de ensino do governo americano dirigido especialmente para as populações indígenas, passando pelas olimpíadas, sua bem sucedida passagem pelo time New York Giants até finalmente mostrar sua decadência pessoal e esportiva. Para quem já assistiu filmes como "Touro Indomável" fica bem fácil acompanhar a ascensão e queda de ídolos esportistas como esse. Suas biografias no fundo mostram que o esporte tanto pode redimir tais pessoas como também acentuar a queda de suas vidas pessoais. Thorpe infelizmente decaiu vítima do ostracismo e do alcoolismo. Burt Lancaster não decepciona em sua interpretação de Jim, o fazendo com garra e convicção, porém fica a sensação desagradável de ver um ator branco interpretando um personagem índio. Em plena época do Star System realmente nenhum grande estúdio de Hollywood iria investir numa produção estrelada por um nativo americano. A mentalidade da época ainda era bem atrasada e nada politicamente correta. De qualquer forma esse trabalho de Michael Curtiz (diretor de Casablanca) merece ser redescoberto. É uma obra de certa forma ufanista e que apenas toca de leve nos problemas pessoais do atleta mas que mesmo assim cumpre bem seus objetivos, imortalizando o nome de Jim Thorpe também na história do cinema.
O Homem de Bronze (Jim Thorpe, All-American, Estados Unidos, 1951) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Douglas Morrow, Everett Freeman / Elenco: Burt Lancaster, Charles Bickford, Steve Cochran, Phyllis Thaxter / Sinopse: Cinebiografia do atleta americano Jum Thorpe (Burt Lancaster) que ganhou várias medalhas de ouro durante as olimpíadas de 1912, se destacando também como jogador de Beisebol, Futebol Americano e mais de uma dezena de modalidades esportivas.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Círculo do Medo
Max Cady (Robert Mitchum) sai da prisão e parte atrás de vingança contra as pessoas que ele considera responsáveis por sua condenação. Entre elas está o advogado Sam Bowden (Gregory Peck) que se vê ameaçado pela presença do criminoso de volta na cidade em que vive. Ele havia sido testemunha no processo que jogou Max durante longos oito anos na prisão. Agora é a hora dele promover o que entende ser o acerto de contas entre ambos. "Círculo do Medo" é um eficiente thriller de suspense dirigido pelo apenas mediano J. Lee Thompson, um diretor que ao longo da carreira alternou filmes bons com abacaxis medíocres. Esse "Círculo do Medo" (que teve o título mudado anos depois no Brasil por causa do famoso remake "Cabo do Medo" de Scorsese) tem como maior destaque e mérito a ótima caracterização do ator Robert Mitchum. Ele passa longe da caricatura feita por De Niro anos depois do mesmo personagem. Se no remake tínhamos um sujeito completamente fora de controle, violento, com ares de delírio completo, aqui Mitchum desenvolve uma caracterização bem mais sutil (e eficiente na minha opinião). A maldade está lá, porém em um nível mais interior, sem profusão de cenas violentas desnecessárias. Obviamente que muitos preferem o filme recente de Martin Scorsese porém não compartilho dessa opinião. "Círculo do Medo" é bem melhor em termos de tensão e clima psicológico.
O advogado interpretado por Gregory Peck não tem muito o que fazer já que o filme pertence mesmo a Mitchum e seu personagem. Se limitando a se defender na medida do possível, Peck se mostra competente em sua interpretação, embora pela própria estrutura do roteiro seja limitada. Claro que não podemos aqui comparar com outras atuações brilhantes do ator como a que ele apresentou em "O Sol é Para Todos", por exemplo. É um diferente tipo de atuação, mais ligeira, com propósito específico de entreter e não conscientizar como naquela produção. Mesmo assim o saldo é muito positivo embora se deva reconhecer que o filme perde um pouco de pique justamente no terceiro ato, quando todos vão para um lugar isolado nos pântanos da Flórida (o próprio lugar que dá nome ao filme, cabo do medo). Até esse momento o filme tem um ritmo muito bom, de caçada gato ao rato entre os dois personagens principais. Depois disso a tensão perde espaço para a violência e o filme decai um pouco. De qualquer forma o resultado final é muito bom (e bem melhor que seu famoso remake). Não deixe de conferir para comparar depois com o famoso filme de Martin Scorsese. Eu certamente recomendo
Círculo do Medo (Cape of Fear, Estados Unidos, 1962) Direção: J. Lee Thompson / Roteiro: James R. Webb baseado no romance de John D. MacDonald / Elenco: Gregory Peck, Robert Mitchum, Polly Bergen, Lori Martin / Sinopse: Max Cady (Robert Mitchum) sai da prisão e parte atrás de vingança contra as pessoas que ele considera responsáveis por sua condenação. Entre elas está o advogado Sam Bowden (Gregory Peck) que se vê ameaçado pela presença do criminoso na cidade em que vive. Ele havia sido testemunha no processo que jogou Max durante longos oito anos na prisão. Agora é a hora dele promover o que entende ser o acerto de contas entre ambos.
Pablo Aluísio.
O advogado interpretado por Gregory Peck não tem muito o que fazer já que o filme pertence mesmo a Mitchum e seu personagem. Se limitando a se defender na medida do possível, Peck se mostra competente em sua interpretação, embora pela própria estrutura do roteiro seja limitada. Claro que não podemos aqui comparar com outras atuações brilhantes do ator como a que ele apresentou em "O Sol é Para Todos", por exemplo. É um diferente tipo de atuação, mais ligeira, com propósito específico de entreter e não conscientizar como naquela produção. Mesmo assim o saldo é muito positivo embora se deva reconhecer que o filme perde um pouco de pique justamente no terceiro ato, quando todos vão para um lugar isolado nos pântanos da Flórida (o próprio lugar que dá nome ao filme, cabo do medo). Até esse momento o filme tem um ritmo muito bom, de caçada gato ao rato entre os dois personagens principais. Depois disso a tensão perde espaço para a violência e o filme decai um pouco. De qualquer forma o resultado final é muito bom (e bem melhor que seu famoso remake). Não deixe de conferir para comparar depois com o famoso filme de Martin Scorsese. Eu certamente recomendo
Círculo do Medo (Cape of Fear, Estados Unidos, 1962) Direção: J. Lee Thompson / Roteiro: James R. Webb baseado no romance de John D. MacDonald / Elenco: Gregory Peck, Robert Mitchum, Polly Bergen, Lori Martin / Sinopse: Max Cady (Robert Mitchum) sai da prisão e parte atrás de vingança contra as pessoas que ele considera responsáveis por sua condenação. Entre elas está o advogado Sam Bowden (Gregory Peck) que se vê ameaçado pela presença do criminoso na cidade em que vive. Ele havia sido testemunha no processo que jogou Max durante longos oito anos na prisão. Agora é a hora dele promover o que entende ser o acerto de contas entre ambos.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
O Aventureiro do Pacífico
Em 1961 Elvis Presley estourou nas bilheterias americanas com "Feitiço Havaiano". A fita seria a primeira do cantor realizada nas ilhas havaianas. Diante do sucesso o mesmo estúdio do filme de Elvis resolveu reunir praticamente a mesma equipe e o mesmo produtor, Hall Wallis, para repetir o sucesso usando da mesma fórmula: muitas paisagens bonitas, roteiro leve e divertido e música local. O curioso nesse projeto foi o fato da Paramount ter escalado a dupla John Wayne / John Ford para a empreitada. Conhecidos pelos grandes westerns, verdadeiros clássicos do cinema, foram ao Havaí para filmar "O Aventureiro do Pacífico" que em Portugal recebeu o curioso título de "A Taberna do Irlandês" (nome que também ficou conhecido no Brasil pois foi exibido na TV algumas vezes com esse mesmo título). A fita destoa de tudo o que um dia já realizaram. Era despretensiosa, tipicamente um filme de verão para ser consumido nas matinês da garotada em férias escolares. Pode-se afirmar inclusive sem medo de errar que "O Aventureiro do Pacífico" é o filme mais leve e sem pretensão de toda a carreira de John Ford.
Assim como "Feitiço Havaiano", "O Aventureiro do Pacífico" é basicamente isso mesmo, um filme de verão, muito leve, divertido, o que se pode chamar de uma aventura para toda a família. John Wayne continuava com seu carisma intacto, fazendo o dono de uma taberna para marinheiros. Já Lee Marvin faz um dos poucos personagens cômicos de sua carreira. O roteiro ainda toca timidamente na questão racial envolvendo nativos e americanos mas tudo numa sutileza planejadamente inofensiva, para não chocar ninguém. No final das contas a produção vale por sua fotografia (não poderia ser diferente uma vez que o Havaí é maravilhoso) e pelas cenas divertidas e descompromissadas. Da carreira do John Ford esse é seguramente seu filme mais inofensivo em todos os aspectos.
O Aventureiro do Pacífico (Donovan's Reef, Estados Unidos, 1963) Direção: John Ford / Roteiro: Frank S. Nugent, James Edward Grant / Elenco: John Wayne, Lee Marvin, Elizabeth Allen, Jack Warden / Sinopse: Michael Patrick 'Guns' Donovan (John Wayne) vive tranquliamente no Havaí quando é surpreendido pela chegada na ilha de Ameilia Dedham (Elizabeth Allen) que vem trazer várias surpresas para seu sossegado e tranquilo cotidiano.
Pablo Aluísio.
Assim como "Feitiço Havaiano", "O Aventureiro do Pacífico" é basicamente isso mesmo, um filme de verão, muito leve, divertido, o que se pode chamar de uma aventura para toda a família. John Wayne continuava com seu carisma intacto, fazendo o dono de uma taberna para marinheiros. Já Lee Marvin faz um dos poucos personagens cômicos de sua carreira. O roteiro ainda toca timidamente na questão racial envolvendo nativos e americanos mas tudo numa sutileza planejadamente inofensiva, para não chocar ninguém. No final das contas a produção vale por sua fotografia (não poderia ser diferente uma vez que o Havaí é maravilhoso) e pelas cenas divertidas e descompromissadas. Da carreira do John Ford esse é seguramente seu filme mais inofensivo em todos os aspectos.
O Aventureiro do Pacífico (Donovan's Reef, Estados Unidos, 1963) Direção: John Ford / Roteiro: Frank S. Nugent, James Edward Grant / Elenco: John Wayne, Lee Marvin, Elizabeth Allen, Jack Warden / Sinopse: Michael Patrick 'Guns' Donovan (John Wayne) vive tranquliamente no Havaí quando é surpreendido pela chegada na ilha de Ameilia Dedham (Elizabeth Allen) que vem trazer várias surpresas para seu sossegado e tranquilo cotidiano.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Lunar
Astronauta operário (Sam Rockwell) se encontra em uma base lunar de mineração. No futuro grande parte da energia consumida pelo planeta terra tem origem em nosso satélite natural e por essa razão uma empresa privada mantém esse posto avançado na lua. O curioso é que apesar do grande aparato técnico existe apenas um único membro que fica in loco durante 3 longos anos sendo que após esse período ele é substituído por outro astronauta. Na base ele conta apenas com a companhia de um computador de última geração denominado Gerty (cuja voz pertence ao grande Kevin Spacey). Essa relação máquina / homem no espaço obviamente nos leva à lembrança de "2001 - Uma Odisseia no Espaço". Não é para menos, até mesmo no timbre de voz de Gerty nos lembramos imediatamente de Hal 9000 do filme de Kubrick. A única diferença é que Gerty se mostra mais amigo e companheiro do colega humano da base (mas será mesmo?)
O filme é bem escrito e se aproxima do tipo de ficção mais cerebral e intelectual (nada de monstros comendo a cabeça do tripulante). Também consegue levantar o tema da clonagem humana de forma muito inteligente e coesa. Apesar disso também não esquece o entretenimento pois o filme apesar de contar com apenas um único ator em cena consegue prender a atenção do espectador. Acredito que para não cair na monotonia o diretor Duncan Jones optou por uma produção de pequena duração justamente para evitar que tudo fique meio tedioso. Recentemente ele conseguiu desenvolver melhor suas ideias em "Source Code". Destaque para o bom trabalho dos dois atores. Sam Rockwell está muito bem em um papel muito complicado (o filme se apoia nele praticamente o tempo todo) e Kevin Spacey, mesmo não estando de corpo presente, arrasa na voz do computador (que curiosamente tem quase sempre o mesmo tom de voz, só mudando os emoticons que existem em seu painel para mostrar o que supostamente estaria sentindo). Enfim, "Lunar" vale a pena por sua concepção e por seu argumento inteligente.
Lunar (Moon, Estados Unidos, 2009) Direção de Duncan Jones / Roteiro: Duncan Jones e Nathan Parker / Elenco: Sam Rockwell, Kevin Spacey, Dominique McElligott / Sinopse: Astronauta operário (Sam Rockwell) se encontra em uma base lunar de mineração. No futuro grande parte da energia consumida pelo planeta terra tem origem em nosso satélite natural e por essa razão uma empresa privada mantém esse posto avançado na lua.
Pablo Aluísio.
O filme é bem escrito e se aproxima do tipo de ficção mais cerebral e intelectual (nada de monstros comendo a cabeça do tripulante). Também consegue levantar o tema da clonagem humana de forma muito inteligente e coesa. Apesar disso também não esquece o entretenimento pois o filme apesar de contar com apenas um único ator em cena consegue prender a atenção do espectador. Acredito que para não cair na monotonia o diretor Duncan Jones optou por uma produção de pequena duração justamente para evitar que tudo fique meio tedioso. Recentemente ele conseguiu desenvolver melhor suas ideias em "Source Code". Destaque para o bom trabalho dos dois atores. Sam Rockwell está muito bem em um papel muito complicado (o filme se apoia nele praticamente o tempo todo) e Kevin Spacey, mesmo não estando de corpo presente, arrasa na voz do computador (que curiosamente tem quase sempre o mesmo tom de voz, só mudando os emoticons que existem em seu painel para mostrar o que supostamente estaria sentindo). Enfim, "Lunar" vale a pena por sua concepção e por seu argumento inteligente.
Lunar (Moon, Estados Unidos, 2009) Direção de Duncan Jones / Roteiro: Duncan Jones e Nathan Parker / Elenco: Sam Rockwell, Kevin Spacey, Dominique McElligott / Sinopse: Astronauta operário (Sam Rockwell) se encontra em uma base lunar de mineração. No futuro grande parte da energia consumida pelo planeta terra tem origem em nosso satélite natural e por essa razão uma empresa privada mantém esse posto avançado na lua.
Pablo Aluísio.
Capitão Blood
O Médico Peter Blood (Errol Flynn) é confundido com rebeldes durante o reinado de Jaime II da Inglaterra. Como punição é enviado como escravo para trabalhos forçados na nova colônia britânica de Port Royal na América. Chegando lá lidera uma revolta de cativos como ele e juntos acabam tomando posse de um navio de guerra imperial. Em pouco tempo Blood e sua tripulação se transformam nos mais famosos piratas do Caribe de sua época. "Capitão Blood" foi o filme que transformou Errol Flynn em astro. Na época ele era apenas um promissor ator que a Warner apostava suas fichas. Com histórico de muitas aventuras em seu passado, Flynn havia sido marinheiro e veio da Austrália cruzando os sete mares como seu personagem. Tinha bom visual, pose de galã e sabia lutar bem de espada. Com tantos requisitos era óbvio que Blood parecia ter sido escrito especialmente para ele. Além de ser seu primeiro filme de repercussão "Capitão Blood" acabou definindo de forma definitiva a persona de Errol Flynn pelo resto de sua carreira. O pirata boa praça, sempre com um sorriso nos lábios, galante e aventureiro iria ser repetido em praticamente todas as atuações de Errol em sua filmografia dali pra frente. De fato virou sua marca registrada.
A produção foi a menina dos olhos dos estúdios Warner na época de seu lançamento. Enormes sets de filmagens foram construídos, figurinos de luxo e um dos melhores diretores do mercado, o veterano Michael Curtiz, foi especialmente contratado para levar o pirata aventureiro para as telas. Tudo foi planejado e concebido para que "Capitão Blood" fosse não apenas um filme mas um evento cinematográfico. O resultado até hoje impressiona, mesmo após tantos anos de sua conclusão. Os cenários que simulam as antigas naus do século XVII são extremamente bem feitos - em ótima reconstituição histórica. O curioso é que "Capitão Blood" foi idealizado para reviver os antigos filmes de Douglas Fairbanks Jr, mas ao mesmo tempo em que foi influenciado acabou sendo uma das obras mais influenciadores da história do cinema uma vez que até hoje seu estilo é imitado à exaustão - vide a extremamente bem sucedida franquia "Piratas do Caribe" que bebe diretamente de sua fonte. Enfim é isso, um dos marcos do cinema de ação e aventura de Hollywood que conseguiu resistir até mesmo ao mais implacável inimigo das telas, o tempo.
Capitão Blood (Captain Blood, Estados Unidos, 1935) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Rafael Sabatini, Casey Robinson / Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Lionel Atwill, Basil Rathbone / Sinopse: Capitão Blood (Errol Flynn) é um pirata do Caribe que saqueia e rouba navios ingleses e franceses que ousem cruzar seu caminho em alto mar. Para capturá-lo o Rei da Inglaterra envia um navio de guerra especialmente designado com esse objetivo.
Pablo Aluísio.
A produção foi a menina dos olhos dos estúdios Warner na época de seu lançamento. Enormes sets de filmagens foram construídos, figurinos de luxo e um dos melhores diretores do mercado, o veterano Michael Curtiz, foi especialmente contratado para levar o pirata aventureiro para as telas. Tudo foi planejado e concebido para que "Capitão Blood" fosse não apenas um filme mas um evento cinematográfico. O resultado até hoje impressiona, mesmo após tantos anos de sua conclusão. Os cenários que simulam as antigas naus do século XVII são extremamente bem feitos - em ótima reconstituição histórica. O curioso é que "Capitão Blood" foi idealizado para reviver os antigos filmes de Douglas Fairbanks Jr, mas ao mesmo tempo em que foi influenciado acabou sendo uma das obras mais influenciadores da história do cinema uma vez que até hoje seu estilo é imitado à exaustão - vide a extremamente bem sucedida franquia "Piratas do Caribe" que bebe diretamente de sua fonte. Enfim é isso, um dos marcos do cinema de ação e aventura de Hollywood que conseguiu resistir até mesmo ao mais implacável inimigo das telas, o tempo.
Capitão Blood (Captain Blood, Estados Unidos, 1935) Direção: Michael Curtiz / Roteiro: Rafael Sabatini, Casey Robinson / Elenco: Errol Flynn, Olivia de Havilland, Lionel Atwill, Basil Rathbone / Sinopse: Capitão Blood (Errol Flynn) é um pirata do Caribe que saqueia e rouba navios ingleses e franceses que ousem cruzar seu caminho em alto mar. Para capturá-lo o Rei da Inglaterra envia um navio de guerra especialmente designado com esse objetivo.
Pablo Aluísio.
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