Título no Brasil: Monsenhor
Título Original: Monsignor
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Frank Yablans Presentations
Direção: Frank Perry
Roteiro: Jack-Alain Léger
Elenco: Christopher Reeve, Geneviève Bujold, Fernando Rey, Jason Miller, Joe Cortese, Adolfo Celi
Sinopse:
John Flaherty (Christopher Reeve) é um jovem padre americano que vai até o Vaticano durante a II Guerra Mundial, no ano de 1944. Jovem e bonito, ele acaba se apaixonando por uma linda garota que conhece em uma biblioteca de Roma.
Comentários:
Depois de "Superman - O Filme" e "Superman II", o ator Christopher Reeve sentiu o problema de ficar estigmatizado por um único personagem, no caso o famoso super-herói dos quadrinhos da DC. Como escapar de algo assim? O ator então começou a procurar por outros filmes, roteiros diferentes e personagens mais ousados. Acabou estrelando esse filme que fugia bem dos padrões da época. O padre que interpretou era tudo, menos um santo. Além de se apaixonar por uma bonita jovem, ele ainda se envolvia com negócios escusos, envolvendo até mesmo a máfia italiana! É um bom filme, sem dúvida, mas que no final de contas não conseguiu mudar a imagem de Reeve. Para falar a verdade ficamos com a sensação de estar assistindo a um estranho filme onde o Superman usava batina! Acredite se quiser...De qualquer forma, tirando esse coisa toda é inegável que se trata de um filme que agrada, com boa reconstituição de época e boa história que prende a atenção do espectador. No geral eu gostei do filme com um todo.
Pablo Aluísio.
Mostrando postagens com marcador Frank Perry. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Frank Perry. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 15 de junho de 2021
terça-feira, 20 de outubro de 2020
O Massacre dos Pistoleiros
Mais um filme de western que explora o famoso duelo no O.K. Curral em Tombstone. Essa é certamente uma das histórias mais exploradas no cinema sobre o velho oeste. Só para se ter uma ideia, estima-se que já foram feitos mais de 50 filmes sobre o xerife de Tombstone, Wyatt Earp e seu amigo, o dentista, pistoleiro e jogador de cartas inveterado Doc Holliday. Geralmente em quase todos os faroestes o personagem central, como não poderia deixar de ser, era Earp, mas aqui nessa produção da década de 1970 temos uma novidade pois o filme enfoca em primeiro plano a figura de Doc Holliday e seu romance com Katie Elder, uma prostituta que o amava, apesar de todos os seus problemas. Isso fica bem claro logo nas primeiras cenas quando Doc literalmente “ganha” a companhia da jovem em um jogo de pôquer! Depois disso ela não larga mais de seu pé. Como vivia de cidade em cidade, atrás de jogos e um clima mais ameno para sua tuberculose, acaba chegando em Tombstone, uma cidade isolada do Arizona. Para sua surpresa o homem da lei no local é justamente o seu velho amigo Earp. O reencontro de velhos amigos acaba sendo uma das melhores cenas do filme, que aliás apresenta um roteiro que procura ser fiel aos acontecimentos históricos reais.
A partir daí não convém mais contar nada, embora todo fã de western saiba muito bem o que vai acontecer, culminando tudo no famoso tiroteio contra os irmãos Clanton em um pequeno curral conhecido apenas como OK. O duelo real inclusive durou poucos minutos, foi uma troca de balas cara a cara, face a face, onde um pouco de sorte também contou a favor dos sobreviventes. O que impressiona até hoje foi o sangue frio desses homens que duelaram sem medo da morte. Eram outros tempos, outra mentalidade que imperava nesses pioneiros do velho oeste americano. O tom desse filme é de pura sobriedade. Achei inclusive o filme bem seco, com um tom realista, duro, como convém a uma produção dos anos 70. Doc Holliday, na pele do bom ator Stacy Keach, é uma figura até mesmo um pouco sombria, quase uma sombra do homem que poderia ter se tornado se não tivesse contraído tuberculose, uma doença terrível na época, sem cura, praticamente um atestado de morte iminente.
Muitos historiadores inclusive atribuem a isso a grande valentia e frieza que Doc demonstrava em momentos cruciais, afinal de contas ele não temia pela morte já que ela poderia acontecer a qualquer momento. Praticamente não tinha instinto de preservação. No O.K. Curral isso ficou bem nítido pois Doc estava bem no centro do fogo cruzado, mas não recuou nem um passo sequer do confronto. Era um ótimo pistoleiro e por isso virou uma lenda do oeste americano. Por fim, um último ponto importante: o roteiro de “O Massacre dos Pistoleiros” valoriza bastante a presença de Kate, aqui interpretada por uma jovem e bonita Faye Dunaway. Se você tem especial interesse nela e em sua carreira, o filme vai parecer uma ótima escolha.
O Massacre dos Pistoleiros (Doc, Estados Unidos, 1971) Direção: Frank Perry / Roteiro: Pete Hamill / Elenco: Stacy Keach, Faye Dunaway, Harris Yulin / Sinopse: Doc Holliday (Stacy Keach) vaga pelo velho oeste em busca de torneios de pôquer, mulheres, desafios e dinheiro, não necessariamente nessa ordem. Ao chegar em Tombstone encontra seu velho amigo, o xerife Wyatt Earp (Harris Yulin). Juntos enfrentarão a terrível gangue dos Clantons.
Pablo Aluísio.
A partir daí não convém mais contar nada, embora todo fã de western saiba muito bem o que vai acontecer, culminando tudo no famoso tiroteio contra os irmãos Clanton em um pequeno curral conhecido apenas como OK. O duelo real inclusive durou poucos minutos, foi uma troca de balas cara a cara, face a face, onde um pouco de sorte também contou a favor dos sobreviventes. O que impressiona até hoje foi o sangue frio desses homens que duelaram sem medo da morte. Eram outros tempos, outra mentalidade que imperava nesses pioneiros do velho oeste americano. O tom desse filme é de pura sobriedade. Achei inclusive o filme bem seco, com um tom realista, duro, como convém a uma produção dos anos 70. Doc Holliday, na pele do bom ator Stacy Keach, é uma figura até mesmo um pouco sombria, quase uma sombra do homem que poderia ter se tornado se não tivesse contraído tuberculose, uma doença terrível na época, sem cura, praticamente um atestado de morte iminente.
Muitos historiadores inclusive atribuem a isso a grande valentia e frieza que Doc demonstrava em momentos cruciais, afinal de contas ele não temia pela morte já que ela poderia acontecer a qualquer momento. Praticamente não tinha instinto de preservação. No O.K. Curral isso ficou bem nítido pois Doc estava bem no centro do fogo cruzado, mas não recuou nem um passo sequer do confronto. Era um ótimo pistoleiro e por isso virou uma lenda do oeste americano. Por fim, um último ponto importante: o roteiro de “O Massacre dos Pistoleiros” valoriza bastante a presença de Kate, aqui interpretada por uma jovem e bonita Faye Dunaway. Se você tem especial interesse nela e em sua carreira, o filme vai parecer uma ótima escolha.
O Massacre dos Pistoleiros (Doc, Estados Unidos, 1971) Direção: Frank Perry / Roteiro: Pete Hamill / Elenco: Stacy Keach, Faye Dunaway, Harris Yulin / Sinopse: Doc Holliday (Stacy Keach) vaga pelo velho oeste em busca de torneios de pôquer, mulheres, desafios e dinheiro, não necessariamente nessa ordem. Ao chegar em Tombstone encontra seu velho amigo, o xerife Wyatt Earp (Harris Yulin). Juntos enfrentarão a terrível gangue dos Clantons.
Pablo Aluísio.
domingo, 25 de junho de 2017
Enigma de uma Vida
O filme começa com Ned Merrill (Burt Lancaster) chegando na casa de amigos, vizinhos, velhos conhecidos. Há muito tempo que ele não aparecia por lá. A recepção é a melhor possível. É um domingo pela manhã, lindo dia de sol. Ned está animado para nadar na piscina da casa deles. Ele parece estar com ótimo humor, uma pessoa de bem com a vida. Entre conversas triviais ele fica sabendo que a maioria das casas vizinhas agora possuem sua própria piscina. É uma longa caminhada de Ned até chegar na sua residência, então ele decide fazer uma coisa inusitada: nadar em todas as piscinas que encontrar, até chegar em sua casa. Ele quer, em suas próprias palavras, chegar nadando até lá!
Então sem perder muito tempo Ned começa sua estranha jornada. Apenas com calção de banho, ele vai indo de casa em casa, pedindo licença aos moradores, para dar uma bela nadada em suas piscinas. No começo tudo parece bem fútil e até mesmo bobo, porém conforme Ned vai reencontrando velhos amigos e pessoas de seu passado, sua própria vida vai se revelando nessa sua caminhada. Ele revê sua antiga amante, uma mulher amargurada que está decidida a não mais cair em seus braços, também reencontra a babá de seus filhos, uma garota que agora está com 20 anos e que confessa que na adolescência havia criado uma paixão platônica avassaladora por ele. Cada uma dessas pessoas vai deixando uma marca em Ned. Ele porém não encontra apenas pessoas amigáveis, pelo contrário, também se vê diante de inimizades, moradores ricos e esnobes e gente que o trata mal.
Olha, o roteiro desse filme clássico "Enigma de uma Vida" pode até parecer bem simples numa visão superficial. Porém conforme o enredo vai se desenvolvendo percebemos que há muito mais por trás de sua suposta singeleza. O personagem interpretado por Burt Lancaster parece otimista e cheio de vida no começo do filme, mas quando começa sua jornada pelas piscinas da vizinhança ele começa a cair, sofrer ataques de pessoas que tinham alguma mágoa ou contas a acertar com ele e assim sua animação vai se esvaziando conforme ele avança. Lancaster já não era um garotão quando fez esse filme, mas estava em ótima forma física. Ele mescla uma atuação mais física com ótimos momentos em que demonstra grande talento dramático.
O título original do filme em inglês, que significa "o nadador" (The Swimmer), pode até dar a impressão que o protagonista só quer cumprir uma tarefa bem boba, auto imposta por ele mesmo, porém ao encontrar seus vizinhos e pessoas do passado, sua própria vida vai se revelando. O roteiro é assim uma verdadeira metáfora da vida do personagem. A vida começa cheia de esperanças, otimismo e alegria. Conforme o tempo vai passando e sofremos perdas, decepções, revezes e infortúnios, o sol que brilhava tanto já não brilha mais. Por isso a cena final é toda passada em uma grande chuva torrencial. Quando ele finalmente bate a porta de sua antiga casa, tudo é revelado. Em suma, ótima filme em roteiro que surpreende por sua profundidade (até mesmo filosófica). Uma verdadeira obra prima, para dizer a verdade.
Enigma de uma Vida (The Swimmer, Estados Unidos,1968) Direção: Frank Perry, Sydney Pollack / Roteiro: Eleanor Perry, John Cheever / Elenco: Burt Lancaster, Janet Landgard, Janice Rule / Sinopse: Ned Merrill (Burt Lancaster), um morador da região, decide fazer uma maratona nas piscinas de seus vizinhos. O que inicialmente parece ser uma grande bobagem acaba se revelando um momento de reflexão sobre sua vida, seu passado e as pessoas que conheceu ao longo de todos esses anos.
Pablo Aluísio.
Então sem perder muito tempo Ned começa sua estranha jornada. Apenas com calção de banho, ele vai indo de casa em casa, pedindo licença aos moradores, para dar uma bela nadada em suas piscinas. No começo tudo parece bem fútil e até mesmo bobo, porém conforme Ned vai reencontrando velhos amigos e pessoas de seu passado, sua própria vida vai se revelando nessa sua caminhada. Ele revê sua antiga amante, uma mulher amargurada que está decidida a não mais cair em seus braços, também reencontra a babá de seus filhos, uma garota que agora está com 20 anos e que confessa que na adolescência havia criado uma paixão platônica avassaladora por ele. Cada uma dessas pessoas vai deixando uma marca em Ned. Ele porém não encontra apenas pessoas amigáveis, pelo contrário, também se vê diante de inimizades, moradores ricos e esnobes e gente que o trata mal.
Olha, o roteiro desse filme clássico "Enigma de uma Vida" pode até parecer bem simples numa visão superficial. Porém conforme o enredo vai se desenvolvendo percebemos que há muito mais por trás de sua suposta singeleza. O personagem interpretado por Burt Lancaster parece otimista e cheio de vida no começo do filme, mas quando começa sua jornada pelas piscinas da vizinhança ele começa a cair, sofrer ataques de pessoas que tinham alguma mágoa ou contas a acertar com ele e assim sua animação vai se esvaziando conforme ele avança. Lancaster já não era um garotão quando fez esse filme, mas estava em ótima forma física. Ele mescla uma atuação mais física com ótimos momentos em que demonstra grande talento dramático.
O título original do filme em inglês, que significa "o nadador" (The Swimmer), pode até dar a impressão que o protagonista só quer cumprir uma tarefa bem boba, auto imposta por ele mesmo, porém ao encontrar seus vizinhos e pessoas do passado, sua própria vida vai se revelando. O roteiro é assim uma verdadeira metáfora da vida do personagem. A vida começa cheia de esperanças, otimismo e alegria. Conforme o tempo vai passando e sofremos perdas, decepções, revezes e infortúnios, o sol que brilhava tanto já não brilha mais. Por isso a cena final é toda passada em uma grande chuva torrencial. Quando ele finalmente bate a porta de sua antiga casa, tudo é revelado. Em suma, ótima filme em roteiro que surpreende por sua profundidade (até mesmo filosófica). Uma verdadeira obra prima, para dizer a verdade.
Enigma de uma Vida (The Swimmer, Estados Unidos,1968) Direção: Frank Perry, Sydney Pollack / Roteiro: Eleanor Perry, John Cheever / Elenco: Burt Lancaster, Janet Landgard, Janice Rule / Sinopse: Ned Merrill (Burt Lancaster), um morador da região, decide fazer uma maratona nas piscinas de seus vizinhos. O que inicialmente parece ser uma grande bobagem acaba se revelando um momento de reflexão sobre sua vida, seu passado e as pessoas que conheceu ao longo de todos esses anos.
Pablo Aluísio.
Assinar:
Postagens (Atom)