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terça-feira, 26 de agosto de 2014

A Árvore da Vida

Título no Brasil: A Árvore da Vida
Título Original: The Tree of Life
Ano de Produção: 2011
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Brad Pitt, Sean Penn, Jessica Chastain

Sinopse:
Jack (Sean Penn) é um arquiteto bem sucedido que começa a relembrar fatos dispersos de sua infância, nos nos 1950, ao lado de seus três irmãos, sua mãe submissa e seu pai Mr. O'Brien (Brad Pitt), um homem disciplinador, rígido, austero mas também bem hipócrita. Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Direção, Melhor Fotografia e Melhor Filme. Vencedor do prêmio da AFI Awards na categoria Melhor Filme. Vencedor da Palma de Ouro no Cannes Film Festival.

Comentários:
Considero um dos filmes mais pretensiosos do cineasta Terrence Malick. Isso porém não é uma crítica negativa, apenas uma observação. O que ele deseja com sua linha narrativa (ou a falta dela, dependendo do ponto de vista) é fazer uma parábola entre a insignificância da vida de um ser humano com a imensidão do cosmos. A chave que abre essa dualidade ocorre justamente quando a mãe, desesperada pela morte do filho, pergunta onde estaria Deus diante de sua tragédia familiar? A partir desse ponto Malick dá vazão ao seu pretensioso ciclo estético e filosófico, mostrando a evolução da vida e o surgimento do universo desde os seus primórdios, passando pela era dos primeiros seres vivos, até chegar de volta ao seio daquela tipica família americana. A partir daí mergulhamos nas lembranças do personagem Jack. O curioso é que todo o filme é desenvolvido assim, em ritmo de memórias, e por isso não há espaço para uma narração convencional, mas apenas momentos marcantes, quase sem diálogos, que vão se desenrolando na tela. Materialmente o substrato desse filme é muito rico em linguagem cinematográfica pura, mas em termos de comunicação com o público em geral não é uma obra fácil de absorver. Os dialogos são poucos, dispersos, e Terrence Malick procura muito mais pela sensibilidade emocional do que pela razão de uma narrativa linear. As imagens são lindíssimas e isso acaba deixando todo o resto em segundo plano. Certamente Malick não conseguiu com esse filme responder as grandes questões existenciais do ser humano, mas seguramente chegou bem perto disso. É uma obra prima da sétima arte.

Pablo Aluísio.

sábado, 12 de julho de 2014

21 Gramas

Título no Brasil: 21 Gramas
Título Original: 21 Grams
Ano de Produção: 2003
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Guillermo Arriaga
Elenco: Sean Penn, Benicio Del Toro, Naomi Watts

Sinopse:
O enredo de "21 Gramas" mostra a conturbada vida de três personagens centrais. No primeiro segmento temos o complicado cotidiano de uma mãe e esposa que luta contra seu passado de viciada em drogas. Também conhecemos a trajetória de um ex-condenado que tenta reconstruir sua vida abraçando a religiosidade e por fim vemos o drama de um professor de matemática que está à beira da morte por causa da espera sem fim por um transplante de coração. Filme indicado ao Oscar nas categorias Melhor Atriz (Naomi Watts) e Melhor Ator Coadjuvante (Benicio Del Toro).

Comentários:
Sempre que a indústria de cinema dos Estados Unidos abre oportunidades para cineastas estrangeiros acontece algo de bom. Nem que seja para simplesmente fugir de um certo sistema formulaico que atinge a maneira de se fazer cinema naquele país. Aqui temos o talentoso e jovem diretor mexicano Alejandro González Iñárritu trazendo novos sopros de renovação dentro do cinemão ianque. O roteiro é ao estilo mosaico, com personagens paralelos que acabam se encontrando em um denominador comum. As tais 21 Gramas do título se referem à perde de massa de um corpo humano logo após sua morte - e que para alguns seria a prova da existência da alma, que supostamente teria exatamente esse peso! Especulações à parte se trata de uma obra muito sensível, bem trabalhada, com excelentes atuações e um enredo envolvente e relevante. Com um bom domínio sobre a técnica cinematográfica, Alejandro González demonstra perfeitamente que existe vida inteligente e talentosa no cinema idealizado fora das fronteiras norte-americanas.

Pablo Aluísio.

sábado, 24 de maio de 2014

A Intérprete

Título no Brasil: A Intérprete
Título Original: The Interpreter
Ano de Produção: 2005
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: Sydney Pollack
Roteiro: Martin Stellman, Brian Ward
Elenco: Nicole Kidman, Sean Penn, Catherine Keener

Sinopse:
Silvia Broome (Nicole Kidman) é uma intérprete a serviço da ONU que, sem querer, acaba ouvindo uma conversa secreta sobre um atentado à vida de um ditador africano. Descoberta, ela agora precisa sobreviver pois um grupo deseja tirá-la de circulação, em uma verdadeira operação de queima de arquivo. Para garantir sua vida, ela contará com o apoio do agente do FBI Tobin Keler (Sean Penn), um sujeito íntegro e honesto, que fará de tudo para deixá-la a salvo.

Comentários:
Foi extremamente criticado em seu lançamento. Um exagero, vamos convir. Na verdade se trata de um bom filme, com enredo bem escrito e que tenta de alguma forma inovar dentro do saturado gênero de thrillers de suspense. De certa forma há duas maneiras de encarar "The Interpreter". Primeiro se formos comparar com outros grandes filmes desse excelente cineasta Sydney Pollack. Sob esse ponto de vista de fato não se pode considerar um de seus mais brilhantes trabalhos. A outra maneira é fazer uma comparação com o que se produz no cinema americano atual. Nesse ponto o filme é um achado, já que a mediocridade impera atualmente no mercado cinematográfico, infelizmente. Credito grande parte do aspecto positivo da produção ao belo trabalho de atuação de Sean Penn, um ator muito politizado, que não aceita mais participar de bobagens nessa altura de sua carreira. E o filme, apesar das críticas que lhe fizeram, de fato não é uma bobagem, muito longe disso. Recomendo certamente, embora reconheça que nem todos vão gostar do resultado final.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Caminhos Violentos

Título no Brasil: Caminhos Violentos
Título Original: At Close Range
Ano de Produção: 1986
País: Estados Unidos
Estúdio: Hemdale Film
Direção: James Foley
Roteiro: Elliott Lewitt, Nicholas Kazan
Elenco: Sean Penn, Christopher Walken, Mary Stuart Masterson

Sinopse:
Brad Whitewood Jr. (Sean Penn) é um típico jovem do interior do Tennessee que vê sua vida mudar radicalmente após o rotorno de seu pai, Brad Whitewood (Christopher Walken) para casa. Ele é um sujeito durão, envolvido com atividades criminosas e que não pensa duas vezes antes de colocar o próprio filho para também gerir os seus "negócios". O filho que está apaixonado pela doce Terry (Mary Stuart Masterson) e pensando em se casar com ela um dia, resolve entrar com tudo na criminalidade, formando inclusive sua própria gangue de jovens criminosos.

Comentários:
Filme muito bom que anda bem esquecido. Até fiquei surpreso ao me deparar com ele na grade de programação da TV a cabo (que tem saturado muitos filmes, reprisando alguns títulos em excesso). Pois bem, aqui temos um misto de drama com filme de ação que deu muito certo. Penn, muito jovem ainda, já demonstrava que era um ator diferente, muito intenso e completamente absorvido em seu personagem. Christopher Walken também está inspirado. Seus maneirismos e maneira de ser já são bem conhecidos dos cinéfilos, a tal ponto inclusive de ter virado sátira no programa de humor SNL. Seu estilo "perturbado" combinou perfeitamente com o papel. A canção "Live To Tell" de Patrick Leonard virou hit na rádios e o diretor James Foley arrancou uma indicação de Melhor Direção no Festival de Berlim. Apesar disso a produção não chegou a ser exatamente um sucesso de público, apenas de crítica, o que a faz ser o programa perfeito para rever (ou assistir pela primeira vez) hoje em dia. Analisando-se bem é uma pequena obra prima dos anos 80. Um belo trabalho cinematográfico sem dúvida.

Pablo Aluísio.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Não Somos Anjos

Título no Brasil: Não Somos Anjos
Título Original: We're No Angels
Ano de Produção: 1989
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Neil Jordan
Roteiro: David Mamet, Ranald MacDougall
Elenco: Robert De Niro, Sean Penn, Demi Moore, John C. Reilly

Sinopse: 
Dois condenados (Bob De Niro e Penn) fogem de uma prisão de segurança máxima e vão parar numa pequena cidadezinha às margens de cataratas que eles usaram para escapar da polícia. Na correria entram em um antigo mosteiro e começam a se passar por padres. A situação fica ainda mais complicada porque o diretor da prisão está à procura deles que não podem deixar seus disfarces de lado. A única saída acaba sendo uma procissão da Virgem Maria cujo ponto de chegada é no país vizinho, o Canadá. Se conseguirem chegar até lá estarão livres das garras da lei. 

Comentários:
Divertida comédia dos anos 80 que na realidade é um remake de um antigo filme com Humphrey Bogart e Peter Ustinov chamado no Brasil de "Veneno de Cobra". A premissa realmente é muito boa, pois a partir do momento em que os bandidos se fazem de padres católicos tudo fica muito divertido. Sem nenhuma noção dos dogmas e crenças da Igreja eles vão tentando sobreviver de todas as formas. Uma das cenas mais divertidas ocorre quando De Niro está no confessório e entra um policial para se confessar justamente com ele! O tira traiu a esposa e sente-se culpado por isso! Imagine a saia justa! Já na ficha técnica dois nomes se sobressaem para os cinéfilos. O primeiro é o do diretor Neil Jordan que aqui dirige uma rara comédia em sua filmografia. O segundo é a presença na equipe de roteiristas do talentoso David Mamet. Sua presença é garantia de bom texto e tiradas inteligentes.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Surpresa de Shangai

Essa foi mais uma tentativa de transformar Madonna em uma atriz de cinema. Com produção do ex-beatle George Harrison "Shangai Surprise" acabou não agradando muito nem aos fãs de Madonna e nem muito menos à crítica que se limitou a elogiar sua boa direção de arte. Na estória Madonna interpreta a missionária Gloria Tatlock . Ela vai até Shangai em busca de um carregamento de ópio perdido desde que um traficante foi morto pela polícia. Para isso ela usa os serviços do aventureiro Glendon Wasey (interpretado pelo marido da cantora na época, Sean Penn). No meio da busca pela droga que a personagem de Madonna tenciona usar como medicamento para soldados feridos na guerra, ambos acabam se apaixonando perdidamente. O filme deixa claro desde suas primeiras imagens de que pretendia ser uma aventura ao velho estilo, da Hollywood clássica, como aquelas grandes produções estreladas pelo mito Humphrey Bogart mas a verdade pura e simples é que faltou classe para os protagonistas. O roteiro também não é bom, não indo para lugar nenhum, girando em círculos, sem objetivos.

O curioso é que apesar de ter sido lançado no auge da carreira de Madonna o filme simplesmente não fez nenhum sucesso, se limitando a render nas bilheterias apenas 1 milhão de dólares, o que deixava muito a desejar uma vez que o orçamento havia custado quase vinte vezes mais. A produtora de George Harrison, a HandMade Films, quase foi à falência por causa do péssimo resultado comercial. Na época se comentou bastante que houve muitas falhas na divulgação do filme. Ao invés de o lançar em Los Angeles ou Nova Iorque em uma grande premiere para chamar a atenção da imprensa, o que seria o esperado uma vez que se tratava de Madonna, resolveu-se distribuir o filme inicialmente em pequenas cidades do interior dos EUA, o que se revelou uma péssima estratégia de lançamento. Quando chegou nos grandes centros o filme já tinha sido malhado pela crítica e assim ninguém mesmo se interessou a ver o resultado no cinema. No Brasil as coisas foram ainda piores pois o filme só foi lançado em poucas salas dois anos depois, indo parar diretamente no mercado de vídeo onde também não conseguiu se destacar como um sucesso. Pois é, até as grandes estrelas também tropeçam em suas carreiras.

Surpresa de Shangai (Shanghai Surprise, Inglaterra, 1986) Direção: Jim Goddard / Roteiro: John Kohn, Robert Bentley / Elenco: Sean Penn, Madonna, Paul Freeman / Sinopse: Uma missionária (Madonna) vai até Shangai em busca de um carregamento de ópio que pretende usar em soldados americanos feridos na guerra. Lá resolve contratar os serviços de um aventureiro (Penn), o que acabará despertando a paixão entre ambos.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

As Cores da Violência

Os brasileiros reclamam com muita razão da violência extrema que impera em suas grandes cidades mas a verdade é que isso se tornou um problema mundial há muitos anos. As chamadas metrópoles não conseguem suprir as necessidades de uma coletividade enorme, com mais de um milhão de habitantes. Entre os problemas mais complicados está justamente a violência urbana. Para o jovem que mora em subúrbios, sem educação adequada e sem meios de sobrevivência, muitas vezes a única saída acaba sendo o mundo do crime, principalmente quando ele encontra um meio social que o aceita, geralmente grandes gangues formadas por outros jovens sem perspectivas como ele. Essa realidade foi muito bem captada por esse “Colors – As Cores da Violência” que mostra, sem amenizações, a criminalidade latente de uma grande cidade americana infestada de gangues de delinqüentes, geralmente identificadas por cores, formadas principalmente por jovens pobres e excluídos que se unem para dominar uma determinada região, impondo seus próprios códigos de condutas, baseados em violência e intimidação.

Sean Penn brilha ao lado do veterano (e excelente ator) Robert Duvall. É curioso ver o jovem Penn já muito preocupado em desenvolver um personagem socialmente consciente, que também parece caminhar numa fina linha que separa o crime da lei. Em um mundo tão selvagem não é de se admirar que os próprios policiais, forjados na guerra das ruas, incorporem muitos dos comportamentos dos próprios criminosos que perseguem. O filme na época de seu lançamento chocou o público por causa de sua crueza. A equipe de filmagem filmou toda a produção nas periferias mais violentas. Ao melhor estilo “câmera na mão” o elenco e o diretor Dennis Hopper saíram percorrendo becos, ruas sujas e locais perigosos para dar todo um realismo ao filme em si. O resultado é certamente dos melhores e mostra sem paleativos o problema do jovem pobre das grandes cidades. Não importa se é Rio ou Los Angeles, São Paulo ou Nova Iorque, o desafio segue anos após ano mostrando que Colors certamente está mais atual do que nunca!

As Cores da Violência (Colors, Estados Unidos, 1988) Direção: Dennis Hopper / Roteiro: Michael Schiffer / Elenco: Sean Penn, Robert Duvall, Maria Conchita Alonso / Sinopse: Dois policiais, um veterano e um novato, combatem gangues pelas ruas mais pobres de Los Angeles. Há uma guerra em curso entre os Crips e os Bloods, e os policiais tentarão evitar que tudo não acabe em uma grande explosão de violência e ódio racial.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Milk - A Voz da Igualdade

Gus Van Saint foi o queridinho da crítica especializada nas décadas de 1980 e 1990. Não é para menos. Van Saint dirigiu pelo menos três grandes obras naqueles anos: "Drugstore Cowboy" (sobre viciados em drogas),"Garotos de Programa" (sobre a triste realidade da prostituição masculina) e "Gênio Indomável", que o consagrou definitivamente. Depois desse êxito inicial ele teve a péssima idéia de fazer um remake cena a cena do grande clássico "Psicose" de Alfred Hitchcock. Foi um desastre e a partir daí sua carreira entrou em parafuso. Depois de uma série de produções apagadas ele finalmente voltou aos holofotes com esse sensível drama político "Milk". O enredo conta a estória de Harvey Milk (1930-1978), um corajoso político norte-americanno que resolveu assumir sua homossexualidade na década de 1970. Na época a simples menção de que algum político fosse gay já era suficiente para destruir sua carreira. Milk assim quebrou esse estigma e demonstrou que honestidade e espírito público nada tinham a ver com a opção sexual de cada um. São coisas completamente independentes. Como sempre a democracia americana se tornou o grande palco dessa verdadeira mudança de mentalidade dentro da sociedade. Assim Milk, mesmo sendo assumidamente gay, acabou sendo eleito para um importante cargo público em sua cidade. Gus Van Saint procurou ser sutil. Não estigmatiza seu personagem principal, pelo contrário, o respeita e o trata da forma mais digna possível. O roteiro também conta sua história da forma mais honesta possível, sem manipulações.

A interpretação de Milk valeu o Oscar de melhor ator para Sean Penn. Eu gosto bastante de seu trabalho, tanto aquele desenvolvido como ator como também diretor. O fato, pelo menos na minha opinião, é que sua interpretação não foi melhor ou mais bem elaborada do que a de Mickey Rourke em "O Lutador". Nesse filme Mickey foi literalmente visceral, absoluto. Em "Milk" não vemos tanta grandeza. Acredito que até mesmo Sean ficou constrangido na noite do Oscar pois assim que subiu ao palco apontou em direção a Rourke (quase pedindo desculpas por ter vencido, na verdade). Foi uma premiação controvertida que não convenceu a todos. De qualquer modo acredito que essa foi a forma encontrada pela Academia para não deixar o filme sair da noite de premiação de mãos vazias, o que se revelou um erro pois quando os prêmios foram anunciados "Milk" acabou sendo também premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original. Assim Rourke deveria ter vencido seu prêmio pois era mais do que merecido. Deixando de lado esses aspectos ligados a prêmios temos que chamar a atenção para o fato de que "Milk" é uma daquelas produções que ajudam a criar uma consciência positiva no grande público. Mostra que a sexualidade pertence a cada um e que isso não define ninguém como digno ou não, pelo contrário, todos possuem sua própria dignidade como pessoa, ser humano, e isso independe de suas preferências sexuais ou afetivas. Esse é o grande valor de "Milk".

Milk (Milk, Estados Unidos, 2008) Direção: Gus Van Saint / Roteiro: Dustin Lance Black / Elenco: Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna, James Franco, Alison Pill, Victor Garbe / Sinopse: Biografia do político americano e ativista gay, Harvey Milk. Eleito na década de 1970 a um importante cargo público, mesmo se declarando homossexual assumido, Milk se tornou um marco dentro da mudança de mentalidade da sociedade americana.

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Na Natureza Selvagem

Eu achei esse filme genial e não foi tanto por questões técnicas ou da direção de Sean Penn. Achei genial por causa de seu argumento baseado numa história real incrível de um jovem que resolveu sair pelos EUA afora, conhecendo outros lugares, cidades, pessoas, tudo por livre e espontânea vontade. Quem nunca quis jogar tudo para o alto e sair em uma aventura dessas na vida? Acho que todos nós. O filme é basicamente sobre isso, sobre liberdade, sobre se libertar das coisas que nos aprisionam como dinheiro, bens materiais, responsabilidades, pressões, para simplesmente viver, sair por aí, sem planos, só a vontade de ser feliz e livre. Talvez um dos poucos filmes que realmente daria nota máxima nos últimos anos pois a maioria do que se produz atualmente é bem comercial e medíocre e não nos faz refletir sobre nada na vida. Esse faz. É o tipo de filme que fica conosco por muito tempo após o assistir.

Como eu já citei o filme é baseado numa história real. O jovem  Chris McCandless (Emile Hirsch) resolve, após se formar no High School, tomar uma decisão crucial em sua vida. Enquanto seus amigos pensam em ir para a faculdade para se formarem e depois arranjarem um belo emprego, Chris não almeja nada disso. O que ele realmente deseja no fundo de sua alma é viver sua liberdade em plenitude, ganhar o mundo, sair por aí em busca de aventuras, conhecer novos lugares, novas pessoas. Indo de um lugar ao outro de carona, vivendo de pequenos empregos por onde passa, Chris sai atravessando os EUA praticamente de costa a costa. Aos que vai conhecendo pelo meio do caminho diz que seu objetivo final é ir para o Alaska, viver nas montanhas, isolado do mundo e de todos, voltando ao estado natural do ser humano. Afinal ele era jovem, desimpedido, descompromissado e dono de seu próprio destino. O filme é lindamente conduzido. Como Chris está sempre em movimento vamos conhecendo a América ao seu lado. Uma rica fotografia tenta capturar a essência daquele país continental. Sua ousadia e audácia fizeram de Chris um ídolo para muitos jovens que até hoje cultuam sua memória pela net. Infelizmente não temos aqui um final feliz. Não ousaria contar nada mas os momentos finais são realmente marcantes. Muitos vão de forma hipócrita afirmar que ele foi apenas um sonhador ingênuo. Bom, isso não é bem uma ofensa já que as maiores conquistas da humanidade nasceram de pessoas como Chris, que tiveram a coragem de serem diferentes, de fugir do convencional. Eu acredito que sua vida é uma bela lição para todos nós. Uma produção que marca realmente. Uma Obra prima.

Na Natureza Selvagem (Into the wild, Estados Unidos, 2007) Direção: Sean Penn / Roteiro: Sean Penn baseado no livro de  Jon Krakauer / Elenco: Emile Hirsch, Vince Vaughn, Catherine Keener,  William Hurt,  Kristen Stewart / Sinopse: Jovem recém formado no colegial decide jogar tudo para o alto para cair na estrada. Ele deseja partir em uma aventura inesquecível, atravessando os EUA de carona, almejando ir para o distante e isolado Alaska onde deseja começar uma nova vida, baseada na simplicidade e longe do materialismo da sociedade atual. Vencedor do prêmio Globo de Ouro na categoria "Melhor Canção" (Guaranteed).

Pablo Aluísio.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Pecados de Guerra

Fracasso de público e crítica em seu lançamento esse Pecados de Guerra merece passar por uma revisão. Lançado no auge da exploração do cinema sobre a Guerra do Vitetnã o filme teve a coragem de mostrar uma história baseada em fatos reais que incomodou e muito a sociedade americana na época. Sempre vistos como heróis os militares americanos no exterior aqui são retratados como criminosos, estupradores e insanos em um conflito sem o menor sentido. Sean Penn faz o Sargento Tony Meserve, um sujeito com ares de psicopata que comete um estupro durante a campanha americana no Vietnã. Já Michael J. Fox interpreta o soldado Eriksson que numa crise de consciência resolve contar tudo o que aconteceu. Obviamente que agindo assim ele ganha a hostilidade imediata de Meserve que o intimida e o ameaça, mostrando que nem as fileiras do maior exército do mundo estão a salvo de psicopatas e criminosos. Sean Penn na época vivia  sua pior fase pessoal. Casado com Madonna ele estava sempre entrando em brigas com Paparazzis que insistiam em tirar fotos de sua esposa nos momentos mais inconvenientes. A verdade pura e simples é que Penn era muito jovem e muito esquentado, sempre se envolvendo em confusões que o levaram inclusive para a cadeia por agressão e desordem.

Seu relacionamento durante as filmagens não melhorou em nada. Confundindo personagem com vida real ele misturou ficção com realidade e partiu para o confronto com o pacato Michael J. Fox fora das telas. Ambos viviam em tensão constante e Fox evitava até mesmo sentar perto de Penn durante as refeições no set. Segundo foi noticiado depois por alguns membros da equipe Penn inclusive chamou Fox para a briga após uma cena particularmente intensa. Tanta dedicação e entrega ao seu personagem porém não adiantaram muito. O público parecia cansado de filmes realistas sobre o Vietnã e o tema envolvendo estupro pareceu pesado demais para a platéia que abandonou os cinemas vazios. Pior para Brian De Palma que começou aí um inferno astral em sua carreira, com sucessivos fracassos que acabaram enterrando sua até então bem sucedida filmografia. De qualquer modo, pelo tema instigante e polêmico o filme merece passar por uma revisão - caso não tenha assistido ainda procure conhecer Pecados de Guerra, um filme forte demais para a década de 80.

Pecados de Guerra (Casualties of War, Estados Unidos, 1989) Direção: Brian De Palma / Roteiro: David Rabe baseado no livro de Daniel Lang / Elenco: Michael J. Fox, Sean Penn, Don Harvey,  John C. Reilly,  John Leguizamo / Sinopse: Durante a guerra do Vietnã um soldado testemunha um estupro promovido por um insano sargento americano. Disposto a falar ele enfrentará todo tipo de pressão e hostilidade para ficar de boca fechada. Baseado em fatos reais.

Pablo Aluísio.

domingo, 4 de março de 2012

A Promessa

Curiosamente um filme que apesar de seus méritos segue pouco conhecido e comentado. Em "A Promessa" o diretor Sean Penn mostra que tem bastante talento em contar enredos edificantes. Jack Nicholson está excelente na pele do policial Jerry Black, um sujeito que em plena aposentadoria resolve solucionar o último caso de sua carreira, custe o que custar. O filme lida com um serial killer pedófilo especializado em assassinar garotinhas de nove anos. Seu modus operandi é sempre o mesmo e com base nisso o personagem de Nicholson não medirá esforços para pegar o verdadeiro assassino. Sua caça beira às raias da obsessão pessoal e o diretor joga muito bem com essa dualidade, deixando o espectador sem saber se o tira está realmente chegando perto do verdadeiro psicopata ou se está simplesmente enlouquecendo! Em essência "A Promessa" vem para confirmar o talento de Sean Penn para a direção. Esse aliás foi apenas seu terceiro filme e o primeiro a contar com uma produção de primeira linha. Seu auge como cineasta porém só aconteceria em 2007 com o precioso "Na Natureza Selvagem" que em breve irei comentar aqui.

O elenco é excepcionalmente bom. Jack Nicholson deixa seus personagens de sorriso maluco para trás e aqui interpreta um sujeito sério, um tanto angustiado e pouco amistoso. Seu trabalho é contido e na minha opinião de excelente nível. Já o elenco coadjuvante conta com nomes especiais. O principal deles é Mickey Rourke. Contracenando pela única vez ao lado de Jack em uma cena muito tocante (embora de curta duração). Vanessa Redgrave, Helen Mirren, Harry Dean Stantom e Benicio Del Toro também marcam presença, com participações pequenas mas importantes dentro da trama. É isso, "A Promessa", dez anos após seu lançamento, merece ser revisto mais uma vez pois funciona tanto como policial como drama existencial. Assista!

A Promessa (The Pledge, Estados Unidos, 2001) Diretor: Sean Penn / Roteiro: Jerzy Kromolowski, Mary Olson, baseado em livro de Friedrich Dürrenmatt / Elenco: Jack Nicholson, Benicio Del Toro, Aaron Eckhart, Harry Dean Stanton, Mickey Rourke,Vanessa Redgrave, Helen Mirren / Sinopse: Jerry Black (Jack Nicholson) é um policial aposentado que resolve solucionar por conta própria o último caso de sua carreira envolvendo um serial killer pedófilo especializado em assassinar garotinhas de nove anos.

Pablo Aluísio.