Título no Brasil: Duelo de Gigantes
Título Original: The Missouri Breaks
Ano de Produção: 1976
País: Estados Unidos
Estúdio: United Artists
Direção: Arthur Penn
Roteiro: Thomas McGuane
Elenco: Marlon Brando, Jack Nicholson, Randy Quaid, Harry Dean Stanton, Kathleen Lloyd, Frederic Forrest
Sinopse:
Um rancheiro decide contratar o pistoleiro Lee Clayton (Marlon Brando) para proteger sua família e sua propriedade. A região está sendo assolada por um bandoleiro e bandido conhecido como Tom Logan (Jack Nicholson), um renegado que agora vive de seus crimes violentos.
Comentários:
Esse western entraria para a história do cinema mesmo que tivesse um fraco roteiro e uma produção ruim (o que definitivamente não é o caso aqui). O fato é que o filme entrou mesmo na história da sétima arte porque reuniu pela primeira e única vez dois monstros da atuação, Marlon Brando e Jack Nicholson. Eram amigos na vida real, se admiravam e eram vizinhos em um bairro nobre de Hollywood. Porém nunca tiveram a oportunidade de atuar juntos antes. Por isso Marlon Brando nem pensou duas vezes antes de aceitar o convite de atuar nesse filme. Ele nem tinha mais pretensões de trabalhar em um faroeste, pois considerava que já havia feito muito pelo gênero cinematográfico, porém a chance de atuar com Jack Nicholson era irecusável. Curiosamente Brando muitas vezes ignorou o roteiro original, trazendo elementos novos para seu personagem. Ele transformou seu pistoleiro em um tipo exótico, dado a bizarrices, como se vestir de mulher. Nada disso estava no roteiro original. Já Jack Nicholson optou por ir em um caminho mais convencional. Seguiu à risca o que pedia o texto. No final de tudo esse "duelo" de grandes atores só teve um vencedor, o próprio espectador, que conseguiu ver dois ícones do cinema no mesmo filme. Realmente um encontro memorável.
Pablo Aluísio.
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sexta-feira, 12 de junho de 2020
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
Duelo de Gigantes
Que tal unir dois dos mais talentosos atores do século XX em um westen, digamos, diferente? Pois foi essa a proposta de "Duelo de Gigantes" que reuniu Jack Nicholson e Marlon Brando em uma obra tão surpreendente como diferente. Em suas memórias pessoais Brando confessa que fez o filme apenas por dinheiro. Como sempre ele estava muito endividado e assim aceitou participar do filme, mas achou o roteiro muito vazio e sem expressão. Só durante as filmagens é que ele teve a ideia de inovar com a figura de seu personagem. Vestiu roupas de mulher, usou um figurino espalhafatoso e exagerado e caprichou na caracterização nada comum do pistoleiro que interpretava. Como era um mito do cinema ninguém ousou ir contra suas decisões durante as filmagens. Outro aspecto curioso de "Duelo de Gigantes" narrado em seu livro foi a falta de respeito do estúdio que não pagou em dia seu cachê combinado. Brando ficou furioso com isso e começou a criar novos problemas. Esquecia as falas, inventava sotaques absurdos para declamar o texto e estragava takes de forma proposital. Até o dia em que um alto executivo foi lhe visitar em seu camarim. Brando deixou claro que se o pagassem em dia provavelmente ele começaria a recordar suas falas e quem sabe até trabalhar direito! Não tardou para que a Warner começasse a lhe pagar conforme estipulava seu contrato!
Marlon Brando e Jack Nicholson eram vizinhos e se admiravam tanto como amigos quanto como profissionais. Brando via em Nicholson um provável sucessor de sua própria carreira. Não eram da mesma geração, quando Jack surgiu no cinema Brando já tinha vários de sucessos na carreira, mas o ator procurou se posicionar num patamar de igualdade com o colega mais jovem. Jack Nicholson, sempre excêntrico, procurou dessa vez não criar muitas encrencas no set, uma vez que Brando já estava criando seus próprios no desenrolar das filmagens. Apesar dos grandes nomes envolvidos, o saldo final se revela um pouco irregular. "Duelo de Gigantes" se destaca por ser diferente, por sair do lugar comum dos filmes de faroeste daquela época. Não chega a ser um filme excepcional, mas as excentricidades de Marlon Brando acabam mantendo completamente o interesse no resultado da obra. De fato o que vemos em cena é um Brando deitando e rolando com os mitos do gênero. Seu pistoleiro, Lee Clayton, é visivelmente andrógino e fora dos padrões. A impressão que temos é que Brando quis mesmo reverter os cânones do estilo. Funciona em certas ocasiões, mas em outras não. De qualquer modo um filme que conseguiu reunir dois mitos desse porte jamais pode ser ignorado pelos cinéfilos e essa é a grande força de "Duelo de Gigantes".
Duelo de Gigantes (The Missouri Breaks, EUA, 1976) Direção: Arthur Penn / Roteiro: Thomas McGuane / Elenco: Marlon Brando, Jack Nicholson, Randy Quaid, Harry Dean Stanton Kathleen Lloyd / Sinopse: Um rico e próspero rancheiro se vê ameaçado pelo constante roubo de seus cavalos na região onde vive. Os roubos são atribuídos a um conhecido renegado, Tom Logan (Jack Nicholson). Para resolver seus problemas ele resolve contratar o pistoleiro Lee Clayton (Marlon Brando), um exótico fora-da-lei que chama atenção não apenas por sua habilidade no gatilho, como também por seu modo nada convencional de se vestir e se apresentar em público.
Pablo Aluísio.
Marlon Brando e Jack Nicholson eram vizinhos e se admiravam tanto como amigos quanto como profissionais. Brando via em Nicholson um provável sucessor de sua própria carreira. Não eram da mesma geração, quando Jack surgiu no cinema Brando já tinha vários de sucessos na carreira, mas o ator procurou se posicionar num patamar de igualdade com o colega mais jovem. Jack Nicholson, sempre excêntrico, procurou dessa vez não criar muitas encrencas no set, uma vez que Brando já estava criando seus próprios no desenrolar das filmagens. Apesar dos grandes nomes envolvidos, o saldo final se revela um pouco irregular. "Duelo de Gigantes" se destaca por ser diferente, por sair do lugar comum dos filmes de faroeste daquela época. Não chega a ser um filme excepcional, mas as excentricidades de Marlon Brando acabam mantendo completamente o interesse no resultado da obra. De fato o que vemos em cena é um Brando deitando e rolando com os mitos do gênero. Seu pistoleiro, Lee Clayton, é visivelmente andrógino e fora dos padrões. A impressão que temos é que Brando quis mesmo reverter os cânones do estilo. Funciona em certas ocasiões, mas em outras não. De qualquer modo um filme que conseguiu reunir dois mitos desse porte jamais pode ser ignorado pelos cinéfilos e essa é a grande força de "Duelo de Gigantes".
Duelo de Gigantes (The Missouri Breaks, EUA, 1976) Direção: Arthur Penn / Roteiro: Thomas McGuane / Elenco: Marlon Brando, Jack Nicholson, Randy Quaid, Harry Dean Stanton Kathleen Lloyd / Sinopse: Um rico e próspero rancheiro se vê ameaçado pelo constante roubo de seus cavalos na região onde vive. Os roubos são atribuídos a um conhecido renegado, Tom Logan (Jack Nicholson). Para resolver seus problemas ele resolve contratar o pistoleiro Lee Clayton (Marlon Brando), um exótico fora-da-lei que chama atenção não apenas por sua habilidade no gatilho, como também por seu modo nada convencional de se vestir e se apresentar em público.
Pablo Aluísio.
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