Mostrando postagens com marcador Andrew Bergman. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Andrew Bergman. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 14 de abril de 2015

Atraídos Pelo Destino

"It Could Happen to You" é uma comédia romântica que fez relativo sucesso na década de 90. O enredo gira em torno de Charlie Lang (Nicolas Cage), um policial de Nova Iorque. Após uma refeição numa lanchonete da cidade ele descobre que está sem dinheiro para dar uma gorjeta para a simpática garçonete Yvonne (Bridget Fonda). Então brincando tira um bilhete de loteria de seu bolso e diz para ela que se ganhar o grande prêmio voltará para dividir todo o dinheiro com ela! Pois bem, naquela mesma noite acontece o inesperado! Ele ganha a bolada de quatro milhões de dólares na loteria da cidade! E agora? Cumprirá a promessa? Nicolas Cage já havia trabalhado antes com o diretor Andrew Bergman no bem sucedido "Lua de Mel a Três" e voltou à parceria.

O roteiro, por incrível que pareça, foi baseado em um fato real! O resultado é bem agradável, lembrando em certos aspectos da ingenuidade bem intencionada dos antigos filmes de Frank Capra. Tudo acontece nesse clima de fábula romântica e tudo mais. Não chega a ser marcante em nenhum momento, porém felizmente não irrita também. Vale a pena pelas boas intenções e pela sempre bela presença de Bridget Fonda, a mais bonita integrante do clã Fonda. Pena que ela hoje esteja aposentada do cinema. Para os fãs de Cage (e ele tem um grande fã-clube no Brasil) é uma boa oportunidade de vê-lo em um papel mais diferenciado em sua carreira.

Atraídos Pelo Destino (It Could Happen to You, Estados Unidos, 1994) Direção: Andrew Bergman / Roteiro: Jane Anderson / Elenco: Nicolas Cage, Bridget Fonda, Rosie Perez / Sinopse: Uma história romântica que começa quando duas pessoas solitárias são unidas por uma situação surreal.

Pablo Aluísio.

sábado, 20 de abril de 2013

Um Novato na Máfia

Outro filme da fase final da carreira do mito Marlon Brando em que ele contracena com um jovem e talentoso ator. Aqui temos Brando dividindo a tela com o ator Matthew Broderick (o eterno Ferris Bueller de “Curtindo a Vida Adoidado”). Seu personagem é claramente uma homenagem / paródia ao seu mais famoso papel, o Don Vito Corleone de “O Poderoso Chefão”. O fato de Brando brincar com esse ícone da história do cinema não foi totalmente bem aceito por muitos críticos que viram na postura do ator um ato de desvalorização com seu trabalho na saga de Francis Ford Coppola. Bobagem, Brando já estava em uma fase da vida que podia até mesmo tripudiar sobre seu próprio mito sem necessariamente sair arranhado em seu prestígio por isso. Aqui ele usa praticamente seu figurino tradicional de chefões italianos mas ao contrário de Corleone que tinha como única preocupação proteger seu clã tudo o que o personagem de Brando deseja aqui é realizar um grande jantar gourmet cujo prato principal era uma iguaria exótica, um animal em extinção.
   
E para transportar o tal réptil surge o tal “freshman” (novato, calouro) do título original, que tentará cumprir sua missão. Em sua autobiografia Brando admite que fez o filme única e exclusivamente por dinheiro. Estava precisando de altas somas pois os inúmeros processos judiciais em que se envolveu ao longo da vida (envolvendo ex-mulheres, filhos, filhas e tudo o mais) o tinham deixado esgotado financeiramente. Mesmo assim o ator deixa claro que gostou do resultado final. O clima no set era ameno e Brando sempre gostou de trabalhar em ambientes assim . Fora isso aconteceu fatos curiosos durante as filmagens. O filme foi rodado na chamada “Little Italy”, bairro de Nova Iorque com forte presença de imigrantes italianos. Brando conta em seu livro que não conseguiu pagar uma só conta nos restaurantes dessa região. Assim que entrava nos lugares era saudado como um verdadeiro herói pelos italianos donos desses estabelecimentos. Some-se a isso o fato de seu prato preferido (Lula) ser de conhecimento notório de todos, o que deixou o ator atônito sobre o vazamento dessa informação pelo bairro (fato que ele atribuiu a Máfia que deixou claro que ele deveria ser tratado com todas as regalias enquanto estivesse em “Little Italy”). Enfim, “Um Novato da Máfia” certamente não é nenhuma obra prima e não pode ser comparado a qualquer outro grande clássico da filmografia de Brando – mas mesmo assim é divertido, agradável, embora inofensivo. Vale como curiosidade e para os fãs de Brando se torna simplesmente imperdível. 

Um Novato na Máfia (The Freshman, Estados Unidos, 1990) Direção: Andrew Bergman / Roteiro: Andrew Bergman / Elenco: Marlon Brando, Matthew Broderick, Bruno Kirby / Sinopse: Jovem inexperiente é contratado por mafioso veterano para realizar uma pequeno serviço: levar uma espécime em extinção para seu restaurante.

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Striptease

A trajetória da atriz Demi Moore é das mais interessantes. Nascida em uma família de classe média baixa ela conseguiu abrir caminho na carreira estrelando comédias juvenis e depois conseguiu fazer a complicada transição para a carreira adulta. Sempre foi considerada uma das mais belas atrizes de Hollywood e também das mais complicadas. Além de seu velho problema com drogas Demi teve uma vida sentimental das mais agitadas. A atriz se envolveu com vários atores famosos ao longo de sua vida e foi freqüentadora assídua das páginas de fofocas das revistas especializadas nesse tipo de assunto. Seu maior sucesso de bilheteria foi “Ghost”, um filme produzido pelo braço adulto da Disney que teve enorme êxito comercial. Depois disso o cachê de Demi, que já não era barato subiu às alturas e ela se tornou um nome realmente poderoso na capital do cinema. Infelizmente depois de “Ghost” sua carreira entrou em parafuso. Os cachês milionários não mais se refletiam em sucessos imediatos, pelo contrário, muitos de suas novas produções foram ignoradas ou então se tornaram grandes fracassos comerciais e de crítica. Para colocar um freio nessa onda de azar, Demi Moore resolveu radicalizar (para alguns ela apelou mesmo, simples assim). A atriz, louca por um grande sucesso, resolveu aparecer nua em cena (ou quase isso). O filme obviamente era baseado e pensado em seu apelo sexual. Logo no pôster Demi aparecia completamente nua (ela já tinha causado polêmica antes aparecendo nua e grávida na capa da revista Vanity Fair, mas agora era diferente).

Embora não fosse mais nenhuma garotinha no auge da forma física, Demi resolveu encarar uma dieta e uma série de exercícios que a deixava realmente em excelente forma física. Como ninguém nesse mundo consegue ser uma unanimidade ela também foi criticada por isso pois surge em cena muito musculosa e até masculinizada para alguns. Bobagem, ela está muito bem nesse quesito, o problema é que isso apenas não justifica a existência de um filme. A verdade é que apesar de todo seu marketing “caliente”, o filme é muito fraco em tudo. O roteiro é mal escrito (chega a parecer uma chanchada barata), o elenco está mal e o argumento praticamente inexiste. Burt Reynolds foi resgatado do ostracismo mas se mostra uma escolha equivocada. Ele não empolga, não cativa e está pessoalmente repugnante em suas aparições. Outro problema de “Striptease” é que ele falha justamente em sua maior proposta: a de ser uma obra sensual e eroticamente interessante. Muito pelo contrário, tudo soa morno nesse aspecto. Demi Moore não está particularmente sedutora e nem sensual. Seu tão falado striptease é tão sem graça, tão rápido, que o espectador sente-se literalmente enganado. Digo isso por experiência própria pois fui um dos (poucos) que pagaram para ver o filme no cinema. Obviamente me dei mal. O resultado foi pífio e “Striptease” naufragou nas bilheterias, também pudera, era realmente muito ruim. Se ainda não viu esqueça, não fará a menor diferença em sua vida de cinéfilo.

Striptease (Striptease, Estados Unidos, 1996) Direção: Andrew Bergman / Roteiro: Andrew Bergman baseado na novela de Carl Hiaasen / Elenco: Demi Moore, Burt Reynolds, Armand Assante / Sinopse: Erin (Demi Moore) perde o emprego de secretária no FBI em razão dos problemas legais envolvendo seu marido. Os problemas a partir daí se sucedem, sem emprego ela perde a custódia de sua filha. Sem alternativas começa a apelar para sua beleza física, se tornando stripper. Nessa nova função ela conhecerá figurões e pessoas influentes mas também se envolverá em novos problemas por causa de sua nova “profissão”. Vencedor de seis categorias no Framboesa de ouro: Pior Filme, Pior Diretor, Pior Atriz (Demi Moore), Pior Roteiro, Pior Dupla (Demi Moore e Burt Reynolds) e Pior Trilha Sonora.

Pablo Aluísio.