sábado, 16 de dezembro de 2023
Os Escribas do Velho Testamento
domingo, 3 de dezembro de 2023
Alexandre I da Rússia
Ele, apesar de fazer parte de uma das elites nobres mais absolutistas da história, acabou tendo uma educação liberal, baseada em muitos dos preceitos e filósofos da França revolucionária. Talvez essa formação iluminista explique vários momentos de seu reinado. De qualquer forma Alexandre I subiu ao trono russo em 1801, após a morte de seu pai. O Czar Paulo foi morto com requintes de crueldade, teve seu crânio esmagado por conspiradores. Alexandre ficou chocado com isso. Pior, o povo russo começou a desconfiar que ele próprio teria feito parte da conspiração. De qualquer forma a Rússia precisava de um novo Czar e Alexandre assumiu o trono, ainda bem jovem. Ele inicialmente revelou-se ser um grande administrador, abrindo escolas por toda a Rússia, ampliando o sistema educacional para formar uma geração de pensadores e intelectuais. Nesse aspecto Alexandre inspirou-se em sua própria história pessoal. O acesso que ele teve aos melhores professores e mestres do mundo o levou em frente para que toda criança russa tivesse também uma educação de qualidade.
Antes porém de levar seus planos administrativos internos adiante estourou as diversas guerras napoleônicas por toda a Europa. É interessante notar que no começo Alexandre I manteve uma certa simpatia por Napoleão Bonaparte e seus ideais. Afinal o imperador francês era fruto da revolução francesa e tendo uma formação iluminista, Alexandre logo simpatizou com a sua causa. Isso porém não durou muito. Sob a verniz de liberal e defensor dos valores revolucionários, Napoleão nutria um desejo de conquista sem fim. No fundo ele queria destruir todas as aristocracias da Europa sem exceção. E isso o colocava em rota de colisão contra o Czar russo. O destino foi selado quando Napoleão resolveu invadir a Rússia. Sua campanha porém foi um desastre. Além da corajosa defesa do exército russo, a própria natureza impiedosa tratou de destruir os planos do imperador francês. A neve, a lama e as terras que pareciam não ter fim foram matando as tropas de Napoleão, tanto de fome como de frio. Na verdade a invasão da Rússia significou o fim das guerras de expansão do violento tirano francês. Após a derrota na Rússia, Napoleão nunca mais seria o mesmo. O curioso é que a guerra também mudou a personalidade de Alexandre. Se no começo de seu reinado ele mostrou-se um homem antenado com os ideais iluministas, no fim de sua vida, tornou-se bem mais conservador e religioso, valorizando o passado e as tradições da sociedade russa.
Nos anos finais de sua vida ele enfrentou problemas internos e externos. Em vários momentos pensou em abdicar, principalmente após a morte de sua filha querida a quem era muito próximo. Durante uma estadia no mar de Azov, o Czar Alexandre caiu doente. Ele havia contraído Malária, uma doença muito séria, sem possibilidade de cura na época. Aos poucos foi declinando até morrer em 1825 com apenas 47 anos de idade. O grande legado de Alexandre I foi ter derrotado Napoleão Bonaparte. Suas iniciativas em melhorar a vida do povo russo também depõem em seu favor. De qualquer forma uma coisa parece certa: pelas conquistas e vitórias Alexandre I deveria ser bem mais lembrado nos dias de hoje.
Pablo Aluísio.
Napoleão Bonaparte - Destruição e Morte no Campo de Batalha
E qual era a posição do louco Napoleão sobre isso? Ele na verdade só lamentava a derrota militar e não as vidas perdidas. Os soldados eram apenas peões em sua estratégia de aniquilar todos os que se colocavam em sua frente. O mais curioso é que sendo um imperador tirano absolutista, o próprio Napoleão era fruto da Revolução Francesa que tinha como principal objetivo justamente acabar com esse tipo de liderança. Era obviamente uma contradição enorme. A Revolução que foi instaurada para depor todos os tiranos acabou levando ao poder um dos mais sanguinários e tirânicos líderes da Europa daquela época.
Com ares de psicopata, Napoleão tinha um carisma fora do comum, fazendo com que o povo francês abraçasse suas loucuras militares. O saldo foi terrível. Milhões de mortos por toda a Europa, fome, peste, caos e desordem em uma proporção poucas vezes vista. Quando o Papa da época morreu Napoleão decretou: "Morreu o último Papa!". Ele odiava o catolicismo e a religião. Na verdade ele queria destruir a religião, Para bancar suas campanhas militares mandou saquear os tesouros do Vaticano. Também houve muita destruição nos arquivos da Igreja Católica. Documentos históricos preciosos que faziam parte do acervo da Igreja simplesmente foram destruídos por militares comandados por Napoleão.
sábado, 2 de dezembro de 2023
Napoleão Bonaparte e Alexandre I
Após literalmente levar uma primeira derrota no campo de batalha, Alexandre entrou em contato diplomático com Napoleão. Queria encontrá-lo pessoalmente. Bonaparte prontamente aceitou e eles se encontraram em território neutro. O mais estranho dessa reunião é que Napoleão ficou encantando com o jovem imperador russo. Chegou a dizer que se ele fosse uma mulher teria se tornado sua amante! Ficou impressionado com o porte nobre do líder russo.
Alexandre era alto, jovem e muito inteligente. O encontro entre os dois resultou em uma aliança contra a Inglaterra, mas o Czar russo sabia que mais cedo ou mais tarde teria que enfrentar o imperador francês no campo de batalha, algo que efetivamente aconteceu porque Napoleão decidiu invadir a Rússia, o que causou sua ruína, já que a campanha foi um desastre. Corroídos pela fome e frio muitos soldados franceses (milhares deles na verdade) morreram na longa e penosa marcha de retirada durante o rigoroso inverno russo.
Pois é, o jovem (e para Napoleão) inexperiente Czar destruiu os exércitos do general francês que era considerado imbatível no campo de batalha. Um feito histórico único! Depois de perder nos campos congelados sem fim da Mãe Rússia, Napoleão perdeu a fama de ser imbatível, de ser perfeito no caminho de suas conquistas. Ele não era fenomenal, era apenas um homem e como tal poderia ser mesmo derrotado, como bem provou Alexandre I e seu bravo exército.
Pablo Aluísio.
domingo, 26 de novembro de 2023
Imperador Romano Otão
Papa Linus
Para alguns historiadores porém Lino não seria o único a ostentar o título de Bispo de Roma em sua época. Ao que tudo indica o poder de se levar adiante a palavra de Cristo em um império que a oprimia pertencia a três homens diferentes, Lino, Anacleto e Clemente. Segundo ainda tradições antigas Pedro teria passado a missão de levar em frente a igreja de Roma diretamente a Clemente, só que esse tinha pouca ambição de ostentar esse título (não se sabe se sua atitude partia de um certo temor de ser morto por autoridades imperiais ou por pura modéstia pessoal). Assim Clemente por ser muito modesto retirou-se logo dessa função. Anacleto por sua vez desapareceu subitamente dos poucos registros que sobreviveram, ficando claro que a partir de determinado momento coube a Lino a condução da Igreja logo após as mortes de Pedro e Paulo.
Não se sabe também com precisão por quanto tempo Lino foi Papa. Há um certo consenso de que ele teria ficado no trono de Pedro por onze anos e oito meses. Apesar da perseguição das autoridades seu pontificado foi considerado pacífico e administrativamente organizado. Ele escreveu um dos primeiros documentos da Igreja, um regulamento que proibia as mulheres cristãs de irem aos cultos sem o véu. Depois que Nero descobriu que Lino era o suposto líder da nova Igreja que nascia, resolveu que ele deveria ser martirizado. Segundo algumas fontes Lino foi morto no ano 78, sob as ordens do cônsul Saturnino. Existe uma lenda que Lino teria feito um exorcismo em sua filha, expulsando um demônio evocando o poder de Jesus.
De qualquer maneira, mesmo sem confirmação histórica precisa, o fato é que o Papa Lino teria deixado uma obra escrita em grego sobre os martírios de São Pedro e de São Paulo, contando também parte de suas histórias. Tal obra teria sido de imensa importância histórica hoje em dia, mas certos estudiosos acreditam que eles sofreram adulterações ao longo da história, sendo os escritos originais perdidos para sempre. A tradicional história do conflito entre São Pedro e Simão, o Mago, teria sido tirado do livro original de Lino. Outra suposição é que os textos teriam sido queimados por autoridades romanas que estavam decididas a destruir o movimento cristão em Roma. Em termos históricos o pontificado de Lino coincide com a invasão e destruição do templo de Jerusálem pelo imperador romano Tito, um fato que causou grande comoção entre os cristãos de Roma. A luta de Lino nos primórdios do cristianismo lhe valeu a canonização. Hoje o Papa é reconhecido pela Igreja Católica como São Lino.
Pablo Aluísio.
domingo, 19 de novembro de 2023
A Profanação dos Reis da França
Imperador Romano Galba
domingo, 5 de novembro de 2023
Imperador Romano Cláudio
sábado, 26 de agosto de 2023
Os Melhores Exércitos da Segunda Guerra Mundial
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Mengele
Para os brasileiros o livro tme um interesse a mais. Acontece que após o fim da II Guerra Mundial, Josef Mengele fugiu da Europa. Certamente se fosse preso por seus crimes seria condenado à morte. Ele então fugiu para a Argentina, onde viveu por alguns anos. O serviço secreto de Israel começou a caçar nazistas fugitivos por essa época. Outro carrasco nazista chamado Adolf Eichmann foi pego pelo Mossad justamente na Argentina. Com medo, Mengele se mudou então para o Paraguai. Conforme os caçadores de nazistas iam seguindo seus passos ele, novamente com receios de ser capturado, decidiu então fugir para o Brasil. Morou em uma fazenda em Serra Negra e depois se mudou para uma pequena casinha de periferia, um bangalô, em Eldorado Paulista, onde viveu seus últimos anos. Acabou morrendo na praia de Bertioga, após sofrer um AVC. Nunca pagou pelos seus crimes horrendos perante um tribunal internacional de crimes de guerra.
O livro disseca não apenas a vida de Mengele após sua fuga, como também as falhas do Mossad em capturá-lo. Ele morreu aos 67 anos de idade, ou seja, houve muito tempo para que o serviço secreto de Israel o capturasse. Porém problemas internos do próprio Mossad atrapalharam muito nessa caçada. Todos esses problemas de bastidores estão retratados no livro. Também são descritos as diversas teorias que eram levantadas na época. Muitos diziam que Mengele vivia em uma fortaleza nas selvas da América do Sul, cercado de homens armados e tudo o mais. Tudo besteira. O segredo para que Mengele continuasse solto foi seu modo de vida. Ele assumiu a identidade de um idoso no Brasil, o "Seu Pedro", que trabalhava com carpintaria e adorava as crianças.
Os últimos anos de Mengele no Brasil foram de pobreza. Ele vivia numa casinha, tinha muitos problemas de saúde e passou por muitas dificuldades financeiras. Sua família na Alemanha de vez em quando mandava dinheiro para ele sobreviver, mas não era suficiente. Seu filho Rolf o visitou uma única vez, em 1977, em Eldorado. Encontrou uma ruína de homem. Doente, pobre, vivendo em eterna paranoia de ser pego. Nada lembrava o oficial nazista da SS que tinha orgulho de sua posição dentro do III Reich alemão que deveria ter durado mil anos. De jovem médico, numa das melhores universidades da Alemanha, ele se tornou um fugitivo pelo resto da vida. O nazismo acabou com sua vida, mas ao mesmo tempo tudo leva a crer que ele jamais abandonou a ideologia de atrocidades que abraçou quando foi para as fileiras da SS. Enfim, um livro muito bom, muito bem escrito, produzido em cima de grande pesquisa. É especialmente recomendado para historiadores e pessoas que geral que queiram conhecer um pouco mais sobre a loucura e a atrocidade nazista e seus efeitos nefastos em todos os que cruzaram seu caminho.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 3 de setembro de 2019
Os Vícios de Hitler
Título Original: Hitler's Hidden Drug Habit
Ano de Produção: 2014
País: Inglaterra
Estúdio: National Geographic
Direção: Chris Durlacher
Roteiro: Chris Durlacher
Elenco: Ewan Bailey, Adolf Hitler, Bill Panagopulo, Theodor Morell, Henrik Eberle, Sarah Bailey
Sinopse:
O documentário explora os diversos problemas de saúde do ditador nazista Adolf Hitler e sua crescente dependência em drogas ministradas por seu médico particular Dr. Theodor Morell.
Comentários:
Hitler era vegetariano, só procurava comer grãos, mas mesmo assim desenvolveu uma série de doenças crônicas durante a II Guerra Mundial. Amparado por seu médico pessoal, o Dr. Theodor Morell, um misto de charlatão e oportunista, ele foi ficando cada vez mais dependente de uma infinidade de droga pesadas, conforme a sua Alemanha nazista começava a perder a guerra. O diário e os registros médicos do Morell sobreviveram ao tempo e se tornaram peças fundamentais da história do III Reich. Entre as revelações mais interessantes ficamos sabendo, por exemplo, que Hitler desenvolveu dependência de uma droga que foi considerada uma predecessora da heroína e cocaína. Isso mesmo, enquanto a propaganda nazista propunha uma juventude alemã sadia, forte, adepta de exercícios físicos, seu próprio líder afundava no vício em drogas pesadas. Outro fato curioso é a revelação que Hitler em seus últimos dias estava sofrendo do Mal de Parkinson, como bem demonstram imagens recuperadas da época e que foram excluídas da propaganda por mostrar as mãos de Hitler com os típicos tremores dessa doença. Nos Estados Unidos esse documentário também é conhecido como Nazi Junkies (Os nazistas drogados). Enfim, mais um excelente resgate histórico da National Geographic expondo detalhes sórdidos, inéditos e em alguns casos, esquecidos da história mundial.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Hitler: Um Retrato de Família
Após voltar da I Guerra Mundial Hitler se interessou pela política. Com a Alemanha em frangalhos ele foi com seu discurso raivoso ganhando degraus na escada do poder. Usando de uma retórica furiosa e seguido por um grupo de fies e leais seguidores seu partido nazista logo chegaria ao poder. Por trás do líder forte da Alemanha porém havia também um homem com vida familiar caótica. Apaixonado pela sobrinha viu a mesma se suicidar pouco tempo depois. Depois teve que lidar com outro sobrinho que fugiu para os EUA em campanha aberta contra o tio. Havia suas irmãs e um irmão que ganharam muito com a guerra e a ascensão política de Hitler. Todas essas histórias e muitas outras podem ser conferidas nesse documentário que está sendo exibido com freqüência na programação de nossas tvs por assinatura. Um dos pontos altos dessa produção é a exibição pela primeira vez de várias cenas captadas por Eva Braun de seu marido. Imagens captadas por uma pequena câmera portátil. São curiosas as tomadas pois vemos em cena um Hitler na intimidade, brincando com seu cão preferido e crianças, rindo e de bom humor, completamente à vontade em seu refúgio nos Alpes. Muito longe da visão oficial do Estado nazista que vendia a imagem de um líder infalível. Não deixa de ser incrível saber que um homem como aquele, de gestos educados e elegantes, que gostava de pintura e música, era o mesmo que dirigia uma máquina industrial de morte que enviava para fornos crematórios e câmeras de gás mulheres, velhos e crianças judeus. Muito provavelmente essa dualidade em sua personalidade seja o grande chamariz de sua figura pública até mesmo nos dias atuais. Um personagem histórico contraditório e complexo, responsável direto pela morte de milhões de pessoas e que ainda sucinta terror e pavor em muitos sobreviventes do holocausto nazista. O documentário não desvenda esse lado do ditador mas serve para jogar mais uma luz nesse enigma chamado Adolf Hitler.
Hitler: Um Retrato de Famíla (Die Hitlers - Eine Familiengeschichte, Alemanha, 2005) Direção: Kai Christiansen / Roteiro: Kai Christiansen, Wolfgang Zdral / Sinopse: Documentário Alemão que tenta desvendar a personalidade do ditador Adolf Hitler por meio de seus antepassados e familiares.
Pablo Aluísio.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
As Irmãs Romanov
Depois de alguns meses lendo esse excelente livro histórico finalmente cheguei ao seu final. O título pode enganar, já que não é apenas a história das irmãs Olga, Tatiana, Maria e Anastásia, as filhas de Nicolau II. O livro traz uma visão bem mais ampla, mostrando em detalhes o casamento de seus pais, o problema de saúde do filho mais novo, herdeiro do trono, o pequeno Alexei e também o envolvimento do guru Raspudin dentro da corte imperial. Tudo muito bem escrito, em linguagem acessível e que prende realmente a atenção do leitor. É um livro agradável de se ler.
Essa família imperial Romanov provavelmente seria mais uma na longa história da dinastia que reinou na Rússia por mais de 300 anos. O problema é que eles seriam os últimos no poder. Foram engolidos em cheio pela revolução russa que não deixou pedra sobre pedra do antigo regime. A questão política obviamente é explorada, mas o foco do livro muitas vezes internaliza dentro da intimidade do núcleo familiar. A imperatriz era neta da grande rainha Vitória da Inglaterra. Alexandra era uma mulher tímida e muito reservada e isso não ajudou na manutenção do trono imperial russo. Ela isolou sua família da própria corte russa. Eles viviam nos palácios praticamente isolados e esse isolamento foi um fator de distanciamento do imperador dos demais nobres.
É um livro muito bom em minha opinião, que praticamente desvenda em detalhes a vida dessa última família imperial, entretanto não é isento de falhas. A maior falha, ao meu ver, vem do capítulo final. Como se sabe a família Romanov foi executada por fuzilamento. Talvez por ter sido algo brutal demais, a autora apenas cita indiretamente a morte deles. Há claramente um certo pudor em relatar aquele triste evento. De qualquer forma mesmo essa superficialidade final não atrapalha o livro em seu conjunto. Olhando para o todo, trata-se realmente de uma obra literária acima da média.
Pablo Aluísio.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Imperador Romano Calígula
Quando Tibério morreu, o trono foi por direito de sucessão para Calígula. E em seus primeiros meses como imperador tudo saiu muito bem. O novo imperador se mostrou sensível aos problemas dos pobres em Roma. Mandou distribuir alimentos, mandou prestar assistência médica de graça ao povo, ajudou os miseráveis. Por isso passou a ser um imperador muito adorado por seu povo. Foi um começo de governo impecável. As pessoas da plebe o amavam e tudo parecia levar a crer que ele seria um dos grandes imperadores de Roma. Só que o jovem imperador caiu doente de uma febre misteriosa. Ele ficou semanas entre a vida e a morte e quando voltou estava transformado... para pior! Historiadores acreditam que Calígula se levantou de sua cama com algum problema mental. Seus atos e atitudes passaram a sugerir que ele havia enlouquecido. Calígula começou a tomar atitudes bizarras. Afirmou que iria nomear seu cavalo senador ou cônsul de Roma. Determinou que as mulheres do senado se tornassem prostitutas em prol de império. Começou a ter um relacionamento escandaloso com suas próprias irmãs, sugerindo incesto abertamente. As orgias sexuais sem fim, os banquetes extravagantes, as violências diárias contra inocentes, tudo sugeria que Calígula havia mesmo perdido a razão, estava completamente insano.
O povo de Roma ficou alarmado ao ouvir certas histórias afirmando que o imperador havia estuprado mulheres, que tinha abusado de crianças, como seu tio Tibério havia feito no passado. O Imperador era um criminoso, um estuprador, um pedófilo, um pederasta e um assassino. Enquanto cometia crimes contra outras pessoas o exército manteve sua lealdade. O problema é que Calígula começou a punir e matar generais de alta patente. Então as legiões romanas se revoltaram contra ele. O imperador louco devia ser morto, gritavam os legionários. Com apenas 28 anos de idade, o jovem que era tão promissor foi morto por soldados romanos. Foi morto com golpes de espada. Sua morte colocou o império em um caos político sem precedentes e o próprio exército romano resolveu o problema elevando seu tio Cláudio ao posto de imperador. Foi o fim de um curto reinado de muitas mortes, loucuras e insanidade. A história de Calígula foi mais uma comprovação da famosa frase do jurista e filósofo Montesquieu. Séculos depois esse cientista político iria dizer que o homem sempre iria abusar do poder político caso o poder não tivesse mecanismos de frear esse mesmo poder, surgindo dai sua famosa teoria da separação dos poderes, sendo separados o poder executivo do poder legislativo e do poder judiciário. Uma lição de direito e política até hoje aplicada nas grandes democracias ao redor do mundo. O poder corrompe e enlouquece, eis a grande lição da história desse imperador romano da antiguidade.
Pablo Aluísio.
A Maldição do Rei
O caso mais grave foi o de Carlos II. Ele era filho de um tio mais velho com sua sobrinha jovem. O rapaz nasceu cheio de problemas físicos e mentais. Tinha apenas um testículo, atrofiado e preto como carvão, a cabeça enorme era cheia de água, os pulmões atrofiados, o coração minúsculo e os intestinos apodrecidos. Carlos II tinha problemas para comer por causa da mandíbula deformada. Não conseguia falar direito. Era impotente e infértil, não podendo gerar filhos. O povo começou a dizer que o Rei era amaldiçoado e ele próprio, diante de tantos problemas, se convenceu disso.
Dito como muitas vezes como um monstro por cronistas da época, ele herdou o trono da poderosa Espanha aos 4 anos de idade, quando seu envelhecido pai morreu. A maioria das pessoas da corte sabiam que Carlos II não tinha condições físicas e nem mentais para reinar. Diziam que era retardado mental, que não conseguia aprender a ler e nem escrever. Porém o reino da Espanha tinha que seguir em frente de todo jeito. Assim ele acabou tendo que se casar para ao menos gerar um herdeiro. E toda essa crise aconteceu no momento em que a Espanha era uma potência mundial, com uma grande e poderosa marinha.
Os dois casamentos que teve foram casamentos infelizes. Primeiro com a sobrinha do rei francês Louis XIV. Quando ela soube que iria casar com o monstro espanhol caiu de joelhos pedindo ao tio que não fizesse isso. Porém o Rei Sol foi inflexível e ela foi mandada para a Espanha para um casamento infeliz e sem filhos. Morreu jovem, provavelmente envenenada. A segunda esposa foi Maria Ana de Neuburgo. Mulher vil e ambiciosa que só queria saber de poder e dinheiro. Geralmente dava surras no próprio marido e o chamava de cão deformado. Acabou também morrendo jovem, de forma misteriosa. O Rei Carlos II também não foi muito longe. Morreu aos 36 anos de idade, por causa das inúmeras doenças genéticas que tinha. Um monarca que chegou a ser taxado de enfeitiçado pelos seus próprios súditos teve uma existência infeliz e curta. Sua morte, no ano de 1700, sem herdeiros, colocou fim à dinastia Habsburgo na Espanha.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O Rei Franco e os Bárbaros
Com a queda do Império Romano do Ocidente ocorreu um fato historicamente curioso. Antigos grupos que eram considerados bárbaros pelos romanos, começaram a combater outros bárbaros invasores, se colocando na posição de civilizados (que Roma sempre se colocou) para destruir os bárbaros pagãos que desciam para o Sul da Europa, causando destruição e morte por onde passavam.
Quando os Francos surgiram, eles foram vistos pelos legionários romanos como bárbaros selvagens. Porém com o tempo esses grupos se uniram e formaram o Reino dos Francos. Eles também adotaram o cristianismo como religião. Assim surgiram os primeiros Reis Francos, em dinastias que posteriormente, no passar das gerações, iriam formar o moderno Estado da França, tal como conhecemos nos dias de hoje. E entre esses Reis pioneiros, que ficavam ali no limiar da transformação do Reino Franco na França medieval tivemos um que se destacou em guerras contra os bárbaros do Norte.
O Rei Franco Quildeberto é considerado o segundo monarca da história da França, membro da dinastia Merovíngia, filho de Clóvis I, dado pelos historiadores como o primeiro Rei da França. Nasceu em 496 e viveu até 13 de dezembro de 558, quando faleceu de causas desconhecidas. Viveu por 62 anos e foi um autêntico rei medieval. Teve a boa sorte de herdar as melhores terras quando seu pai morreu. Como se sabe o Rei Clóvis I deixou suas terras para seus filhos. Quildeberto herdou Paris, a cidade que já se destacava dentro do reino, que em breve iria se tornar sua capital.
Esse monarca Franco teve dois grandes inimigos em sua vida. O primeiro era representado por reinos da península itálica, em especial o reino da Borgonha. Foi seu inimigo visceral. O próprio rei francês marchou sobre as terras desse reino e após uma campanha violenta conseguiu tomar suas principais vilas e cidades. Nessa mesma campanha militar tomou de assalto as cidades medievais de Mâcon, Genebra e Lyon. Depois executou o Rei de Borgonha com ares de sadismo. Mandou prender seu corpo em duas carroças e depois esquartejou seus membros quando os cavalos saíram em disparada.
Outro inimigo sempre presente era o Reino dos Visigodos. Povo bárbaro que havia contribuído pela queda de Roma, os Visigodos eram conhecidos pela violência no campo de batalha. Muitas cidades francesas eram atacadas por eles. Os Visigodos também não seguiam o cristianismo, o que os colocava em roda de colisão com o Reino Franco cristão. Assim o Rei Quildeberto decidiu enfrentar o problema de frente, vencendo esses povos bárbaros numa campanha que custou muito dinheiro aos cofres reais. Crônicas afirmam que em um só dia de batalha morreram mais de 40 mil soldados, o que se tratando da Idade Média era uma carnificina sem precedentes.
Em uma dessas campanhas o Rei contraiu um mal desconhecido, que até hoje não é bem determinado pelos historiadores. Seus soldados diziam que era bruxaria feita por bruxas pagãs dos Visigodos. De uma maneira ou outra o Rei não resistiu. Morreu por causa dessa misteriosa doença, caindo de seu cavalo, ainda com uma espada na mão, indo parar direto na lama do campo de batalha. Seus oficiais acabaram levado seu corpo de volta a Paris para seu enterro. Seu corpo seria vilipendiado séculos mais tarde por membros da revolução francesa que profanaram e destruíram todos os corpos de reis da França que tinham sido sepultados na Basílica de Saint-Denis. Esse sim um ato de puro barbarismo.
Pablo Aluísio.
As Mentiras da Revolução Francesa
O material era tão vasto que até hoje historiadores encontram novos textos que desconheciam. E qual era o teor dessas publicações anônimas? Praticamente sempre os mesmos, atacando a rainha de todas as maneiras mais vis, a retratando como uma mulher sem valores morais, uma prostituta, uma devassa, uma mulher depravada em sua vida pessoal. Tudo mentira. Maria Antonieta era mais puritana que todos os que a ofendiam. Ela foi injustiçada sem dó e nem piedade por esses difamadores e caluniadores, muitos deles membros do que viria a ser a Revolução Francesa, mas também nobres nefastos, que jogavam contra a própria monarquia. A ironia histórica foi que muitos deles tiveram suas cabeças cortadas pela guilhotina na fase mais fanatizada da revolução francesa.
Alguns desses textos retratavam Maria Antonieta em gravuras. Essas gravuras eram pornográficas, mostrando a rainha fazendo sexo com vários homens, com criados e até com animais. Não havia limites para a baixaria. O pior de tudo é que muitos franceses do povo acreditaram nessa rede de difamação. Isso, penso, foi fruto de um sentimento de ressentimento contra a realeza. Afinal não era fácil passar fome enquanto uma nobreza completamente dada a excessos de pompa e riqueza desfrutava dos maiores luxos do Palácio de Versalhes. Porém nada disso justificaria a mentira que era levantada contra a rainha.
Provavelmente Maria Antonieta só traiu seu marido uma única vez e mesmo assim em uma situação sui generis. A rainha nunca teve a oportunidade de escolher com quem iria se relacionar, com quem se casaria. Ela de certa forma foi vítima de sua dinastia que a usou como mera peça do jogo político de sua época. Se apaixonar verdadeiramente pelo nobre Axel von Fersen foi certamente seu único pecado. O crime de amar alguém verdadeiramente.
Até a famosa frase atribuída à rainha "Que comam brioches!" era uma mentira, uma fake news. Essa mesma frase já havia sido atribuída antes para a esposa de Luís XIV e para duas amantes de Luís XV e nenhuma delas havia dito nada nesse sentido. Era uma frase inventada por adversários políticos, tudo com o objetivo de atacar os membros da nobreza francesa. Esse aliás é um consenso entre historiadores, após consulta em milhares e milhares de documentos da época. Os revolucionários franceses chegaram ao absurdo de acusar Maria Antonieta de ter um caso com o próprio filho, um incesto na família real. Qual era a verdade sobre isso? Nada, uma mentira deslavada feita para impressionar opiniões mais bobas, mentes mais simples. Assim fica mais que claro que ela foi vítima, da mentira e da propaganda política de forma mais rasteira. Tudo fruto da mente dos revolucionários franceses.
Pablo Aluísio.
A Derrota de Napoleão Bonaparte
O marco final da derrota de Napoleão Bonaparte é colocada como sendo a Batalha de Waterloo. Uma visão de historiadores, não completamente equivocada. Porém se formos pensar bem, analisar de forma mais sensata os capítulos históricos, veremos que a verdadeira derrota de Napoleão Bonaparte se deu na Rússia, em solo russo, onde ele realmente, de fato, foi humilhado, derrotado e teve seu exército destroçado. Desse ponto em diante a Europa entendeu que Napoleão Bonaparte não era invencível. Longe disso, ele era tocável e podia ser derrotado.
Muito já foi escrito sobre a derrota de Napoleão Bonaparte na Rússia imperial do Tsar Alexandre I. Livros e mais livros foram elaborados, contando em suas páginas a derrota fulminante que os exércitos de Napoleão sofreram naquela ocasião. Porém dois fatos se sobressaem nesse campo. O primeiro é que o "General Inverno", como foi apelido o frio polar russo, foi deciisivo para que Napoleão saboreasse o gosto da derrota total. Seus homens não tinham uniformes adequados para aquele inverno - ou poderíamos dizer inferno? Sem comida, roupas adequadas, o soldado napoleônico simplesmente morreu de fome e frio nas terras sem fim da mãe Rússia. Foi, lamento dizer isso, uma morte justa. Os franceses eram invasores, não tinham que estar naquelas terras.
Outro fato histórico inegável que contribuiu para a destruição das tropas de Napoleão Bonaparte foi a estratégia de "Terra Arrasada", ou seja, os russos, antes da chegada dos franceses, queimaram tudo. Queimaram as casas, os prédios e o mais importante, as provisões. Sem ter o que comer, os soldados franceses sentiram fome como nunca tinham sentido antes. E aqui podemos notar que Napoleão Bonaparte não era o gênio militar que se dizia dele. Um fato que não pode faltar a tropas em guerra é justamente os provimentos, a comida para manter os homens lutando. Sem isso só há fome, morte e destruição. Uma guerra se perde por puro e simples despreparo do seu comando.
Outro aspecto a se considerar sobre os erros de Napoleão Bonaparte é que ele fazia campanhas militares sem objetivos. Qual era o objetivo de invadir a Rússia? O que ele queria fazer em Moscou, por exemplo? Apenas encher seu próprio ego pessoal? Se foi isso se deu muito mal, pois a derrota no solo russo destruiu sua imagem como militar genial. Ele não era genial, vamos falar a verdade. O mesmo aconteceu no Egito. Sem planos de permanência as tropas franceses não suportaram ficar muito tempo na terra dos faraós. Napoleão Bonaparte também não tinha planos para a Rússia. Nada planejado para o dia após a invasão. Não havia plano político, nem nada. Era apenas invadir por invadiir, para mostrar ao resto da Europa que ele podia fazer isso. Só que não podia e foi solenemente derrotado por esse erro estratégico sem nenhum sentido concreto.
Outro fato é que Napoleão Bonaparte dava pouco ou nenhum valor para a vida humana. Quando ele fugiu da Rússia, dentro de um pequeno veículo puxado por cavalos, ele viu com os próprios olhos a desgraça que se abatia sobre os homens de seu exército. E segundo relatos da época, Napoleão não expressou qualquer sentimento de compaixão por aqueles soldados que estavam morrendo de fome e frio. Ao contrário disso mandava seu cocheiro bater mais e mais nos cavalos para ele sair o mais rapidamente possível da Rússia, alcançar a fronteira. E enquanto passava à toda velocidade, os homens ficavam caídos, mortos na neve.
Pablo Aluísio.
domingo, 2 de outubro de 2011
História & Literatura - Edição II
Esse personagem, segundo historiadores, tem entre 7 a 6 mil anos, desde sua criação original. Ele já era citado no Livro dos Mortos do Egito Antigo. Seria o barqueiro que iria ajudar os falecidos a atravessarem o rio das almas perdidas que ficava entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Para realizar essa travessia ele cobrava o valor de duas moedas de prata. Por isso, durante séculos, as pessoas eram enterradas com duas moedas sobre os olhos ou então uma moeda dentro da boca. Era para pagar o barqueiro do inferno.
A mitologia grega deu novos contornos a esse personagem da literatura. Ele ganhou um nome, Caronte, e uma origem. Ele seria na verdade filho de dois deuses, sua mãe era a deusa do caos e seu pai era o deus da escuridão. Ao cair em desgraça com Zeus ele teria sido amaldiçoado. De jovem grego belo e vigoroso, seria transformado em um esqueleto ambulante que passaria a eternidade atravessando os mortos para seu destino final. Ganhou um capuz negro que esconderia sua verdadeira face horrivelmente macabra. Caronte na mitologia grega também ganhou um irmão, chamado Corante, a quem mataria, jogando nas águas vermelhas do rio que atravessava. Por isso se tornaria duplamente amaldiçoado, para todo o sempre.
Séculos depois de sua criação essa estranha figura ainda iria ganhar mais uma releitura, no clássico escrito por Dante Alighieri, A Divina Comédia. Ele seria um dos primeiros personagens a surgir na história do homem que iria até o inferno. Esse barqueiro do inferno, como descrito por Dante, iria entrar definitivamente no inconsciente coletivo da humanidade. E a visão do inferno por Dante também jamais seria esquecida, a tal ponto que é quase impossível pensar no inferno hoje e não vir à mente as imagens de um lugar em chamas, povoado por demônios e almas em eterno sofrimento. Dante criou o inferno tal como pensamos hoje. E é curioso também perceber que o barqueiro atravessou três grandes religiões, a do Egito antigo, a da Grécia e finalmente a do mundo judaico cristão, sendo também uma das figuras de literatura mais conhecidas do mundo. De certa maneira, Caronte ganhou mesmo a imortalidade, tal como quis Zeus na mitologia grega.
O Faraó Akhenaton e o Deus único
O Faraó Akhenaton está presente, mesmo que de forma indireta, nas maiores religiões monoteístas do mundo em que vivemos. E poucos percebem isso. Ele foi o primeiro grande líder religioso da história - na época o Faraó era não apenas um líder político, mas igualmente um líder religioso - a sustentar a crença em apenas um único Deus. De certa maneira Akhenaton criou o monoteísmo, tal como conhecemos. Nesse aspecto concordam todos os historiadores e arqueólogos modernos. Ele foi, ao seu modo, um Faraó bastante revolucionário em seu tempo.
A religião antiga era povoada de muitos deuses e deusas. Dezenas deles, cada um com sua próprias características divinas. Algo que as religiões da Grécia e da Roma antiga iria herdar. Só que o Faraó Akhenaton pensava diferente. Ele acreditava que havia apenas um único Deus que havia criado todas as coisas e todo o universo. Em um tempo primitivo como aquele ele associou essa entidade divina única ao Sol. Sim, sem o Sol não haveria vida. As plantas não cresceriam, o Rio Nilo não teria suas temporadas de cheia, tornando fértil os campos ao seu redor. Assim se havia um deus apenas, esse seria o Deus Sol. Todos os demais deuses não existiam. Eram apenas criações humanas.
Claro que essas ideias escandalizaram a classe sacerdotal que basicamente vivia das ofertas aos muitos templos que existiam no Egito. Cada um templo era dedicado a um deus do Egito antigo. Com as novas crenças do novo Faraó todo esse sistema era colocado em dúvida. Não tardou para que o clero da época considerasse Akhenaton um maldito, um Faraó herege e amaldiçoado. Esse duelo de teologias levaria o Faraó e seu deus Sol ao banimento no Egito, porém as sementes estavam lançadas, para sempre na história da humanidade. O povo judeu, que vivia como escravo no Egito, adotou essa forma de pensar. E eles também passaram a acreditar na existência de apenas um Deus, claro o seu Deus e não o Deus Sol de Akhenaton. As bases da crença monoteísta, que faz parte da colunas das maiores religiões do mundo atual, foram erguidas por esse singular Faraó do mundo antigo. Quem diria...
Os Arquivos Secretos Russos sobre Hitler
Recentemente os russos admitiram que possuem dois fragmentos que são os últimos resquícios dos restos mortais do ditador nazista Adolf Hitler. Se trata de parte da mandíbula, com dentes preservados e um pequeno fragmento de seu crânio. Os russos investigaram a fundo os últimos momentos do ditador nazista e traçaram um quadro de seus últimos momentos de vida. Como se sabe Hitler se matou quando os Soviéticos invadiram Berlim.
Nos arquivos os agentes russos da época não chegaram a uma conclusão definitiva. Eles não souberam precisar como o líder nazista alemão havia morrido. Havia duas hipóteses. A primeira é que ele teria tomado uma cápsula de cianureto. A segunda dizia que ele teria dado um tiro na cabeça. Depois de morto seu corpo foi levado para fora do bunker onde ele se escondia. Alguns oficiais do exército jogaram gasolina em cima e tocaram fogo. Nesse mesmo lugar uma bomba cairia depois. Quando os russos chegaram havia pouco de seu corpo a recuperar.
Hitler não queria que seu corpo fosse exibido como um trófeu pelos russos. Por isso decidiu que não deveria sobrar nada. Porém sobrou pequenos vestígios de seus restos mortais. Esses foram levados para Moscou e ficaram anos classificados como "arquivo secreto", sem acesso por outras pessoas que não fossem autorizadas pelas autoridades soviéticas. Só em 2008 esses restos mortais foram disponibilizados a cientistas e pesquisadores internacionais. Os testes foram conclusivos. Eles pertenciam mesmo ao ditador nazista. Foi tudo o que sobrou de seu III Reich, que deveria, na visão dos seus seguidores, durar mil anos.
Lilith, primeira esposa de Adão ou demônio?
Alguns textos antigos trazem a lenda de Lilith. E quem seria essa mulher? Para uma linha do judaísmo mais antigo e envolvido no misticismo, Lilith era na verdade a primeira mulher de Adão, anterior até mesmo ao surgimento de Eva. Lilith nasceu tal como Adão, foi criada da mesma forma que Adão. Já Eva teria nascido de sua costela. Por essa razão Adão teria usado a expressão "Essa sim é carne da minha carne e ossos dos meus ossos". Se Eva era carne de sua carne, então Lilith teria surgida de outra maneira. Criada tal como Adão no começo da humanidade, em seus primórdios.
Em textos judaicos surgidos por volta do século VII, Lilith tem sua história completa contada. Ela teria sido sim a mulher de Adão, a sua primeira mulher. Porém ela tinha uma personalidade rebelde. Quando ia fazer sexo com Adão só aceitava ficar por cima. Era desobediente e dona de si. Por essa razão Adão a baniu do paraíso. Lilith então teria se transformado em um demônio. Perceba que a história dessa personagem corrobora e muito com a visão de que Lilith teria sido a primeira feminista da história.
Já em sua segunda encarnação como demônio, Lilith passaria a matar crianças no berço, como uma forma de vingança, de ira com o que teria lhe acontecido no passado. Artefatos antigos encontrados em Israel, datando de séculos no passado confirma que o povo judeu antigo tinha essa crença. Eram objetos de natureza religiosa e mística, contra a presença de Lilith nos quartos das crianças de berço.
Hoje em dia historiadores da religião antiga acreditam que Lilith foi uma deusa antiga, provavelmente adorada por povos que viviam na Mesopotâmia. Sua tradição teria chegado ao povo hebreu e aí recebeu uma nova conotação, inclusive com novas origens, etc. E de fato antigos deuses geralmente acabavam virando demônios dentro da literatura produzida na religião judaica. Era uma forma de impedir que fossem adorados como deuses dentro seio do povo judeu.
Recentemente assisti, pelo Youtube mesmo, um documentário sobre a sangrenta Batalha de Stalingrado. É um documentário em 3 partes, cuja oportunidade só tive de ver 2, logo a primeira e a última parte. Na parte 1 acompanhamos as ordens de Hitler para que o sexto exército alemão tomasse de todas as formas a cidade de Stalingrado. Qual seria a razão? Pelo simples motivo da cidade trazer o nome de Stálin. Sim, um mero capricho de Hitler. Ele acreditava que ao tomar a cidade a moral de suas tropas iriam elevar-se. Bobagem.
Os alemães chegaram com 300 mil militares nas portas da cidade soviética. Inicialmente acharam que seria uma vitória fácil. Em 1 semana tomariam a cidade. Erraram feio. Não apenas os soldados do exército vermelho que estavam na cidade lutaram bravamente, como também os civis. Foi uma batalha de muitas baixas de ambas as partes. Uma daquelas batalhas de se lutar porta a porta, casa a casa, ruela por ruela. Os russos colocaram franco atiradores nos altos dos prédios. Esses miravam nas cabeças dos militares do III Reich. Foi um massacre.
Os soldados nazistas tiveram uma péssima surpresa. Primeiro pela morte de 200 mil homens na luta de guerrilha violenta de Stalingrado. Depois quando os 100 mil sobreviventes do exército de Hitler descobriram que havia 1 milhão de soldados russos os cercando. Eles tinham chegado da Sibéria com gosto de gás. O resultado? Os alemães ficaram presos em um lugar que chamaram de "o caldeirão". Os russos vieram por trás e os dizimaram, sem dó e nem piedade. No final da batalha de Stalingrado, dos 300 mil homens da Alemanha, apenas seis mil retornaram para casa. 294 mil soldados e oficiais do III Reich foram mortos e jamais voltaram dessa sangrenta e inesquecível batalha que foi considerada a primeira grande derrota de Hitler na II Grande Guerra Mundial.
Pablo Aluísio.