Ontem, finalmente assisti ao filme Blonde. Essa produção, que se propõe a contar parte da história da atriz Marilyn Monroe, tem sido alvo de polêmicas desde seu lançamento. Antes de qualquer coisa, é importante salientar que o filme não é baseado estritamente na biografia de Marilyn Monroe. Na realidade, é a adaptação de um romance escrito por Joyce Carol Oates que, por sua vez, traz elementos da vida da famosa diva do cinema clássico. E nesse ponto encontro o maior mérito desse filme. A narrativa não é convencional. Muito pelo contrário, ela navega por um viés mais psicológico, tentando captar as emoções, as dores emocionais e os pensamentos confusos da artista em sua trajetória. Por ter essa narrativa tão diferenciada, o filme é mais recomendado para quem conhece mais em profundidade a vida da atriz. Esse roteiro não está preocupado em explicar as coisas de forma muito detalhada. O espectador tem que ter um certo grau de conhecimento sobre Marilyn para entender todas as nuances dessa linha de narração do roteiro.
De forma em geral, gostei bastante do resultado artístico desse filme. Achei o roteiro muito inteligente e muito bem construído no lado psicológico da atriz. Expõe as dores emocionais que ela sofreu nos momentos mais cruciais e cruéis de sua vida. Interessante notar que a atriz Ana de Armas fez um trabalho realmente excepcional. Ela está muito bem no papel. Não é apenas fisicamente parecida com Marilyn, como também muito bem-sucedida ao recriar a conhecida personalidade histriônica de Marilyn. Essa personalidade da criança indefesa não era a única que a atriz tinha para se relacionar com quem convivia com ela. Mas para a proposta do filme, ela ficou muito adequada. Já tinha lido que esse filme trazia uma versão um pouco cruel da vida de Marilyn. Discordo desse ponto de vista. A vida dela foi sofrida, não há como fugir dessa realidade. Assim, meu veredito final é que se trata de um filme muito bom. Merece reconhecimento, inclusive no Oscar.
Blonde (Estados Unidos, 2022) Direção: Andrew Dominik / Roteiro: Andrew Dominik / Elenco: Ana de Armas, Adrien Brody, Lily Fisher, Julianne Nicholson / Sinopse: O filme tenta capturar a mente e as dores emocionais da atriz Marilyn Monroe em momentos importantes e cruciais de sua vida.
Pablo Aluísio.
Drama
ResponderExcluirBlonde
Pablo Aluísio.
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ResponderExcluir"Já tinha lido que esse filme trazia uma versão um pouco cruel da vida de Marilyn. Discordo desse ponto de vista."
ResponderExcluirVocê já fez posts aqui em que mostra uma vida até mais cruel da Marilyn. O problema é a gente ver uma atriz como a Ana de Armas dando corpo, e que corpo, a esse sofrimento. Guardadas as devidas proporções, é como ouvirmos falar no sofrimento, do martírio, imposto a Jesus na Via Crúcis e vermos esse sofrimento no filme do Mel Gibson, insuportável.
Certamente a questão visual impressiona. Como muitas mulheres vulneráveis de sua época ela também sofreu abusos e muitos deles nem estão no filme...
ResponderExcluirPablo, eu assisti hoje o filme "O Batedor de Carteiras", do Robert Bresson, de 1959, filme que foi a grande inspiração para o filme "O Contador de Cartas" que voce acabou de resenhar, e que eu também assisti.. Um tem muito do outro.
ResponderExcluirInformação relevante! Eu confesso que não me lembro se vi esse clássico... Vou anotar a sua dica...
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