quinta-feira, 3 de novembro de 2022

As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 29

Aos 29 anos de idade Marilyn Monroe já havia feito em torno de 13 abortos! Foi exatamente isso que ela confidenciou para seu psiquiatra em meados dos anos 1950. Era um número absurdo, mesmo para uma mulher da época, com uma vida sexual ativa. Esse tipo de procedimento feito sem responsabilidade iria custar caro para Marilyn no futuro, uma vez que quando ela finalmente se casou e quis ter filhos, não conseguiu. E ela não teve filhos, segundo alguns médicos, justamente por ter feito inúmeros abortos. Nem é necessário dizer que ela ficou arrasada com tudo o que aconteceu.

O fator psicológico aliás pesou muito mais para Marilyn do que apenas o físico. Desde que se popularizou na Califórnia, a análise passou a ser feita por inúmeros astros e estrelas de Hollywood. Segundo Marlon Brando escreveu em seu livro, a grande maioria dos atores e atrizes da época eram completamente neuróticos. Marilyn Monroe foi uma que logo recorreu ao tratamento psicológico. Algo que o diretor Billy Wilder dizia ser um erro, pois em sua opinião o grande carisma de Marilyn nas telas vinha justamente desse seu lado meio biruta! "Essas atrizes entram em um consultório para fazer análise e saem de lá como uma coisa arrumada demais, plástica, sem graça nenhuma! O charme de Marilyn era ter dois pés esquerdos!" - ironizou o cineasta.

Um apoio que Marilyn recebeu por essa época foi do professor de atuação Lee Strasberg, Percebendo que Marilyn andava muito vulnerável do ponto de vista psicológico, ele abriu as portas de sua própria casa para a atriz. Marilyn passou a frequentar a vida pessoal e familiar de Strasberg, algo sem precedentes na vida do mestre. Anos depois, ele deu uma entrevista dizendo que embaixo de todo o mito, da imagem de mulher famosa e maravilhosa que o cinema vendia ao público, havia uma pessoa muito carente de atenção e carinho. Marilyn estava cansada de ser usada como objeto sexual pelos homens com quem se envolvia. Ela queria ser amada e respeitada como uma mulher, não ser apenas explorada por todos.

Assim, como já havia acontecido várias vezes antes em sua vida, Marilyn transformou a família de Lee Strasberg em sua própria família. Como eles eram judeus, Marilyn chegou até mesmo a pensar em se converter para o judaísmo. Tudo feito de impulso, como era peculiar em sua personalidade. Ela ficou fascinada pelos rituais do povo judeu e após ir a uma celebração ao lado de Lee Strasberg na sinagoga de Los Angeles, passou a dizer para todo mundo que iria se tornar judia! Quem ouviu Marilyn e a conhecia de longa data nem deu muitos ouvidos. No passado ela já havia dito que iria se tornar católica, protestante e até budista! Depois do impulso inicial, ela sempre ficava pelo meio do caminho, não indo adiante em nada no que dizia respeito a religiões. Como dizia Billy Wilder, ela tinha mesmo dois pés esquerdos!

Pablo Aluísio.

8 comentários:

  1. Cinema Clássico
    Marilyn Monroe em Análise
    As Vidas de Marilyn Monroe - Parte 11
    Pablo Aluísio.

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  2. Freud foi muito popular entre as décadas de 1950 e 1960. Depois, com o avanço da indústria de remédios as coisas ficaram mais calmas. Geralmente os médicos apenas receitam drogas e mais nada.

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  3. Foi o fim da psiquiatria "romântica".

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  4. Se bem que a Marilyn Monroe também usou (e abusou) de muitas drogas prescritas.

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  5. Em minha opinião uma análise necessariamente exige uma certa bagagem cultural.

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  6. Certamente ela exagerou no abuso de drogas. O que acabou sendo o seu fim também. Com certas coisas não se brincam.

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  7. 13 abortos. Interromper uma vida que está indefesa dentro de um útero. Por mais fria, pragmática, que uma pessoa seja, isso pesa na alma. Não é a toa que as drogas apareçam como saída. E saiu.

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  8. Realmente o lado psicológico não aguenta. A Marilyn Monroe viveu em uma época em que não havia pílulas anticoncepcionais. Assim toda relação sexual poderia resultar em gravidez. E em razão disso novos abortos. Uma situação realmente horrível para a cabeça de qualquer mulher.

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