Foco Internacional - Edição VI

Alerta Nuclear
Ontem Putin colocou na mesa a carta nuclear. Essa é uma espécie de carta que não pode ser usada no jogo internacional. Putin parece alucinado. A economia russa está sendo estrangulada por uma série de medidas e sanções financeiras e econômicas. O Rublo, a moeda russa, perdeu 40% do seu valor em 24 horas! Os russos correm aos bancos para tirar seu dinheiro e trocar por dólar. É o caos, o desespero completo!

E desespero resume bem o estado de Putin. Ao afirmar que estaria colocando em alerta máximo o arsenal nuclear da Rússia ele joga praticamente sua última carta. A invasão da Rússia na Ucrânia pode ter sido o xeque-mate em Putin. Ele está perdido. Cercado por todos os lados no cenário internacional. Seu status atual é a praticamente o mesmo que Hitler. É o vilão internacional, o louco no poder. Cem mil ontem protestaram contra ele em Berlim e em várias cidades do mundo. Vai resistir a algo assim?

Especulações começam a surgir. Um golpe de Estado na Rússia não está descartado, mas será que existem pessoas fortes o suficiente para colocar algo assim em prática? Complicado saber. O que se sabe é que os bilionários russos obviamente não estão nada contentes com o que está acontecendo. As sanções econômicas caíram como uma bomba em seus negócios. Talvez uma aliança entre empresários poderosos e militares corajosos coloquem Putin para fora do poder, mas ainda é cedo para sabermos o que vai acontecer.

O que parece é que a Rússia sentiu. A invasão de Kiev é um fiasco. Os russos planejavam invadir Kiev em 48 horas. Até agora não conseguiram entrar na cidade. Hoje pela manhã a CNN mostrou o resultado da batalha de ontem. Tanques russos destroçados, caminhões em chamas e corpos de militares russos pelo chão. Eles foram aniquilados ao tentarem passar por uma ponte de acesso a Kiev. Na guerra no chão, os russos estão sofrendo perdas e perdas. Talvez a única carta que tenha sobrado para Putin tenha sido a das armas nucleares. Que o derrubem do poder antes dele realmente tentar usar essas armas. Seria um desastre mundial de grandes proporções.

Rússia Tática
Parece que a guerra tática da Rússia, com tanques e soldados, enfrenta uma série de problemas. Certa vez um grande general prussiano disse que para cada soldado que luta deveria haver um soldado para lhe trazer suprimentos, alimentos e munição. Para o exército russo, ao que tudo indica, esqueceram dessa velha lição histórica de um militar que lutou contra Napoleão Bonaparte. Há inúmeros relatos de tanques sem gasolina, soldados russos passando fome por não ter mantimentos e coisas do tipo.

Em relação aos ucranianos seu principal foco de defesa no momento se concentra na capital Kiev. Não é uma vila do Afeganistão. É uma enorme cidade da Europa, onde viviam 4 milhões de habitantes. Os russos subestimaram completamente essa invasão. Imagine os problemas de logística e estratégia para invadir e dominar uma metrópole desse tamanho. Penso inclusive que os russos não possuem nem equipamentos e nem número suficiente de homens para entrar e dominar Kiev. Eles podem até colocar tanques nas suas ruas nos próximos dias, mas certamente vão ser mortos aos milhares pelos próprios moradores. Tente enfrentar uma guerrilha com 4 milhões de pessoas. É absurdamente brutal.

E recorrendo aos livros de história eu me lembro agora de Stalingrado. Um cerco a uma grande cidade é um verdadeiro desafio até mesmo para os melhores exércitos do mundo. Os nazistas entenderam bem essa lição. Os alemães cercaram Stalingrado com 1 milhão de soldados na II Guerra Mundial. Morrerem na neve, até conseguiram entrar na cidade, mas a luta casa a casa, esquina a esquina, foi feroz. É uma das maiores brutalidades da guerra. Será que se repetirá em Kiev?

E por falar na Alemanha... Pela primeira vez o país vai se armar para valer. Até agora, por causa do que aconteceu na II Guerra Mundial, a Alemanha mantinha apenas forças armadas formais. Poucos homens, quase nenhum equipamento de guerra relevante. Para falar a verdade tropas americanas estacionadas em solo alemão é que exercem funções de proteção no país depois da II Guerra. Agora as cartas na mesa mudaram. O sinal vermelho acendeu. A Alemanha vai se armar. Pelo potencial tem tudo para se tornar em pouco tempo uma das maiores potências militares do mundo. Resta saber se essa é uma boa ou má notícia. O tempo dirá...

Bloqueio
Asfixiar economicamente uma nação inimiga não é algo novo na história. Napoleão Bonaparte, por exemplo, fez exatamente isso contra a Inglaterra em sua época. Só que essas sanções impostas à Rússia nesse conflito contra a Ucrânia superam todas as tentativas anteriores. É um verdadeiro bloqueio internacional de grandes proporções. Ontem os Estados Unidos anunciaram que não vão mais importar petróleo dos russos. A Europa só não tomou a mesma medida, nas mesmas extensões, por causa da dependência do gás natural vindo da Rússia. Porém iniciativas para substituir essa importação russa já começaram. A lição que fica é a de que não se pode confiar suas fichas em ditaduras e tiranias. O jogo pode virar rapidamente.

A nota curiosa vem de um suposto vazamento do serviço de inteligência dos Estados Unidos que afirma que Putin está com um câncer terminal no intestino. Isso justificaria seu rosto inchado, suas expressões de dor. Será verdade? Se for, teremos uma nova versão do que aconteceu com Hitler em seus últimos dias. Perguntado sobre qual seria o destino da Alemanha, o insano líder nazista teria dito que a Alemanha merecia arder em chamas. Já que tudo estaria perdido, então que todo o mundo pagasse por seu destino. Putin parece ir pelo mesmo caminho. Já que vai morrer, que leve a humanidade com ele para sua cova. Mente psicopata, nunca desconfiei disso.

De qualquer forma do que lhe resta de humanidade pelo menos concordou em abrir corredores humanitários para que os civis possam ir embora da zona de conflito. Se bem que denúncias de que haveria ataques russos até mesmo nessa regiões. Isso me fez lembrar do personagem de "A Lista de Schindler", do oficial nazista que fazia tiro ao alvo em pessoas inocentes apenas por diversão. Tempos sombrios de volta.

Para finalizar leio que a usina nuclear de Chernobyl está sem energia nesse momento o que obviamente coloca em risco a segurança daquele lugar. Imaginem uma nova onda de radiação varrendo a Europa. Muito triste. Aliás Chernobyl é o triste legado da União Soviética, o mesmo velho império comunista que Putin parece sentir tantas saudades mesmo em um mundo completamente diferente do que ele vivenciou quando era agente da KGB. Para a mentalidade vazia e ultrapassada de Putin parece não haver mesmo qualquer salvação.

Impasse
Essa invasão da Rússia sobre o território da Ucrânia pode levar a um impasse bélico. Fontes de inteligência afirmam que Putin queria a derrota da Ucrânia em no máximo 10 dias. Ora, já se passou esse prazo. As tropas russas não conseguiram sequer chegar em Kiev, a capital da Ucrânia. Tampouco há agora previsões seguras de quando isso iria acontecer. É um impasse, o que em termos de uma guerra envolvendo uma grande potência nuclear tentando demonstrar seu poderia ao resto do mundo, pode trazer consequências sérias.

Cercado por todos os flancos por países que ele mesmo denominou de "hostis", o líder russo Putin pode optar por uma solução trágica para o mundo. E qual seria essa decisão? O uso de armas nucleares táticas, menores, com poder destrutivo mais limitado. Ainda armas nucleares, o que seria terrível, mas sem o mesmo alcance das armas nucleares de potencial mundial. Estaria Putin disposto a jogar uma bomba atômica tática sobre Kiev? Quem pode responder a uma pergunta dessas? Só a mente de Putin poderia revelar suas intenções. E sua mente não anda nada bem, como podemos perceber.

E qual seria a reação do mundo diante do uso de uma arma nuclear tática sobre a Ucrânia? Diante de milhões de mortos em questão de segundos, o mundo ocidental iria reagir? A tragédia humana seria impossível de avaliar com precisão. Já o perigo de uma guerra nuclear entre Estados Unidos e Rússia estaria muito mais presente. Há inclusive, segundo fontes, planos de um ataque nuclear preventivo na Rússia caso uma bomba atômica tática fosse usada. Os Estados Unidos agiriam antes de Putin seguir em frente. Um ataque nuclear de defesa.

E discutir algo assim em 2022 soa tão absurdo! Absurdo, mas infelizmente crível, pois Putin não surge como um protagonista internacional dotado de muita racionalidade. Ele parece ter perdido a capacidade de prever as consequências de suas decisões equivocadas. Como vive cercado de puxa-sacos, todos com medo de morrer, não há ninguém que lhe explique o caminho da razão. Aliás relatórios de inteligência dos Estados Unidos afirmam que apenas cinco pessoas possuem acesso a Putin. Ele se encontra isolado, afundando em seus próprios delírios paranoicos. O mundo dito civilizado que se cuide.

Pablo Aluísio.