quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia

Título no Brasil: Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia
Título Original: Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia
Ano de Produção: 1977
País: Brasil
Estúdio: Embrafilme
Direção: Hector Babenco
Roteiro: Hector Babenco, Jorge Durán
Elenco: Reginaldo Faria, Ana Maria Magalhães, Milton Gonçalves, Ivan Cândido, Lady Francisco, Grande Otelo

Sinopse:
O filme conta a história real do criminoso brasileiro Lúcio Flávio. Ele ficou famoso durante as décadas de 1960 e 1970 por causa das diversas prisões e fugas ao longo de sua vida. Ele tinha envolvimento com policiais corruptos, membros do chamado Esquadrão da Morte. Acabou contando parte de sua história antes de ser assassinado. O roteiro desse filme foi baseado em seus relatos pessoais.

Comentários:
"Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia" é hoje em dia considerado um dos grandes clássicos do cinema brasileiro. Eu me recordo que assisti a esse filme ainda muito jovem e fiquei completamente impressionado com o que vi. A razão é fácil de entender. Esse filme não tem receios de mostrar o lado mais duro da criminalidade. Lúcio Flávio era ladrão e assaltante de bancos, mas quase sempre conseguia fugir dos presídios onde cumpria pena. Na época as pessoas ficavam admiradas, mas no fundo o segredo era simples: ele tinha inúmeros contatos com policiais corruptos que ajudavam em suas fugas. O sistema era todo podre. Outro aspecto muito relevante dessa produção é que ela escancara também toda a brutalidade do regime militar que imperava na época, inclusvie mostrando em detalhes todas as violações de direitos humanos perpetuados por agentes do Estado. Um absurdo completo.  Outro aspecto curioso é que esse filme fez tanto sucesso de bilheteria que acabou ganhando até mesmo uma espécie de sequência chamada "Eu Matei Lúcio Flávio". Enfim, se você estiver em busca de um cinema mais realista e até mesmo brutal, "Lúcio Flávio" é um dos mais indicados na história do cinema nacional.  

Pablo Aluísio.

9 comentários:

  1. Cinema Nacional
    Lúcio Flávio
    Pablo Aluísio.

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  2. Assisti a este filme no cinema quando estreou. O Pablo colocou muito bem. Um filme impactante, muito bem feito e que mostra toda a podridão do sistema policial da época que mantinha uma relação quase umbilical com a ditadura militar. O Esquadrão da Morte criado por Carlos Lacerda, era um grupo de extermínio formado por policiais assassinos e corruptos que agia fora da lei. Lúcio Flávio era originário da alta classe carioca e começou a vida de criminoso quando montou uma pequena quadrilha para roubar carros de luxo. Foi preso, mas quando saiu, juntou de novo os velhos parceiros e assim passaram a assaltar Bancos com requintes de violência. Seu pai era influente dentro do partido PSD, era também cabo eleitoral e amigo do então presidente Juscelino Kubitschek, que morreria assassinado pelo Esquadrão da Morte em 1976 na Avenida Brasil no Rio de Janeiro.

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  3. Se assistirmos esse filme hoje, sabendo o que sabemos o que realemente é a esquerda brasileira e a sua apologia ao banditismo, boa parte do impacto desse filme se esvai. Mas na epoca, iludidos como éramos, ver esse filme no cinema, como eu vi, era um soco no estomago.

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    1. Serge. Você está enganado. Quem comandava o Brasil na época de todos esses escândalos, era justamente a direita brasileira. Estávamos no auge do governo militar que era de extrema direita. O DOPS era um órgão de extrema direita e o Esquadrão da Morte, criado por Carlos Lacerda no antigo estado da Guanabara e comandado por Mariel Mariscot, e o Esquadrão era também de extrema direita. Eu o aconselho a ler mais a respeito, porque desse assunto eu entendo a fundo. A esquerda nessa época estava acuada e praticamente sem ação. Os principais líderes de esquerda estavam quase todos extraditados e morando fora do Brasil.

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    2. Eu me refiro a mensagem do filme, a mensagem de justificar a vilania do bandido contra o sistema opressor. O de sempre da nossa esquerda equivocada.

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  4. Se formos analisar o contexto histórico desse filme vamos chegar na conclusão de que Babenco foi muito corajoso pois expôs a corrupção que existia dentro do aparato estatal brasileiro. Ou seja, mostrou que os policiais eram também parte do problema, eram corruptos. Aliás essa imagem que surgiu no Brasil nos últimos tempos, de que militares seriam mais honestos que os demais cidadãos é uma bobagem tremenda. Há muita corrupção e crimes dentro do meio militar, a tal ponto que existe uma especialização da justiça (a chamada justiça militar) que cuida apenas dos crimes cometidos pelos próprios militares. Então cai por terra aquele argumento insano de que uma ditadura militar iria resolver todos os problemas do Brasil. Ia nada, os militares são tão corruptos quanto qualquer outro corrupto dentro do Estado brasileiro.

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  5. E o roteiro também mostra que a criminalidade estava em todos os setores, mesmo dentro de uma ditadura militar. E aí temos outra falácia, a de que a ditadura militar no Brasil foi uma maravilha, que não havia crimes, que tudo era lindo e maravilhoso. Totalmente fora da verdade histórica. O primeiro agente criminoso era o próprio Estado que torturava e matava pessoas sem o devido processo legal. Tempos sombrios que não podem mais voltar em nossa nação.

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