Título no Brasil: Desmundo
Título Original: Desmundo
Ano de Produção: 2002
País: Brasil, Portugal
Estúdio: A.F. Cinema e Vídeo
Direção: Alain Fresnot
Roteiro: Sabina Anzuategui, Alain Fresnot
Elenco: Simone Spoladore, Osmar Prado, Caco Ciocler, Berta Zemel, Beatriz Segall, José Eduardo
Sinopse:
O filme "Desmundo" conta a história da jovem Orisbela, uma mulher religiosa que vem de Portugal ao Brasil para se casar com Francisco de Albuquerque, um rude dono de um canavial, em 1570. Filme premiado pelo Festival de Cinema de Brasília, entre outros prêmios importantes.
Comentários:
Esse filme nacional me impressionou. Só o assisti uma vez, mas nunca me esqueci. Isso porque ele tem nuances históricas mais do que interessantes. O roteiro procurou ser o mais fiel possível, tentando inclusive resgatar a linguagem, o português que era falado no Brasil em 1570. Era algo tão diferente que os produtores decidiram colocar legendas no filme para que o público pudesse entender direito o que os personagens falavam. Outro aspecto digno de nota é que o filme resgata o péssimo tratamento que as mulheres tinham por parte de seus maridos, em um passado não tão distante assim. As mulheres eram tratadas quase como animais. O patriarca do Brasil colonial não tinha qualquer respeito ou consideração maior pela mulher que vivia ao seu lado. Romantismo? Dignidade? Esqueça esses conceitos. As mulheres tinham quase o mesmo tratamento que era dado às mulas da fazenda. Não estou exagerando, uma coisa pavorosa. E pensar que ainda tem gente defendendo os tais "valores tradicionais"! Só se for a tradição de não tratar as mulheres com o mínimo respeito que se deve dar a um ser humano.
Pablo Aluísio.
Cinema Nacional
ResponderExcluirDesmundo
Pablo Aluísio.
Um filme nacional que merece todos os elogios.
ResponderExcluirO tal patriarcado brasileiro, a tal família tradicional, sempre foi apenas um escudo de refúgio para os mais machistas e escrotos homens que você possa imaginar. É assim hoje e foi assim no passado da nossa história. Só tem escroto.
ResponderExcluirEu também considero um grande filme nacional. Ainda não teve o reconhecimento devido, inclusive por historiadores.
ResponderExcluirSobre o patriarcado brasileiro... bom, não poderia resumir melhor. Acredito que todo brasileiro conhece alguma história horrorosa envolvendo algum avô maltratando sua avó, por exemplo. E isso há apenas três, quatro gerações atrás. Imagine no século XVI, como deveria ser algo asqueroso. Nem tudo que é tradicional presta. Muitas vezes é exatamente o contrário disso. A submissão da mulher em nossa história foi uma vergonha.
ResponderExcluirAh Pablo: o romantismo é uma coisa inventada pelos poetas do século 18. As mulheres eram menos que mercadoria, uma vez que o pai tinha que dar um dote ao pretendente para casa-las. Pode haver humilhação maior? E ainda existe isso hoje; é pouco, mas existe.
ResponderExcluirBem por aí. A situação das mulheres era terrível. O dono de terras praticamente "comprava" sua esposa. Era como comprar uma mula! Inacreditável!
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