sábado, 2 de janeiro de 2021

Tudo o Que Tivemos

O tema principal do roteiro desse filme é o mal de Alzheimer e como ele pode atingir não apenas os pacientes diagnosticados com essa doença, mas também suas relações familiares e seus parentes mais próximos. Hilary Swank interpreta a filha de uma mulher sofrendo dos estágios mais avançados de Alzheimer. Ela não conhece mais o marido, nem os filhos. Ora pensa que ainda é uma garotinha que precisa voltar para a casa dos pais, ora pensa que é uma adolescente em busca de um novo namorado. Por isso sempre some de casa, desaparece, sai de madrugada sem avisar ninguém. Sempre que isso acontece é um pavor entre os familiares.

Assim a filha viaja e chega para ajudar na situação. Seu irmão tenta convencer o pai a deixar a esposa ir para uma instituição que cuida de pessoas com essa doença, mas o velho não aceita. Ele mesmo quer cuidar da esposa e isso cria um drama dentro da família. Os filhos querem internar a mãe, o pai resiste, sendo que ele também deveria ir para um asilo, pois já é um homem de idade avançada. E assim os conflitos familiares vão se acumulando. A personagem de Hilary Swank tem problemas em seu próprio casamento, não ama mais seu marido, tem uma filha adolescente problemática que quer largar a universidade. Um monte de problemas que vão surgindo de uma só vez.

O Alzheimer atinge milhares de pessoas idosas ao redor do mundo. É uma doença sorrateira, que vai destruindo as memórias do paciente. Também tiram dele o senso temporal e de localização. O paciente deixa de entender quem ele é, qual sua idade, onde mora, o que faz, com quem vive. Ele esquece os filhos, o nome do marido, dos parentes, de tudo. É como se uma borracha fosse sendo usada em seu cérebro, apagando todas as lembranças de uma vida inteira. Uma triste realidade que atinge os mais velhos. Esse filme assim tem sua importância por lidar de forma bem humana com esse tema que vai soar familiar para muitos espectadores. O cinema como mensagem e homenagem aos que sofrem desse mal, que infelizmente tem se tornado cada vez mais comum.

Tudo o Que Tivemos (What They Had, Estados Unidos, 2018) Direção: Elizabeth Chomko / Roteiro: Elizabeth Chomko / Elenco: Hilary Swank, Michael Shannon, Robert Forster. Blythe Danner, Taissa Farmiga, Josh Lucas / Sinopse: O filme conta a história de Bridget (Hilary Swank). Ela mora na Califórnia, mas viaja até sua cidade natal para ajudar o irmão com os pais idosos. Ele tem muitos problemas com os velhos. A mãe está sofrendo com o mal de Alzheimer e seu pai se recusa a deixar que ela seja internada em uma instituição de repouso para pacientes dessa doença. Filme premiado no Philadelphia Film Festival e no Heartland International Film Festival.

Pablo Aluísio.

7 comentários:

  1. Tudo o Que Tivemos
    What They Had
    Pablo Aluísio.

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  2. Dom Pablo,
    O Mal de Alzheimer tem se tornado muito mais comum hoje em dia do que era no passado. E isso é um mistério para a ciência. Eu sempre recomendo aos pacientes que nunca deixem sua mente livre, sempre exercite. Leia livros, assista filmes, procure estudar até o fim da vida. Em meus anos de experiência como médico pude perceber que pessoas que tornam disso um hábito de vida geralmente ficam livres dessa terrível doença.

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  3. E é uma doença terrível mesmo, não há outra palavra. A pessoa deixa de ser quem sempre foi. Esquece tudo, até o próprio nome! Para quem já sucumbiu ao Alzheimer não há retorno, não há cura. Por isso a precaução é o melhor caminho a se seguir.

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  4. Lord Erick,
    Triste realidade dos mais velhos. O mal de Parkinson também se alastra, com casos aumentando a cada dia. O que será que aconteceu no meio social para que essas duas doenças se tornassem tão frequentes hoje em dia? Como você bem frisou, é um mistério que a ciência ainda precisa solucionar.

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  5. E concordo plenamente com seu ponto de vista. É uma doença terrível. O roteiro desse filme procura trazer algumas pontuais situações de humor durante todo o filme, porque o tema é pesado, todos sabem disso. Algum alívio cômico seria necessário. Mas é um humor também bem sutil e inteligente. Vide a questão do peru!

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  6. Se tem uma doenca que acaba com o doente e com os que cuidam deste, é essa. Terrível.

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  7. Muito triste. É a destruição da personalidade e das relações sociais do paciente com todos ao seu redor.

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