domingo, 14 de janeiro de 2018

Pistoleiros em Duelo

Título no Brasil: Pistoleiros em Duelo
Título Original: Gunfight in Abilene
Ano de Produção: 1967
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: William Hale
Roteiro: Berne Giler, John D.F. Black
Elenco: Bobby Darin, Emily Banks, Leslie Nielsen, Donnelly Rhodes
  
Sinopse:
Durante a Guerra Civil Americana o Major Cal Wayne (Bobby Darin) mata acidentalmente um companheiro de armas. Quando a guerra chega ao fim ele decide retornar para sua cidade natal, Abilene, onde havia sido xerife antes de se alistar no exército confederado. Curiosamente todos pensavam que ele estava morto, inclusive seu grande amor, Amy Martin (Emily Banks), que agora está comprometida, prestes a se casar, com o rico homem de negócios Grant Evers (Leslie Nielsen), justamente o irmão do homem que Cal matou de forma acidental no front.

Comentários:
Faroeste B da Universal que tentou lançar o cantor Bobby Darin como astro em Hollywood. Não deu muito certo. Darin tinha uma bela voz e chegou a gravar excelentes discos, a maioria deles seguindo o estilo de seu grande ídolo Frank Sinatra. Como ator porém ele era muito limitado, mesmo para filmes que não exigissem muito no quesito atuação. Aqui ele interpreta um veterano confederado que ficou traumatizado após matar seu próprio amigo durante a confusão de uma batalha sangrenta. De volta para a vida civil ele tenciona se casar com a namoradinha que havia deixado em Abilene, mas boatos de que teria morrido em campo fizeram com que ela se comprometesse com outro homem, bem mais velho porém extremamente bem sucedido no ramo de pecuária. Esse curioso personagem que usa um braço de madeira por ter perdido em um acidente muitos anos antes é interpretado por Leslie Nielsen. Bom, se você gosta de cinema certamente se lembrará do senhor grisalho que estrelou diversas comédias escrachadas ao estilo "Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu!". Essa foi uma fase tardia de sua carreira e a que ele mais teve sucesso comercial. Na década de 1960 o ator ainda interpretava sujeitos durões em filmes como esse. No geral "Gunfight in Abilene" é um bom western. Tem um roteiro redondinho, bem escrito e por ser um filme curtinho jamais aborrece o espectador. O grande fraco em termos de elenco vem mesmo da atuação modesta de Darin que como ator não convencia. Pena que ele não cante em cena, embora desfile uma boa performance na canção "Amy" que abre e fecha o filme. Enfim, vale pelo menos pela diversão ligeira.

Pablo Aluísio.

Os Cowboys

Título no Brasil: Os Cowboys
Título Original: The Cowboys
Ano de Produção: 1972
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Mark Rydell
Roteiro: William Dale Jennings, Irving Ravetch
Elenco: John Wayne, Roscoe Lee Browne, Bruce Dern
  
Sinopse:
Em plena corrida do ouro nas montanhas, o rancheiro Wil Andersen (John Wayne) acaba ficando sem cowboys para tocar seu gado do Colorado até a Califórnia onde os animais serão vendidos. Todos estão atrás do suposto ouro das minas e ninguém mais deseja se empenhar em um trabalho tão árduo, perigoso e penoso como aquele. A jornada é longa e cheia de desafios e sem homens experientes se torna praticamente impossível de realizar. Seguindo a sugestão de um amigo e em desespero, Andersen acaba contratando como empregados um bando de jovens adolescentes, garotos que mal saíram da escola. Junta-se a esse inusitado grupo o cozinheiro Jebediah Nightlinger (Roscoe Lee Browne). No caminho uma série de desafios os esperam, algo que mudará a vida de todos para sempre. Filme premiado pelo Western Heritage Awards.

Comentários:
Esse é certamente um dos melhores filmes da fase final da carreira do grande John Wayne (1907 - 1979). O ator já caminhava para o seu final quando a Warner teve a brilhante ideia de produzir esse western diferente, mostrando um grupo de garotos tentando se transformar em homens no velho oeste. Para isso eles acabam sendo contratados por um rancheiro durão (interpretado pelo próprio Wayne) para uma jornada épica: atravessar as pradarias selvagens do oeste até a Califórnia para vender seu rebanho. Essa temática aliás sempre foi muito bem explorada pelo cinema americano, basta lembrar de outros filmes famosos e consagrados com o próprio John Wayne como "Rio Vermelho", por exemplo. Aqui o grande diferencial é realmente o elenco jovem pois Wayne jamais havia contracenado com tantos garotos de uma só vez antes. É justamente desse choque de realidades, entre um veterano rancheiro, já velho e experiente e os meninos que o acompanham que nasce o grande interesse do filme. John Wayne, como sempre, está ótimo. Mesmo envelhecido ele tinha uma presença e um carisma fora do comum. No roteiro desse faroeste ele se torna logo uma espécie de mentor para os cowboys adolescentes que fazem parte de seu grupo. O experiente cowboy precisa ensinar a todos eles o valor do trabalho duro, da disciplina e da honestidade. Os mesmos valores que construíram a saga do pioneiro do oeste americano. Ao seu lado conta com a ajuda de apenas outro adulto, o cozinheiro Jebediah Nightlinger. Interpretado pelo ótimo ator negro Roscoe Lee Browne, esse personagem logo se torna uma das melhores coisas do filme, já que ele é sábio também em relação à vida e não apenas ao seu ofício. 

Também se torna peça chave do enredo quando um assassinato covarde acontece no meio da jornada. O vilão Long Hair (Bruce Dern) também é outro achado do filme. Ele acabou de sair da prisão e procura Wil Andersen (Wayne) para fazer parte do trabalho de levar seu rebanho pela vastidão do oeste, mas é recusado por ser na realidade um mentiroso e um ladrão de gado. Ao perceber que a caravana será escoltada por meninos forma um novo bando de ladrões para roubar todos os animais na travessia. O ator Bruce Dern além de construir um vilão brilhantemente asqueroso ainda teve a "honra" de interpretar um dos poucos vilões que conseguiram matar John Wayne em cena! Essa cena que ficou famosa também chocou em parte o público que acompanhava a carreira de Wayne no cinema por tantos anos, já que era algo tão raro, afinal de contas os personagens de John Wayne sempre tinham sido praticamente imbatíveis em seus filmes anteriores. A sua morte porém foi plenamente justificada, abrindo espaço para um ato final saboroso de vingança e justiça por parte dos garotos que assim deixavam de ser meninos para se tornarem enfim homens de verdade, homens do velho oeste. Assim não temos outra conclusão, "The Cowboys" é de fato outro grande momento de John Wayne em sua já tão brilhante e maravilhosa carreira cinematográfica.

Pablo Aluísio.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Três Anúncios Para um Crime

Esse filme está sendo apontado por alguns críticos nos Estados Unidos como um dos mais fortes concorrentes a vencer o Oscar na categoria de melhor filme do ano. É a história de uma mãe, Mildred (Frances McDormand), que após a morte brutal da filha (ela foi estuprada, assassinada e seu corpo queimado), resolve constranger os policiais da pequena cidade onde mora porque eles não conseguiram descobrir o autor do crime. Assim ela aluga três outdoors na estrada e coloca lá frases de indignação e ironia com o fato da polícia nunca ter pego o assassino de sua filha. Claro que algo assim logo se torna o principal tema de conversas da cidade, até porque o xerife local, Willoughby (Woody Harrelson), é querido dentro da comunidade e as pessoas em geral acabam ficando do seu lado.

O roteiro assim se desenvolve em cima desse clima de constrangimento e tensão com as placas provocativas contra a polícia, sua inércia e incompetência de colocar atrás das grades o criminoso que matou a jovem garota. Um dos policiais da equipe do xerife é um sujeitinho desprezível (interpretado com maestria por Sam Rockwell), conhecido na cidade por prender e torturar negros sem motivos, tudo fruto apenas de seu racismo. Mexer com pessoas assim não parece ser uma boa ideia, mas Mildred segue em frente, mesmo sofrendo todos os tipos de intimidações. Ela quer a solução do crime, quer o assassino atrás das grades e não mede esforços para isso, nem que tenha que passar por cima de toda aquela caipirada que mora naquele lugar esquecido por Deus.

Olha, sendo bem sincero, a trama desse filme não me pareceu grande coisa. De fato o roteiro não avança muito. Você fica esperando alguma coisa acontecer ou se resolver, mas tudo vai ficando na mesma situação, batendo na mesma tecla. Passa longe, em minha opinião, de ser considerado o melhor filme do ano! Acho essa consideração até um pouco absurda. Talvez isso seja o retrato da queda de qualidade dos filmes nos últimos anos. Até fitas medianas como essa acabam ganhando um status fora de propósito. A única qualidade mais louvável vem do elenco, esse sim muito bom, acima da média. Tanto Frances McDormand, como Woody Harrelson, estão muito bem. Eles são grandes atores e isso era até de se esperar. Até o pequeno grande ator Peter Dinklage, que não tem muito espaço dentro da história, está bem. Assim a grande força dessa produção vem do elenco realmente. Já o roteiro e a trama em si me pareceram bem convencionais, com nada de extraordinário para ganhar tanta atenção.

Três Anúncios Para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, Estados Unidos, 2017) Direção: Martin McDonagh / Roteiro: Martin McDonagh / Elenco: Frances McDormand, Woody Harrelson, Sam Rockwell, Peter Dinklage / Sinopse: Após a morte horrível de sua filha, uma mãe resolve partir pra cima dos policiais que não resolveram e solucionaram o caso. Ela aluga três outdoors com mensagens irônicas e provocativas contra os tiras. Isso acaba causando uma grande repercussão na cidadezinha onde mora. Filme vencedor do Globo de Ouro nas categorias de Melhor Filme - Drama, Melhor Roteiro, Melhor Atriz (Frances McDormand) e Melhor Ator Coadjuvante (Sam Rockwell). Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Frances McDormand), Melhor Ator Coadjuvante (Sam Rockwell), Melhor Ator Coadjuvante (Woody Harrelson), Melhor Roteiro, Edição e Trilha Sonora incidental.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O Destino de uma Nação

Mais uma produção que está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme do ano. Mais uma que tem como protagonista o Primeiro Ministro inglês Winston Churchill. A história se passa logo no começo da II Guerra Mundial. O premier Neville Chamberlain está desacreditado depois de tentar inúmeras vezes manter uma paz com Hitler. Com isso chega a hora de eleger um novo Primeiro Ministro. Churchill é visto com desconfiança geral, por ser considerado muito belicista. Só que diante das circunstância não há outro caminho. O roteiro assim explora a ascensão de Churchill ao poder e os primeiros desafios que teve que enfrentar, entre eles uma forte oposição dentro de seu próprio gabinete.

Antes de qualquer consideração aqui vai uma dica interessante ao leitor. Procure assistir a três filmes recentes como se eles estivessem contando a mesma história (coisa que efetivamente estão). Primeiro o cinéfilo deve ver esse "O Destino de uma Nação" que conta a subida de Winston Churchill ao poder. Depois assista a "Dunkirk" que também está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme, uma produção que conta como foi a retirada de Dunquerque, algo que aliás faz parte do roteiro desse primeiro filme também. Por fim confira "Churchill" de Jonathan Teplitzky, filme de 2017, que conta os momentos decisivos da guerra, nas vésperas do Dia D, quando os aliados invadiram o norte da Europa, colocando fim na dominação nazista na Europa. Com esses três filmes o espectador terá uma ampla visão da história de Winston Churchill durante esse período histórico decisivo.

Voltando para "O Destino de uma Nação" uma das coisas que mais foram elogiadas nessa produção foi a atuação do ator Gary Oldman como Churchill. Ele não tem a idade e biotipo do Primeiro Ministro, porém conseguiu fazer um grande trabalho, mesmo embaixo de maquiagem pesada. Todos sabem que Gary Oldman sempre foi um camaleão e aqui não seria diferente. Ele só derrapa brevemente em alguns momentos, quando parece estar um pouco caricatural demais. Fora isso está perfeito. Por fim, para terminar essa resenha, chamo atenção para algumas cenas que fazem o filme valer a pena. Uma delas ocorre quando Churchill resolve pegar um metrô sozinho, para entrar em contato com o povo inglês, com o homem comum. Outro grande momento acontece quando ele finalmente supera seus adversários e conclama o parlamento para a guerra, que é inevitável. Excelentes cenas em um filme que desde já segue a passos largos para se tornar um clássico contemporâneo do cinema.

O Destino de uma Nação (Darkest Hour, Estados Unidos, Inglaterra, 2017) Direção: Joe Wright / Roteiro: Anthony McCarten / Elenco: Gary Oldman, Lily James, Kristin Scott Thomas / Sinopse: O filme "Darkest Hour" conta os eventos históricos reais que culminaram na ascensão de Winston Churchill ao cargo de primeiro ministro, logo no começo das invasões nazistas por toda a Europa, fatos que deram origem à II Guerra Mundial. Filme indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator (Gary Oldman), Melhor Fotografia (Bruno Delbonnel), Melhor Figurino (Jacqueline Durran), Melhor Design de Produção (Sarah Greenwood e Katie Spencer) e Melhor Maquiagem (Kazuhiro Tsuji e David Malinowski). Filme vencedor do Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator (Gary Oldman).

Pablo Aluísio.

Filmes no Cinema - Edição XVIII

Quais filmes estão em cartaz nos cinemas? "Tom & Jerry: O Filme" é o principal lançamento nos cinemas brasileiros nessa semana. Vai ocupar a maioria das salas de cinema do circuito comercial. Tom & Jerry são personagens bem antigos. Foram criados em 1940 pelo geniais William Hanna e Joseph Barbera. A série de desenhos animados foi um grande sucesso na TV americana, dando origem e inúmeras outras repaginações em versões posteriores. Agora Hollywood traz de volta essa criação em um filme que mistura personagens criados por computação gráfica, interagindo com atores reais.

A historinha é bem básica, como convém a Tom e Jerry. O ratinho vai parar em um hotel. A atriz Chloë Grace Moretz que trabalha no hotel é encarregada para eliminar a presença de Jerry, afinal nenhum hotel do mundo quer ver ratos andando pelos seus corredores, ou pior do que isso, entrando nos quartos dos hóspedes. Ela então decide resolver o problema usando um método antigo, trazendo um gato, claro, o gato Tom. E isso acaba dando origem a todos os tipos de confusões. Essa animação é a aposta da  Warner Bros para manter a programação dos cinemas em funcionamento nesses tempos complicados de pandemia. O estúdio espera atrair as crianças para as salas de cinema. É esperar para ver.

Para um público mais adulto, que curte filmes de terror e suspense, a dica fica com "O Mensageiro do Último Dia" (The Empty Man, Estados Unidos, 2020). O filme com direção de David Prior aposta no medo para atrair espectadores aos cinemas. Do que se trata a história? Eis a sinopse: No rastro de uma garota desaparecida, um ex-policial se depara com um grupo secreto que tenta invocar uma entidade sobrenatural aterrorizante. Lançado nos cinemas americanos e europeus o filme teve uma bilheteria bem morna. O estúdio culpou a pandemia e espera recuperar o investimento quando o filme for para as plataformas de streaming.

Por fim, para que aprecia um tipo de cinema mais alternativo, produzido na Europa, a dica é a estreia nos cinemas do filme "Notre Dame". Dirigido por Valérie Donzelli, essa produção francesa conta a história de um casal que precisa lidar com questões emocionais envolvendo a vida sentimental e também os desafios profissionais. O filme traz no elenco o talentoso casal Valérie Donzelli e Pierre Deladonchamps. Um filme ideal para um público mais indie, que esteja em busca de algo mais substancial para ver no cinema. Outro filme francês que chega aos cinemas brasileiros é "Um Divã na Turquia". Com direção de Manele Labidi, o filme conta a história de uma psicoterapeuta que deseja abrir um consultório em Tunis, na Turquia, só para descobrir como isso é complicado de se fazer. Bom filme, com toques de humor.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Roda Gigante

Título no Brasil: Roda Gigante
Título Original: Wonder Wheel
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Amazon Studios
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Kate Winslet, Justin Timberlake, Jim Belushi, Juno Temple, Tony Sirico, David Krumholtz

Sinopse:
Nos anos 40, Ginny (Kate Winslet), a esposa de um empregado do parque de diversões de Coney Island, se apaixona pelo salva-vidas Mickey (Justin Timberlake). Como se uma mulher casada tendo um caso extraconjugal já não fosse um problema e tanto, Mickey começa ainda a dar em cima da enteada da amante, criando ainda mais situações explosivas.

Comentários:
Esse novo filme de Woody Allen foi esnobado propositalmente pelo Oscar e pelo Globo de Ouro. Acontece que o diretor está também envolvido na onda de acusações de assédio sexual que está assolando Hollywood. Uma filha dele o acusou recentemente de tê-la abusado sexualmente quando ela era criança. Allen está em uma situação bem delicada atualmente, para dizer o mínimo. Provavelmente sua carreira vá entrar em um espiral para o fundo do poço daqui para frente. De qualquer forma, deixando de lado esses escândalos, esse seu novo filme "Wonder Wheel" é até bem agradável de assistir. Passa longe de seus grandes filmes do passado, com um roteiro bem ao estilo folhetim, mais parecendo uma novela das seis da Rede Globo. Mesmo assim consegue agradar principalmente por causa do elenco. Kate Winslet interpreta essa mãe infeliz no casamento que acaba reencontrando a felicidade em um caso com um homem mais jovem, interpretado por Justin Timberlake. É o segundo casamento dela. No primeiro ela também traiu o marido, então o peso de trair de novo se torna ainda maior. Pior é ter que competir com sua própria enteada pelos amores do salva vidas bonitão da praia, enquanto o marido, gordo e grosseirão, tenta ganhar a vida vendendo entradas para o carrossel do parque onde eles trabalham e vivem. Um triângulo (ou quadrilátero) amoroso bem ao estilo novela, folhetim. Salva o filme também o clima nostálgico desses velhos parques que estão em extinção atualmente. Um filme que é pura diversão e que passa longe, muito longe, dos roteiros mais intelectuais que Allen rodou em seu passado. Parece que a principal preocupação do diretor hoje em dia é sobreviver, em uma Hollywood que parece cada vez mais disposta a pendurar sua cabeça numa sala de troféus.

Pablo Aluísio.

Oscar 2018 - Melhor Atriz

Cinco candidatas duelam entre si para levar o Oscar de melhor atriz do ano para casa. Entre elas a mais veterana e premiada é obviamente Meryl Streep. Ela já foi indicada 21 vezes ao prêmio, tendo vencido em três ocasiões. Dessa vez Meryl concorre pelo filme "The Post - A Guerra Secreta" onde ela interpreta a dona do famoso jornal americano que resolve denunciar o presidente Nixon por irregularidades e crimes envolvendo os militares americanos na Guerra do Vietnã.

A atriz pode ser a vencedora da noite, não apenas por causa de seu passado inigualável, como também pelo fator político. Ela entrou em uma guerra particular contra o Presidente Trump e isso a levou a ganhar a simpatia geral dos membros da Academia que em sua imensa maioria são democratas. Eles estão furiosos pelo fato de Hillary Clinton ter perdido a eleição e podem usar o Oscar como palco dessa insatisfação, premiando Meryl Streep como retaliação. Isso claro, sem desmerecer o talento da atriz, que é realmente excepcional. Se vencer também será por mérito e merecimento pessoal.
 
Veterana também é Frances McDormand. Ela está concorrendo por "Três Anúncios Para um Crime". Essa atriz sempre desenvolveu um trabalho muito forte e interessante em sua carreira. Geralmente interpreta mulheres comuns em situações excepcionais. Sua atuação mais consistente e conhecida continua sendo "Fargo", quando venceu o Oscar. De lá para cá sua carreira decaiu um pouco, mas ela sempre se manteve na ativa, mesmo em filmes menores, chamando a atenção da crítica. Essa é sua quinta indicação ao Oscar!

A atriz Sally Hawkins está concorrendo pelo filme "A Forma da Água". No filme ela interpreta uma faxineira solitária que se apaixona por um tipo de homem anfíbio que ela conhece em uma instalação secreta do governo americano. O filme fantasia assinado por Del Toro é uma homenagem aos antigos filmes de monstros dos anos 50, com uma pitada de drama e romance nostálgico. Particularmente acho complicado que ela vença o Oscar, mas tudo é possível. Sua personagem é carismática e isso pode contar ao seu favor.

Gostei muito do trabalho de Saoirse Ronan em "Lady Bird - A Hora de Voar". Essa atriz conheci ainda menina, com olhos muito expressivos, no drama histórico "Desejo e Reparação". Ela cresceu, conseguiu romper a complicada transição de atriz mirim para adulta e hoje está melhor do que nunca, fazendo filmes mais do que interessantes, como por exemplo, "Brooklyn". É uma das maiores promessas de Hollywood hoje em dia, embora esse fato conte contra sua premiação também. Por ser jovem demais possa ser que não ganhe os votos necessários para vencer. Muitos podem achar que ainda é cedo demais para ela, mesmo levando-se em conta que essa é sua terceira indicação!

Por fim temos Margot Robbie por "Eu, Tonya". É quase impossível que ela vença tantas fortes candidatas, por isso sua indicação já pode ser considerada um prêmio em si mesmo. Caso você não esteja ligando o nome à pessoa, a Margot é a loira que interpretou Arlequina em "Esquadrão Suicida". Imaginem o pulo na carreira, de repente você salta de um filme de heróis em quadrinhos que não deu muito certo para um filme dramático que está lhe dando a oportunidade de concorrer ao Oscar de melhor atriz. É uma mudança e tanto na carreira. De qualquer maneira muito provavelmente a loira não será premiada. E ela não deve ficar chateada se sair de mãos vazias da noite do Oscar, mas sim agradecida por ter sido lembrada. 

Pablo Aluísio.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A Forma da Água

Título no Brasil: A Forma da Água
Título Original: The Shape of Water
Ano de Produção: 2017
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox Searchlight Pictures
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro, Vanessa Taylor
Elenco: Sally Hawkins, Octavia Spencer, Michael Shannon, Richard Jenkins, Doug Jones, Stewart Arnott

Sinopse:
Elisa Esposito (Sally Hawkins) é uma mulher solitária que trabalha como faxineira numa instalação de segurança máxima do governo americano. Durante mais um dia de trabalho, ela descobre que em uma das salas do lugar existe uma criatura estranha, vivendo acorrentada e sendo estudada por cientistas. Em pouco tempo ela se aproxima dela e forma um estranho vínculo emocional com o esquisito ser. Filme premiado pelo Globo de Ouro nas categorias de Melhor Direção (Guillermo del Toro) e Melhor Trilha Sonora Incidental (Alexandre Desplat). Também indicado nas categorias de Melhor Filme - Drama e Melhor Roteiro Original.

Comentários:
Guillermo del Toro provavelmente nunca fez um filme convencional em sua carreira. Agora é que não seria exceção. Procurando se inspirar nos antigos filmes de ficção e fantasia dos anos 50, ele aqui recriou todo aquele clima de filme antigo para contar sua inusitada história. O enredo é quase uma fábula, um conto nostálgico, com uma certa inocência que não existe mais. Por isso o diretor ambientou toda a sua trama nos anos 60. Existe essa mulher, solteira e solitária, que acaba descobrindo que onde trabalha existe uma espécie de monstro capturado pelo governo americano nas selvas da América do Sul. Considerado um tipo de deus onde ele vivia, agora todos procuram estudá-lo, já que é uma espécie biológica completamente desconhecida da ciência. Um tipo de "monstro do pântano", um Amphibian Man, que acaba interagindo com a bondosa e inocente faxineira. Dessa aproximação surge a ideia de libertá-lo, uma ideia que conta inclusive com a simpatia de um dos cientistas, na verdade um espião russo infiltrado dentro daquela agência do governo dos EUA. Outro personagem muito bom é o vilão. Richard Strickland (Michael Shannon) é o responsável pela segurança do lugar. Quando ele descobre que há um plano para soltar a criatura aquática, ele imediatamente passa a usar de seus métodos violentos para inibir qualquer coisa nesse sentido. Penso que não é um filme para todos os públicos. Há uma nostalgia cinematográfica envolvida que ajuda muito o resultado final como um todo, porém há também deslizes. Guillermo del Toro ultrapassa várias vezes a linha do bom senso, inclusive criando um romance bizarro entre o monstro e a mulher solitária. Não era preciso seguir por esse lado. Uma amizade sincera entre eles já estava de bom tamanho. De qualquer forma por ser tão incomum e sui generis, essa produção ainda vale pelo menos uma sessão de cinema. Afinal não é todo dia que você encontrará um filme parecido com esse, já que não estamos mais nos distantes anos 1950. 

Pablo Aluísio.

Oscar 2018 - Melhor Filme

Eu sou do tempo em que apenas cinco filmes eram indicados ao Oscar. Era simplesmente perfeito assim. Hoje em dia temos nove produções concorrendo, o que sempre achei exagerado e excessivo. Provavelmente o número de indicados ao principal prêmio da noite só aumentou por questões financeiras. Os estúdios querem ter maior possibilidade de lançar uma produção com a marca de indicado ao Oscar de melhor filme do ano no cartaz. Isso vende ingresso. Fora isso, nada justifica.

Esse ano temos nove filmes no páreo. Vou começar a comentar pelos que já vi. "Dunkirk", a produção sobre II Guerra Mundial do Nolan, é certamente um dos melhores filmes do ano e merece a indicação. O roteiro explora a retirada das tropas inglesas do porto de Dunquerque, naquele evento que foi considerado por muitos como o maior revés dos aliados na guerra. Na ocasião os próprios civis, donos de barcos, foram ajudar os soldados a saírem daquela praia que havia se tornado uma armadilha mortal. Com ótima reconstituição de época, produção classe A, segue sendo o meu preferido ao Oscar. Outro filme que se passa no mesmo período histórico é "O Destino de uma Nação", mais uma produção recente que resgata a figura do Primeiro Ministro inglês Winston Churchill durante a guerra. Vi recentemente outro sobre o mesmo tema, mas esse promete ser realmente o melhor.

"Ladybird: A hora de voar" também em agradou bastante. A história singela e muitas vezes nostálgica de uma garota comum, de família pobre, que vai estudar em uma cara escola católica numa pequena cidade da Califórnia. O filme ganha o espectador pela simpatia e pelos bons momentos, inclusive causando uma sensação de identidade em quem já passou por essa fase da vida. Muito bom, se vencer ficaria contente. "A Forma da Água" de Del Toro também aposta na nostalgia, só que revivendo em tom de fábula os tempos dos filmes de monstros, misturando tudo com uma protagonista melancólica e solitária que acaba se apaixonando por ele. Achei interessante, mas não é filme para vencer nessa categoria. A lembrança já foi um prêmio e tanto se formos pensar bem.

"Corra!" é super valorizado pela crítica, mas não acredito que tenha chances. É aquele tipo de produção que cai nas graças da crítica e a Academia embarca na onda. Ainda vou escrever sobre esse filme aqui no blog. "The Post" é uma tentativa de levantar a bola da grande imprensa nesses tempos de "fake news". Obviamente é o preferido dos jornalistas, mas de modo em geral a ideia soa cansativa e cheia de ideologia por trás, a sustentando. "Trama Fantasma" é o azarão da noite. Outro filme passado nos anos 50, que tem como grande trunfo a atuação do ator Daniel Day-Lewis. Ele interpreta esse refinado estilista que veste a realeza britânica. Não penso que tenha maiores chances de vencer. Outro que também dificilmente vencerá o prêmio é o 'estrangeiro' "Me Chame Pelo seu Nome". Os produtores informam que é um filme produzido por Itália, França, Estados Unidos e... Brasil! Isso mesmo, esse filme é um pouco verde e amarelo! Por fim temos "Três Anúncios para um Crime" que para muitos é o favorito da noite! Será mesmo? Só saberemos na noite da grande premiação.

Pablo Aluísio.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Cavalos Selvagens

"Wild Horses" é um projeto bem pessoal do ator Robert Duvall. Ele dirigiu, produziu, atuou e escreveu o roteiro do filme. Para completar ainda escalou sua própria esposa, Luciana Pedraza (aqui surgindo nos créditos como Luciana Duvall), para interpretar a Texas Ranger que resolve reabrir um velho caso de desaparecimento envolvendo o ex-empregado de um rancheiro rico e próspero da região. Por falar nisso o personagem de Duvall é um presente e tanto para qualquer grande intérprete. O ator dá vida a um homem com valores firmes e sólidos, tipicamente texanos, que precisa lidar com um filho homossexual. Em um ambiente rural, conservador e rústico como aquele isso seria a última coisa que ele poderia esperar. O conflito se instala rapidamente e o choque de gerações e valores se torna cada vez mais forte. Em pouco tempo a situação vai ficando insuportável para ambas as partes e Ben Briggs (Franco) resolve ir embora.

Anos depois retorna ao rancho pois seu velho pai deseja fazer algumas modificações em seu próprio testamento, o que faz ressurgir velhos fantasmas do passado. Para piorar ainda mais a tensa relação entre eles, Ben desconfia que seu pai teve algo a ver com o desaparecimento de Jimmy Davis, um antigo capataz da fazenda que teve um caso amoroso com ele no passado. Com uma nova policial na cidade, disposta a reabrir velhos casos arquivados, o cerco vai cada vez mais se fechando sobre o velho Briggs. Robert Duvall assim encarna esse veterano que precisa viver em um mundo que se parece cada vez menos com o que ele aprendeu a viver. Os valores se modificaram e de repente tudo o que ele acreditava ser o certo vai sendo colocado de lado. É um bom homem que pensa estar fazendo o certo, mas que se vê enganado por seus próprios instintos e atos impensados. O argumento obviamente procura explorar algo que é mais comum do que se pensa, as tensões familiares que surgem quando uma pessoa resolve se assumir gay.

O melhor desse roteiro é que ele não levanta bandeiras e nem sai defendendo a causa gay de forma ostensiva e panfletária, o que tornaria tudo muito chato e maçante. Ao contrário disso se contenta em apenas explorar e mostrar uma situação de conflitos que surge dentro dessa família para tirar o melhor proveito disso. A mensagem assim fica nas entrelinhas, nunca ofendendo a inteligência do espectador. Será esse, em última análise, que irá entender e tirar suas próprias conclusões do que está assistindo. Assim o próprio público poderá criar uma certa identificação tanto com o personagem de Duvall, o velho rancheiro conservador, como com seu filho Ben, representando essa nova mentalidade de ser da sociedade. O resultado final é muito bom, um belo filme que toca em assuntos importantes. Assista e escolha seu lado.

Cavalos Selvagens (Wild Horses, Estados Unidos, 2015) Direção: Robert Duvall / Roteiro: Robert Duvall, Michael Shell / Elenco: Robert Duvall, James Franco, Josh Hartnett / Sinopse: Scott Briggs (Robert Duvall) é um velho rancheiro texano que se considera um bom homem, honesto, cristão e honrado. Um sujeito da velha escola com seus valores tradicionais e conservadores. Ele tem três filhos e sonha que sua extensa propriedade seja levado adiante por eles, como manda a tradição no Texas. Agora, no final de sua vida, precisa lidar com uma investigação policial de um caso de desaparecimento de um de seus ex-empregados. O jovem sumiu após Briggs descobrir que ele estava tendo um caso com seu próprio filho, Ben (James Franco), que sempre teve uma relação conturbada com seu pai pelo fato de ser homossexual. Teria o velho Briggs alguma ligação com o sumiço desse jovem no passado?

Pablo Aluísio.

Fantasmas

Filme de terror e suspense do final dos anos 90 que pouca gente se lembra. O enredo é simples. Duas irmãs chegam em uma cidade desolada, Snowfield, no Colorado. Tudo parece abandonado e as ruas estão desertas. Os únicos sobreviventes parecem ter sido o xerife Bryce Hammond (Ben Affleck) e seus dois parceiros. Eles precisam sair de lá, mas as coisas não vão ser tão fáceis como eles planejavam. Esse filme não é lá grande coisa, mas para os cinéfilos há pelo menos um grande atrativo, a atuação do grande Peter O'Toole interpretando um personagem chamado Dr. Timothy Flyte, que ao que tudo indica sabe exatamente o que aconteceu ali.

Apesar dessa premissa até muito interessante o fato é que nada se sustenta por muito tempo, causando uma certa decepção no saldo geral. Por isso, para alguns, o final foi bem decepcionante. De qualquer forma vale ao menos uma espiada para conferir o desnível de talento entre Affleck e O'Toole. O primeiro sempre conhecido por sua inexpressividade e o veterano por ser um dos maiores atores da história de Hollywood. Filme indicado pela Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor Filme de Terror.

Fantasmas (Estados Unidos, 1998) Direção: Joe Chappelle / Roteiro: Dean R. Koontz / Elenco: Ben Affleck, Peter O'Toole, Rose McGowan, Joanna Going / Sinopse: Duas irmãs vão parar em um lugar isolado do mundo, uma verdadeira cidade fantasma. E agora, o que poderão fazer?

Pablo Aluísio.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A Guerra

A cada dia, quatro veteranos de guerra dos Estados Unidos resolvem acabar com a própria vida. Muitos deles usam suas armas, apontam para a cabeça e puxam o gatilho. 200 mil ex-combatentes não possuem uma casa para morar. Muitos deles são homeless, sem tetos, vivendo pelas ruas, em busca da sobrevivência. Grande parte desses ex-militares desenvolvem alguma doença mental ou trauma de guerra. É um quadro devastador. Todas essas informações são passadas ao espectador justamente quando esse filme acaba. O protagonista da história desse drama de guerra é um cabo do exército americano, Gabriel Drummer (Shia LaBeouf). Como muitos jovens americanos ele resolve se alistar para o serviço militar após concluir o ensino médio. Sem dinheiro para cursar uma universidade (todas são pagas naquele país) ele não vê outra alternativa. Acaba levando também seu melhor amigo, um sujeito que conhece desde a infância, para as fileiras do exército.

Assim o roteiro vai mostrando sua história em três linhas narrativas. Uma no passado, outra no presente e uma terceira que seria o seu futuro. Preste bastante atenção nessa última. Gabriel parece viver em um mundo pós-apocalíptico, uma realidade estranha, onde os Estados Unidos parecem ter sido devastados por um ataque nuclear. Realidade ou fruto de sua mente perturbada? Esse aliás é o grande "pulo do gato" desse roteiro. O que parece ser uma história convencional sobre a vida de um militar americano no Afeganistão acaba escondendo surpresas em sua narrativa. A reviravolta que ocorre nos 20 minutos finais do filme é o seu grande trunfo. Muitos espectadores vão ficar mais do que surpresos. No balanço geral é um bom filme, com um belo roteiro. No fundo é algo bem triste, mas igualmente bem real, explorando o triste destino que aguarda muitos desses veteranos em um futuro próximo.

A Guerra (Man Down, Estados Unidos, 2015) Direção: Dito Montiel / Roteiro: Adam G. Simon / Elenco: Shia LaBeouf, Jai Courtney, Gary Oldman / Sinopse: A vida de um soldado americano no Afeganistão contada em três linhas narrativas diferentes, explorando seu passado, presente e o futuro sombrio, onde tudo parece ter se perdido definitivamente, incluindo sua esposa e filho.

Pablo Aluísio. 

A Cartada Final

Título no Brasil: A Cartada Final
Título Original: The Score
Ano de Produção: 2001
País: Estados Unidos
Estúdio: Paramount Pictures
Direção: Frank Oz
Roteiro: Daniel E. Taylor, Kario Salem
Elenco: Robert De Niro, Edward Norton, Marlon Brando, Angela Bassett, Gary Farmer, Paul Soles

Sinopse:
Nick Wells (Robert De Niro) é um ladrão profissional que sempre procurou trabalhar sozinho. Para ele não existe sociedade no mundo do crime. Só que um novo "serviço" surge no horizonte e ele agora precisa unir forças a outro criminoso, Jack Teller (Edward Norton), algo que mudará completamente seus planos iniciais.

Comentários:
Como é possível que um filme com um elenco tão maravilhoso como esse (Brando, De Niro e Norton) não conseguiu se tornar um clássico moderno do cinema? Na verdade é pior do que isso, passados 17 anos de seu lançamento original a produção está praticamente esquecida. A produção foi turbulenta. Marlon Brando brigou com o diretor Frank Oz, o despedindo em pleno set de filmagens. A Paramount não aceitou a atitude do ator e manteve Oz como diretor, só que Brando se recusou a trabalhar com ele. A solução foi colocar Robert De Niro dirigindo as cenas com Marlon Brando, deixando Oz na direção do restante do filme. Um absurdo e um caos completo. O resultado final ficou confuso, como era de se esperar. Brando, visivelmente entediado e atuando com má vontade, não acrescentou muito. Coube então a Robert De Niro e Edward Norton tentarem salvar o filme no quesito atuação, mas tudo acabou ficando na média mesmo, em um plano convencional. É uma pena que "The Score" no final de tudo não conseguiu cumprir tudo o que se esperava dele.

Pablo Aluísio.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Brain on Fire

Título Original: Brain on Fire
Título no Brasil: Ainda Não Definido
Ano de Produção: 2016
País: Canadá, Irlanda
Estúdio: Foundation Features
Direção: Gerard Barrett
Roteiro: Gerard Barrett
Elenco: Chloë Grace Moretz, Thomas Mann, Richard Armitage, Carrie-Anne Moss, Jenny Slate, Tyler Perry

Sinopse:
Baseado em fatos reais, com roteiro escrito a partir do livro de memórias de Susannah Cahalan, o filme mostra o sério problema de saúde que enfrentou logo no começo de sua vida profissional como jornalista, quando se viu incapacitada por uma enfermidade, uma doença rara, pouco conhecida pelos médicos.

Comentários:
Gostei desse filme. O enredo é dramático, triste e não recomendado para quem não gosta desse tipo de roteiro. Basicamente temos essa jovem jornalista que acaba conseguindo um emprego dos sonhos em um famoso e popular jornal de Nova Iorque. Tudo vai caminhando bem, ela vai subindo na carreira, até que começa a apresentar um estranho comportamento. No começo todos desconfiam que ela está usando drogas ou algo do tipo, mas na verdade ela começa a apresentar os sintomas de uma doença mental que intriga os médicos. Eles não conseguem chegar em um diagnóstico seguro. Para alguns ela estaria sofrendo de uma bipolaridade extrema, para outros estaria na realidade esquizofrênica. Enquanto a garota sofre, seus pais e seu namorado pressionam os médicos para chegarem numa conclusão, que parece nunca vir. Sua salvação vem na figura do professor de medicina de uma prestigiada universidade que descobre que ela na verdade está sofrendo de uma síndrome auto imune praticamente desconhecida da ciência. Chloë Grace Moretz interpreta a protagonista que passa praticamente todo o filme hospitalizada, algumas vezes catatônica. Sua interpretação é OK, mas não chega a ser brilhante. Tampouco compromete o resultado final de um filme até muito interessante, que chama a atenção para uma nova doença mental que cada vez mais tem se espalhado pela população em geral. Vale a pena conferir, principalmente se você for um profissional da área de saúde. 

Pablo Aluísio.

Os Segredos da Bíblia

Título no Brasil: Os Segredos da Bíblia
Título Original: Bible's Buried Secrets
Ano de Produção: 2011
País: Inglaterra
Estúdio: BBC Studios
Direção: Rob Cowling, Emily Davis
Roteiro: Jean-Claude Bragard, Rob Cowling
Elenco:  Francesca Stavrakopoulou, Aren Meir, Israel Finkelstein, Yosef Garfinkel, Doron Spielman, Baruch Halpern

Sinopse:
Documentário contando com especialistas em arqueologia bíblica que tentam provar com relíquias e rastros deixados pelo passado, a veracidade ou não das histórias que são contadas no velho testamento.

Comentários:
Essa série de documentários na verdade contou com três episódios apenas: "Did King David's Empire Exist?" (O Império do Rei Davi existiu?), "Did God Have a Wife?" ("Deus teve uma esposa?") e finalmente "The Real Garden of Eden" ("O verdadeiro Jardim do Éden"). O interessante é que pouco se comprovou das histórias contadas no velho testamento. Isso é até relativamente fácil de explicar. Além do fator temporal (O Rei Davi, por exemplo, teria vivido mil anos antes de Cristo), o território de Israel foi palco de inúmeras invasões de povos inimigos ao longo de toda a sua história, destruindo sítios arqueológicos e monumentos que poderiam servir para a arqueologia atual como prova das antigas histórias. A série mostra, por exemplo, como é complicado nos dias de hoje provar a existência histórica de Moisés. Muitos historiadores da Israel atual supõem que o número de judeus que fugiram do Egito foi bem menor do que o relatado no livro do Exodus. Eles provavelmente também não ficaram por 40 anos andando nas areias escaldantes do deserto como algumas traduções das escrituras querem fazer crer. Assim fica a curiosidade de saber o que a arqueologia moderna tem a dizer sobre as origens do povo hebreu. Cheio de informações e teses propostas por esses estudiosos, os três episódios formam um mosaico bem curioso do mundo antigo, dos tempos de Salomão e Abraão.

Pablo Aluísio.