terça-feira, 31 de maio de 2016
Prince (1958 - 2016)
Como se sabe ele faleceu ontem, ainda relativamente jovem, de causas não devidamente esclarecidas. De uma maneira em geral eu sempre associei o Prince a outro astro da mesma época em que ele viveu seu auge: Michael Jackson. Penso que não sou o único a fazer essa associação. Os caminhos deles cruzaram muitas vezes ao longo de suas carreiras. Ainda que fosse um grande e talentoso instrumentista, Prince entendeu que a performance de palco era algo essencial para fazer sucesso. Por isso criou sua própria mise-en-scène em seus concertos. Embora negasse isso o fato é que seu estilo de ser e interpretar se baseava bastante no que Jackson fazia, afinal ele não era apenas o Rei do Pop, mas também dos clips e do visual. Nos anos 80 a imagem era tudo! Assim Prince adotou figurinos vitorianos, bem kitsch, que se tornaram sua marca registrada. Outra coisa que me chamava a atenção eram suas guitarras. Todas com formatos bem diferenciados. Causava um grande impacto para quem o via se apresentando ao vivo. Eram instrumentos diferentes e bem bonitos.
Depois que Prince estourou também no Brasil com o grande sucesso de Purple Rain, todos pensavam que ele iria entrar numa disputa música a música nas paradas de sucesso com Michael Jackson. E de fato Prince conseguiu excelentes números comerciais em termos de vendas de discos. Porém ao contrário de Jackson ele teve uma espécie de surto em determinado momento de sua trajetória. Brigou com a gravadora, virou um recluso e resolveu que iria abolir seu próprio nome Prince. Ao invés disso adotou um símbolo para lhe identificar. Começou a gravar discos bem estranhos, com material que não mais fazia sucesso e assim foi desaparecendo da grande mídia. Para quem prestava pouca atenção nele a coisa só piorou. Ele desapareceu do radar. Nos anos seguintes ouvi falar muito pouco dele. Geralmente quando ouvia seu nome ele vinha acompanhando da pergunta: "Por onde anda o Prince?" A impressão é que havia caído em um ostracismo enorme. Ele não emplacava mais sucessos, sumiu das rádios e dos programas de TV o que me fez pensar seriamente que ele tinha se aposentado da música.
Parecia que iria se tornar uma daquelas estrelas típicas dos anos 80 que surgiam, faziam algum sucesso e depois sumiam para sempre. E de fato passei muitos anos sem ouvir falar nele. Só de vez em quando via alguma reportagem sobre Prince em revistas, pena que não eram revistas de música, mas de fofocas. Ele geralmente surgia namorando alguma sub celebridade (como Carmem Electra), ou então tendo um namorico com uma adolescente brasileira (quando esteve aqui na década de 90). Fora isso, nada. Só há algumas semanas o Prince pareceu voltar à mídia ao passar mal durante um de seus últimos shows. Seu avião inclusive teve que retornar porque ele estava em péssimo estado. É isso. Infelizmente Prince para mim foi apenas um cantor de sucesso dos anos 80 que depois desapareceu por um longo período. Dizem que nesse hiato gravou grandes discos experimentais. Infelizmente não os ouvi. Para mim ele sempre será o performático com guitarra vitoriana tocando "Purple Rain" e nada muito além disso. Pensando bem até que está de bom tamanho.
Pablo Aluísio.
segunda-feira, 30 de maio de 2016
Natal Sangrento
Título Original: Silent Night, Deadly Night
Ano de Produção: 1984
País: Estados Unidos
Estúdio: TriStar Pictures
Direção: Charles E. Sellier Jr.
Roteiro: Paul Caimi, Michael Hickey
Elenco: Lilyan Chauvin, Gilmer McCormick, Toni Nero
Sinopse:
Depois que seus pais são assassinados, uma jovem adolescente atormentado sai em uma fúria assassina vestido como o próprio Papai Noel, aterrorizando as famílias na noite de Natal. A mente perturbada do assassino procura por vingança contra os abusos que sofreu após ser enviado para um sinistro orfanato. Roteiro parcialmente baseado numa história real envolvendo um dos mais infames serial killers (assassinos em série) dos Estados Unidos.
Comentários:
"Tente sobreviver ao Natal" - essa era a frase que acompanhava a publicidade desse "Natal Sangrento", filme de terror que invadiu os cinemas americanos na véspera de natal de 1984. Naquela década o cinema americano vivia uma febre de filmes de horror que disputavam o título de mais sangrento da temporada. Quanto mais sangue e tripas expostas melhor. Esse aqui foi lançado no mesmo final de semana de "A Hora do Pesadelo", sendo que ambos disputaram a preferência dos fãs de filmes de terror nas bilheterias naquela ocasião. O uso da mitologia de natal em um filme desse tipo causou uma certa indignação e revolta em determinados setores da sociedade americana. O filme foi acusado de ser de extremo mau gosto ao usar a figura de Papai Noel entrando pela chaminé de uma casa com um machado em seu poster original! Afinal estavam destruindo a figura do bom velhinho, o transformando em um psicopata cruel e assassino. Bobagem, o filme é um produto pop que jamais deve ser levado muito à sério. Causa espanto que críticos tão conceituados como Roger Ebert tenham escrito que a produção era uma "vergonha" por misturar os elementos natalinos em um filme Slasher de muita violência. O curioso é que o resultado foi bem mais violento do que queria seu diretor Charles E. Sellier Jr, a tal ponto que ele largou a produção pouco antes do fim das filmagens. Houve um atrito entre sua visão (mais centrada para o suspense) e os produtores, que queriam mais sangue derramando na tela. Assim o estúdio acabou escalando o editor Michael Spence para dirigir algumas cenas extras de matança, o que deixou tudo ainda mais cru e sádico. Estavam certos pois o filme acabou fazendo sucesso, dando origem dois anos depois a uma continuação que também foi bem sucedida do ponto de vista puramente comercial.
Pablo Aluísio.
Dupla em Fúria
Título Original: Bu er shen tan
Ano de Produção: 2013
País: China
Estúdio: Hong Kong Pictures International
Direção: Tsz Ming Wong
Roteiro: Tan Cheung
Elenco: Jet Li, Zhang Wen, Shishi Liu
Sinopse:
Dois tiras, Huang Feihong (Jet Li) e Wang Bu'er (Zhang Wen) são designados para desvendar uma série de assassinatos em Hong Kong. As investigações levam os policiais para um jogo mortal, onde criminosos bem armados e organizados em extensas quadrilhas não estarão dispostos à se renderem perante a lei.
Comentários:
Muita gente ficou (com razão) decepcionado com a participação de Jet Li em "Os Mercenários 3", já que ele surge rapidamente em cena, atirando do alto de um helicóptero e nada mais. Para esses eu recomendo essa produção recente realizada na China onde Jet Li tem novamente possibilidade de mostrar toda sua perícia em artes marciais. O roteiro é, como manda a tradição oriental, bem simples e direto, apenas o suficiente para criar um background para as cenas de luta e ação. Jet Li está completamente à vontade para demonstrar toda a sua técnica, em excelentes lutas coreografadas (ninguém, mas absolutamente ninguém, no meio cinematográfico tem mais criatividade do que os próprios orientais em organizarem lutas extremamente complexas do ponto de vista técnico). Para não ficar muito pesado o roteiro também investe em generosas pinceladas de bom humor durante todo o desenvolvimento da trama. O filme foi rodado diretamente na língua local mas depois dublado em inglês para ser lançado no mercado americano e europeu. Uma boa pedida para os fãs de filmes de artes marciais em geral.
Pablo Aluísio.
Até o Fim
Título Original: All Is Lost
Ano de Produção: 2013
País: Estados Unidos
Estúdio: Universal Pictures
Direção: J.C. Chandor
Roteiro: J.C. Chandor
Elenco: Robert Redford
Sinopse:
Homem velejando em seu barco enfrenta inúmeras dificuldades quando sua embarcação apresenta vários problemas técnicos de complicada solução. Filme indicado ao Oscar na categoria de Melhor Edição de Som. Vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Trilha Sonora Original. Indicado na categoria Melhor Ator - Drama (Robert Redford).
Comentários:
Imagine um filme onde só existe um ator, vivendo um personagem que ninguém sabe o nome e utilizando apenas um barco como cenário. E pior: Este personagem não fala - a não ser duas palavras durante todo o filme: God e fuck. Pois é, este filme se chama: "Até o Fim" (All is Lost) 2013. O personagem é ninguém menos que um dos maiores astros do cinema do século 20: Robert Redford. O longa - dirigido por J.C. Chandor e gerado no ventre da produtora independente, Sundance que tem o próprio R.R como proprietário, mostra o ator solitário a bordo de seu veleiro na imensidão do oceano Índico, quando de repente ele é acordado com o choque do seu pequeno barco contra um contêiner que boiava à deriva, e que provavelmente tinha caído de algum cargueiro. Com o choque, o casco é rasgado e a água começa a inundar o interior do barco. Do alto de seus 78 anos, um carismático e ainda excelente Robert Redford age rápido e mostra agilidade e força para consertar o rombo no casco do veleiro. Utilizando um grande pedaço de plástico e uma cola especial o mítico ator consegue consertar o rombo, mas o pior já havia acontecido e não tinha conserto: Seu rádio comunicador havia sido danificado, e, partir daquele momento, o nosso eterno Sundance Kid - longe do frescor de sua juventude luminosa do famoso pistoleiro - encontra-se perdido e desconectado do mundo, passando a lutar só e desesperadamente pela sua própria sobrevivência, em meio à imensas tempestades, tubarões e dias impiedosos de sol e calor escaldantes.
Telmo Vilela Jr.
domingo, 29 de maio de 2016
Coração Satânico
Na época de lançamento do filme o ator Mickey Rourke era considerado o legítimo sucessor de Marlon Brando e James Dean. Um dos últimos a se formar no Actors Studio de Nova Iorque (a mesma escola de interpretação dos dois mitos citados), tudo parecia caminhar para transformar Rourke em um dos grandes astros rebeldes do cinema. Infelizmente não foi bem isso que aconteceu. De qualquer maneira o filme "Angel Heart" (no original "Coração de Anjo") tinha outro grande ator em cena. Era Robert De Niro. Antes de afundar em várias comédias constrangedoras, De Niro brilhava em um papel bem diferente. Um sujeito que na fachada parecia ser muito fino e elegante, quase um lord. No fundo ele seria a personificação do puro mal diabólico. O roteiro já deixava pistas sobre isso durante todo o desenrolar da trama - basta ver que seu nome, Louis Cyphre, lembra bastante o nome de Lúcifer, o anjo caído. Por isso a grande lição que esse excelente filme deixava era mais simples que se pensava: Nunca faça promessas com o diabo, um dia ele irá certamente cobrar sua parte.
Pablo Aluísio.
Os Caçadores da Arca Perdida
Pablo Aluísio.
Nascido Para Matar
Depois daquela tragédia aqueles mesmos jovens eram então levados para o inferno do Vietnã. A linha de ligação entre os dois atos vinha na presença do praça Joker' Davis (Matthew Modine). Ele almeja ser correspondente de guerra, mas precisa também colocar a mão na massa no front, enfrentando todos os tipos de desafios, inclusive uma sniper vietcongue. Nesse segundo ato o diretor Kubrick coloca uma desesperança, um clima sórdido e até mesmo mesmo desesperador, investindo em uma fotografia escura, vermelha, como se estivesse fazendo uma alegoria com o sangue daqueles homens que seguem sendo abatidos como gado no matadouro. De todos os dramas de guerra que foram lançados nesse período, "Nascido Para Matar" foi um dos mais festejados. Um filme cru e áspero que não abria margem a concessões ou meias verdades. A intensidade de Kubrick fez toda a diferença do mundo. Brilhante.
Pablo Aluísio.
sábado, 28 de maio de 2016
Crimes Ocultos
Gostei bastante desse filme. Embora seja baseado em um livro de suspense escrito por Tom Rob Smith, a trama foi inspirada em fatos históricos reais. Nos anos 1950 a polícia soviética precisou organizar uma grande operação para descobrir e prender um serial killer de crianças que atuava na região de Rostov. Ele era Andrei Chikatilo, um burocrata que viajava de cidade em cidade resolvendo seus negócios e no caminho aproveitava para aliciar e matar crianças indefesas que encontrava em estações de trem e pequenas vilas. A maioria delas eram órfãs e abandonadas, vivendo de esmolas nesses lugares. As investigações confirmariam ao menos 53 assassinatos (muito embora hoje saiba-se que foi muito mais do que isso, já que ele matava suas vítimas no meio de florestas remotas, onde muitas vezes os corpos sequer eram encontrados por policiais). Além do excelente roteiro o filme ainda tem outros atrativos. Em termos de elenco não há o que reclamar. O filme tem três ótimos atores nos papéis principais, além de Oldman e Hardy se destaca também Joel Kinnaman (o ator que interpretou RoboCop na nova versão, também conhecido pela ótima série "The Killing"). Ele interpreta um agente político cruel e manipulador, velho desafeto do personagem de Tom Hardy, que faz de tudo para prejudicá-lo sempre que possível. A reconstituição histórica também é excelente, perfeita. Enfim, ótimo filme sobre um dos mais infames assassinos da história, cuja história se passou sob um dos regimes comunistas mais ferrenhos que já se teve notícia.
Crimes Ocultos (Child 44, Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, República Tcheca, Romênia, 2015) Direção: Daniel Espinosa / Roteiro: Richard Price, baseado no livro de Tom Rob Smith / Elenco: Tom Hardy, Gary Oldman, Joel Kinnaman, Noomi Rapace / Sinopse: União Soviética. 1953. Leo Demidov (Tom Hardy) e o General Mikhail Nesterov (Gary Oldman) são dois investigadores que precisam desvendar uma série de mortes de crianças, perto de estações de trem por todo o país. Suas tentativas de solucionar os crimes esbarram no próprio Estado que não quer admitir que existam psicopatas dentro uma sociedade comunista supostamente perfeita como aquela. O lema de Stálin afirmava que "Não existiriam psicopatas no paraíso", algo que iria se revelar completamente sem sentido e mentiroso com o avanço das investigações.
Pablo Aluísio.
sexta-feira, 27 de maio de 2016
Platoon
Pablo Aluísio.
Busca Sem Limites
Título Original: Never Let Go
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos, México, Espanha
Estúdio: Latitude Films
Direção: Howard J. Ford
Roteiro: Howard J. Ford
Elenco: Angela Dixon, Nigel Whitmey, Lisa Eichhorn, Velibor Topic
Sinopse:
Lisa Brennan (Angela Dixon) é uma agente especial do governo americano que decide tirar férias no exótico Marrocos. Uma vez lá é surpreendida pelo sequestro de seu filho, um bebezinho. Tomada de fúria ela resolve para o acerto de contas com os sequestradores, um grupo internacional de tráfico de drogas.
Comentários:
Produção B sem maiores atrativos. A trama é clichê e as cenas de ação não empolgam. Na verdade esse filme mal conseguiu espaço nos cinemas americanos, sendo lançado diretamente no mercado de TV a cabo. O roteiro cai no lugar comum, tentando transformar uma mãe em heroína de filmes de ação. Para isso ela sai na mão com os vilões (todos caricaturais), faz acrobacias, mostra grande perícia em uso de armas de fogo e lutas marciais. Tudo isso para quê? Certamente para encher de orgulho as feministas, quem sabe... Do ponto de vista puramente cinematográfico porém essa produção não se sustenta. É rasa, fraca e derivativa. Não há nenhuma originalidade ou criatividades, se ainda fosse nos anos 80 quem sabe ainda se justificaria. Hoje em dia soa como coisa velha e ultrapassada. Se você gosta de ação não perca seu tempo, há coisas bem melhores por ai, basta procurar.
Pablo Aluísio.
Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado
Título Original: 4 - Rise of the Silver Surfer
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Twentieth Century Fox
Direção: Tim Story
Roteiro: Don Payne, Mark Frost
Elenco: Ioan Gruffudd, Jessica Alba, Chris Evans, Michael Chiklis, Laurence Fishburne, Julian McMahon
Sinopse:
O Sr. Fantástico Reed Richards (Ioan Gruffudd) e a Mulher Invisível Susan Storm (Alba) planejam finalmente se casar. Afinal o mundo passa por um momento de paz e tranquilidade. Seus planos de núpcias porém são interrompidos quando surge nos céus de Nova Iorque um estranho ser, o Surfista Prateado (dublado pelo ator Laurence Fishburne). Ao lado do Tocha Humana (Evans) e da Coisa (Chiklis) eles partem para combater essa nova ameaça. Filme indicado ao prêmio da Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films na categoria de Melhor filme de Ficção do ano.
Comentários:
Sinceramente eu gostei dessa primeira franquia do Quarteto Fantástico que chegou ao fim justamente nessa fita. Durante muito tempo alguns fãs de quadrinhos (sempre eles!) reclamaram muito dessa primeira série de filmes, mas agora devem estar arrependidos depois que foi lançado o novo filme (que foi considerado ruim pela maioria da crítica e público). Pois bem, nessa primeira franquia nada disso havia acontecido. A pura verdade é que o Quarteto Fantástico é um produto pop dos anos 60 com tudo de bom (e ruim também) que isso possa significar. Os heróis desse grupo são datados realmente, porque era parte da mentalidade da época. Os efeitos especiais são bons, isso é inegável e o roteiro conta com a presença desse personagem bem interessante do universo Marvel, o Surfista Prateado. Certa vez assisti a uma entrevista do criador Stan Lee explicando que usava o "The Silver Surfer" para dar voz aos seus pensamentos mais, digamos assim, existencialistas. Faz todo o sentido. No fim, quando chegamos na conclusão que o personagem roubou o filme para si, ficamos com a pergunta na cabeça: será que algum dia haverá uma franquia apenas com ele? Bom, tantos filmes já foram feitos com personagens bem menos relevantes que essa é uma possibilidade bem plausível. Só nos resta aguardar. Enquanto não vem fique com a dica dessa boa produção (caso você ainda não tenha visto). Boa diversão.
Pablo Aluísio.
Marcas da Possessão
Título Original: Ava's Possessions
Ano de Produção: 2015
País: Estados Unidos
Estúdio: Off Hollywood Pictures, Ravenous Films
Direção: Jordan Galland
Roteiro: Jordan Galland
Elenco: Louisa Krause, Carol Kane, Jemima Kirke, William Sadler
Sinopse:
Após ser exorcizada por um padre, a jovem Ava (Louisa Krause) tenta retomar sua vida, algo que não se mostra nada fácil pois enquanto esteve possuída cometeu alguns atos de extrema violência contra familiares e pessoas amigas. Agora ela tenta reconstruir suas relações pessoais frequentando um grupo de apoio formado por pessoas que passaram pelo mesmo problema que ela. O problema é que em pouco tempo ela começa a ter novas visões e sensações de que o mal ainda não a deixou completamente. Filme indicado ao Neuchâtel International Fantastic Film Festival.
Comentários:
"Ava's Possessions" tenta fugir um pouco do que estamos acostumados a ver nesse tipo de filme sobre exorcismos e possessões demoníacas. Ao invés de mostrar o "durante" desse processo ele se concentra no "depois", ou seja, o que acontece na vida de uma pessoa após ela passar por esse tipo de experiência traumática. Pena que o diretor Jordan Galland cometeu dois erros básicos nessa ideia inicialmente tão promissora. O primeiro equívoco foi tentar trazer um tipo de humor negro que simplesmente não funciona em nenhum momento do filme. O outro foi escalar o filho de John Lennon, Sean, para compor a trilha sonora incidental da produção. Ele criou um som do tipo nada a ver com filmes de terror. Aquela sonoridade eletrônica fora do contexto só serviu para estragar qualquer tipo de clima de terror que poderia ser aproveitado. Com excessos a trilha me convenceu que Sean Lennon não puxou ao pai, mas sim à mãe, a menos talentosa Yoko Ono. Mostra de forma muito clara como uma boa trilha é importante na composição de um filme de terror, pois quando ela não se mostra adequada tudo vem abaixo. Fora isso a atriz Louisa Krause ainda se esforça para melhorar um pouco o filme, mas é tudo em vão. "Marcas da Possessão" é muito moderninho para causar medo em alguém. No final tudo o que ele consegue passar ao espectador é aquela sensação de tempo perdido. Não vale a pena.
Pablo Aluísio.
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Marley & Eu
Título Original: Marley & Me
Ano de Produção: 2008
País: Estados Unidos
Estúdio: Fox 2000 Pictures, Regency Enterprises
Direção: David Frankel
Roteiro: Scott Frank, Don Roos
Elenco: Owen Wilson, Jennifer Aniston, Eric Dane
Sinopse:
Baseado numa história real o filme mostra a vida de um jovem casal, John (Owen Wilson) e Jenny (Jennifer Aniston), e seu cãozinho de estimação, o bagunceiro e divertido Marley ao qual seu dono considera o pior animal de estimação do mundo. Para sua surpresa Marley acaba sendo o grande amigo e protagonista de suas próprias vidas. Filme premiado pelo BMI Film & TV Awards, Kids' Choice Awards e Teen Choice Awards.
Comentários:
Quem já teve um animalzinho de estimação e sofreu com sua perda certamente vai acabar chorando nesse filme! Digo por experiência própria pois "Marley & Me" consegue nos atingir lá no fundo do peito nesse aspecto. Penso que ter um animal do qual cuidamos tantos anos e depois perdê-lo é realmente algo que nos marca profundamente. Dito isso, o roteiro não poderia ser mais propenso a emocionar. É basicamente a estória de um sujeito comum que certo dia leva para casa aquele que ele considera "o pior cachorro do mundo", mas que nos anos que virão o acompanhará nos momentos mais marcantes de sua vida. Um aspecto interessante desse filme é que o comediante Owen Wilson nunca esteve tão bem. Ele é ótimo para interpretar sujeitos de bem com a vida, meio avoados e de boa. Aqui ele trouxe uma leveza tão grande ao filme que só melhorou ainda mais o clima geral. Chegou até mesmo a ofuscar Jennifer Aniston, que não faz nada muito além do que desfilar sua imagem de "namoradinha da América" pela tela. Mesmo com dois bons atores no elenco quem acaba roubando mesmo as atenções (não poderia ser diferente) é o cãozinho Marley (na verdade uma série de animais foram usados ao longo do filme). Sua estória inclusive levou a uma explosão de procura pela raça do bichinho nas lojas de pets por todo o mundo. Ah e antes que me pergunte: O Marley é um cão da raça Labrador, um ótimo companheiro nessa viagem chamada vida. Se ainda não assistiu não deixe de conferir (e não esqueça de levar um lencinho junto pois as lágrimas serão certas).
Pablo Aluísio.
Soldado Universal
Título Original: Universal Soldier
Ano de Produção: 1992
País: Estados Unidos
Estúdio: StudioCanal, Carolco Pictures
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Richard Rothstein, Christopher Leitch
Elenco: Jean-Claude Van Damme, Dolph Lundgren, Ally Walker
Sinopse:
Dois militares, Luc Devereaux (Jean-Claude Van Damme) e Andrew Scott (Dolph Lundgren), são submetidos a um novo projeto governamental que visa criar o soldado perfeito. Usando de tecnologia cibernética o objetivo seria criar um combatente insensível à dor, altamente eficiente no campo de batalha, mas sem os sentimentos inerentes aos seres humanos. No começo tudo vai bem até que algo começa a sair errado, fazendo com que Luc e Andrew comecem a recuperar sua humanidade.
Comentários:
Eu nunca fui muito fã desse filme que misturava o universo Sci-fi com a pegada dos filmes de ação que eram extremamente populares na época de seu lançamento. E olha que quando o filme fez sucesso eu ainda era bastante jovem, propenso a gostar desse tipo de fita. Por falar em fita estamos aqui falando dos tempos das locadoras de fitas VHS. Veja, filmes como "Universal Soldier" não lotavam cinemas na década de 90, pelo contrário, seus lançamentos em salas de exibição eram até modestos. O sucesso mesmo vinha nas locadoras de vídeo. Aí o filme fazia a festa, lucrando muito para os donos desses estabelecimentos comerciais (hoje em dia em franca extinção). Bastava conferir o ranking dos filmes mais locados do mês (havia muitos deles em revistas de cinema, também hoje em dia praticamente extintas) para perceber que qualquer filme estrelado por Jean-Claude Van Damme era sucesso imediato nas prateleiras brasileiras. Esse aqui tinha dois diferencias além de ser uma ficção: trazia no elenco o grandalhão Dolph Lundgren e era dirigido por Roland Emmerich em comecinho de carreira. Quem poderia imaginar naquela altura que esse diretor alemão iria nos anos seguintes dirigir vários blockbusters comerciais como "Godzilla", "Stargate" e "Independence Day" nos anos que viriam? Pois é, o mundo realmente dá voltas.
Pablo Aluísio.
007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro
Esse foi o segundo filme de Roger Moore como James Bond. O primeiro, "Com 007 Viva e Deixe Morrer", foi sucesso de público e crítica. Uma alívio para os produtores que temiam que a franquia chegasse ao fim com a saída de Sean Connery. Esse segundo filme não é tão bom quanto o anterior, mas inegavelmente tem seus méritos. O maior deles talvez seja a presença do ótimo ator Christopher Lee como o vilão Scaramanga. Ele é um tipo bizarro, com uma característica física incomum (tem três mamilos!) e um assistente anão tão perverso quanto o próprio. Esse papel foi interpretado pelo ator Hervé Villechaize (que ficou muito conhecido no Brasil interpretando o personagem Tatu na série "A Ilha da Fantasia", que fez bastante sucesso na TV brasileira durante os anos 70). O roteiro não tem muitos mistérios ou tramas internacionais a se revelar, se resumindo muitas vezes a ser apenas uma disputa de vida ou morte entre Bond e Scaramanga. Esse porém não é um problema exclusivo do filme em si. O livro escrito por Ian Fleming em 1965 também foi criticado por essa razão. Enfim, um bom filme da safra com Roger Moore que com ele se estabeleceria definitivamente como Bond, só deixando a série em meados da década seguinte.
007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (The Man with the Golden Gun, Inglaterra, 1974) Direção: Guy Hamilton / Roteiro: Richard Maibaum, Tom Mankiewicz, baseados no livro escrito por Ian Fleming / Elenco: Roger Moore, Christopher Lee, Hervé Villechaize, Britt Ekland / Sinopse: O agente inglês James Bond (Roger Moore) passa a ser caçado pelo assassino profissional Francisco Scaramanga (Christopher Lee), dando início a uma disputa de vida e morte entre eles. Filme premiado pelo Saturn Award na categoria Best DVD / Blu-Ray Collection.
Pablo Aluísio.