sexta-feira, 27 de maio de 2016

Platoon

O grande vencedor do Oscar no ano de 1987 foi "Platoon", drama de guerra dirigido por Oliver Stone. Na época o filme foi recebido com grande entusiasmo por público e crítica porque supostamente o cinema americano finalmente havia encarado o desafio de contar parte da derrota americana na Guerra do Vietnã de uma forma sincera e corajosa. Antes disso filmes como "Rambo" ou "O Franco Atirador" já tinham colocado o dedo na ferida do orgulho nacional americano machucado, mas "Platoon" tinha um diferencial a seu favor. Era um drama sério, bem escrito e não um filme de ação ou existencialista. O público estava pronto para ver a queda do exército de seu país nas florestas tropicais do Vietnã. Acontece que o próprio diretor Oliver Stone era um veterano de guerra. O que ele sabia do Vietnã não lhe havia sido contado e nem lido, mas vivenciado. Quando a guerra chegou ao seu ápice o jovem Oliver resolveu se alistar nas forças armadas. Voluntário, foi enviado para o front no sudeste asiático. Como era ainda muito jovem tinha uma visão patriótica e um tanto boba do que representava um conflito como aquele. Quando chegou no Vietnã compreendeu a enorme besteira que havia cometido. Stone era um dos poucos soldados brancos no exército. Apenas negros e pobres estavam naquele inferno. O velho sentimento de patriotismo lhe trouxe vergonha profunda do que estava vendo.

Um aspecto interessante sobre o roteiro é que na época foi divulgado que tudo o que se via na tela havia acontecido de fato, era uma espécie de biografia de Oliver Stone. Não era verdade, a informação não procedia. Anos depois o próprio Stone tratou de explicar. Na realidade o roteiro do filme era uma mistura de acontecimentos reais com ficção. Os dois personagens mais importantes eram os sargentos Elias (Willem Dafoe) e Barnes (Tom Berenger). Um representava o bem e o outro o mal. Um claro mecanismo dramático, para se contar esse enredo. Stone afirmou que ambos representavam na verdade vários oficiais e suboficiais que conheceu no Vietnã. Era uma representação e não algo real. O saldo, apesar de tudo, foi dos melhores. O filme foi premiado com o Oscar de Melhor Filme, Direção, Som e Edição. O ator Charlie Sheen que interpretava o alter ego de Stone no filme foi considerado um dos prováveis astros do futuro, mas essa previsão não se concretizou. Sheen se envolveu com drogas e prostituição e viu sua carreira afundar no cinema (ela foi salva em parte quando resolveu se dedicar à TV). Recentemente ele confessou ser viciado em crack e ter AIDS. Nem Oliver Stone em seus momentos mais barra pesada pensaria em algo tão hardcore como isso.

Pablo Aluísio.

4 comentários:

  1. Avaliação:
    Direção: ★★★★
    Elenco: ★★★★
    Produção: ★★★
    Roteiro: ★★★★
    Cotação Geral: ★★★★
    Nota Geral: 8.0

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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  2. Avaliação:
    Direção: ★★★★
    Elenco: ★★★★
    Produção: ★★★
    Roteiro: ★★★★
    Cotação Geral: ★★★★
    Nota Geral: 8.0

    Cotações:
    ★★★★★ Excelente
    ★★★★ Muito Bom
    ★★★ Bom
    ★★ Regular
    ★ Ruim

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  3. Pablo, da pra acreditar que o Charlie Sheen já fez um filme deste, para depois virar um palhaço de series, apesar de muito bem pago, e agora parece que será somente um aidético falido, conforme as últimas noticias? Vida loca!

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  4. Destruiu a carreira completamente com drogas, prostitutas e excessos de todos os tipos. Como diria um amigo, não se pode festejar a vida inteira pois um dia a conta tem que chegar... No caso do Sheen já chegou...

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