domingo, 26 de julho de 2015

Um Tira no Jardim de Infância

Arnold Schwarzenegger construiu sua carreira nos anos 80 com filmes de ação bem violentos e truculentos e de repente começou a querer ir por outros caminhos. Um exemplo é esse mais do que chatinho "Um Tira no Jardim de Infância". A comédia anterior do ator, "Irmãos Gêmeos", era realmente divertida e tinha boas cenas, bem boladas até. Além do mais fez sucesso suficiente para que Schwarzenegger se convencesse de que era uma comediante talentoso. Não era. A graça do filme anterior se baseava muito mais no baixinho Danny DeVito. Aqui o brutamontes resolveu segurar sozinho o humor ao lado de um bando de crianças - não deu muito certo. O roteiro, nada criativo ou inspirado, no fundo se desenvolvia apenas com uma única piada, a do sujeito durão e barra pesada que tinha que se virar para tomar conta da meninada. Haja paciência!

No filme Arnold Schwarzenegger interpreta o detetive John Kimbele. Ele é designado pelo departamento de polícia para proteger a esposa e o filho de um importante traficante de drogas internacional. Assim ele se disfarça de professor de jardim de infância para ficar mais perto do filho do criminoso mas isso vira um pesadelo pois ele precisa cuidar não apenas do garoto mas também das outras 40 crianças de sua sala de aula. Nem precisa dizer que Arnold Schwarzenegger está mais canastrão do que nunca. Numa cena em especial ele grita - de forma totalmente bizonha e mal feita - tentando mandar a gurizada calar a boca! Vergonha alheia completa. Felizmente "Um Tira no Jardim de Infância" não fez sucesso. Caso contrário o ator iria estrelar uma comédia sem graça atrás da outra. Definitivamente essa não era a praia dele.

Um Tira no Jardim de Infância (Kindergarten Cop, Estados Unidos,1990) Direção: Ivan Reitman / Roteiro: Ivan Reitman / Elenco: Arnold Schwarzenegger, Penelope Ann Miller, Pamela Reed, Linda Hunt, Carroll Baker, Richard Tyson / Sinopse: Policial durão (Schwarzenegger) se infiltra disfarçado de professor de jardim de infância para proteger o filho de uma importante rede de tráfico de drogas internacional.

Pablo Aluísio.

Firefox - A Raposa de Fogo

Título no Brasil: Firefox - A Raposa de Fogo
Título Original: Firefox
Ano de Produção: 1982
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Alex Lasker, Wendell Wellman
Elenco: Clint Eastwood, Freddie Jones, David Huffman

Sinopse: 
Clint Eastwood interpreta Mitchell Gant, um piloto que recebe um missão extremamente perigosa: entrar na União Soviética em plena guerra fria para roubar um super avião dos russos. A nova arma dos soviéticos é completamente inovadora, com controles neurais jamais vistos antes, uma nova tecnologia totalmente nova para as forças armadas americanas.

Comentários:
Ao longo de uma carreira longa e produtiva o ator, diretor e produtor Clint Eastwood raras vezes decepcionou seus fãs. Aqui não seria diferente. Co-produzido por sua companhia cinematográfica Malpaso (juntamente com a Warner) e dirigido pelo próprio Clint, "Firefox - A Raposa de Fogo" é certamente um dos bons momentos da filmografia de Eastwood. O filme tem ação, aventura e suspense em doses generosas. Seu jeito durão também cai como uma luva para seu papel. Poucas palavras e muita ação. É sem dúvida um bom entretenimento com belas e bem boladas cenas de combate aéreo, apesar de compreensivelmente alguns dos efeitos soarem datados hoje em dia. Mas vale a pena. Clint como sempre mantendo o bom nível de qualidade de seus filmes.

Pablo Aluísio.

sábado, 25 de julho de 2015

Jardins de Pedra

Depois do fim da Guerra do Vietnã os americanos procuraram exorcizar os traumas desse que foi seguramente o conflito mais desastroso de sua história recente. Assim o cinema acabou cumprindo de certa maneira essa função, usando a obra cinematográfica como terapia coletiva do desastre daquela nação. Muitos filmes foram realizados tendo como tema central o Vietnã, principalmente na década de 1980, período em que as melhores produções sobre o assunto foram realizadas. Em "Jardins de Pedra" o aclamado diretor Francis Ford Coppola procurou mudar o ponto de vista, o foco sobre o tema. Ao invés de mostrar o drama dos militares americanos no meio das selvas do sudeste asiático ele optou por mostrar o outro lado da guerra, a dos corpos de jovens americanos sendo enviados de volta para casa, para serem sepultados em cemitérios militares, com toda a pompa e cerimônia a que tinham direito. Esse é o enfoque desse roteiro que sempre considerei um dos mais criativos e reveladores sobre o conflito que ceifou muitas vidas, todas elas em vão, lamento dizer. Coppola, com muita sensibilidade, captou muito bem esse aspecto pouco visto e pouco lembrado de uma matança em grande escala como aquela.

Assim desfilam pela tela todos os dramas das famílias, dos entes queridos e também dos encarregados desses enterros. Afinal  imagine ter que trabalhar eternamente em luto, enterrando dezenas de seus companheiros de armas todos os dias, sem trégua ou descanso. É um excelente filme, mas não ousaria dizer que é uma obra fácil, para todos os gostos. Talvez por isso tenha fracassado comercialmente em seu lançamento. Para o público americano já era complicado lidar com a derrota americana no Vietnã, agora entenda como era bem pior ter que assistir o enterro dos seus soldados. É de fato um filme para um tipo de espectador mais refinado, específico. Sua grande lição é a de que em uma guerra estatísticas não podem ser encaradas como mera matemática, mas sim com humanidade, pois todos aqueles números representam na verdade pessoas que perderam suas vidas em combate.  

Jardins de Pedra (Gardens of Stone, Estados Unidos, 1987) Direção: Francis Ford Coppola / Roteiro: Nicholas Proffitt, Ronald Bass / Elenco: James Caan, Anjelica Huston, James Earl Jones, Dean Stockwell, Mary Stuart Masterson / Sinopse: O filme "Jardins de Pedra" conta a dura realidade de um grupo de militares norte-americanos durante a guerra do Vietnã. Eles tinham a função de enterrar os colegas mortos no campo de batalha.

Pablo Aluísio.

F/X: Assassinato sem Morte

Esse filme até que foi badaladinho no passado. E quando escrevo a palavra "passado" estou me referindo, claro, aos anos 80. O interessante é que seu enredo gira em torno de um especialista em efeitos especiais, só que como todos sabemos não existiam efeitos digitais naquela década, apenas efeitos analógicos. E talvez daí venha ainda o charme dessa franquia. Sim, franquia, pois apesar de seus resultados modestos (o filme chamou mais a atenção nas locadoras do que nos cinemas) houve uma continuação, algo que ninguém nem esperava.

O filme era estrelado pelo ator Bryan Brown, figura conhecida por causa de seus olhos esbugalhados. Outra boa presença no elenco veio com Brian Dennehy, de Rambo, um ótimo ator, completamente subestimado, especializado em interpretar vilões vis e malvadões. Enfim é isso. Uma boa lembrança de um bom filme, que nem fez muito sucesso, mas que de vez em quando ainda é lembrado por aí, em fóruns de cinéfilos pela net.

F/X: Assassinato sem Morte (F/X, Estados Unidos, 1986) Direção: Robert Mandel / Roteiro: Robert T. Megginson, Gregory Fleeman / Elenco: Bryan Brown, Brian Dennehy, Diane Venora / Sinopse: Um especialista em efeitos especiais de filmes é contratado para simular uma matança na vida real para um plano de proteção de testemunhas, mas encontra sua própria vida em perigo.

Pablo Aluísio.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Treze Homens e um Novo Segredo

Título no Brasil: Treze Homens e um Novo Segredo
Título Original: Ocean's Thirteen
Ano de Produção: 2007
País: Estados Unidos
Estúdio: Warner Bros
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Brian Koppelman, David Levien
Elenco: George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Al Pacino, Andy Garcia, Casey Affleck

Sinopse:
O criminoso e ladrão sofisticado Danny Ocean (George Clooney) decide reunir seu velho bando para mais um roubo ousado e perigoso. O alvo agora é um novo e luxuoso Cassino. O plano é modificar o resultado das apostas, para que todos ganhem e levem à falência o novo empreendimento de jogos.

Comentários:
Esse foi o terceiro filme de uma franquia que havia começado lá atrás, com um remake de um antigo filme de Frank Sinatra. Os dois filmes anteriores renderem bem e por essa razão decidiram então levar esse enredo até o fim. Já estava tudo um tanto saturado, vamos convir. Olhando-se com maior atenção chega-se facilmente na conclusão que todos os roteiros são iguais, com pequenas e pontuais derivações, que não chegam a ser originais. Eu assisti esse filme no cinema, mas sem empolgação. Sabia de antemão que seria tudo do mesmo. George Clooney continuaria brincando com sua conhecida canastrice, haveria um roubo como pano de fundo e várias reviravoltas. Os roteiros já não conseguiam surpreender ninguém. Nem ao menos a presença de um elenco coadjuvante de luxo - com direito a Al Pacino - parecia empolgar ninguém. E de fato o filme comercialmente ficou pelo meio do caminho. Pena que um elenco tão bom e com tantos nomes famosos não tivessem um bom roteiro por trás para trabalhar. O ponto de vista que prevaleceu aqui foi o comercial, não o artístico. Não deu muito certo pensar assim. No final das contas o filme teve uma bilheteria fraca e acabou com a brincadeira. De bom mesmo apenas um ou outra cena mais bem editada. De resto era apenas uma tentativa de faturar mais uma vez com uma velha, antiga e desgastada fórmula de fazer cinema. Nada muito além disso.

Pablo Aluísio.

O Imbatível

Existem filmes que você assiste, mas que com o tempo acaba esquecendo que viu algum dia. Esse "O Imbatível" se encaixa bem nessa categoria, pelo menos no meu ponto de vista, partindo das minhas lembranças pessoais. Qual é a história que esse roteiro nos conta? Vamos para a sinopse oficial, traduzida diretamente para nossa língua materna. Diz a sinopse: "Quando o campeão dos pesos pesados ​​George "Iceman" Chambers aterrissa na prisão, o gângster que manda no lugar organiza uma luta de boxe com o atual campeão da prisão".

Então temos aqui um filme de prisão com toques de Rocky? Calma, não é bem assim. O filme não tem a triste melancolia dos filmes famosos do Sly. Na verdade é bem mais barra pesada, valorizando o lado animal do ser humano aprisionado entre grades de uma prisão. É um bom filme, valorizado por um elenco essencialmente negro, muito empenhado em atuar bem. Se você curte lutas de vida ou morte em ambientes limites, esse é o seu filme, meu caro.

O Imbatível (Undisputed, Estados Unidos, 2002) Direção: Walter Hill / Roteiro: David Giler, Walter Hill / Elenco: Wesley Snipes, Ving Rhames, Peter Falk, Michael Rooker / Sinopse: Dentro de uma prisão brutal, um campeão de boxe precisa mostrar sua coragem e sua capacidade de luta, fora e dentro dos ringues.

Pablo Aluísio.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! Julie Newmar

A primeira coisa que vem à mente de alguém que toma conhecimento do título desse filme pela primeira vez é se perguntar quem é afinal Julie Newmar? Ela era a atriz que interpretava a Mulher-Gato naquela série popular do Batman na TV americana durante os anos 60. E o que isso tem a ver com esse filme? Bom, tudo gira muito em cima de uma antiga foto, com dedicatória, assinada pela Julie Newmar. Por isso o filme tem esse título tão diferente (e não adianta culpar os tradutores brasileiros, pois o título original em inglês é justamente esse mesmo!). Sem dúvida algo impossível de se colocar nas marquises dos antigos cinemas do passado. Não haveria espaço e nem letras suficientes.  

Na divertida história três drag queens viajando pelo interior dos Estados Unidos vão parar em uma cidadezinha careta e conservadora do interior e uma vez lá decidem agitar o lugar. Claro que as semelhanças com a produção australiana "Priscilla, a Rainha do Deserto" ficam mais do que óbvias. De qualquer forma parte da graça do filme foi colocar três notórios machões de Hollywood como travestis. Assim temos o galã de musicais adolescentes Patrick Swayze todo maquiado e com longos vestidos femininos, o durão de filmes de ação Wesley Snipes usando sutiãs e o mais cômico John Leguizamo se divertindo como nunca como uma trans afetada. Enfim, divertido e inofensivo, essa produção celebra acima de tudo a alegria de viver da cultura LGBT.

Para Wong Foo, Obrigada por Tudo! Julie Newmar (To Wong Foo Thanks for Everything, Julie Newmar, Estados Unidos,1995) Direção: Beeban Kidron / Roteiro: Douglas Carter Beane / Elenco: Wesley Snipes, Patrick Swayze, John Leguizamo / Sinopse: Três drag queens agitam uma pequena cidadezinha do interior dos Estados Unidos. Filme indicado ao Globo de Ouro nas categorias de melhor ator (Patrick Swayze) e melhor ator coadjuvante (John Leguizamo).

Pablo Aluísio. 

Por Favor, Matem Minha Mulher

Um filme chamado "Por Favor, Matem Minha Mulher" jamais seria lançado nos dias de hoje. E nem tiro a razão de quem reclamaria, pois a violência contra a mulher é uma realidade e fazer humor em cima disso seria mesmo um tanto vulgar, um ponto além do razoável. Porém temos que levar em conta também que a intenção de Danny DeVito e do trio ZAZ (os diretores do filme) não era essa, em definitivo. O que eles queriam mesmo era tirar uma onda com certos filmes do passado, em especial algumas tramas que foram usadas em filmes do mestre Alfred Hitchcock. Vale a pena? Olha temos que admitir que envelheceu um bocado.

É fato que o que era engraçado nos anos 80 nem sempre será considerado divertido nos dias de hoje. Os tempos são outros, se passaram 40 anos! (nossa, como o tempo passa rápido!) e assim não há muita salvação para o humor dessa comédia. Curiosamente DeVito não parece ter se firmado como um nome viável para estrelar seus próprios filmes. Logo ele estaria de volta ao grande rol dos atores coadjuvantes. Nada muito além disso.

Por Favor, Matem Minha Mulher (Ruthless People, Estados Unidos, 1986) Direção: Jim Abrahams, David Zucker, Jerry Zucker / Roteiro: Dale Launer / Elenco: Danny DeVito, Bette Midler, Judge Reinhold / Sinopse: Baseado na peça "The Ransom of Red Chief", o filme conta a história de um marido que deseja de todas as formas se livrar de sua esposa, uma verdadeira megera!

Pablo Aluísio.